Veredas da Justiça: Sermões que Edificam
TEXTO: I PEDRO 1.13-21
“[13] Portanto, cingindo os lombos do vosso
entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece
na revelação de Jesus Cristo. [14] Como filhos obedientes, não vos conformeis
às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância; [15] mas, como
é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso
procedimento; [16] porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou
santo. [17] E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas,
julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa
peregrinação, [18] sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como
prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por
tradição recebestes dos vossos pais, [19] mas com precioso sangue, como
de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, [20] o
qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto
no fim dos tempos por amor de vós, [21] que por ele credes em Deus, que
o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e
esperança estivessem em Deus.
INTRODUÇÃO:
O tema santidade diz o Bispo Anglicano J. C. Ryle
“não está em voga nos círculos evangélicos modernos, eles citam Paulo para
falar sobre a salvação gratuita, mas esquecem que o mesmo Paulo que falou sobre
a eleição divina, também falou sobre santidade de vida quando disse “[...] eu
esmurro [...]; [...] eu prossigo [...]; [...] eu corro [...]”. Seria correto
afirmar a eleição divina e também a responsabilidade de viver em santidade dos
eleitos”. Ryle (2002, p.12). Afirmo as palavras de Ryle, quem diz que é eleito,
deve viver uma vida santa para agradar ao seu Senhor.
Esta carta de Pedro segundo os melhores estudiosos
do assunto foi ditada por Pedro e escrita por Silas/Silvano, uma vez que o
grego empregado nela não era próprio de Pedro por ter poucas letras e o próprio
Apóstolo afirma ter escrito por meio dele que foi seu amanuense nesta leitura
(I Pe 5.12), Este livro é dividido da seguinte forma: 1. Saudação
(1.1-2); 2. A certeza da Salvação dos Cristãos (1.3-12) ; As Implicações da
Salvação (1.13-3.12); O sofrimento e o Serviço do Cristão (3.13-5.11); Saudações
Finais (5.12-14). Esta mensagem está na parte que trata sobre as implicações da
salvação, ou seja, o que deve acontecer conosco depois da salvação, que é a
santificação. Trataremos deste assunto baseado no tema abaixo:
TEMA: A SANTIDADE NA VIDA DO CRISTÃO
1. TRAZ ENTENDIMENTO PARA A
VIDA. V.13
1.1 O cristão entendido é sóbrio. V.13a
“Portanto, cingindo os lombos do vosso
entendimento, sede sóbrios [...]”
No comentário de Champlin versículo por versículo ele diz que cingir o
entendimento é facilitar a ação, como se facilita andar quando se coloca a
roupa com cinto, buscando viver de acordo com as virtudes cristãs em preparação
e cultivo das faculdades mentais com espiritualidade, vejamos um trecho da obra
abaixo:
“[...] cindindo o vosso
entendimento [...]” Nos países orientais, o cingir os lombos significava meter a blusa para
dentro do cinto, para possibilitar a ação rápida, sem o empecilho de vestes
flutuantes e frouxas. Na conexão espiritual ou moral, pois, a prontidão e o
alerta espirituais estão em foco; a preparação e o cultivo das faculdades
mentais e espirituais são ordenados, através dos quais um homem pode demonstrar
profunda espiritualidade, completa com o adorno de todas as virtudes cristãs
[...]” (CHAMPLIN, 1980, p.103)
A idéia de cingir o entendimento seria preparação
ativa para uma vida de vigor espiritual e constância, diminuindo assim o agir
da carne. Segundo o dicionário ... a palavra “sóbrio” significa moderado,
contido no comer e no beber, que não se encontra sob o efeito de bebida
alcoólica; não intoxicado por álcool ou entorpecente. Também significa no dizer
de Matthew Henry “vigilância contra práticas que não condizem com a vida normal
e cristã (Henry, p.). Ou seja, qualquer prática que não condiga com a vida cristã
deve ser evitada, como: Alcoolismo, vícios, práticas sexuais contrárias à
Escritura, etc.
