TEXTO: Atos 16.6-10
TEMA: O CLAMOR MISSIONÁRIO
Objetivo: Perceber
que os campos estão maduros e que, apesar das barreiras, não se pode esmorecer
na obediência ao “Ide de Cristo”.
Introdução:
Os índices de
evangélicos são pequenos nas cidades do Sertão, mas muitos ao tomar
conhecimento do ensino e doutrina de igrejas sérias, demonstram o interesse em
conhecer mais do Filho de Deus, nosso Salvador, Jesus. Um trabalho missionário
sério é uma oportunidade de captar muitas almas, pois o clamor do nosso povo é para
ouvir o evangelho da salvação. Tudo isto só faremos se tivermos amor como Paulo
tinha por seus conterrâneos que orava a Deus por Israel para sua salvação (Rm
10.1), e queremos neste expor algumas coisas que se usam como desculpa por
pastores e igrejas, inclusive a nossa, para não plantar igrejas em cidades e
povoados pequenos, no ide de Jesus não diz Ide e pregai o evangelho a todas as
pessoas das grandes cidades e centros industriais que irão ter condições de ter
igrejas organizadas, mas pelo contrário ordena pregar a toda criatura.
Exposição:
1. UMA DAS BARREIRAS: LOCAIS
INÓSPITOS
As pequenas cidades
nos rincões distantes, desprovidas de recursos, trabalho, educação, lazer e
carentes de ação social para amenizar as suas diferenças, não se apresentam como
candidatas a serem ocupadas por igrejas e nem mesmo por atividades seculares,
que lhe tragam algum benefício. Mesmo as promessas de campanha dos políticos
ficam no esquecimento quando se trata do sertão, vi uma reportagem no site da
Rede Paraíba de Comunicação que o Pe. Djaci Brasileiro, muito envolvido nas
questões sociais vai fazer greve de fome, pois a transposição parou as obras
depois das eleições, lembramos da música do poeta: “Entra ano, sai ano e nada
vem e o sertão continua ao Deus dará”. Será que nós como igreja iremos fazer a
mesma coisa? E não venha com desculpa esfarrapada que a doutrina da eleição
divina ensina que não precisa evangelizar, pois a Bíblia diz que Deus já nos
elegeu antes da fundação do mundo (Ef 1.4), mas também diz que devemos pregar o
evangelho a toda criatura (Mc 16.15) e que a fé vem pelo ouvir a pregação da
Palavra de Deus (Rm 10.17) e como ouvirão se não há quem pregue (Rm 10.14).
Na verdade o sertão,
o interior, são lugares onde ninguém deseja morar, não só o médico, advogado,
juiz, mas também muitos pastores que estão nas capitais e grandes centros sendo
muitas vezes favorecidos por políticos e tendo benesses. O sertão é símbolo de
êxodo permanente e em especial em tempos de seca, sem estruturas, empregos e
com muitas dificuldades, não demonstrando nenhuma atração, embora já estejamos
vivendo no séc. XXI com toda modernidade e transformações pós-modernas e
globalizadas. Porém, Jesus não fez acepção por pequenos ou grandes lugares,
como tem sido feito nos dias de hoje. Existem igrejas que tem procurado
subordinar a conveniência de grupos ou situações econômicas para irem as
cidades plantar igrejas. São definidos por parâmetros: Populacional,
financeiro, social, etc., que justifiquem a plantação da igreja em determinada
cidade. O senhor Jesus e seus apóstolos manifestavam o desejo de alcançar a
todos os pecadores por onde eles estivessem, quer numa cidade grande, pequena
ou comunidade inóspita: “E aconteceu depois disto que, que andava de cidade em
cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de
Deus; e os doze iam com ele” (Lc 8.1). O importante para Jesus não é o tamanho
da cidade e sim a necessidade das pessoas que se encontram lá, elas são o alvo
da pregação da Palavra de Deus. Se estes lugares precisam de tudo para viver
como cidadãos, precisam de salvação para ser cidadãos do céu. Amém! Nos lugares
inóspitos, nós também devemos ir.
