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sábado, 12 de março de 2022

OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO: O TERCEIRO BRADO - O BRADO DE AFEIÇÃO

TEXTO: JOÃO 19.25-27

INTRODUÇÃO

Vimos na primeira mensagem sobre o brado de perdão, no qual Jesus intercede pelos transgressores; no segundo brado examinamos o Senhor dando um brado de salvação para um malfeitor moribundo. Continuando sobre os brados do salvador na cruz, nós vemos ele dá um brado de afeição para sua mãe, Maria e também para o seu discípulo João, sobre isso examinaremos algumas verdades segundo o assunto e tema expostos.

ASSUNTO: OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO

TEMA: O TERCEIRO BRADO – O BRADO DE AFEIÇÃO

I. A PROFECIA É CUMPRIDA SOBRE A MORTE JESUS.

a) A profecia de Isaías se cumpre, Ele é morto na cruz. Aquela cena na cruz já havia sido profetizada por Isaías, conforme observamos: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5). Esta profecia nos diz algumas verdades: 1. A causa daquele momento na cruz foram os nossos pecados (v.5a). 2. O seu castigo na cruz nos trouxe a paz (v.5b). 3. A sua ida a cruz nos curou espiritualmente (v.5c).

b) A profecia de Simeão se cumpre diante de Maria, Jesus é traspassado. Simeão havia profetizado sobre este momento, vejamos: 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações” (Lc 2.34-35). Algumas verdades: 1. Sua morte levaria uns à ruína (perdição) e outros ao levantamento (salvação) (Jo 3.18). 2. Ele seria alvo de contradição: Uns creriam e outros não (Jo 11.45-46). 3. Sua morte traria à tona o pensamento de muitos corações: Discípulos anônimos se revelaram, José e Nicodemus (Jo 19.38-39) e ímpios escondidos se revelaram, religiosos invejosos (Mt 27.18).

c) Toda profecia da Escritura se cumpre, nenhuma palavra cai por terra. Todas as profecias da Escritura têm um cumprimento certo em Jesus, vejamos; “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5.18). Pessoas menosprezadas pela sociedade da época como mulheres e um pescador estavam ali vendo o cumprimento da profecia sobre a morte de Jesus. Aquilo que é profecia da Escritura se cumprirá, inclusive a volta de Cristo, aguardemos!

II. JESUS ENTREGA SUA MÃE AO SEU DISCIPULO AMADO. V.27

a) Maria teve filhos e filhas, além de Jesus, com seu esposo José. Mt 13.55-56

Alguns alegam que Maria não teve filhos fora Jesus, isto não é verdade, vejamos: 55 Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? 56 Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto? (Mt 13.55-56). O texto aqui trata de irmãos carnais por alguns motivos: 1. O texto cita o pai e mãe de Jesus como literais, irmãos também o são (v.55). 2. A palavra irmãos usada aqui é o grego “adelfos” (irmãos), se fossem primos a palavra seria “Sygenis” (v.55; Lc 1.36). 3. Jesus também teve irmãs que viviam em Nazaré (v.56). O dogma da virgindade perpétua de Maria é uma heresia, a Bíblia diz que ela teve outros filhos com seu esposo José.

b) Os irmãos carnais de Jesus não criam Nele. Jo 7.5

Apesar de ser irmãos carnais de Jesus e ter visto seus milagres (Jo 7.3-4), seus meios-irmãos continuaram incrédulos contra Jesus, vejamos: “Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele” (Jo 7.5). Jesus sabendo disso não deixou sua mãe aos cuidados deles, mas de João, que era um dos discípulos que tinha mais afinidade com o Senhor. Os seus irmãos converteram-se apenas após a ressurreição e são vistos integrando a igreja e novamente juntos de Maria (At 1.14).

c) João foi o discípulo mais próximo de Jesus, ele cuidaria bem da sua mãe. Jo 13.23

João era um discípulo que tinha afinidade profunda com Jesus, estava sempre junto a Ele, vejamos: “Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava” (Jo 13.23), o autor do quarto evangelho tinha tanta afinidade com Jesus que se destacava como porta vós dos outros discípulos (Jo 16.13.24). Foi a este discípulo tão amado que Jesus deixou sua mãe aos seus cuidados (Jo 19.27). Usar este texto para dizer que Jesus fez nesta passagem Maria mãe de todos os cristãos é usar o texto fora de contexto.