1.2 O cristão entendido espera unicamente na graça de
Cristo. V. 13b
“[...] e esperai inteiramente na graça que
se vos oferece na revelação de Jesus Cristo”.
O cristão deve esperar
na graça de Deus, quando adquirimos o entendimento que vem de Cristo, recebemos
potencial para esperar na graça de Deus, minimizando as circunstancias daqui e
maximizando a glória que virá sobre nós na vinda de Cristo, conforme explicado
por Champlin no trecho do comentário versículo por versículo, na qual ele diz
que
“[...]
esperai inteiramente na graça [...]. Uma graça especial (um dom
de Deus. administrado na salvação) lhes foi prometida (ver o décimo versículo e
as notas expositivas a respeito)? e agora os crentes são exortados a esperar
por isso de todo o coração e de mente alerta, para que a suposta importância do
presente mundo mau seja empanada, seja magnificada a importância do mundo
eterno em suas mentes e em suas almas. Essa graça será dada quando da parousia ou segundo
advento de Cristo, que Pedro chama, aqui
e no sétimo versículo, de revelação de Cristo (CHAMPLIN, , p.103)
Quando o cristão
dá mais importância ao mundo atual do que ao futuro de glória, deixa de olhar para
a vida cristã como algo que exija obediência e passa a viver da maneira que as
pessoas do mundo vivem sem dá satisfação da vida a ninguém. O evangelho não é
uma colônia de pessoas autônomas, mas uma associação de pessoas que obedecem ao
seu Senhor Jesus por meio da sua igreja. A partir das próximas linhas serão
trazidas algumas implicações da vida de santidade que é obediência ao Senhor,
vamos em frente?
2. IMPLICA EM
OBEDIÊNCIA AO SENHOR. V. 14 – 17
A palavra “santo” no hebraico é “Kadoshi” que
significa cortar ou separar, no grego santo é “hágion” e além de significar
cortar ou separar também significa transformar ou renovar. Louis Berkhof traz
uma explicação sobre isso dizendo que
[...] Santificar (kadoshi) no hebraico deriva de uma
palavra que significa cortar ou separar [...] no grego neotestamentário tem
essa idéia primária de separar, e a idéia secundária de transformar ou renovar
(BERKHOF, 1992, P.257).
Ser santo seria ser separado e transformado por Deus para o seu
serviço, pois como dizia Calvino: Deus se serve de homens para realizar a sua
vontade” e sabemos que para usar Ele primeira limpa o vaso que quer usar para
que este viva para o seu agrado. A passagem lida tem uma ordem de Deus para nós
que é “ser santos”, e algumas implicações que uma vida de santidade traz para a
nossa vida, estas implicações serão estudadas a partir deste instante.
2.1 Quem obedece
não volta às práticas pregressas. V.14
“Como filhos obedientes,
não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância”.
A Bíblia fala sobre a
santificação como algo que inicia em Deus, ele elegeu seu povo para ser santo e
irrepreensível (Ef 1.4), mas que tem a cooperação do ser humano, pois a
salvação é um dom de Deus (Ef 2.8-9), mas o desenvolvimento da salvação
(santificação) é algo que o homem participa (Fp 2.12), devido a isto que o
salvo não pode viver como vivia antes de conhecer a Cristo, mas ter uma nova
vida em Cristo (II Co 5.17). Assim, não possamos viver tendo saudades do tempo
de vida pregressa.
2.2 Quem obedece
busca parecer com Jesus. V. 15a
“Mas, como é santo
aquele que vos chamou [...]”
