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quarta-feira, 16 de março de 2022

OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO: O QUARTO BRADO: O BRADO DE ANGÚSTIA

TEXTO: MATEUS 27.46

“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

INTRODUÇÃO

Estamos dando uma série de mensagens sobre os Sete Brados do salvador na Cruz. Vimos que o primeiro brado foi de perdão; o segundo, de salvação, o terceiro, de afeição, hoje trataremos sobre o quarto brado, de angústia que é uma profecia do Salmo 22. Sobre este assunto, extrairemos algumas lições tendo como base o assunto e tema expostos.

ASSUNTO: OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO

TEMA: O QUARTO BRADO – O BRADO DE ANGÚSTIA

1. A ANGÚSTIA DE CRISTO FOI PORQUE TOMOU SOBRE SI NOSSO PECADO.

a) Aqui vemos a malignidade do pecado e o caráter de seu salário. Rm 6.23

A Escritura afirma que o pecado gera a morte, vejamos: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). A palavra morte usada aqui vem do grego “thanatos” e significa separação. Há três tipos de mortes: a) Morte física que é a separação do corpo do espírito (Tg 2.26). b) Morte espiritual que é a separação do homem de Deus (Ef 2.1). c) morte eterna que é a separação eterna de Deus (Jo 11.25,26). A angústia de Cristo era experimentando nossa morte por causa dos nossos pecados para nos libertar do pecado e nos oferecer vida eterna.

b) Aqui vemos a inabalável fidelidade a Deus do Salvador. Fp 2.8

Jesus foi fiel e obediente ao plano proposto por Deus até o momento crucial da sua vida, que foi a morte na cruz, mesmo sendo esquecido na cruz por causa dos nossos pecados, mas não voltou atrás, sobre isso Paulo afirma: “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8). Jesus enfrentou tudo isso, até a angústia por causa dos meus e dos seus pecados. E nós o que faremos por Ele? Já é crente, evangelize, viva em santidade. Não é crente, se converta a Ele!

c) A sua angústia demonstra o seu amor ao morrer por nós. Jo 15.13

Ele foi angustiado na cruz assumindo o nosso lugar, fez isso porque nos amou, conforme Ele mesmo declarou aos seus discípulos: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13). O brado de angústia de Cristo aconteceu para que nós fossemos acolhidos por seu amor. Jesus nos amou e naquela cruz escolheu ser angustiado em nosso lugar. QUE AMOR É ESSE?

2. A ANGÚSTIA DE CRISTO FOI PORQUE FOI ABANDONADO PELO PAI.

a) Aqui vemos a absoluta santidade e a inflexível justiça de Deus. Na 1.3

Deus é um juiz santo e justo, sendo assim não pode ver o pecado e não punir, devido a isto o profeta inspirado fala: “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés” (Na 1.3). Deus não inocenta o culpado, mas ele também é um Pai amoroso, então, colocou a angústia do nosso pecado na cruz sobre Jesus, fazendo-o culpado em nosso lugar. Devido a isto, Ao olhar para cruz, Deus enxergou o nosso pecado sobre o Filho e virou as costas para Ele, por isso Jesus grita na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt 27.46). Este seria nosso grito no inferno, mas Jesus assumiu nosso inferno na cruz para que recebêssemos o céu!!! ALELUIA!!!

b) Aqui vemos a separação que o pecado faz de Deus. Is 59.2

O pecado fez a pior coisa que poderia acontecer com o ser humano, a separação de Deus, conforme Isaías relata: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). O brado de angústia na cruz foi de separação do Pai, Ele estava sozinho na cruz, nosso pecado o separou do Pai para que nós nos uníssemos ao Pai para sempre. Se você ainda não tem Cristo, estás separado de Deus, mas se você hoje entregar hoje sua vida a Cristo, abandonando o pecado receberás Dele a vida eterna e o brado de angústia será substituído pelo de alegria.

c) Aqui vemos o alerta de Deus para que não vivamos em pecado. Jo 8.21

O pecado traz a condenação para quem vive e morre nesta prática, Cristo alertou as pessoas sobre isso: “De outra feita, lhes falou, dizendo: Vou retirar-me, e vós me procurareis, mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou vós não podeis ir” (Jo 8.21). O brado de angústia de Cristo na cruz substitui o grito de desespero que daríamos no inferno, mas todo aquele que rejeitar Jesus dará gritos desesperados no inferno e será tarde demais. Lembre do grito de angústia de Cristo na cruz e lembre que este pode ser seu grito no tormento eterno. Ainda há chance para você, abrace o tempo da oportunidade antes que seja tarde demais!

