TEXTO: FILIPENSES 1.6
“Estou
plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la
até ao Dia de Cristo Jesus”.
INTRODUÇÃO
A perseverança dos santos é a doutrina que
ensina sobre a certeza de salvação eterna. Esta doutrina traz segurança aos
santos não apenas hoje, mas amanhã e sempre. Esta doutrina não é uma liberdade
para o pecado, pois é a perseverança dos santos e não dos ímpios. Vamos estudar
sobre a perseverança dos santos a partir destas linhas.
ASSUNTO: AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA
TEMA: PERSEVERANÇA E PRESERVAÇÃO DOS SANTOS - O SANTO PERSEVERA PORQUE DEUS O PRESERVA SALVO
1. ESTUDANDO SOBRE PERSEVERANÇA.
Quando estudamos sobre a perseverança dos
santos, devemos entender biblicamente que se há perseverança, não há perdição
para os que perseveraram, mas há um problema com as más interpretações, pois
alguns dizem que o homem persevera por seu próprio esforço e vence as lutas por
sua própria conta e risco, assim sendo, não haveria intervenção de Deus nesta
perseverança. Ao contrário disso veremos que Deus é quem preserva o salvo para
que este persevere. Iremos abordar algumas lições importantes a seguir sobre o
assunto.
I. Os salvos hão de perseverar neste estado até o fim.
A Escritura afirma que todos aqueles que
perseverarem até o fim serão salvos (Mt 10.22), muitos então negam a doutrina
da perseverança dos santos para defender que o salvo perde a salvação, mas
precisamos entender que a perseverança é nos dada pelo próprio Deus, vejamos a
seguir algumas verdades.
a) A obra da salvação é realizada por Deus. Fp. 1.6
Paulo afirma
nesta passagem sobre uma boa obra (salvação) que Deus realiza no ser humano,
observemos: “Estou plenamente certo de que
aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo
Jesus”. Sobre esta passagem algumas lições precisam ser enfatizadas:
1. Deus começou a obra. V.6a
A boa obra da salvação teve sua origem em
Deus, consoante o texto indica: “Estou plenamente certo de que aquele
que começou boa obra em vós [...]” (v.6a). Deus planejou a salvação na eternidade (I Pe
1.20), executou ela na história através da obra de Jesus (I Pe 1.20) e aplica
no coração pelo Espírito Santo, convencendo (Jo 16.8), tirando a cegueira
espiritual (Ef 1.18), santificando (II Ts 2.13). A obra da salvação começa em
Deus, Deus é a fonte da salvação!
2. Deus concluirá a obra. V.6b
O apóstolo ainda vai afirmar que Deus
concluirá esta obra da salvação, conforme examinamos: “Estou
plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la
[...]”
(v.6b). Paulo não disse que Deus nos deixaria no meio do caminho, mas que
concluiria esta obra de salvação. Deus nos afirma que nos tomará pela mão (Is
41.13), promete que aqueles que nele confiam não serão condenados (Sl 34.22),
neste trecho, Paulo deixa bem claro que o mesmo Deus que começou concluirá a
sua obra em nós, pois sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5). Crê que um salvo
perde a salvação é deixar de confiar em Deus para confiar em sua própria força
(Rm 9.16).
3. Deus consumará esta obra na volta de Jesus. V.6c
A consumação desta salvação se dará na
volta de Cristo, conforme o texto afirma: “Estou plenamente certo de que aquele
que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (v.6c). A volta
de Jesus é o dia que ele consumará a salvação daqueles que o aguardam (Hb
9.28). A volta de Jesus será para fazer aquilo que já foi decretado na
eternidade, pois tudo já foi predeterminado por Deus (At 4.25-28), e pessoas
destinadas para vida eterna (At 13.48), a volta conclui esta certeza eterna (Fp
1.6).
b) A perseverança dos santos é segura. Jo 10.27-29
A salvação dos salvos é segura por Deus,
conforme este texto nos afirma: (Jo 10.27-29). Além disso aquilo que Deus nos
dá é irrevogável (Rm 11.29), Jesus trata no capitulo 10 de João de uma
distinção entre quem é ovelha (eleitos, salvos) e quem não é ovelha (réprobos,
perdidos), Ele vai afirmar que é a porta das ovelhas (v.7,9), o bom pastor que
dá a vida pelas ovelhas (v.11,18), que iria unir suas ovelhas num rebanho (v.16),
que aqueles que não criam não eram suas ovelhas (vv.22-26), depois Ele vai
tratar nos versículos 27 a 29 da segurança da salvação das ovelhas, segundo
veremos a seguir.