O homem foi criado à
imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), com a queda esta imagem foi deturpada
pelo pecado, mas Cristo veio para restaurar esta imagem, isto é feito em um
progresso. José Martins falando sobre santificação disse que
A santificação
pode ser conhecida de três formas: 1. Santificação definitiva, que é o perdão
dos pecados quando é alcançado por Cristo (I Co 1.2); 2. A santificação final,
o estado de glória, quando chegarmos na glória, pois nós o veremos como Ele é (I
Jo 3.2); 3. Santificação progressiva, o crescimento espiritual (), o desenvolvimento
da salvação, como disse Paulo é o prosseguir para o alvo (Ef 4.15; Fp 2.12; Fp
3.12-16). Mas importante dizer que sem a santificação definitiva que Cristo fez
quando perdoou os nossos delitos, não passaríamos pela progressiva nem
chegaríamos à final (MARTINS, 1999, p.35).
Por sua vez o Rev. Luiz Ricardo Monteiro da Cruz disse que buscar ser
santo, significa ir em busca de ser parecido com Jesus. Ser parecido com Jesus
é buscar imitá-lo em tudo, tentar com todas as forças da alma parecer com Ele,
devido a isto que o apostolo Pedro continua falando nesta passagem que esta
busca por santidade deve ser em todo o viver, questão esta examinada a seguir.
2.3 Quem obedece
busca santidade em todo seu procedimento. V.15b-16
“[15] [...] sede vós também santos em todo o
vosso procedimento; [16] porquanto está escrito: Sereis santos,
porque eu sou santo”.
A santidade ela nos faz viver a vida de
Cristo aqui na terra, como se pode observar na vida dos primeiros convertidos
na Igreja primitiva, a vida deles era o próprio evangelho, viviam alegremente a
vida cristã de modo agradável e Deus e o Senhor acrescentava os salvos à
comunidade cristã (At 2.42-47), pois o seu procedimento era santo. Champlin
falando sobre este processo de santificação e a extensão do mesmo para a vida
do cristão disse que
Essa santidade deve controlar a vida presente; e
haverá de dominar totalmente a vida nos lugares celestiais. Os remidos não
serão apenas pessoas sem pecado; compartilharão de toda a plenitude de Deus-,
isto é, de suas perfeições e poderes, conforme estes são exibidos em Cristo,
com base na participação da natureza divina, por parte dos remidos (ver l! Ped.
1:4: Ef. 3.19 e Col 2.10) (CHAMPLIN, p.104).
O apostolo Pedro
também tinha esta idéia de que a santificação deve influenciar toda a vida do
crente em tudo que fizer. Se observarmos a vida de Calvino em Genebra, ele
influenciou toda aquela nação com um padrão cristão de cuidado dos pobres,
diminuição dos juros dos bancos, construção de saneamento, médico domiciliar
para viúvas, idosos, crianças e deficientes e para atendimento gratuito à
população pobre, para ele toda nossa vida deve ser santa porque tudo que
fazemos é um culto a Deus. Além da vida
cristã ser influenciada pela santidade alcançada em Cristo, ela não é algo fixo
aqui, vivemos uma peregrinação e pensando nisto buscamos a santidade como um
ato continuo até chegar na pátria celeste e permanente, mas enquanto vivemos
aqui, façamos que nosso viver seja uma vida de temor ao Senhor, este é o
próximo ponto deste presente estudo.
2.4 Quem obedece
vive em temor ao Senhor durante a caminhada cristã. V. 17
“E, se invocais por Pai aquele que, sem
acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o
tempo da vossa peregrinação”.
