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sábado, 23 de janeiro de 2016

ESTUDO SOBRE SANTIFICAÇÃO BASEADO EM I PEDRO 1.13-21

Veredas da Justiça: Sermões que Edificam

TEXTO: I PEDRO 1.13-21
 [13] Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo. [14] Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância; [15] mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; [16] porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo. [17] E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação, [18] sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, [19] mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, [20] o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós, [21] que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.

INTRODUÇÃO:
O tema santidade diz o Bispo Anglicano J. C. Ryle “não está em voga nos círculos evangélicos modernos, eles citam Paulo para falar sobre a salvação gratuita, mas esquecem que o mesmo Paulo que falou sobre a eleição divina, também falou sobre santidade de vida quando disse “[...] eu esmurro [...]; [...] eu prossigo [...]; [...] eu corro [...]”. Seria correto afirmar a eleição divina e também a responsabilidade de viver em santidade dos eleitos”. Ryle (2002, p.12). Afirmo as palavras de Ryle, quem diz que é eleito, deve viver uma vida santa para agradar ao seu Senhor.
Esta carta de Pedro segundo os melhores estudiosos do assunto foi ditada por Pedro e escrita por Silas/Silvano, uma vez que o grego empregado nela não era próprio de Pedro por ter poucas letras e o próprio Apóstolo afirma ter escrito por meio dele que foi seu amanuense nesta leitura (I Pe 5.12),  Este livro é dividido da seguinte forma: 1. Saudação (1.1-2); 2. A certeza da Salvação dos Cristãos (1.3-12) ; As Implicações da Salvação (1.13-3.12); O sofrimento e o Serviço do Cristão (3.13-5.11); Saudações Finais (5.12-14). Esta mensagem está na parte que trata sobre as implicações da salvação, ou seja, o que deve acontecer conosco depois da salvação, que é a santificação. Trataremos deste assunto baseado no tema abaixo:

TEMA: A SANTIDADE NA VIDA DO CRISTÃO

1.    TRAZ ENTENDIMENTO PARA A VIDA. V.13

1.1 O cristão entendido é sóbrio. V.13a
“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios [...]”

No comentário de Champlin versículo por versículo ele diz que cingir o entendimento é facilitar a ação, como se facilita andar quando se coloca a roupa com cinto, buscando viver de acordo com as virtudes cristãs em preparação e cultivo das faculdades mentais com espiritualidade, vejamos um trecho da obra abaixo:

“[...] cindindo o vosso entendimento [...]” Nos países orientais, o cingir os lombos significava meter a blusa para dentro do cinto, para possibilitar a ação rápida, sem o empecilho de vestes flutuantes e frouxas. Na conexão espiritual ou moral, pois, a prontidão e o alerta espirituais estão em foco; a preparação e o cultivo das faculdades mentais e espirituais são ordenados, através dos quais um homem pode demonstrar profunda espiritualidade, completa com o adorno de todas as virtudes cristãs [...]” (CHAMPLIN, 1980, p.103)

A idéia de cingir o entendimento seria preparação ativa para uma vida de vigor espiritual e constância, diminuindo assim o agir da carne. Segundo o dicionário ... a palavra “sóbrio” significa moderado, contido no comer e no beber, que não se encontra sob o efeito de bebida alcoólica; não intoxicado por álcool ou entorpecente. Também significa no dizer de Matthew Henry “vigilância contra práticas que não condizem com a vida normal e cristã (Henry, p.). Ou seja, qualquer prática que não condiga com a vida cristã deve ser evitada, como: Alcoolismo, vícios, práticas sexuais contrárias à Escritura, etc.

1.2 O cristão entendido espera unicamente na graça de Cristo. V. 13b
“[...] e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo”.