1. As suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. V.27
Cristo vai afirmar sobre as suas ovelhas
uma marca especial que é ouvir a sua Palavra, averiguemos: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me
seguem” ( Jo 10.27). Cristo afirma aqui algo interessante porque ouvir
sua voz seria escutar a Palavra, pois a fé vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10.17),
o Espírito nos guia à verdade da Palavra (Jo 16.13; 17.17), Deus age através da
pregação para tirar a cegueira do coração (II Co 4.4-6), assim sendo, as
ovelhas o ouvem, mas não somente ouvem elas o seguem, perseveram.
2. As suas ovelhas já foram conhecidas por Cristo desde a eternidade. Jo 10.27
As ovelhas de Cristo são conhecidas por
Ele desde toda a eternidade, segundo dita a passagem: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me
seguem” ( Jo 10.27). Somente Cristo conhece os que lhe pertencem (II Tm
2.19), nós podemos ter uma percepção de quem é de Cristo por uma vida de
santidade (II Tm 2.19), de nós mesmos por uma percepção interna do Espírito
Santo (Rm 8.16). Deus é soberano e já conheceu desde os tempos eternos (Ef
1.4-5), manifestou sua salvação na história para salvar aqueles que já conhecia
desde a eternidade (At 13.48; I Pe 1.20).
3. As suas ovelhas recebem Dele a vida eterna e jamais irão se perder. Jo 10.28-29
Jesus faz uma garantia muito importante nesta passagem, vejamos: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais se perderão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10.28). Jesus faz garantias da salvação para o seu povo, vejamos: I. Ele nos dá a vida eterna no presente (v.28a), isto é, a salvação é para o dia de hoje (Lc 19.9; II Co 6.2). II. Ele nos preservará salvos no futuro (v.28b), ou seja, Ele nos garante que não perderemos a salvação (Fp 1.6; Ef 5.25-27; Jd v.24-25; Jo 5.24). III. Ele nos promete que ninguém nos arranca da sua mão (v.28c), portanto estamos seguros eternamente. IV. O Pai nos entregou ao Filho por seu propósito e poder e nos manterá seguros: “[...] ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.28b-29).
c) A perseverança dos santos e a vida cristã.
1. Os salvos permanecem em santidade. Ap 22.11; Hb 10.14
A revelação do Apocalipse traz Jesus
falando através de João sobre esta diferença do justo para o injusto, vejamos: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o
imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo
continue a santificar-se” (Ap 22.11). Aqui Ele diz existem dois tipos de
pessoas: I. Aqueles que vivem na pratica do
pecado (v.11a), estes permanecem na injustiça e na imundícia do pecado.
II. Aqueles que vivem na prática da
santidade (v.11b), estes permanecem na justiça e santidade. Não existe
perseverança para o pecado, os santos perseveram em santidade, alguém que tem
prazer na prática do pecado ainda não conhece a Deus (I Jo 3.6,9). Porém, a
perseverança dos santos acontece por causa da ação de Cristo por nós de uma vez
por todas, vejamos: “Porque, com uma única
oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb
10.14). A obra de Cristo na cruz, feita definitivamente garante a nossa
perseverança.
2. Os salvos permanecem em Jesus. I Jo 4.13
Quando Deus nos salva, faz isso através
de Cristo e os salvos irão permanecer no Senhor, sobre isso observamos: “Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em
nós: em que nos deu do seu Espírito” (I Jo 4.13). Não há salvação fora de
Cristo, assim sendo os salvos devem permanecer em Jesus, servindo a Ele, pois
nossa salvação é em união com Ele, se alguém não está em Cristo, ainda não
chegou à salvação.