O Rev. Erivan, ministro da Igreja
Presbiteriana Renascer, no ano 2006 esteve pregando no aniversário da SAF da
IPB Monteiro e ele trouxe uma mensagem que dizia: “A vida do crente é como um
deserto, não é um lugar fixo, é uma passagem, o lugar certo do crente é na Nova
Canaã”. Sim é verdade, a nossa vida aqui é como peregrinos e não como moradores
fixos, enquanto estamos vivendo aqui devemos viver em santidade, pois quem não
vive em santidade na peregrinação não pode chagar no lugar fixo (Hb 12.14), por
isto devemos viver em temor ao Senhor de maneira constante, pois nesta vida
presente após ser chamados e regenerados, passamos a viver esta luta continua
contra o pecado, porém, só se consegue esta vitória pelo socorro do Espírito
Santo. Tratando sobre isto a Confissão de Fé de Westminster no Capitulo XIII diz
que
I.Os que são eficazmente chamados e
regenerados, tendo criado em si um novo coração e um novo espírito, são além
disso santificados real e pessoalmente, pela virtude da morte e ressurreição de
Cristo, pela sua palavra e pelo seu Espírito, que neles habita; o domínio do
corpo do pecado é neles todo destruído, as suas várias concupiscências são mais
é mais enfraquecidas e mortificadas, e eles são mais e mais vivificados e
fortalecidos em todas as graças salvadores, para a prática da verdadeira
santidade, sem a qual ninguém verá a Deus. I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10;
Rom. 6:5-6; João 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13; Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24;
Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14. II. Esta santificação é no homem todo,
porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da
corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a carne lutando
contra o espírito e o espírito contra a carne. I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil.
3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11. III.
Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam,
contudo, pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo,
a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graça,
aperfeiçoando a santidade no temor de Deus. Rom. 7:23, e 6:14; I João 5:4; Ef.
4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1 (CFW, Cap. XIII, Seção I-III).
Examinando esta parte deste importante
documento confessional, vê-se que só se pode ser santo quem é eficazmente
chamados e regenerados, sendo imperfeita nesta vida, deve ser constante e só
pode ser realizada mediante o socorro do Espírito Santo, pelo qual os crentes
crescem no temor ao Senhor. Importante dizer que esta obra só é possível por
causa da obra perfeita e única feita por Cristo Jesus na cruz do calvário, isto
será exposto a partir deste instante.
3. É RESULTADO DO
SACRIFÍCIO DE CRISTO. V. 18 – 21
O processo de santificação só é possível porque Cristo realizou uma
obra perfeita e completa em favor dos que estão sendo santificados agora no
presente e o autor da carta aos Hebreus disse que
[10] Nesta vontade é que é que temos sido santificados,
mediante a oferta do corpo de Jesus, uma vez por todas. [11] Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o
serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca
jamais podem remover pecados; [12]
Jesus, porém, tendo oferecido para sempre, um único sacrifício pelos pecados,
assentou-se à destra de Deus, [13]
aguardando, daí em diante, até que seus inimigos sejam postos por estrado dos
seus pés. [14] Porque, com uma única
oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados (Hebreus
10.10-14).
O apóstolo Pedro também traz uma idéia de que
o sacrifício de Cristo é que favorece que os salvos se santifiquem como nesta
passagem em que trata sobre a prática da vida cristã que é chamada de
santificação, encerra no intervalo dos versículos 18 a 21 tratando sobre a obra
vicária de Cristo em favor do seu povo, por se tratar neste contexto sobre
santidade de vida, este trecho necessariamente também está tratando sobre a
mesma temática, porém agora comprovando que ser santo é resultado do ser salvo
por meio desta maravilhosa ação de Cristo, sendo esta obra sacrificial em favor
do seu povo. Pode-se trazer algumas questões pontuais sobre este sacrifício,
exauridos a partir no intervalo que se segue.
3.1 O seu
sacrifício tem um valor inigualável. V. 18
“Sabendo que não foi com coisas
corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de
viver, que por tradição recebestes dos vossos pais”.