3. A ANGÚSTIA DE CRISTO ABRIU A PORTA PARA NOSSA FELICIDADE ETERNA

a) Ele na sua angústia abriu o caminho para recebermos a sua justiça. II Co 5.21

Cristo nos substitui na cruz tomando o nosso pecado sobre si e nos imputando sua justiça, vejamos: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (II Co 5.21). O brado de angústia que Cristo deu na cruz era o grito da nossa culpa, nós como culpados merecíamos o desprezo de Deus, Cristo como filho merecia o apreço de Deus. Na cruz aconteceu o oposto, Jesus tomou nossa culpa e nos ofereceu sua justiça. Devido a isto, ao olhar para cruz, Deus não viu seu Filho, mas nosso pecado e desprezou o Filho; quando Deus olha para os que pertencem a Cristo, Ele não vê nosso pecado, mas a justiça do seu Filho e nos aceita.

b) Ele na sua angústia abriu o caminho ao céu para todos os que Nele creem. Hb

Quando Cristo derramou seu sangue na cruz, Ele abriu um caminho vivo e permanente ao céu, vejamos: 19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10.19,20). Ao dar seu brado de angústia, Jesus estava abrindo o caminho para que todos os seus tivessem acesso à felicidade eterna através do caminho aberto no céu pelo seu sangue. O brado de angústia de Cristo nos abriu a porta para o brado de felicidade eterna pelo novo e vivo caminho que Ele preparou.

c) Ele na sua angústia abriu a porta para que fossemos aceitos por Deus. Rm 5.10

As Escrituras afirmam que o homem no seu estado natural é inimigo de Deus, sendo assim não pode ser aceito por Deus, mas quando Cristo o reconciliou com o Deus, Este o aceitou, vejamos: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10). O brado de angústia de Cristo na cruz fazia parte do plano de Deus para nos salvar. Seu brado era de alguém que foi desprezado por Deus para que nós fossemos aceitos por Ele.

CONCLUSÃO

Arthur W. Pink no livro Os Sete Brados do Salvador na Cruz faz uma aplicação que queremos aqui transcrever: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Eis aqui um Brado de Desolação — Leitor, possa você nunca ecoá-lo. Eis aqui um Brado de Separação — Leitor, possa você jamais experimentá-lo. Eis aqui um Brado de Expiação — Leitor, possa você apropriar-se de suas virtudes salvíficas. O brado de angústia de Jesus na cruz foi de desolação e separação de Deus, mas fez tudo isso para não precisarmos dar gritos de desespero no inferno. Ele assumiu nosso lugar, nosso inferno na cruz. Hoje você pode aceitar o Jesus que bradou de angústia na cruz e viver eterna felicidade ou pode rejeitá-lo e viver dando brados de angústias eternamente no inferno. Qual sua decisão?

REFERÊNCIAS

Bíblia de Estudo Genebra. 2 Ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

Bíblia Nova Almeida Atualizada. 3 Ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.

PINK, Arthur W. Os Sete brados do Salvador na Cruz do Calvário. Tradução Vanderson Moura da Silva. 1 Ed. São Paulo - SP: Monergismo, 2006

AUTOR: Pastor Veropnilton Paz da Silva

sábado, 12 de março de 2022

OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO: O TERCEIRO BRADO - O BRADO DE AFEIÇÃO

TEXTO: JOÃO 19.25-27

INTRODUÇÃO

Vimos na primeira mensagem sobre o brado de perdão, no qual Jesus intercede pelos transgressores; no segundo brado examinamos o Senhor dando um brado de salvação para um malfeitor moribundo. Continuando sobre os brados do salvador na cruz, nós vemos ele dá um brado de afeição para sua mãe, Maria e também para o seu discípulo João, sobre isso examinaremos algumas verdades segundo o assunto e tema expostos.

ASSUNTO: OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO

TEMA: O TERCEIRO BRADO – O BRADO DE AFEIÇÃO

I. A PROFECIA É CUMPRIDA SOBRE A MORTE JESUS.

a) A profecia de Isaías se cumpre, Ele é morto na cruz. Aquela cena na cruz já havia sido profetizada por Isaías, conforme observamos: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5). Esta profecia nos diz algumas verdades: 1. A causa daquele momento na cruz foram os nossos pecados (v.5a). 2. O seu castigo na cruz nos trouxe a paz (v.5b). 3. A sua ida a cruz nos curou espiritualmente (v.5c).

b) A profecia de Simeão se cumpre diante de Maria, Jesus é traspassado. Simeão havia profetizado sobre este momento, vejamos: 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações” (Lc 2.34-35). Algumas verdades: 1. Sua morte levaria uns à ruína (perdição) e outros ao levantamento (salvação) (Jo 3.18). 2. Ele seria alvo de contradição: Uns creriam e outros não (Jo 11.45-46). 3. Sua morte traria à tona o pensamento de muitos corações: Discípulos anônimos se revelaram, José e Nicodemus (Jo 19.38-39) e ímpios escondidos se revelaram, religiosos invejosos (Mt 27.18).

c) Toda profecia da Escritura se cumpre, nenhuma palavra cai por terra. Todas as profecias da Escritura têm um cumprimento certo em Jesus, vejamos; “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5.18). Pessoas menosprezadas pela sociedade da época como mulheres e um pescador estavam ali vendo o cumprimento da profecia sobre a morte de Jesus. Aquilo que é profecia da Escritura se cumprirá, inclusive a volta de Cristo, aguardemos!