3. Os salvos permanecem até o fim. Mt 24.13; Mc 13.13; Jd V.24-25; Ef 5.25-27
As Escrituras afirmam que os salvos
perseveram até o fim, tratando sobre isso, tratando sobre os eventos que
antecedem a vinda de Jesus, afirmou: “Aquele,
porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24.13). Ainda Jesus
diz que estes eventos fazem parte da perseguição religiosa que acontecerá aos
cristãos antes da sua vinda, mas estes deveriam perseverar e receberiam a
recompensa: “Sereis odiados de todos por causa
do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mc
13.13). A Escritura noutra passagem registra que os salvos irão perseverar, não
por causa das suas forças, mas Deus, pelo seu poder preserva os salvos,
vejamos: “24 Ora, àquele que
é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação,
imaculados diante da sua glória, 25 ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor
nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora,
e por todos os séculos. Amém!” (Jd vv.24-25). Algumas lições: I. Ele
nos guarda de tropeços (v.24a). II. Ele nos apresenta imaculados diante
de si (v.24b). III. Ele faz tudo isso para sua glória (v.25). Aliás,
Paulo diz que Ele é que apresenta a igreja diante de si: “26 Para que a santificasse, tendo-a purificado por
meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula,
nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.26-27). Algumas
verdades: I. Jesus é quem santifica a igreja (v.26a). II. Ele a
santifica pela Palavra (v.26b). III. Ele é que apresentará a igreja pura
diante Dele (v.27). Os salvos perseveram porque Cristo os faz perseverar
(Fp 1.6), eles são guardados por Cristo, devido a isto perseveram até o fim,
pois Ele até abreviou os dias da grande tribulação por causa dos eleitos para
que não se percam (Mc 13.20).
II. A perseverança dos santos e o livro da vida.
O livro da vida é onde os nomes dos salvos
foram inscritos (Fp 4.3), este livro foi escrito desde a fundação do mundo (Ap
17.8) e desde ali nomes já foram deixados de fora (Ap 13.8). Vamos examinar
este assunto a seguir.
a) O nome dos salvos (vencedores) não serão apagados do livro da vida. Ap 3.5
O Senhor disse que aqueles que seu nome
foi colocado no livro da vida não seria apagado, segundo está escrito: “O vencedor será assim vestido de vestiduras
brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário,
confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5).
Algumas verdades sobre os vencedores (salvos): I. Estes viverão em santidade
plena (v. 5a). II. Seu Nome não será apagado do livro da vida
(v.5b). III. Terá o seu nome confessado no céu (v.5c). Estes vencedores
são os eleitos segundo a passagem seguinte afirma: “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o
Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e
fiéis que se acham com ele” (Ap 17.14). O nome dos eleitos não será apagado
do livro da vida, estes irão perseverar até o fim.
b) O nome dos perdidos, os seus nomes não foram escritos. Ap 13.8; 17.8
A Bíblia também afirma que os nomes dos
perdidos, aqui trazendo um recorte sobre os perdidos que irão ceder, adorar e
servir a besta, aqueles que seus nomes não foram escritos no livro da vida,
vejamos: “E adorá-la-ão todos os que habitam
sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do
Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Outra passagem
que afirma é Ap 17.8: “A besta que viste, era e
não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que
habitam sobre a terra, cujos nomes não foram inscritos no Livro da Vida desde a
fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá”
(Ap 17.8). Leia sua Bíblia e tire as ideias tolas da sua cabeça.
c) O livro da vida foi escrito desde a fundação do mundo. Ap 17.8
O livro da vida foi escrito antes da fundação do mundo, conforme o texto indica: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram inscritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Ap 17.8). Antes da fundação Deus já escreveu nomes no livro da vida e não os apagará (Ap 3.5) e também deixou nomes de fora.
APLICAÇÃO: A perseverança dos salvos se dá porque Deus é o autor da salvação e também consumador, Ele concluirá totalmente a obra (Fp 1.6). Esta obra que Ele realizou é segura, porque o próprio Jesus disse que suas ovelhas jamais se perderão, porque foi Ele que salvou e ninguém pode arrancá-las das mãos de Cristo e do Pai. O nome dos salvos já foi colocado no livro da vida antes da fundação do mundo e os nomes dos perdidos já foram deixados de fora. Deus é quem faz o salvo perseverar, sem Ele nada podemos fazer.