2. OUTRA BARREIRA É A IDOLATRIA
Além das condições de
atraso em que se encontram as cidades do Sertão, grande parte é idólatra e
algumas delas em pleno séc. XXI, perseguem e põem obstáculos à presença da
igreja do Senhor Jesus. Com respeito ao verdadeiro ensino bíblico são
totalmente ignorantes, e alguns nem crêem na Bíblia. Vivem em completa
ignorância e escuridão espiritual. As tradições dos pais interferem nos filhos,
é comum as pessoas dizerem: “Minha família é toda assim e eu vou no mesmo
caminho” e “Nasci assim, estou vivendo assim e vou morrer assim (a síndrome da
Gabriela). Quando um dos familiares é atraído para ouvir o evangelho é
perseguido pelos próprios familiares que preferem ver o filho morto, na
embriaguez, vícios outros, prostituição do que ver ele ser um crente. Minha
família quando conheci o evangelho, foi uma perseguição terrível a ponto de
minha mãe dizer: Você vai escolher entre eu
e o pastor, eu respondi que não escolhia nem ela nem o pastor, escolhi
Jesus.
As perseguições são
de todo tipo. Muitas são diretas. Aqui em Monteiro no inicio, esta igreja
sofreu todo tipo de retaliação como proibição de católicos encomendarem
costuras a Ir. Belinha que era excelente costureira, a ponto do Frade
Capuchinho Frei Damião juntou uma turba para vir quebrar tudo na casa da irmã
Belinha, dizendo: “Onde se mata Cobra? Os fiéis respondiam: “Na cabeça”, só não
conseguiu por causa da intervenção do Tenente Chaves que impediu aquela
atrocidade, vários irmãos foram expulsos de fazendas a pedido do Padre da época
por aceitarem a fé evangélica. Na cidade de Vilhena no Acre. O Rev. Luciano
Breder e sua esposa Dorcas iniciaram o trabalho missionário e uns vândalos,
bebarrões, quebraram uma imagem da santa padroeira da cidade e o pároco disse:
“Eu tenho certeza que foram os protestantes, vão lá no seu templo e quebrem
tudo, da mesma forma que fizeram com nossa mãe”. Eles foram e quebraram tudo,
depois colocaram fogo, nesta fogueira foi-se o piano de Dorcas que era um sonho
de criança e agora eram cinzas. Ele ficou triste, mas não parou de evangelizar.
Um casal de comerciantes o procurou de noite às escondidas e lhe disse: Pastor,
não concordamos com a ordem do Padre nem com os que queimaram sua igreja, eu e
minha esposa gostaríamos que o senhor falasse um pouco da sua religião, eles
ficaram durante um ano recebendo estudos
bíblicos de maneira secreta, aí procuraram o Padre e comunicaram sua decisão de
se tornarem evangélicos, o dito cujo, esculachou com eles e devido a isto um
grupo de pessoas que gostavam deles por serem pessoas sociáveis, que ajudavam
os mais pobres, saíram com eles para a nova igreja, foi reconstruído outro
templo de madeira, foi iniciado um discipulado e uma classe de catecúmenos e um
ano depois o pastor dava a ceia a 20 novos membros. Outra história aconteceu no
Oeste do Rio Grande do Norte, onde o Ministério Rumo ao Sertão do Rev. Marcos
Severo, pároco local foi na casa das pessoas pedindo que não os recebessem,
pois estavam falando mal de Maria, uma mentira absurda. Fez frases e colocou
nas casas, diziam as frases: “Obedecemos ao Papa, Veneramos Maria e Gostamos de
Jesus”. Muitos obedeceram e não abriram as portas e nem foram ao culto, mas no
dia-a-dia as pessoas foram conhecendo o pastor e sua família, com quatro anos,
a igreja Presbiteriana ali já contava com 50 membros e 30 congregados para
receberem o batismo. A ignorância e idolatria do povo não impede o crescimento
da igreja e não é motivo para deixar de semear. No Sítio Serrote, alguns
chegaram a dizer que era melhor vender aquela congregação que não estava indo
ninguém mais à igreja, não estavam indo porque o trabalho funcionava seis meses
e passava seis de portas fechadas, mas hoje temos um grupo de 15 crianças
recebendo lições da Palavra de Deus, aproximadamente 10 adolescentes e 04
adultos. O que precisamos é não desistir.