A passagem acima trata de um negócio que
comumente era feito no mercado de escravos, no qual um Senhor coloca o preço
nos escravos, o termo “resgatados” de fato implica em um preço que era pago por
um escravo, e nós éramos escravos de três senhores carrascos chamados carne,
mundo e diabo (Rm 8.2-3; Ef. 2.1-3), mas Jesus pagou a redenção dos escravos
com o seu próprio sangue, não foi com coisas corruptíveis como prata ou ouro,
mas pelo precioso sangue de Jesus. Sobre esta redenção Jonh Stot disse que Deus
nos salvou em três lugares que foram
Primeiro, Jesus nos salvou no tribunal, quando nos absolveu das nossas faltas,
colocando o nosso pecado sobre Jesus e colocando a perfeita justiça de Cristo
sobre nós, ao passo que Deus quando olhou para Cristo na cruz ele viu nosso
pecado e virou as costas para seu filho ao ponto dele dizer: Deus meu, Deus meu
porque me desamparastes? Quando olha para nós não ver nosso pecado, mas a
perfeita justiça do seu filho e nos aceita como seus filhos. Segundo, Ele nos salvou no santuário,
era no santuário que todos os anos se oferecia sacrifícios em favor do seu
povo, porém estes sacrifícios eram renovados a cada ano, porém Cristo se ofereceu
de uma vez por todas. Terceira, Deus
nos salvou em mercado de escravos, estávamos como servos da carne, mundo e
diabo, Cristo nos comprou com um preço altíssimo que foi seu sangue perfeito,
agora livres o servimos voluntariamente (STOTT, 2000, p.20).
Que preço sem igual que Jesus quis nos dá!
Ele sabia que não valíamos tanto, mas Ele quis que valêssemos! Que tão grande
amor nos demonstrou Jesus! O seu sacrifício só valeu tanto porque foi feito por
alguém perfeito, assim seu sacrifício também foi perfeito, o que explanaremos a
seguir.
3.2 O seu
sacrifício é perfeito. V.19
“Mas com precioso sangue, como de um
cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo”.
O cordeiro descrito por Pedro para o
sacrificio tinha algumas características descritas ao longo das Escrituras como:
sem defeito, sem mancha, de um ano (Êx 12.5; Lv 3.6-7; Is 53.7; Jo 1.29; Lv
22.20-25). Esse cordeiro do VT era uma prefiguração de Cristo que morreu pelos
pecados do seu povo, por ter vivido sem pecado pode salvar, pois seu sacrificio
foi de maneira perfeita como atesta o autor aos Hebreus dizendo que
[26]
Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado
dos pecadores, e feito mais sublime que os céus; [27] que não necessita, como os
sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus
próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez por
todas, quando se ofereceu a si mesmo (Hb 7.25-26).
O autor aos hebreus ainda traz outra
descrição deste sacrificio perfeito de Cristo, no qual ele disse que
[14] Tendo,
portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus,
retenhamos firmemente a nossa confissão. [15] Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado. [16] Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono
da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos
socorridos no momento oportuno (Hb 4.14-16).
Estas passagens só corroboram com a passagem de Pedro que o sacrificio
de Cristo foi perfeito e por isso podemos confiar inteiramente Nele. Por causa
deste sacrificio é que somos santos (Hb 10.14), mas este sacrificio não é algo
causado pelo homem, já foi planejado por Deus antes que existisse o mundo.
Vamos ver esta outra verdade sobre a obra de Cristo?
3.3 O seu
sacrifício tem base no propósito eterno de Deus. V.20a
“O qual, na verdade, foi conhecido ainda
antes da fundação do mundo [...]”
O pacto da graça foi feito na eternidade
pela Trindade, na qual as três pessoas possuem funções que se interligam para
trazer a salvação ao pecador, sobre esta obra José Martins explicou que
A salvação pode ser
definida como a trindade a nossa favor, na qual o Pai planejou, o Filho
executou, e o Espírito Santo aplicou esta obra na vida do salvo, porém, a parte
que este pacto uma visibilidade maior foi a obra de Cristo executada na
história, porém, planejada na eternidade de maneira que os meios levam aos fins
para os quais o pacto foi planejado (MARTINS, 1999, p.40).
Este pacto já foi dito de relance que é
executado na história, mesmo sendo planejado de maneira perfeita na eternidade,
a partir de agora será trabalhado sobre o que o resultado histórico que este
plano divino traz que é salvação ao seu povo.
3.4 O seu
sacrifício resulta na salvação do seu povo no presente. V.20b
“[...] mas manifesto no fim dos tempos por
amor de vós”.