2. A TRINDADE E A PERSEVERANÇA DOS SANTOS.
A salvação pode ser definida como a
Trindade a nosso favor, pois cada uma das pessoas da Santíssima Trindade atua
em uma unidade para a salvação do eleito, atuando inclusive na preservação dos
santos para que estes perseverem.
I. Deus Pai participa desta obra.
A perseverança dos santos acontece porque
Deus Pai atua de modo ativo para que os salvos perseverem, pois se fossemos
entregues a nós mesmos, nós estaríamos eternamente perdidos, devido a isto Deus
Pai age efetivamente na perseverança dos santos, vejamos algumas lições.
a) A perseverança depende do seu propósito e poder. Ef 1.11; Jo 10.29
Deus Pai agiu realizando um propósito
eterno, não segundo algo que Deus viu no homem, mas segundo o seu desígnio,
cumpre o conselho da sua vontade, segundo está escrito: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo
o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade”
(Ef 1.11). Além do seu propósito, Deus Pai também demonstrou o poder para nos
guardar salvos, conforme está escrito: “Aquilo
que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”
(Jo 10.29), nos versículos anteriores tratou-se sobre a segurança de salvação
das ovelhas (vv.27-28), aqui também trata-se deste contexto indicando que as
ovelhas perseveram salvas por causa do poder que o Pai entregou ao Filho,
ninguém pode tirar as ovelhas da mão de Cristo e do Pai.
b) A perseverança depende do seu querer e realizar. Fp 2.13
Paulo fala aos irmãos de Filipos que eles
deveriam desenvolver a salvação, trata aqui de santidade (Fp 2.12), alguns usam
somente este verso para tratar sobre a responsabilidade humana, esquecem que no
versículo seguinte afirma que esta vida de santidade que os salvos devem ter,
acontece somente porque Deus age e intervém neles, vejamos: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13), o texto afirma duas
verdades sobre a perseverança em santidade: 1. Deus coloca a vontade de
perseverar em santidade (v.13a). 2. Deus coloca a ação de perseverar
(v.13b). Deus é quem nos faz perseverar!
c) A perseverança depende Dele agindo no salvo. Jd v.24; I Pe 1.2; Fp 1.6
A Bíblia diz que o Pai pelo seu poder é
que livra os salvos de tropeçar, Ele é que nos apresenta salvos, olhemos: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de
tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória”
(Jd v.25). A obra da eleição é planejada na eternidade pelo Pai, conforme o
texto indica: “Eleitos, segundo a presciência
de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do
sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.2).
Ela será concluída por Deus, conforme o texto aponta: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). A salvação foi planejada
por Deus, executada pelo Senhor e concluída por Ele.
II. Deus Filho participa da obra.
Deus Pai participa da obra da redenção, mas
Deus Filho também opera esta obra em favor dos eleitos, vejamos:
a) A sua obra: Morte: ressurreição e intercessão, garante a perseverança. Rm 8.34; I Pe 1.2
Este texto vai dizer que a obra de Cristo
garante a nossa segurança de salvação, conforme podemos observar: “33 Quem intentará acusação
contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou,
antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por
nós” (Rm
8.33-34). A obra de Cristo garante não apenas que fomos salvos, mas que
permaneceremos, pois Ele morreu, ressuscitou, está à direita de Deus e
intercede por nós, então acreditar que uma pessoa verdadeiramente salva pode
perder a salvação é atentar contra a perfeição da obra de Cristo e dizer que
sua intercessão não garante salvação.
Também aprendemos que Deus já elegeu os salvos antes da fundação e Cristo na sua obra salvaria os eleitos, vejamos: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.2). O texto trata de pessoas que Deus elegeu antes que houvesse mundo, mas foram salvas na história através da obra de Cristo, pela aspersão do seu sangue na cruz, ou seja, Cristo garante a salvação dos eleitos, Ele não apenas salva, mas preserva salvo.
b) A sua obra é eficaz porque Ele está vivo, assim a perseverança está garantida. Hb 7.22,25
A intercessão de Cristo é eficaz na
preservação da nossa salvação, pois Ele está vivo para sempre, segundo consta
na passagem: “22 por isso
mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. 25 Por isso, também pode salvar totalmente os que
por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). A
intercessão de Cristo é eficaz por causa da sua ressurreição, pois temos um
intercessor vivo que assegura que nossa salvação está segura, por isso Ele não
salva parcialmente, mas totalmente!
c) A sua obra preserva o salvo, por isso a perseverança é eficaz. Jd. VV.1-2
Judas ao escrever sua carta, na saudação
vai nos informar que cristo conserva os salvos no seu estado de salvação,
vejamos: “1Judas, servo de
Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em
Jesus Cristo, 2 a misericórdia,
a paz e o amor vos sejam multiplicados” (Jd vv.1-2).
Além de dizer que Deus chamou (vocação eficaz), Ele nos amou (expiação
particular) e nos guarda (perseverança dos santos), faz tudo isso em Cristo
jesus. O termo guardado usado no texto vem do grego “Theterêmenois” e
significa preservados, conservados ou mantidos, além disso está na voz passiva
(Tendo sido preservados), a preservação do salvo é uma obra de Deus, o salvo
não persevera por suas forças, mas Cristo persevera nele (Jo 15.5).
III. Deus Espírito Santo participa desta obra.
A Terceira Pessoa da Trindade, é peça
ativa também na perseverança dos salvos, pois Ele age nos salvos, vejamos
algumas ações do Espírito para preservar o salvo:
a) Santificando o salvo. I Pe 1.2; II Ts 2.13
O texto além de tratar da eleição de Deus
Pai e da obra do Filho, mostra a aplicação do Espírito Santo no salvo, vejamos:
“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em
santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus
Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.2). O Espírito Santo é
quem santifica o salvo levando-o à obediência, ou seja, sem o Espírito Santo
ninguém seria salvo, mas por causa da sua atuação é que os eleitos são
eternamente salvos.
Paulo noutra passagem afirma que é o Espírito que santifica o eleito para que Ele viva a fé na verdade, vejamos: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (II Ts 2.13). A doutrina da perseverança dos salvos é totalmente bíblica e Trinitariana!
b) Testificando com o coração do salvo que Ele pertence a Deus. Rm 8.16
O Espírito Santo age no coração trazendo
o que os teólogos chamam de testemunho interno do Espírito, pois Ele confirma no
espírito do salvo que ele é filho de Deus, de acordo com a passagem: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). O Espírito Santo age no nosso interior
tirando a cegueira do coração (Ef 1.18), ao fazer isso, Ele testifica a verdade
do evangelho no nosso coração, nos convence do pecado (Jo 16.8), para nos levar
ao conhecimento de Cristo (Jo 14.26), então no nosso coração confirma o que
Cristo fez em nosso favor e testifica nossa filiação a Deus.
c) Guiando o salvo à verdade. Jo 16.13
O Espírito Santo nos conduz à única
verdade absoluta que é a Palavra de Deus, vejamos: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Qualquer ensino que, em
nome do Espírito Santo faça coisas contrárias à Escritura, não pode vir do
Espírito Santo. Jesus disse que conhecemos sobre a vida eterna pela Escritura
(Jo 5.39), mas esta Palavra somente vai fazer um efeito salvador na nossa vida
para salvação pela ação do Espírito Santo colocando a Palavra no nosso coração
(II Co 4.4-6).
d) Garantindo que somos Dele. I Jo 4.13
O Espírito santo é a garantia que
pertencemos a Deus e que permanecemos salvos Nele é a presença do Espírito
Santo em nós, consoante afirma a passagem: “Nisto
conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu
Espírito” (I Jo 4.130). O Espírito habita somente nos que Deus salvou, a
presença do Espírito Santo é a garantia que Ele permanece salvo. Isto nos faz
perceber que as três pessoas da Trindade estão juntas na perseverança dos
salvos. Nas próximas linhas estudaremos se existe a possibilidade de um
apóstata ter sido um verdadeiro crente e ter perdido a salvação, vamos lá?