II. JESUS ENTREGA SUA MÃE AO SEU DISCIPULO AMADO. V.27

a) Maria teve filhos e filhas, além de Jesus, com seu esposo José. Mt 13.55-56

Alguns alegam que Maria não teve filhos fora Jesus, isto não é verdade, vejamos: 55 Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? 56 Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? (Mt 13.55-56). O texto aqui trata de irmãos carnais por alguns motivos: 1. O texto cita o pai e mãe de Jesus como literais, irmãos também o são (v.55). 2. A palavra irmãos usada aqui é o grego “adelfos” (irmãos), se fossem primos a palavra seria “Sygenis” (v.55; Lc 1.36). 3. Jesus também teve irmãs que viviam em Nazaré (v.56). O dogma da virgindade perpétua de Maria é uma heresia, a Bíblia diz que ela teve outros filhos com seu esposo José.

b) Os irmãos carnais de Jesus não criam Nele. Jo 7.5

Apesar de ser irmãos carnais de Jesus e ter visto seus milagres (Jo 7.3-4), seus meios-irmãos continuaram incrédulos contra Jesus, vejamos: “Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele” (Jo 7.5). Jesus sabendo disso não deixou sua mãe aos cuidados deles, mas de João, que era um dos discípulos que tinha mais afinidade com o Senhor. Os seus irmãos converteram-se apenas após a ressurreição e são vistos integrando a igreja e novamente juntos de Maria (At 1.14).

c) João foi o discípulo mais próximo de Jesus, ele cuidaria bem da sua mãe. Jo 13.23

João era um discípulo que tinha afinidade profunda com Jesus, estava sempre junto a Ele, vejamos: “Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava” (Jo 13.23), o autor do quarto evangelho tinha tanta afinidade com Jesus que se destacava como porta vós dos outros discípulos (Jo 16.13.24). Foi a este discípulo tão amado que Jesus deixou sua mãe aos seus cuidados (Jo 19.27). Usar este texto para dizer que Jesus fez nesta passagem Maria mãe de todos os cristãos é usar o texto fora de contexto.

III. JESUS CUMPRIU A LEI DO SENHOR.

a) A lei dizia para honrar os pais, não os deixando desamparados. Êx 20.12

A lei do Senhor diz para honrar pai e mãe, como se observa no texto: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êx 20.12). Honrar pai e mãe não era somente tratá-los bem com respeito às palavras, mas também amparar os mesmos na velhice, devido a isto, Jesus criticou os fariseus e escribas porque ofertavam no templo para não cuidar dos pais na velhice (Mc 7.10-12).

b) Cristo cumpriu toda a Lei honrando sua mãe, não a desprezando. Mt 5.17

Cristo não revogou a Lei, mas cumpriu-a totalmente, assim sendo Ele honrou pai e mãe, segundo a passagem indica: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). Cristo não tirou a necessidade de guardamos a Lei, ele apenas retirou a maldição da Lei, não somos salvos ou condenados pela Lei, guardar a lei é uma consequência da salvação e não causa.

c) As relações espirituais não devem ignorar as responsabilidades naturais. I Tm 5.8

As Escrituras afirmam que não devemos desprezar os nossos familiares, mesmo descrentes, pois fazer isto é negar a fé em Cristo: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (I Tm 5.8). Jesus não negaria a sua própria Palavra, assim sendo, não desprezou sua mãe terrena, nenhum de nós deve abandonar nossos pais.

IV. CRISTO DECLAROU AFEIÇÃO E TAMBÉM FAZ ISSO CONOSCO. Jo 19.26-27

1. Jesus declarou afeição a sua mãe. Jesus não desprezou sua mãe terrena, mas a amparou: “Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19.26). Algumas lições:


a) Jesus a trata como mulher não como mãe, de modo respeitoso, mas não subserviente. Logo, Maria é mãe de Jesus como homem, mas não como Deus, pois Ele como Deus não tem pai, mãe, nem genealogia, princípio de dias ou fim de existência (Hb 7.3). 


b) Jesus a trata como mulher, ele também nos trata com afeição. A Escritura diz que Ele amou os seus que estavam no mundo até o fim (Jo 13.1). 

c) Jesus a trata como mulher, não a abandona nem também a nós. A Bíblia nos mostra que Ele jamais nos deixará nem nos abandonará (Hb 13.5).

2. Jesus declarou afeição por seu servo João. Jesus atenta para João segundo afirma a passagem: “Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (v.27).  Algumas verdades sobre este discípulo:

a) João era discípulo amado que se reclinava no peito de Jesus (Jo 13.23). 

b) João estava ao lado de Cristo na cruz (Jo 19.26). 

c) João viu Cristo glorificado (Ap 1.17-18): Ele caiu aos seus pés como morto, mas Jesus lhe disse não temas João, eu sou o primeiro e o último, estive morto, mas estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. (Ap 1.17-18). 

d) João foi agraciado com a confiança de Jesus (v.27): Recebeu a responsabilidade de Jesus para cuidar da sua mãe. 

Jesus tem afeição pelos discípulos, especialmente por aqueles que buscam viver uma vida de consagração e dedicação a Ele como João viveu.

CONCLUSÃO

Jesus dá o brado de afeição para a sua mãe, não a deixando desamparada e para o seu discípulo amado confiando nele para cuidar da sua mãe terrena: 25 E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26 Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. 27 Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (Jo 19.25-27). Ele demonstra afeição por nós e quer confiar o seu reino. Você quer ser alvo da afeição especial de Jesus para salvação? Precisa recebê-lo como seu Senhor e Salvador como Maria fez (Lc 1.46-47), e viver para Cristo totalmente como João fez. Quer fazer isso hoje?