Enquanto estivermos
no mundo, aguardamos a volta do Senhor Jesus, as perseguições sempre existirão.
Paulo enfrentou muitas perseguições em sua época: “Mas os judeus incitaram
algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram
perseguição contra Paulo e Barnabé e os lançaram fora da cidade
3. O INCENTIVO É MAIOR QUE AS
BARREIRAS: OBEDIÊNCIA AO IDE
A missão da Igreja é
anunciar o evangelho para toda a criatura onde elas estiverem, pois elas são
fruto do amor de Deus. A igreja não deve escolher aqui ou ali, deve obedecer a
Palavra de Deus e estar disposta a pregar o evangelho como fez filipe para o
eunuco (At 8.26-39). Ele foi para um lugar deserto e falou exclusivamente para
uma pessoa no objetivo de atender ao mandado de Deus.
Nos lugares que
manifestarem facilidade para se pregar o evangelho ou nos lugares não atraentes,
não existe diferença, o papel da igreja é o mesmo. Não existem cidades difíceis
onde o evangelho não possa penetrar. Pode haver resistência ao evangelho em
razão da incredulidade e idolatria do povo. No entanto, o evangelho é o poder
de Deus e quem convence o homem do pecado, justiça e juízo é o Espirito Santo
(Jo 16.8). às vezes ouvimos testemunhos de pessoas que dizem que cidade tal é
muito difícil para o evangelho, pois o povo é idólatra. As pessoas podem ser
difíceis, mas não resistem ao chamado de Deus todos os eleitos, eles estão por
toda parte, quando ouvem a Palavra, são tocados pelo Espírito Santo, recebem a
salvação e a vida eterna. Mas, eles não tem o nome eleito escrito na testa, por
isso devemos pregar para todos.
O Rev. Luciano Breder
e sua esposa Dorcas, ele que era funcionário conceituado de uma multinacional,
deixou seus 15 salários da empresa por 05 da Junta de Missões Nacionais, um
lugar infestado de doenças, mas cumpriram sua missão deixando várias igrejas
organizadas no Acre e Mato Grosso.
A cidade de
Caiçarinha da Penha-PE, tinha 0% de crentes, pois as igrejas não queriam abrir
pela cidade ser pequena, o Rev. Rogério da IP de Serra Talhada-PE enviou meu
amigo e colega de CPO Jorge Macalé e sua esposa, hoje já tem um templo
presbiteriano na cidade e 25 membros. O que falta é amor pelas almas das
pequenas cidades, precisamos ir até elas e cumprir o chamado de Jesus. Pregar
sua Palavra e plantar igrejas.
Rev., José Gomes Sá
(Neto) agora inaugurou um trabalho com 143 membros só na Sede, mas já vem há
anos com um igreja na Zona Rural com uma média de 150 membros, passou por
lutas, perseguições, mas está lá a Igreja Presbiteriana de São José do Belmonte
organizada.
CONCLUSÃO:
Dentre as maiores dificuldades enfrentadas pelas
igrejas para irem aos lugares distantes ou aparentemente inacessíveis está a
ausência de pessoas dispostas a enfrentar as carências existentes, pois muitos
cristãos não têm atendido ao chamado de Deus para ir ao campo missionário: “E
como pregarão, se não forem enviados? “ (Rm 10.15). No Momento em que o
evangelho for pregado, os eleitos responderão satisfatoriamente e quebrarão as
barreiras do atraso, idolatria e perseguições, basta atender a ordem de pregar
o evangelho a toda criatura.
Glorias a Deus, a a obra avança.
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