APLICAÇÃO: A Trindade participa da obra de perseverança dos santos. O Pai por seu propósito e poder (Jo 10.29) colocando a vontade e ação no salvo para que este queira perseverar (Fp 2.13), agindo no salvo (Jd v.24). O Filho participa da obra de perseverança dos salvos por sua obra, morte, ressurreição, assentar à direita de Deus e intercessão pelos salvos (Rm 8.34), sua obra a favor dos salvos é eficaz por que ele está vivo (Hb 7.25) e age diretamente no salvo (Jd vv.1-2). O Espírito Santo também participa da perseverança dos santos, pois santifica (II Ts 2.13), confirma que somos filhos de Deus (Rm 8.16), guia-os à verdade (Jo 16.13), garante que pertencemos a Deus (I Jo 4.13). A perseverança dos salvos é uma ação da Trindade, sem uma ação do Pai, Filho e Espírito Santo ninguém persevera. Se você aprendeu que o homem é que faz por merecer, esqueça isso e se apegue ao que a Escritura diz, sem o Deus Trino ninguém persevera.
3. A PERSEVERANÇA DOS SALVOS E APOSTASIA.
I. Hebreus 6.4-6 Trata de perda de salvação?
Há uma passagem que é muito usada para
defender a perda de salvação, a passagem é esta: “4
É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do
mundo vindouro, 6 e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los
para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o
Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb 6.4-6). Será que este texto trata de
perda de salvação como alguns alardeiam? Iremos verificar baseado no próprio
texto e na Escritura que esta passagem não se aplica a verdadeiros crentes,
vejamos:
a) Não, porque se este trecho tratasse disso qualquer pessoa que caísse não teria mais chance de se arrepender. V.6
Se de fato este texto estivesse falando
sobre perda de salvação, então todas as pessoas que caíram ou tropeçaram não
teriam mais salvação, vejamos: “E caíram, sim,
é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo,
estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia”
(v.6). O texto aqui não está falando de perda de salvação, basta ler o
contexto.
b) Não, porque no contexto aqui eram judeus que abraçaram o cristianismo e queriam voltar atrás, não diz que eram salvos. V.6
O texto aqui não está tratando sobre
pessoas que eram convertidas, mas pessoas que abraçaram o cristianismo, eles
estavam querendo retornar ao judaísmo, devido a isto, o autor da carta afirma
que estariam crucificando novamente o filho de Deus, o texto não diz que eram
salvos: “e caíram, sim, é impossível outra vez
renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si
mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (v.6).
c) Não, porque os termos iluminados, provados e participantes indica que tiveram contato com milagres escutaram a Palavra, mas isso não indica conversão. VV.4-5
Quando o texto afirma que foram iluminados, provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito santo, não se refere à salvação, mas que experimentaram curas, entenderam a Palavra e alguns até foram líderes da igreja, viram o poder de Deus ser derramado sobre a igreja, mas o texto não afirma que eram convertidos: “4 É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5 e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro” (v.4-5).
d) Não, porque o autor mais à frente faz um contraste entre os citados nesta passagem com os verdadeiros convertidos. VV.9-12
Uma prova muito forte contra a ideia de
perda de salvação neste texto é que o contexto aponta para um contraste entre
os citados anteriormente e os verdadeiros crentes citados aqui: “9 Quanto a vós outros,
todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e
pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira. 10 Porque Deus não é injusto para
ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu
nome, pois servistes e ainda servis aos santos. 11 Desejamos,
porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a
plena certeza da esperança; 12 para que não vos torneis
indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam
as promessas” (Hb 6.9-12). A conjunção adversativa
utilizada traz a ideia que o autor não iguala os cristãos verdadeiros com os
citados antes, ou seja, não eram salvos que perderam a salvação, mas os citados
anteriormente não eram convertidos.
e) Não, porque o autor indica que estes viviam em pecado, e quem vive em pecado não conhece a Deus. Hb 10.26; I Jo 3.6
Outra prova fortíssima contra a ideia de
perda de salvação é que a carta afirma mais acima que aqueles citados anteriormente
viviam deliberadamente em pecado, ou seja, praticavam o pecado de modo
premeditado, vejamos: “Porque, se vivermos
deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da
verdade, já não resta sacrifício pelos pecados” (Hb 10.26). A Escritura
afirma que aqueles que vivem na prática do pecado nunca conheceram a Deus, isto
é, não eram salvos, vejamos: Todo aquele que
permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o
conheceu” (I Jo 3.6). Se viviam no pecado não conheciam a Deus, não eram
salvos. Portanto não há perda de salvação quando alguém apostata, ele nunca foi
salvo!
II. Os apostatas nunca foram verdadeiros crentes. I Jo 2.19
O apóstolo João vai afirmar sobre os
apostatas que eles não eram convertidos, fizeram parte da igreja visível, não
da invisível: “Eles saíram de nosso meio;
entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam
permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que
nenhum deles é dos nossos” (I Jo 2.19). Algumas lições importantes:
a) Eles passam um tempo dentro da igreja. V.19
Eles passam um tempo dentro da igreja,
estão juntos nas festas religiosas, mas não são convertidos. Eles são a palha
que passa um tempo dentro do trigo (Sl 1.4), joio dentro do trigo (Mt 13.25), a
beira do caminho, pedras e espinhos que receberam a Palavra temporariamente (Mt
13.1-23), passa um tempo dentro do povo de Deus, mas não eram convertidos.
b) Eles depois saem de entre os verdadeiros crentes. V.19
Depois eles saem do meio do povo de Deus e
passam a falar contra a verdade que aprenderam, afastaram-se não como um
tropeço da vida cristã, mas como inimigos da cruz e do evangelho, como
Alexandre, o latoeiro (II Tm 4.14), Himeneu e Alexandre (I Tm 1.18-20) e Fileto
(II Tm 2.18), e outros que não se converteram, mas fizeram parte da igreja
c) Eles saíram, não porque perderam a salvação, mas porque não eram verdadeiros crentes. V.19
João vai concluir que eles saíram, não
porque perderam a salvação, mas porque não eram salvos, os que não pertencem a
Cristo irão ser tirados da congregação dos justos (Sl 1.5-6), eles são a palha
que o Senhor irá tirar do seu povo e queimar em fogo inextinguível (Mt 3.11-12).
Os apóstatas se voltam contra a fé não porque perderam a salvação, mas porque
nunca foram salvos.
APLICAÇÃO: Examinamos que a carta aos hebreus estava falando sobre judeus que abraçaram o cristianismo e, devido as perseguições, queriam voltar para o judaísmo, eles viviam em pecado e estavam achando o cristianismo muito duro de seguir. Os textos lidos deixam bem claro que eles não eram convertidos, apenas tiveram contato com a pregação, milagres, entenderam a Palavra, mas não eram convertidos. João na sua carta deixa claro que os apóstatas não eram verdadeiros crentes (Jo 2.19), eles não perderam a salvação porque nunca foram salvos.
APLICAÇÃO FINAL: O salvo persevera até o fim, não por suas forças, mas por causa do poder de Deus que o faz perseverar. As Escrituras afirmam que o homem é salvo ou nunca foi salvo, não há meio termo. Você já é salvo? Persevera em seguir Jesus? Se não se volte para Ele agora e siga-o.
REFERÊNCIAS
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BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. 1 Ed. Campinas - SP: LPC, 1985.
CASIMIRO, Arival e; CALLI, Paulo. Rede de Discípulado I. 1 Ed. 2012. Santa Bábabara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2012.
CASIMIRO, ARIVAL. Rede de Discipulado II. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2015.
MARTINS, José. O Homem e a Salvação. 1 Ed. Patrocínio - MG: CEIBEL, 1975
NASCIMENTO, Adão Carlos. Razão da Nossa Fé. 1 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
_________________________. O que Todo Presbiteriano Inteligente Precisa Saber. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste: Z3 Editora, 2007
_________________________. Curso de Catecúmenos. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2008.
O Breve Catecismo de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.
O Catecismo Maior de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.
Os Cânones de Dort. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.
PIPER, John. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1 ed. São José dos Campos: Fiel, 2014.
AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva.
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