O cristão deve esperar na graça de Deus, quando adquirimos o entendimento que vem de Cristo, recebemos potencial para esperar na graça de Deus, minimizando as circunstancias daqui e maximizando a glória que virá sobre nós na vinda de Cristo, conforme explicado por Champlin no trecho do comentário versículo por versículo, na qual ele diz que

“[...] esperai inteiramente na graça [...]. Uma graça especial (um dom de Deus. administrado na salvação) lhes foi prometida (ver o décimo versículo e as notas expositivas a respeito)? e agora os crentes são exortados a esperar por isso de todo o coração e de mente alerta, para que a suposta importância do presente mundo mau seja empanada, seja magnificada a importância do mundo eterno em suas mentes e em suas almas. Essa graça  será dada quando da parousia ou segundo advento de Cristo, que Pedro chama,  aqui e no sétimo versículo, de revelação de Cristo (CHAMPLIN, , p.103)

Quando o cristão dá mais importância ao mundo atual do que ao futuro de glória, deixa de olhar para a vida cristã como algo que exija obediência e passa a viver da maneira que as pessoas do mundo vivem sem dá satisfação da vida a ninguém. O evangelho não é uma colônia de pessoas autônomas, mas uma associação de pessoas que obedecem ao seu Senhor Jesus por meio da sua igreja. A partir das próximas linhas serão trazidas algumas implicações da vida de santidade que é obediência ao Senhor, vamos em frente?

2.    IMPLICA EM OBEDIÊNCIA AO SENHOR. V. 14 – 17

A palavra “santo” no hebraico é “Kadoshi” que significa cortar ou separar, no grego santo é “hágion” e além de significar cortar ou separar também significa transformar ou renovar. Louis Berkhof traz uma explicação sobre isso dizendo que

[...] Santificar (kadoshi) no hebraico deriva de uma palavra que significa cortar ou separar [...] no grego neotestamentário tem essa idéia primária de separar, e a idéia secundária de transformar ou renovar (BERKHOF, 1992, P.257).

Ser santo seria ser separado e transformado por Deus para o seu serviço, pois como dizia Calvino: Deus se serve de homens para realizar a sua vontade” e sabemos que para usar Ele primeira limpa o vaso que quer usar para que este viva para o seu agrado. A passagem lida tem uma ordem de Deus para nós que é “ser santos”, e algumas implicações que uma vida de santidade traz para a nossa vida, estas implicações serão estudadas a partir deste instante.

2.1  Quem obedece não volta às práticas pregressas. V.14
“Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância”.

A Bíblia fala sobre a santificação como algo que inicia em Deus, ele elegeu seu povo para ser santo e irrepreensível (Ef 1.4), mas que tem a cooperação do ser humano, pois a salvação é um dom de Deus (Ef 2.8-9), mas o desenvolvimento da salvação (santificação) é algo que o homem participa (Fp 2.12), devido a isto que o salvo não pode viver como vivia antes de conhecer a Cristo, mas ter uma nova vida em Cristo (II Co 5.17). Assim, não possamos viver tendo saudades do tempo de vida pregressa.

2.2  Quem obedece busca parecer com Jesus. V. 15a
“Mas, como é santo aquele que vos chamou [...]”

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), com a queda esta imagem foi deturpada pelo pecado, mas Cristo veio para restaurar esta imagem, isto é feito em um progresso. José Martins falando sobre santificação disse que

A santificação pode ser conhecida de três formas: 1. Santificação definitiva, que é o perdão dos pecados quando é alcançado por Cristo (I Co 1.2); 2. A santificação final, o estado de glória, quando chegarmos na glória, pois nós o veremos como Ele é (I Jo 3.2); 3. Santificação progressiva, o crescimento espiritual (), o desenvolvimento da salvação, como disse Paulo é o prosseguir para o alvo (Ef 4.15; Fp 2.12; Fp 3.12-16). Mas importante dizer que sem a santificação definitiva que Cristo fez quando perdoou os nossos delitos, não passaríamos pela progressiva nem chegaríamos à final (MARTINS, 1999, p.35).

Por sua vez o Rev. Luiz Ricardo Monteiro da Cruz disse que buscar ser santo, significa ir em busca de ser parecido com Jesus. Ser parecido com Jesus é buscar imitá-lo em tudo, tentar com todas as forças da alma parecer com Ele, devido a isto que o apostolo Pedro continua falando nesta passagem que esta busca por santidade deve ser em todo o viver, questão esta examinada a seguir.

2.3  Quem obedece busca santidade em todo seu procedimento. V.15b-16
“[15] [...] sede vós também santos em todo o vosso procedimento; [16] porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo”.