REFERÊNCIAS

Bíblia de Estudo Genebra. 2 Ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

Bíblia Nova Almeida Atualizada. 3 Ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.

PINK, Arthur W. Os Sete brados do Salvador na Cruz do Calvário. Tradução Vanderson Moura da Silva. 1 Ed. São Paulo - SP: Monergismo, 2006.

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva

terça-feira, 8 de março de 2022

AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA: PERSEVERANÇA DOS SANTOS - LIÇÃO 6

TEXTO: FILIPENSES 1.6

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”.

INTRODUÇÃO

A perseverança dos santos é a doutrina que ensina sobre a certeza de salvação eterna. Esta doutrina traz segurança aos santos não apenas hoje, mas amanhã e sempre. Esta doutrina não é uma liberdade para o pecado, pois é a perseverança dos santos e não dos ímpios. Vamos estudar sobre a perseverança dos santos a partir destas linhas.

ASSUNTO: AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA

TEMA: PERSEVERANÇA E PRESERVAÇÃO DOS SANTOS - O SANTO PERSEVERA PORQUE DEUS O PRESERVA SALVO

1. ESTUDANDO SOBRE PERSEVERANÇA.

Quando estudamos sobre a perseverança dos santos, devemos entender biblicamente que se há perseverança, não há perdição para os que perseveraram, mas há um problema com as más interpretações, pois alguns dizem que o homem persevera por seu próprio esforço e vence as lutas por sua própria conta e risco, assim sendo, não haveria intervenção de Deus nesta perseverança. Ao contrário disso veremos que Deus é quem preserva o salvo para que este persevere. Iremos abordar algumas lições importantes a seguir sobre o assunto.

I. Os salvos hão de perseverar neste estado até o fim.

A Escritura afirma que todos aqueles que perseverarem até o fim serão salvos (Mt 10.22), muitos então negam a doutrina da perseverança dos santos para defender que o salvo perde a salvação, mas precisamos entender que a perseverança é nos dada pelo próprio Deus, vejamos a seguir algumas verdades.

a) A obra da salvação é realizada por Deus. Fp. 1.6

Paulo afirma nesta passagem sobre uma boa obra (salvação) que Deus realiza no ser humano, observemos: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”. Sobre esta passagem algumas lições precisam ser enfatizadas:

1. Deus começou a obra. V.6a

A boa obra da salvação teve sua origem em Deus, consoante o texto indica: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós [...]” (v.6a). Deus planejou a salvação na eternidade (I Pe 1.20), executou ela na história através da obra de Jesus (I Pe 1.20) e aplica no coração pelo Espírito Santo, convencendo (Jo 16.8), tirando a cegueira espiritual (Ef 1.18), santificando (II Ts 2.13). A obra da salvação começa em Deus, Deus é a fonte da salvação!

2. Deus concluirá a obra. V.6b

O apóstolo ainda vai afirmar que Deus concluirá esta obra da salvação, conforme examinamos: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la [...]” (v.6b). Paulo não disse que Deus nos deixaria no meio do caminho, mas que concluiria esta obra de salvação. Deus nos afirma que nos tomará pela mão (Is 41.13), promete que aqueles que nele confiam não serão condenados (Sl 34.22), neste trecho, Paulo deixa bem claro que o mesmo Deus que começou concluirá a sua obra em nós, pois sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5). Crê que um salvo perde a salvação é deixar de confiar em Deus para confiar em sua própria força (Rm 9.16).

3. Deus consumará esta obra na volta de Jesus. V.6c

A consumação desta salvação se dará na volta de Cristo, conforme o texto afirma: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (v.6c). A volta de Jesus é o dia que ele consumará a salvação daqueles que o aguardam (Hb 9.28). A volta de Jesus será para fazer aquilo que já foi decretado na eternidade, pois tudo já foi predeterminado por Deus (At 4.25-28), e pessoas destinadas para vida eterna (At 13.48), a volta conclui esta certeza eterna (Fp 1.6).

b) A perseverança dos santos é segura. Jo 10.27-29

A salvação dos salvos é segura por Deus, conforme este texto nos afirma: (Jo 10.27-29). Além disso aquilo que Deus nos dá é irrevogável (Rm 11.29), Jesus trata no capitulo 10 de João de uma distinção entre quem é ovelha (eleitos, salvos) e quem não é ovelha (réprobos, perdidos), Ele vai afirmar que é a porta das ovelhas (v.7,9), o bom pastor que dá a vida pelas ovelhas (v.11,18), que iria unir suas ovelhas num rebanho (v.16), que aqueles que não criam não eram suas ovelhas (vv.22-26), depois Ele vai tratar nos versículos 27 a 29 da segurança da salvação das ovelhas, segundo veremos a seguir.

1. As suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. V.27

Cristo vai afirmar sobre as suas ovelhas uma marca especial que é ouvir a sua Palavra, averiguemos: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem ( Jo 10.27). Cristo afirma aqui algo interessante porque ouvir sua voz seria escutar a Palavra, pois a fé vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10.17), o Espírito nos guia à verdade da Palavra (Jo 16.13; 17.17), Deus age através da pregação para tirar a cegueira do coração (II Co 4.4-6), assim sendo, as ovelhas o ouvem, mas não somente ouvem elas o seguem, perseveram.