III. JESUS CUMPRIU A LEI DO SENHOR.

a) A lei dizia para honrar os pais, não os deixando desamparados. Êx 20.12

A lei do Senhor diz para honrar pai e mãe, como se observa no texto: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êx 20.12). Honrar pai e mãe não era somente tratá-los bem com respeito às palavras, mas também amparar os mesmos na velhice, devido a isto, Jesus criticou os fariseus e escribas porque ofertavam no templo para não cuidar dos pais na velhice (Mc 7.10-12).

b) Cristo cumpriu toda a Lei honrando sua mãe, não a desprezando. Mt 5.17

Cristo não revogou a Lei, mas cumpriu-a totalmente, assim sendo Ele honrou pai e mãe, segundo a passagem indica: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). Cristo não tirou a necessidade de guardamos a Lei, ele apenas retirou a maldição da Lei, não somos salvos ou condenados pela Lei, guardar a lei é uma consequência da salvação e não causa.

c) As relações espirituais não devem ignorar as responsabilidades naturais. I Tm 5.8

As Escrituras afirmam que não devemos desprezar os nossos familiares, mesmo descrentes, pois fazer isto é negar a fé em Cristo: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (I Tm 5.8). Jesus não negaria a sua própria Palavra, assim sendo, não desprezou sua mãe terrena, nenhum de nós deve abandonar nossos pais.

IV. CRISTO DECLAROU AFEIÇÃO E TAMBÉM FAZ ISSO CONOSCO. Jo 19.26-27

1. Jesus declarou afeição a sua mãe. Jesus não desprezou sua mãe terrena, mas a amparou: “Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19.26). Algumas lições:


a) Jesus a trata como mulher não como mãe, de modo respeitoso, mas não subserviente. Logo, Maria é mãe de Jesus como homem, mas não como Deus, pois Ele como Deus não tem pai, mãe, nem genealogia, princípio de dias ou fim de existência (Hb 7.3). 


b) Jesus a trata como mulher, ele também nos trata com afeição. A Escritura diz que Ele amou os seus que estavam no mundo até o fim (Jo 13.1). 

c) Jesus a trata como mulher, não a abandona nem também a nós. A Bíblia nos mostra que Ele jamais nos deixará nem nos abandonará (Hb 13.5).

2. Jesus declarou afeição por seu servo João. Jesus atenta para João segundo afirma a passagem: “Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (v.27).  Algumas verdades sobre este discípulo:

a) João era discípulo amado que se reclinava no peito de Jesus (Jo 13.23). 

b) João estava ao lado de Cristo na cruz (Jo 19.26). 

c) João viu Cristo glorificado (Ap 1.17-18): Ele caiu aos seus pés como morto, mas Jesus lhe disse não temas João, eu sou o primeiro e o último, estive morto, mas estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. (Ap 1.17-18). 

d) João foi agraciado com a confiança de Jesus (v.27): Recebeu a responsabilidade de Jesus para cuidar da sua mãe. 

Jesus tem afeição pelos discípulos, especialmente por aqueles que buscam viver uma vida de consagração e dedicação a Ele como João viveu.

CONCLUSÃO

Jesus dá o brado de afeição para a sua mãe, não a deixando desamparada e para o seu discípulo amado confiando nele para cuidar da sua mãe terrena: 25 E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. 26 Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. 27 Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (Jo 19.25-27). Ele demonstra afeição por nós e quer confiar o seu reino. Você quer ser alvo da afeição especial de Jesus para salvação? Precisa recebê-lo como seu Senhor e Salvador como Maria fez (Lc 1.46-47), e viver para Cristo totalmente como João fez. Quer fazer isso hoje?

REFERÊNCIAS

Bíblia de Estudo Genebra. 2 Ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

Bíblia Nova Almeida Atualizada. 3 Ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.

PINK, Arthur W. Os Sete brados do Salvador na Cruz do Calvário. Tradução Vanderson Moura da Silva. 1 Ed. São Paulo - SP: Monergismo, 2006.

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva

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