A santidade ela nos faz viver a vida de Cristo aqui na terra, como se pode observar na vida dos primeiros convertidos na Igreja primitiva, a vida deles era o próprio evangelho, viviam alegremente a vida cristã de modo agradável e Deus e o Senhor acrescentava os salvos à comunidade cristã (At 2.42-47), pois o seu procedimento era santo. Champlin falando sobre este processo de santificação e a extensão do mesmo para a vida do cristão disse que

Essa santidade deve controlar a vida presente; e haverá de dominar totalmente a vida nos lugares celestiais. Os remidos não serão apenas pessoas sem pecado; compartilharão de toda a plenitude de Deus-, isto é, de suas perfeições e poderes, conforme estes são exibidos em Cristo, com base na participação da natureza divina, por parte dos remidos (ver l! Ped. 1:4: Ef. 3.19 e Col 2.10) (CHAMPLIN, p.104).

O apostolo Pedro também tinha esta idéia de que a santificação deve influenciar toda a vida do crente em tudo que fizer. Se observarmos a vida de Calvino em Genebra, ele influenciou toda aquela nação com um padrão cristão de cuidado dos pobres, diminuição dos juros dos bancos, construção de saneamento, médico domiciliar para viúvas, idosos, crianças e deficientes e para atendimento gratuito à população pobre, para ele toda nossa vida deve ser santa porque tudo que fazemos é um culto a Deus.  Além da vida cristã ser influenciada pela santidade alcançada em Cristo, ela não é algo fixo aqui, vivemos uma peregrinação e pensando nisto buscamos a santidade como um ato continuo até chegar na pátria celeste e permanente, mas enquanto vivemos aqui, façamos que nosso viver seja uma vida de temor ao Senhor, este é o próximo ponto deste presente estudo.

2.4  Quem obedece vive em temor ao Senhor durante a caminhada cristã. V. 17
“E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação”.

O Rev. Erivan, ministro da Igreja Presbiteriana Renascer, no ano 2006 esteve pregando no aniversário da SAF da IPB Monteiro e ele trouxe uma mensagem que dizia: “A vida do crente é como um deserto, não é um lugar fixo, é uma passagem, o lugar certo do crente é na Nova Canaã”. Sim é verdade, a nossa vida aqui é como peregrinos e não como moradores fixos, enquanto estamos vivendo aqui devemos viver em santidade, pois quem não vive em santidade na peregrinação não pode chagar no lugar fixo (Hb 12.14), por isto devemos viver em temor ao Senhor de maneira constante, pois nesta vida presente após ser chamados e regenerados, passamos a viver esta luta continua contra o pecado, porém, só se consegue esta vitória pelo socorro do Espírito Santo. Tratando sobre isto a Confissão de Fé de Westminster no Capitulo XIII diz que

I.Os que são eficazmente chamados e regenerados, tendo criado em si um novo coração e um novo espírito, são além disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreição de Cristo, pela sua palavra e pelo seu Espírito, que neles habita; o domínio do corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais é mais enfraquecidas e mortificadas, e eles são mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graças salvadores, para a prática da verdadeira santidade, sem a qual ninguém verá a Deus. I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10; Rom. 6:5-6; João 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13; Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24; Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14. II. Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne. I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11. III. Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo, pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus. Rom. 7:23, e 6:14; I João 5:4; Ef. 4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1 (CFW, Cap. XIII, Seção I-III).

Examinando esta parte deste importante documento confessional, vê-se que só se pode ser santo quem é eficazmente chamados e regenerados, sendo imperfeita nesta vida, deve ser constante e só pode ser realizada mediante o socorro do Espírito Santo, pelo qual os crentes crescem no temor ao Senhor. Importante dizer que esta obra só é possível por causa da obra perfeita e única feita por Cristo Jesus na cruz do calvário, isto será exposto a partir deste instante.

3.    É RESULTADO DO SACRIFÍCIO DE CRISTO. V. 18 – 21

O processo de santificação só é possível porque Cristo realizou uma obra perfeita e completa em favor dos que estão sendo santificados agora no presente e o autor da carta aos Hebreus disse que

[10] Nesta vontade é que é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus, uma vez por todas. [11] Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; [12] Jesus, porém, tendo oferecido para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, [13] aguardando, daí em diante, até que seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. [14] Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados (Hebreus 10.10-14).