2. As suas ovelhas já foram conhecidas por Cristo desde a eternidade. Jo 10.27

As ovelhas de Cristo são conhecidas por Ele desde toda a eternidade, segundo dita a passagem: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” ( Jo 10.27). Somente Cristo conhece os que lhe pertencem (II Tm 2.19), nós podemos ter uma percepção de quem é de Cristo por uma vida de santidade (II Tm 2.19), de nós mesmos por uma percepção interna do Espírito Santo (Rm 8.16). Deus é soberano e já conheceu desde os tempos eternos (Ef 1.4-5), manifestou sua salvação na história para salvar aqueles que já conhecia desde a eternidade (At 13.48; I Pe 1.20).

3. As suas ovelhas recebem Dele a vida eterna e jamais irão se perder. Jo 10.28-29

Jesus faz uma garantia muito importante nesta passagem, vejamos: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais se perderão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10.28). Jesus faz garantias da salvação para o seu povo, vejamos: I. Ele nos dá a vida eterna no presente (v.28a), isto é, a salvação é para o dia de hoje (Lc 19.9; II Co 6.2). II. Ele nos preservará salvos no futuro (v.28b), ou seja, Ele nos garante que não perderemos a salvação (Fp 1.6; Ef  5.25-27; Jd v.24-25; Jo 5.24). III. Ele nos promete que ninguém nos arranca da sua mão (v.28c), portanto estamos seguros eternamente. IV. O Pai nos entregou ao Filho por seu propósito e poder e nos manterá seguros: “[...] ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.28b-29).

c) A perseverança dos santos e a vida cristã.

1. Os salvos permanecem em santidade. Ap 22.11; Hb 10.14

A revelação do Apocalipse traz Jesus falando através de João sobre esta diferença do justo para o injusto, vejamos: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se” (Ap 22.11). Aqui Ele diz existem dois tipos de pessoas: I. Aqueles que vivem na pratica do pecado (v.11a), estes permanecem na injustiça e na imundícia do pecado. II. Aqueles que vivem na prática da santidade (v.11b), estes permanecem na justiça e santidade. Não existe perseverança para o pecado, os santos perseveram em santidade, alguém que tem prazer na prática do pecado ainda não conhece a Deus (I Jo 3.6,9). Porém, a perseverança dos santos acontece por causa da ação de Cristo por nós de uma vez por todas, vejamos: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.14). A obra de Cristo na cruz, feita definitivamente garante a nossa perseverança.

2. Os salvos permanecem em Jesus. I Jo 4.13

Quando Deus nos salva, faz isso através de Cristo e os salvos irão permanecer no Senhor, sobre isso observamos: “Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito” (I Jo 4.13). Não há salvação fora de Cristo, assim sendo os salvos devem permanecer em Jesus, servindo a Ele, pois nossa salvação é em união com Ele, se alguém não está em Cristo, ainda não chegou à salvação.

3. Os salvos permanecem até o fim. Mt 24.13; Mc 13.13; Jd V.24-25; Ef 5.25-27

As Escrituras afirmam que os salvos perseveram até o fim, tratando sobre isso, tratando sobre os eventos que antecedem a vinda de Jesus, afirmou: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24.13). Ainda Jesus diz que estes eventos fazem parte da perseguição religiosa que acontecerá aos cristãos antes da sua vinda, mas estes deveriam perseverar e receberiam a recompensa: “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mc 13.13). A Escritura noutra passagem registra que os salvos irão perseverar, não por causa das suas forças, mas Deus, pelo seu poder preserva os salvos, vejamos: 24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, 25 ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!” (Jd vv.24-25). Algumas lições: I. Ele nos guarda de tropeços (v.24a). II. Ele nos apresenta imaculados diante de si (v.24b). III. Ele faz tudo isso para sua glória (v.25). Aliás, Paulo diz que Ele é que apresenta a igreja diante de si: 26 Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.26-27). Algumas verdades: I. Jesus é quem santifica a igreja (v.26a). II. Ele a santifica pela Palavra (v.26b). III. Ele é que apresentará a igreja pura diante Dele (v.27). Os salvos perseveram porque Cristo os faz perseverar (Fp 1.6), eles são guardados por Cristo, devido a isto perseveram até o fim, pois Ele até abreviou os dias da grande tribulação por causa dos eleitos para que não se percam (Mc 13.20).

II. A perseverança dos santos e o livro da vida.

O livro da vida é onde os nomes dos salvos foram inscritos (Fp 4.3), este livro foi escrito desde a fundação do mundo (Ap 17.8) e desde ali nomes já foram deixados de fora (Ap 13.8). Vamos examinar este assunto a seguir.

a) O nome dos salvos (vencedores) não serão apagados do livro da vida. Ap 3.5

O Senhor disse que aqueles que seu nome foi colocado no livro da vida não seria apagado, segundo está escrito: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). Algumas verdades sobre os vencedores (salvos): I. Estes viverão em santidade plena (v. 5a). II. Seu Nome não será apagado do livro da vida (v.5b). III. Terá o seu nome confessado no céu (v.5c). Estes vencedores são os eleitos segundo a passagem seguinte afirma: “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele” (Ap 17.14). O nome dos eleitos não será apagado do livro da vida, estes irão perseverar até o fim.