O Senhor disse que seu Filho veio na
plenitude do tempo (Gl 4.4), ou seja, veio no tempo propício, o império romano
à época construiu estradas, unificou a língua o que tronou mais fácil a
divulgação do evangelho. Sobre a esta salvação Louis Berkhof escreveu algumas
linhas afirmando a salvação como
[...] a salvação de destaca
proeminentemente como a obra de Deus [...] nós honramos a Deus como autor da
nossa salvação e como causa primária de todo ato redentor, não perdemos de
vista o fato de que depois da redenção, o homem se apropria da salvação por meio
da fé, coopera na santificação, mas a salvação não há mérito humano algum
(BERKHOF, 1992, p.224)
Como salvos somos convidados a uma vida de
santificação e boas obras. A salvação é um ato de Deus, e nós desenvolvemos
esta salvação vivendo de modo que agrade a Deus, como o apóstolo Paulo diz que
devemos viver de modo digno do evangelho (Fp 1.27), ou seja, se somos salvos,
sejamos também santos. Mas, como é possível um pecador ter acesso à salvação
que Deus providenciou? Isto será examinado abaixo.
3.5 O seu
sacrifício exige de nós uma resposta: Fé confiante unicamente em Jesus.
V.21
“Que por ele credes em Deus, que o
ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e
esperança estivessem em Deus”.
A Bíblia nem sempre traz fé no mesmo sentido.
Existe a fé doutrinária que é o conjunto de doutrinas deixadas por Cristo e
pelos apóstolos (Jd V.3); Existe a fé intelectual que é apenas acreditar que
Deus existe, neste sentido até o diabo acredita em Deus (Tg 2.19), ainda existe
a fé salvadora que é uma confiante entrega a Cristo para a salvação (Ef 2.8-9).
Assim, alguém pode ter a fé doutrinária, intelectual e não ter a fé salvadora.
A salvação é um presente de Deus, porém, o ser humano precisa recebê-la. Depois
de receber a salvação pela fé, vem o processo de santificação também pela fé em
Jesus! Você já recebeu a salvação pela fé? Já se santifica a cada dia?
CONCLUSÃO:
Vimos nesta mensagem um pouco sobre a santidade na
vida do cristão, analisando que: Ela traz entendimento para a vida; implica em
obediência ao Senhor e; é resultado do sacrifício de Cristo. Temos sido santos?
Nossa vida é um exemplo a ser seguido? No ultimo subponto do terceiro ponto
vimos ainda que o sacrifício de Cristo exige uma resposta que é fé somente em
Jesus. Gostaria de fazer uma aplicação bem prática para sua vida. Eu pergunto
em quem está depositada a sua fé? Jesus convida-o a depositar sua fé Nele a
partir deste momento. Gostaria de depositar a fé em Jesus e descansar Nele.
Você já fez isso? Gostaria de fazer isso nesta hora? Descanse em Jesus e confie
a Ele todo o seu futuro
REFERÊNCIAS
A Bíblia de Estudo de
Genebra. Referências e Notas de Rodapé.
2 ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
A Confissão de Fé de
Westminster. Capítulo XIII – Da Santificação.
São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. 2 ed.
Patrocínio-MG: CEIBEL, 1992.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo
Por Versículo. Vl. 06. São Paulo: Editora Candeia, 1980.
MARTINS, José. O
homem e a Salvação. 1 ed. Patrocínio-MG: CEIBEL, 1999.
RYLE, John Charles. Santidade Sem a Qual Ninguém Verá o Senhor. 4 ed. São José dos
Campos-SP: Editora Fiel, 2002
STOTT, John. A
Cruz de Cristo. São Paulo, 2000.
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Autor: Veronilton Paz da
Silva – Presbítero na IPB Monteiro; Missionário Presbiteriano na cidade de
Sumé-PB; Bacharel em Teologia pelo IBTH; Licenciado em Letras – Lingua
Portuguesa pela UEPB; Formação de Evangelista/Missionário pelo CPO/IBN e
CEIBEL.