 O apóstolo Pedro também traz uma idéia de que o sacrifício de Cristo é que favorece que os salvos se santifiquem como nesta passagem em que trata sobre a prática da vida cristã que é chamada de santificação, encerra no intervalo dos versículos 18 a 21 tratando sobre a obra vicária de Cristo em favor do seu povo, por se tratar neste contexto sobre santidade de vida, este trecho necessariamente também está tratando sobre a mesma temática, porém agora comprovando que ser santo é resultado do ser salvo por meio desta maravilhosa ação de Cristo, sendo esta obra sacrificial em favor do seu povo. Pode-se trazer algumas questões pontuais sobre este sacrifício, exauridos a partir no intervalo que se segue.
 
3.1  O seu sacrifício tem um valor inigualável. V. 18
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais”.

A passagem acima trata de um negócio que comumente era feito no mercado de escravos, no qual um Senhor coloca o preço nos escravos, o termo “resgatados” de fato implica em um preço que era pago por um escravo, e nós éramos escravos de três senhores carrascos chamados carne, mundo e diabo (Rm 8.2-3; Ef. 2.1-3), mas Jesus pagou a redenção dos escravos com o seu próprio sangue, não foi com coisas corruptíveis como prata ou ouro, mas pelo precioso sangue de Jesus. Sobre esta redenção Jonh Stot disse que Deus nos salvou em três lugares que foram

Primeiro, Jesus nos salvou no tribunal, quando nos absolveu das nossas faltas, colocando o nosso pecado sobre Jesus e colocando a perfeita justiça de Cristo sobre nós, ao passo que Deus quando olhou para Cristo na cruz ele viu nosso pecado e virou as costas para seu filho ao ponto dele dizer: Deus meu, Deus meu porque me desamparastes? Quando olha para nós não ver nosso pecado, mas a perfeita justiça do seu filho e nos aceita como seus filhos. Segundo, Ele nos salvou no santuário, era no santuário que todos os anos se oferecia sacrifícios em favor do seu povo, porém estes sacrifícios eram renovados a cada ano, porém Cristo se ofereceu de uma vez por todas. Terceira, Deus nos salvou em mercado de escravos, estávamos como servos da carne, mundo e diabo, Cristo nos comprou com um preço altíssimo que foi seu sangue perfeito, agora livres o servimos voluntariamente (STOTT, 2000, p.20).

Que preço sem igual que Jesus quis nos dá! Ele sabia que não valíamos tanto, mas Ele quis que valêssemos! Que tão grande amor nos demonstrou Jesus! O seu sacrifício só valeu tanto porque foi feito por alguém perfeito, assim seu sacrifício também foi perfeito, o que explanaremos a seguir.

3.2  O seu sacrifício é perfeito. V.19
“Mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo”.

O cordeiro descrito por Pedro para o sacrificio tinha algumas características descritas ao longo das Escrituras como: sem defeito, sem mancha, de um ano (Êx 12.5; Lv 3.6-7; Is 53.7; Jo 1.29; Lv 22.20-25). Esse cordeiro do VT era uma prefiguração de Cristo que morreu pelos pecados do seu povo, por ter vivido sem pecado pode salvar, pois seu sacrificio foi de maneira perfeita como atesta o autor aos Hebreus dizendo que

[26] Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus; [27] que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo (Hb 7.25-26).

O autor aos hebreus ainda traz outra descrição deste sacrificio perfeito de Cristo, no qual ele disse que

[14] Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. [15] Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. [16] Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno (Hb 4.14-16).

Estas passagens só corroboram com a passagem de Pedro que o sacrificio de Cristo foi perfeito e por isso podemos confiar inteiramente Nele. Por causa deste sacrificio é que somos santos (Hb 10.14), mas este sacrificio não é algo causado pelo homem, já foi planejado por Deus antes que existisse o mundo. Vamos ver esta outra verdade sobre a obra de Cristo?

3.3  O seu sacrifício tem base no propósito eterno de Deus. V.20a
“O qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo [...]”

O pacto da graça foi feito na eternidade pela Trindade, na qual as três pessoas possuem funções que se interligam para trazer a salvação ao pecador, sobre esta obra José Martins explicou que

A salvação pode ser definida como a trindade a nossa favor, na qual o Pai planejou, o Filho executou, e o Espírito Santo aplicou esta obra na vida do salvo, porém, a parte que este pacto uma visibilidade maior foi a obra de Cristo executada na história, porém, planejada na eternidade de maneira que os meios levam aos fins para os quais o pacto foi planejado (MARTINS, 1999, p.40).