b) O nome dos perdidos, os seus nomes não foram escritos. Ap 13.8; 17.8

A Bíblia também afirma que os nomes dos perdidos, aqui trazendo um recorte sobre os perdidos que irão ceder, adorar e servir a besta, aqueles que seus nomes não foram escritos no livro da vida, vejamos: “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Outra passagem que afirma é Ap 17.8: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram inscritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Ap 17.8). Leia sua Bíblia e tire as ideias tolas da sua cabeça.

c) O livro da vida foi escrito desde a fundação do mundo. Ap 17.8

O livro da vida foi escrito antes da fundação do mundo, conforme o texto indica: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram inscritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Ap 17.8). Antes da fundação Deus já escreveu nomes no livro da vida e não os apagará (Ap 3.5) e também deixou nomes de fora.

APLICAÇÃO: A perseverança dos salvos se dá porque Deus é o autor da salvação e também consumador, Ele concluirá totalmente a obra (Fp 1.6). Esta obra que Ele realizou é segura, porque o próprio Jesus disse que suas ovelhas jamais se perderão, porque foi Ele que salvou e ninguém pode arrancá-las das mãos de Cristo e do Pai. O nome dos salvos já foi colocado no livro da vida antes da fundação do mundo e os nomes dos perdidos já foram deixados de fora. Deus é quem faz o salvo perseverar, sem Ele nada podemos fazer.

2. A TRINDADE E A PERSEVERANÇA DOS SANTOS.

A salvação pode ser definida como a Trindade a nosso favor, pois cada uma das pessoas da Santíssima Trindade atua em uma unidade para a salvação do eleito, atuando inclusive na preservação dos santos para que estes perseverem.

I. Deus Pai participa desta obra.

A perseverança dos santos acontece porque Deus Pai atua de modo ativo para que os salvos perseverem, pois se fossemos entregues a nós mesmos, nós estaríamos eternamente perdidos, devido a isto Deus Pai age efetivamente na perseverança dos santos, vejamos algumas lições.

a) A perseverança depende do seu propósito e poder. Ef 1.11; Jo 10.29

Deus Pai agiu realizando um propósito eterno, não segundo algo que Deus viu no homem, mas segundo o seu desígnio, cumpre o conselho da sua vontade, segundo está escrito: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Além do seu propósito, Deus Pai também demonstrou o poder para nos guardar salvos, conforme está escrito: “Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.29), nos versículos anteriores tratou-se sobre a segurança de salvação das ovelhas (vv.27-28), aqui também trata-se deste contexto indicando que as ovelhas perseveram salvas por causa do poder que o Pai entregou ao Filho, ninguém pode tirar as ovelhas da mão de Cristo e do Pai.

b) A perseverança depende do seu querer e realizar. Fp 2.13

Paulo fala aos irmãos de Filipos que eles deveriam desenvolver a salvação, trata aqui de santidade (Fp 2.12), alguns usam somente este verso para tratar sobre a responsabilidade humana, esquecem que no versículo seguinte afirma que esta vida de santidade que os salvos devem ter, acontece somente porque Deus age e intervém neles, vejamos: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13), o texto afirma duas verdades sobre a perseverança em santidade: 1. Deus coloca a vontade de perseverar em santidade (v.13a). 2. Deus coloca a ação de perseverar (v.13b). Deus é quem nos faz perseverar!

c) A perseverança depende Dele agindo no salvo. Jd v.24; I Pe 1.2; Fp 1.6

A Bíblia diz que o Pai pelo seu poder é que livra os salvos de tropeçar, Ele é que nos apresenta salvos, olhemos: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória” (Jd v.25). A obra da eleição é planejada na eternidade pelo Pai, conforme o texto indica: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.2). Ela será concluída por Deus, conforme o texto aponta: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). A salvação foi planejada por Deus, executada pelo Senhor e concluída por Ele.

II. Deus Filho participa da obra.

Deus Pai participa da obra da redenção, mas Deus Filho também opera esta obra em favor dos eleitos, vejamos:

a) A sua obra: Morte: ressurreição e intercessão, garante a perseverança. Rm 8.34; I Pe 1.2

Este texto vai dizer que a obra de Cristo garante a nossa segurança de salvação, conforme podemos observar: 33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Rm 8.33-34). A obra de Cristo garante não apenas que fomos salvos, mas que permaneceremos, pois Ele morreu, ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por nós, então acreditar que uma pessoa verdadeiramente salva pode perder a salvação é atentar contra a perfeição da obra de Cristo e dizer que sua intercessão não garante salvação.

Também aprendemos que Deus já elegeu os salvos antes da fundação e Cristo na sua obra salvaria os eleitos, vejamos: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.2). O texto trata de pessoas que Deus elegeu antes que houvesse mundo, mas foram salvas na história através da obra de Cristo, pela aspersão do seu sangue na cruz, ou seja, Cristo garante a salvação dos eleitos, Ele não apenas salva, mas preserva salvo.

b) A sua obra é eficaz porque Ele está vivo, assim a perseverança está garantida. Hb 7.22,25

A intercessão de Cristo é eficaz na preservação da nossa salvação, pois Ele está vivo para sempre, segundo consta na passagem: 22 por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. 25 Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). A intercessão de Cristo é eficaz por causa da sua ressurreição, pois temos um intercessor vivo que assegura que nossa salvação está segura, por isso Ele não salva parcialmente, mas totalmente!

c) A sua obra preserva o salvo, por isso a perseverança é eficaz. Jd. VV.1-2

Judas ao escrever sua carta, na saudação vai nos informar que cristo conserva os salvos no seu estado de salvação, vejamos: 1Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo, 2 a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados” (Jd vv.1-2). Além de dizer que Deus chamou (vocação eficaz), Ele nos amou (expiação particular) e nos guarda (perseverança dos santos), faz tudo isso em Cristo jesus. O termo guardado usado no texto vem do grego “Theterêmenois” e significa preservados, conservados ou mantidos, além disso está na voz passiva (Tendo sido preservados), a preservação do salvo é uma obra de Deus, o salvo não persevera por suas forças, mas Cristo persevera nele (Jo 15.5).

III. Deus Espírito Santo participa desta obra.

A Terceira Pessoa da Trindade, é peça ativa também na perseverança dos salvos, pois Ele age nos salvos, vejamos algumas ações do Espírito para preservar o salvo:

a) Santificando o salvo. I Pe 1.2; II Ts 2.13

O texto além de tratar da eleição de Deus Pai e da obra do Filho, mostra a aplicação do Espírito Santo no salvo, vejamos: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.2). O Espírito Santo é quem santifica o salvo levando-o à obediência, ou seja, sem o Espírito Santo ninguém seria salvo, mas por causa da sua atuação é que os eleitos são eternamente salvos.

Paulo noutra passagem afirma que é o Espírito que santifica o eleito para que Ele viva a fé na verdade, vejamos: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (II Ts 2.13). A doutrina da perseverança dos salvos é totalmente bíblica e Trinitariana!

b) Testificando com o coração do salvo que Ele pertence a Deus. Rm 8.16

O Espírito Santo age no coração trazendo o que os teólogos chamam de testemunho interno do Espírito, pois Ele confirma no espírito do salvo que ele é filho de Deus, de acordo com a passagem: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). O Espírito Santo age no nosso interior tirando a cegueira do coração (Ef 1.18), ao fazer isso, Ele testifica a verdade do evangelho no nosso coração, nos convence do pecado (Jo 16.8), para nos levar ao conhecimento de Cristo (Jo 14.26), então no nosso coração confirma o que Cristo fez em nosso favor e testifica nossa filiação a Deus.

c) Guiando o salvo à verdade. Jo 16.13

O Espírito Santo nos conduz à única verdade absoluta que é a Palavra de Deus, vejamos: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Qualquer ensino que, em nome do Espírito Santo faça coisas contrárias à Escritura, não pode vir do Espírito Santo. Jesus disse que conhecemos sobre a vida eterna pela Escritura (Jo 5.39), mas esta Palavra somente vai fazer um efeito salvador na nossa vida para salvação pela ação do Espírito Santo colocando a Palavra no nosso coração (II Co 4.4-6).

d) Garantindo que somos Dele. I Jo 4.13

O Espírito santo é a garantia que pertencemos a Deus e que permanecemos salvos Nele é a presença do Espírito Santo em nós, consoante afirma a passagem: “Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito” (I Jo 4.130). O Espírito habita somente nos que Deus salvou, a presença do Espírito Santo é a garantia que Ele permanece salvo. Isto nos faz perceber que as três pessoas da Trindade estão juntas na perseverança dos salvos. Nas próximas linhas estudaremos se existe a possibilidade de um apóstata ter sido um verdadeiro crente e ter perdido a salvação, vamos lá?

APLICAÇÃO: A Trindade participa da obra de perseverança dos santos. O Pai por seu propósito e poder (Jo 10.29) colocando a vontade e ação no salvo para que este queira perseverar (Fp 2.13), agindo no salvo (Jd v.24). O Filho participa da obra de perseverança dos salvos por sua obra, morte, ressurreição, assentar à direita de Deus e intercessão pelos salvos (Rm 8.34), sua obra a favor dos salvos é eficaz por que ele está vivo (Hb 7.25) e age diretamente no salvo (Jd vv.1-2). O Espírito Santo também participa da perseverança dos santos, pois santifica (II Ts 2.13), confirma que somos filhos de Deus (Rm 8.16), guia-os à verdade (Jo 16.13), garante que pertencemos a Deus (I Jo 4.13). A perseverança dos salvos é uma ação da Trindade, sem uma ação do Pai, Filho e Espírito Santo ninguém persevera. Se você aprendeu que o homem é que faz por merecer, esqueça isso e se apegue ao que a Escritura diz, sem o Deus Trino ninguém persevera.