Este pacto já foi dito de relance que é executado na história, mesmo sendo planejado de maneira perfeita na eternidade, a partir de agora será trabalhado sobre o que o resultado histórico que este plano divino traz que é salvação ao seu povo.

3.4  O seu sacrifício resulta na salvação do seu povo no presente. V.20b
“[...] mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós”.

O Senhor disse que seu Filho veio na plenitude do tempo (Gl 4.4), ou seja, veio no tempo propício, o império romano à época construiu estradas, unificou a língua o que tronou mais fácil a divulgação do evangelho. Sobre a esta salvação Louis Berkhof escreveu algumas linhas afirmando a salvação como

[...] a salvação de destaca proeminentemente como a obra de Deus [...] nós honramos a Deus como autor da nossa salvação e como causa primária de todo ato redentor, não perdemos de vista o fato de que depois da redenção, o homem se apropria da salvação por meio da fé, coopera na santificação, mas a salvação não há mérito humano algum (BERKHOF, 1992, p.224)

Como salvos somos convidados a uma vida de santificação e boas obras. A salvação é um ato de Deus, e nós desenvolvemos esta salvação vivendo de modo que agrade a Deus, como o apóstolo Paulo diz que devemos viver de modo digno do evangelho (Fp 1.27), ou seja, se somos salvos, sejamos também santos. Mas, como é possível um pecador ter acesso à salvação que Deus providenciou? Isto será examinado abaixo.

3.5  O seu sacrifício exige de nós uma resposta: Fé confiante unicamente em Jesus. V.21
“Que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança estivessem em Deus”.

A Bíblia nem sempre traz fé no mesmo sentido. Existe a fé doutrinária que é o conjunto de doutrinas deixadas por Cristo e pelos apóstolos (Jd V.3); Existe a fé intelectual que é apenas acreditar que Deus existe, neste sentido até o diabo acredita em Deus (Tg 2.19), ainda existe a fé salvadora que é uma confiante entrega a Cristo para a salvação (Ef 2.8-9). Assim, alguém pode ter a fé doutrinária, intelectual e não ter a fé salvadora. A salvação é um presente de Deus, porém, o ser humano precisa recebê-la. Depois de receber a salvação pela fé, vem o processo de santificação também pela fé em Jesus! Você já recebeu a salvação pela fé? Já se santifica a cada dia?

CONCLUSÃO:
Vimos nesta mensagem um pouco sobre a santidade na vida do cristão, analisando que: Ela traz entendimento para a vida; implica em obediência ao Senhor e; é resultado do sacrifício de Cristo. Temos sido santos? Nossa vida é um exemplo a ser seguido? No ultimo subponto do terceiro ponto vimos ainda que o sacrifício de Cristo exige uma resposta que é fé somente em Jesus. Gostaria de fazer uma aplicação bem prática para sua vida. Eu pergunto em quem está depositada a sua fé? Jesus convida-o a depositar sua fé Nele a partir deste momento. Gostaria de depositar a fé em Jesus e descansar Nele. Você já fez isso? Gostaria de fazer isso nesta hora? Descanse em Jesus e confie a Ele todo o seu futuro

REFERÊNCIAS

A Bíblia de Estudo de Genebra. Referências e Notas de Rodapé. 2 ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

A Confissão de Fé de Westminster. Capítulo XIII – Da Santificação. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. 2 ed. Patrocínio-MG: CEIBEL, 1992.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo. Vl. 06. São Paulo: Editora Candeia, 1980.

MARTINS, José. O homem e a Salvação. 1 ed. Patrocínio-MG: CEIBEL, 1999.

RYLE, John Charles. Santidade Sem a Qual Ninguém Verá o Senhor. 4 ed. São José dos Campos-SP: Editora Fiel, 2002

STOTT, John. A Cruz de Cristo. São Paulo, 2000.

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Autor: Veronilton Paz da Silva – Presbítero na IPB Monteiro; Missionário Presbiteriano na cidade de Sumé-PB; Bacharel em Teologia pelo IBTH; Licenciado em Letras – Lingua Portuguesa pela UEPB; Formação de Evangelista/Missionário pelo CPO/IBN e CEIBEL.


2 comentários:

  1. Sermão profundo e edificante. Parabéns presbítero Veronilton Paz da Silva.

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    1. Obrigado! Quando escrevi, era presbítero, agora sou pastor ordenado.

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