3. A PERSEVERANÇA DOS SALVOS E APOSTASIA.

I. Hebreus 6.4-6 Trata de perda de salvação?

Há uma passagem que é muito usada para defender a perda de salvação, a passagem é esta: 4 É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, 6 e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.4-6). Será que este texto trata de perda de salvação como alguns alardeiam? Iremos verificar baseado no próprio texto e na Escritura que esta passagem não se aplica a verdadeiros crentes, vejamos:

a) Não, porque se este trecho tratasse disso qualquer pessoa que caísse não teria mais chance de se arrepender. V.6

Se de fato este texto estivesse falando sobre perda de salvação, então todas as pessoas que caíram ou tropeçaram não teriam mais salvação, vejamos: “E caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (v.6). O texto aqui não está falando de perda de salvação, basta ler o contexto.

b) Não, porque no contexto aqui eram judeus que abraçaram o cristianismo e queriam voltar atrás, não diz que eram salvos. V.6

O texto aqui não está tratando sobre pessoas que eram convertidas, mas pessoas que abraçaram o cristianismo, eles estavam querendo retornar ao judaísmo, devido a isto, o autor da carta afirma que estariam crucificando novamente o filho de Deus, o texto não diz que eram salvos: “e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (v.6).

c) Não, porque os termos iluminados, provados e participantes indica que tiveram contato com milagres escutaram a Palavra, mas isso não indica conversão. VV.4-5

Quando o texto afirma que foram iluminados, provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito santo, não se refere à salvação, mas que experimentaram curas, entenderam a Palavra e alguns até foram líderes da igreja, viram o poder de Deus ser derramado sobre a igreja, mas o texto não afirma que eram convertidos: 4 É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro” (v.4-5).

d) Não, porque o autor mais à frente faz um contraste entre os citados nesta passagem com os verdadeiros convertidos. VV.9-12

Uma prova muito forte contra a ideia de perda de salvação neste texto é que o contexto aponta para um contraste entre os citados anteriormente e os verdadeiros crentes citados aqui: 9 Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira. 10 Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. 11 Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança; 12 para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas” (Hb 6.9-12). A conjunção adversativa utilizada traz a ideia que o autor não iguala os cristãos verdadeiros com os citados antes, ou seja, não eram salvos que perderam a salvação, mas os citados anteriormente não eram convertidos.

e) Não, porque o autor indica que estes viviam em pecado, e quem vive em pecado não conhece a Deus. Hb 10.26; I Jo 3.6

Outra prova fortíssima contra a ideia de perda de salvação é que a carta afirma mais acima que aqueles citados anteriormente viviam deliberadamente em pecado, ou seja, praticavam o pecado de modo premeditado, vejamos: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados” (Hb 10.26). A Escritura afirma que aqueles que vivem na prática do pecado nunca conheceram a Deus, isto é, não eram salvos, vejamos: Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu” (I Jo 3.6). Se viviam no pecado não conheciam a Deus, não eram salvos. Portanto não há perda de salvação quando alguém apostata, ele nunca foi salvo!

II. Os apostatas nunca foram verdadeiros crentes. I Jo 2.19

O apóstolo João vai afirmar sobre os apostatas que eles não eram convertidos, fizeram parte da igreja visível, não da invisível: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (I Jo 2.19). Algumas lições importantes:

a) Eles passam um tempo dentro da igreja. V.19

Eles passam um tempo dentro da igreja, estão juntos nas festas religiosas, mas não são convertidos. Eles são a palha que passa um tempo dentro do trigo (Sl 1.4), joio dentro do trigo (Mt 13.25), a beira do caminho, pedras e espinhos que receberam a Palavra temporariamente (Mt 13.1-23), passa um tempo dentro do povo de Deus, mas não eram convertidos.

b) Eles depois saem de entre os verdadeiros crentes. V.19

Depois eles saem do meio do povo de Deus e passam a falar contra a verdade que aprenderam, afastaram-se não como um tropeço da vida cristã, mas como inimigos da cruz e do evangelho, como Alexandre, o latoeiro (II Tm 4.14), Himeneu e Alexandre (I Tm 1.18-20) e Fileto (II Tm 2.18), e outros que não se converteram, mas fizeram parte da igreja

c) Eles saíram, não porque perderam a salvação, mas porque não eram verdadeiros crentes. V.19

João vai concluir que eles saíram, não porque perderam a salvação, mas porque não eram salvos, os que não pertencem a Cristo irão ser tirados da congregação dos justos (Sl 1.5-6), eles são a palha que o Senhor irá tirar do seu povo e queimar em fogo inextinguível (Mt 3.11-12). Os apóstatas se voltam contra a fé não porque perderam a salvação, mas porque nunca foram salvos.

APLICAÇÃO: Examinamos que a carta aos hebreus estava falando sobre judeus que abraçaram o cristianismo e, devido as perseguições, queriam voltar para o judaísmo, eles viviam em pecado e estavam achando o cristianismo muito duro de seguir. Os textos lidos deixam bem claro que eles não eram convertidos, apenas tiveram contato com a pregação, milagres, entenderam a Palavra, mas não eram convertidos. João na sua carta deixa claro que os apóstatas não eram verdadeiros crentes (Jo 2.19), eles não perderam a salvação porque nunca foram salvos.

APLICAÇÃO FINAL: O salvo persevera até o fim, não por suas forças, mas por causa do poder de Deus que o faz perseverar. As Escrituras afirmam que o homem é salvo ou nunca foi salvo, não há meio termo. Você já é salvo? Persevera em seguir Jesus? Se não se volte para Ele agora e siga-o.

REFERÊNCIAS

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PIPER, John. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1 ed. São José dos Campos: Fiel, 2014.

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva.