Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ESTUDO TEMÁTICO - AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA - LIÇÃO 3

TEXTO: EFÉSIOS 1.4-5

4 assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”.

INTRODUÇÃO

A eleição de Deus é um ato incondicional da graça livre, dada por meio de seu filho Jesus, antes de o mundo existir. Por meio deste ato, Deus escolheu, antes da fundação do mundo, aqueles que seriam libertos da escravidão ao pecado e levados ao arrependimento e à fé salvadora em Jesus.

ASSUNTO: AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA

TEMA: ELEIÇÃO INCONDICIONAL - A SALVAÇÃO DEPENDE DA ELEIÇÃO DA GRAÇA E NÃO DAS OBRAS HUMANAS

1. A AUTORIA DA ELEIÇÃO: DEUS.

I. O homem está totalmente corrompido.

Vimos no segundo estudo que o homem é totalmente depravado em seu ser, com a sua mente, palavras e ações comprometidas, não há uma única parte no ser humano que o pecado não tenha atingido. O monge britânico Pelágio afirmou que o pecado apenas adoeceu o homem, sendo assim, este poderia por sua própria iniciativa buscar a Deus e chegar à perfeição ainda nesta vida, mas a Escritura afirma que o pecado matou o homem espiritualmente (Ef 2.1), vamos entender algumas lições.

a) Jamais poderia vir a Deus ou se preparar para isto. Jo 6.65

O homem sem Cristo não pode ir até Cristo devido à corrupção do seu coração, sem uma intervenção do Senhor, segundo as palavras do próprio Cristo: “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (Jo 6.65). O texto afirma aqui a incapaacidade total do homem de ir até Cristo sem que o próprio Deus o traga, conforme examinamos no verso 44: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.44), para completar Cristo diz que somente vai até até a Ele aqueles que o Pai lhe der, vejamos: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). O Pai trará ao Filho somente aqueles que Ele elegeu na eternidade, somente estes virão ao Filho.

b) Jamais poderia escolher Deus, por isso Deus o escolheu. Jo 15.16

Devido ao pecado e corrupção total do coração do homem, este jamais escolheria a Deus, pois o seu coração se tornou totalmente escravo do pecado, devido a isto, dentre toda humanidade caída, Deus escolheu alguns não por méritos, mas por pura graça e misericórdia, vejamos: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda” (Jo 15.16). O texto nos diz que: I. Não são os discípulos que escolhem Jesus, Jesus os escolhe (v.16a). II. A evidência que você é um escolhido de Deus é uma vida de frutos (v.16b). III. O escolhido de Deus tem uma vida constante de oração (v.16c). Jesus escolhe seus discipulos, e não o contrário.

c) Jamais poderia resgatar a si mesmo, por isso Cristo resgatou. Sl 49.7-8; Cl 2.14-15.

A Palavra de Deus fala da dívida impagável que o homem adquiriu ao pecar, vejamos: 7 Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate 8 (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre” (Sl 49.7-8). Deus sendo justo, não terá o culpado por inocente (Na 1.3), exige que toda dívida seja paga, assim sendo, a sentença de condenação é decretada ao ser humano. Todos nós deveríamos ser condenados diante de Deus. Porém, Cristo assumiu toda a dívida nossa, então, pagou e cancelou toda a dívida, vejamos: “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14). Cristo assumiu o nosso pecado e nos concedeu sua justiça, observe o texto seguinte: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (II Co 5.21). Quando Deus olha para os que estão em Cristo, não vê o seu pecado, mas a justiça de Cristo o cobrindo, somente os eleitos têm os seus pecados cobertos por Deus, seus pecados foram pagos na cruz.

II. Deus na eleição fez tudo para a salvação dos eleitos.

Quando Deus fez o decreto da eleição, Ele não apenas determinou os fins, mas também os meios pelos quais os eleitos chegariam à salvação, estes serão descritos a seguir.

a) Entregou a fé salvadora. Ef.2.8; Tt 1.1; II Ts 3.1-2

Alguns objetam quanto á doutrina da eleição dizendo que a salvação é por meio da fé, e por causa desta fé é que Deus elegeu porque apenas sabia quem iria ter fé, mas a Bíblia diz, não que Deus apenas sabia quem iria ter fé, mas que é Ele que dá a fé, segundo vemos: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Derrotados neste primeiro argumento, eles então alegam que dizer que Deus deu a fé, não significa que deu para alguns apenas, mas para todos, cabendo ao ser humano usá-la ou não. Porém, isto é falso porque a Bíblia não afirma apenas que Deus entregou a fé, mas que Ele a deu apenas aos eleitos, confira o texto: “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1). Deus deixa bem claro nesta passagem que apenas os seus eleitos receberão fé, devido a isto Paulo vai justamente colocar uma pá de cal neste falso ensino, afirmando que a fé não pertence a todos, segundo o texto seguinte nos ensina: 1 Finalmente, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague e seja glorificada, como também está acontecendo entre vós; 2 e para que sejamos livres dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos” (II Ts 3.1-2). Foi Deus que entregou a fé aos eleitos, somente a estes.

b) Entregou o arrependimento para a vida. At 5.31; At 11.18; Rm 2.9; II Co 7.9,10;

Deus além de entregar a fé salvadora também vai entregar o arrependimento para a vida, pois alguns dizem que a doutrina da eleição torna desnecessário o arrependimento, mas a Bíblia nos apresenta um Deus sábio e soberano que não faz nada pela metade, devido a isto, Ele que coloca o arrependimento no coração: I. Deus concedeu arrependimento aos judeus: “Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31), ou seja, nenhuma judeu se arrependeria sem uma ação de Deus. II. Deus entregou arrependimento aos gentios: ‘E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (At 11.18), sem esta ação de Deus os gentios não se arrependeriam. III. Deus concede arrependimento por causa da sua bondade: “Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.4), Deus não viu algo bom no homem, mas Ele concede arrependimento porque Ele é bom. IV. O arrependimento vem por uma tristeza causada por Deus que nos leva para voltar à Deus: 9 Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis. 10 Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (II Co 7.9,10), o texto traz dois tipos de tristezas, uma causado pelo mundo (remorso) que não leva a uma mudança e uma causada por Deus que nos leva à mudança e transformação.

c) Entregou um coração aberto para o evangelho. At 16.14

Além da fé e arrependimento, a Bíblia também diz que Deus é que abre o coração do eleito para que este creia no evangelho, consoante o seguinte texto: “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14). O homem tem o seu coração cego para a verdade do evangelho (II Co 4.4), Deus então tira a cegueira espiritual (II Co 4.6) e abre o entendimento para o que o evangelho penetre neste coração (). Quando você ver alguém dizendo que é o homem que abre o coração para Jesus, saiba que isto não é correto, a Bíblia diz o contrário.

d) Entregou a santidade aos que foram eleitos. Hb 10.14

Aquelas pessoas que foram salvas pelo Senhor, seus eleitos, devem viver em santidade (I Ts 4.3), pois sem santidade ninguém verá a Deus (Hb 12.14), mas será que a santidade brota do coração humano, ou será que sem uma ação divina o homem pode santificar-se? Os cristãos legalistas que desconhecem as Escrituras afirmam que Deus não intervém em nada, que a santidade é o homem que corre atrás, mas embora concordemos que o homem salvo deve viver em santidade, também dizemos que esta acontece somente por causa de uma intervenção divina, conforme o texto nos explana: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.14). Cristo já aperfeiçoou para sempre os eleitos, devido a isto que eles vivem em santidade no presente.

e) Destinou para a vida eterna os que escolheu para crer. At 13.48

Alguns dizem que Deus não predestinou pessoas para a vida eterna, que o homem é que decide seu destino, mas vejamos o que a Escritura afirma: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48). O termo grego usado para Destinar é “Tetagmenoi” que significa ordenar, destinar, nomear etc. Deus já destinou desde toda a eternidade quantos hão de herdar a vida eterna, isto deve ser motivo de alegria para nós, pois com base nesta doutrina podemos ter certeza plena de vida eterna.

f) Trabalha de forma que a eleição não dependa do homem, mas de Deus. Rm 9.16

O capítulo 9 de Romanos traz uma mensagem fortíssima sobre a doutrina da predestinação e eleição, pois deixa claro que não depende do poder ou querer humano, mas da ação de Deus, tendo misericórdia. conforme a passagem nos informa: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9.16). A doutrina da eleição nos ajuda a confiar na misericórdia de Deus e não nas forças humanas, aliás, a Bíblia deixa bem claro que não podemos confiar no braço mortal para nossa salvação, mas no Senhor (Jr 17.6-7).

APLICAÇÃO: Deus é o autor da eleição, O homem está totalmente corrompido, sendo assim jamais poderia vir a Deus ou se preparar para isto, nem vir a Deus ou se preparar para isto, nem poderia resgatar a si mesmo, por isso Cristo resgatou. Vimos também que Deus na eleição fez tudo para a salvação dos eleitos - Entregou a fé salvadora, o arrependimento para a vida, um coração aberto para o evangelho, a santidade aos que foram eleitos, Destinou para a vida eterna os que escolheu para crer, Trabalha de forma que a eleição não dependa do homem, mas de Deus. Deus como autor da eleição, age com graça e misericórdia para conosco, devido a isto estamos aqui.

2. O TEMPO DA ELEIÇÃO: ETERNIDADE

 Deus já planejou a salvação de um povo na eternidade, embora este plano seja executado na história, conforme afirma a Bíblia (Ef 1.4). Então, a doutrina da eleição não é uma invenção da Igreja Presbiteriana, nem das demais igrejas reformadas, antes é uma doutrina oriunda das Sagradas Escrituras, quem nega esta doutrina está negando a revelação escrita e oficial de Deus nas Sagradas Escrituras. Sobre o tempo desta eleição, vemos que aconteceu na eternidade, sobre esta verdade podemos examinar algumas verdades expostas a seguir.

a) A eleição aconteceu antes da fundação do mundo porque as Escrituras afirmam. Ef 1.4-5; I Pe 1.18-20

A Bíblia nos afirma exatamente que a eleição divina e a predestinação aconteceram antes da fundação do mundo, conforme vemos: 4 Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.4-5). O simples fato das Escrituras afirmar esta doutrina já deveria ser suficiente para os cristãos encerrarem o assunto e se submeter, mas o homem carnal não se dá por vencido e sempre tenta arrumar estórias para não se submeter a esta doutrina. Alguns dizem que Deus não elegeu ninguém, outros dizem que Deus elegeu, mas por causa da fé que aquela pessoa teria, quando a Escritura aponta a eleição como um ato soberano de Deus antes da fundação do mundo para fé e não por ter fé, para ser santo e não por ser santo.

b) A eleição aconteceu na eternidade porque a morte do Cordeiro já havia sido planejada antes do mundo existir. Ap 13.8

A Escritura vai afirmar que o plano sobre a morte de Jesus foi feita antes da fundação do mundo, como está escrito: “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). A morte de Cristo já estava posta antes da fundação do mundo, pois a eleição aconteceu antes que o mundo existisse. Precisamos entender que Jesus nos orienta na sua Palavra que Ele não é pego de surpresa nem tem Plano B, este plano é eficaz e invencível, pois parte de um Deus que não falha e que já tem toda a história no seu plano eterno, tudo vai acontecer dentro daquilo que Ele planejou, devido a isto a eleição aconteceu antes da fundação do mundo.

c) A eleição aconteceu na eternidade porque Deus escreveu nomes no livro da vida antes da fundação do mundo e ali mesmo deixou nomes de fora. Ap 3.5; 13.8; 17.8

A eleição aconteceu antes da fundação do mundo e as pessoas salvas já tiveram seus nomes escritos no livro da vida, vejamos: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). As pessoas que tiveram seu nome escrito no livro da vida são chamadas de vencedores (Ap.35.5), eleitos (Ap 17.14), estará no paraíso (Ap 2.7), não será condenado jamais (Ap 2.11), receberá o maná escondido que é a vida eterna (Ap 2.17), terá o nome confessado no céu e jamais será apagado do livro da vida, ou seja, não perderá a salvação (Ap 3.5). Quando se refere aos perdidos ou não eleitos, a Escritura afirma, não que eles foram apagados do livro da vida, mas que Deus já deixou os seus nomes de fora do livro da vida, segundo podemos observar: “E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). A Bíblia não afirma apenas que os nomes foram deixados de fora do livro da vida, mas que este livro foi escrito antes da fundação do mundo, vejamos: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Ap 17.8). Aqueles que dizem que Deus elegeu porque Ele sabia quem iria crer, entram em contradição quando afirmam que estes podem se perder e ter os seus nomes apagados do livro da vida, pois se Deus colocou porque Ele sabia, depois tem que apagar, então Ele não sabia. Por isso afirmamos a soberania de Deus, Ele elegeu antes da fundação do mundo, escreveu o nome dos eleitos no livro da vida e já deixou os nomes dos não eleitos de fora.

APLICAÇÃO: A eleição aconteceu na eternidade, pois está nas Escrituras, a morte do Cordeiro foi planejada antes da fundação do mundo, ali escreveu o nome dos salvos e deixou de fora os nomes dos perdidos. Como eu sei que meu nome foi escrito no livro da vida? Você ama Jesus? Abandonou o pecado? Se sim, amém, se não, largue o pecado hoje.

3. O AGENTE DA ELEIÇÃO: CRISTO.

O texto base que fomos eleitos em Cristo quando afirma: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo [...]” (v.4). Quando diz que nos “escolheu Nele”, está dizendo que fomos escolhidos em Cristo, pois a propositura da nossa redenção feita por Deus antes do mundo existir foi em Cristo (Rm 3.24-25), assim sendo, é através Dele que fomos eleitos para Deus. vejamos algumas questões interessantes sobre o assunto.

a) A eleição foi feita em Cristo porque Ele foi enviado do Pai. I Jo 4.14; Jo 1.14; Jo 17.4-6

Deus enviou o seu Filho para trazer salvação ao mundo, conforme o texto nos diz: “E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo” (I Jo 4.14). Quando o texto usa a palavra mundo está se referindo aos judeus e gentios, pois os judeus tinham uma visão fechada de salvação somente para judeus, então João vai informar que Jesus não morreu somente por uma nação, mas pelo mundo (gentios), para isto Ele tornou-se um ser humano para vir aqui e viver entre nós, conforme o texto nos informa: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14), isto é, sua vinda aqui foi necessária, pois para Ele nos representar federalmente, precisaria se tornar um de nós. Mas, a vinda de Cristo foi para alcançar aqueles que o Pai lhe deu, isto é, os eleitos, segundo observamos no texto seguinte: 4 Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; 5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. 6 Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra” (Jo 17.4-6). Cristo foi enviado pelo Pai para salvar aqueles que o Pai lhe deu (eleitos), estes são os que creram, creram e crerão em Jesus (Jo 17.20).

b) A eleição foi feita em Cristo porque Ele cumpriu todo o plano do Pai, reunindo o povo de Deus. Jo 10.16; Jo 11.48-52

Jesus disse que Ele não tinha apenas aquelas ovelhas que estavam ali, ainda iria acolher outras ovelhas (eleitos), segundo o texto indica: Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor” (Jo 10.16). Cristo aqui está nos dizendo que Ele iria ajuntar os seus eleitos, eles ouviriam a sua voz (pregação fiel da Palavra) e o seguiriam, sendo conduzidas por Ele. Também há uma profecia de Caifás, sumo sacerdote, dizendo que Jesus iria reunir os filhos de Deus (eleitos) em um corpo, consoante se lê no texto: 47 Então, os principais sacerdotes e os fariseus convocaram o Sinédrio; e disseram: Que estamos fazendo, uma vez que este homem opera muitos sinais? 48 Se o deixarmos assim, todos crerão nele; depois, virão os romanos e tomarão não só o nosso lugar, mas a própria nação. 49 Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós nada sabeis, 50 nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação. 51 Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação 52 e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos” (Jo 11.47-52). Jesus reúne seu povo eleito no seu corpo místico que é a igreja.

c) A eleição foi feita em Cristo porque Ele morreu e ressuscitou. Rm 8.33-34

Nesta passagem sobre a obra de Cristo, vai nos informar a obra de Cristo na morte e também a validade da sua obra que é a ressurreição: 33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Rm 8.33-34). A questão é que o texto vai informar que a obra de Cristo se limita à salvação dos eleitos, pois faz perguntas retóricas sobre os eleitos que a resposta óbvia é não, pois ninguém vai acusar os eleitos, nem condená-los, pois a obra de Cristo na morte e ressurreição salvou estes, somente estes.

d) A eleição foi feita em Cristo porque Ele intercede pelos eleitos. Rm 8.34; Hb 7.25

A eleição em Cristo é qualificada cono algo infalível, pois seu ministério continua, visto que Ele está a direita de Deus e intercede por nós, vejamos: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Rm 8.34). A Bíblia ainda vai informar que sua intercessão é eficaz e traz salvação aos eleitos, pois Ele está vivo e sempre estará intercedendo por nós, trazendo a segurança eterna da salvação aos eleitos de Deus, examinemos o texto seguinte: “Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). Cristo intercede somente pelos eleitos, somente a estes garante a salvação de forma certa, segura e garantida.

e) A eleição foi feita em Cristo, porque Ele morreu para salvar os que creem (eleitos). Jo 3.16

O texto seguinte trata do amor de Deus e a salvação que Ele oferece, vejamos: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Alguns usam este texto para dizer que Cristo morreu para salvar todos, mas esta declaração é falsa, pois a palavra “mundo” usada aqui se refere aos judeus e gentios, pois é usada também para o perdão que o Cordeiro traz (Jo 1.29), e outra passagem diz que o mundo jaz no maligno (I Jo 5.18-19), mundo tem vários significados, nesta passagem destacada não significa todas as pessoas. O final do versículo diz que Deus entregou seu Filho para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna, ou seja, sua morte tem por objetivo salvar somente os que Nele creem (Jo 3.16), e os que crerão serão os eleitos (At 13.48).

f) A eleição foi feita em Cristo, Ele abreviou os dias da grande tribulação por causa dos eleitos. Mt 24.22

A Escritura também afirma que os dias da grande tribulação serão abreviados, não por causa de todos, mas dos eleitos, conforme está escrito: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.22). Jesus vai informar a ação de Deus para a salvação dos eleitos, pois naqueles dias, sem uma intervenção divina ninguém seria salva, mas Ele agiu por causa dos eleitos, assim sendo, sem Cristo não haveria salvação para ninguém, com Cristo, há salvação para os eleitos.

APLICAÇÃO: Cristo é o agente da eleição. Foi enviado pelo Pai, cumpriu todo o plano do Pai, morreu, ressuscitou, intercede, salva e abrevia os dias da Grande tribulação por causa dos eleitos. Somente Cristo salva os eleitos. Estando em Cristo, estamos eternamente salvos!

4. O PROPÓSITO DA ELEIÇÃO DIVINA. At 4.23-31

A eleição divina tem um propósito definido por Deus, pois dentro da sua infinita sabedoria, nada acontece sem que haja um plano de Deus, pois Deus não pode ser pego de surpresa, pelo contrário, toda a história está em suas mãos, Ele comanda todos os eventos históricos, nada está fora do seu controle, especificamente quanto ao destino dos homens e anjos, também está dentro de um decreto de Deus, sobre este propósito da eleição, devemos aprender algumas lições.

a) A eleição divina intenta a glória de Deus. Ef 1.6; Ef 2.7

Deus ao eleger o seu povo antes da fundação do mundo, tinha por objetivo sua própria glória, pois Ele merece toda glória, vejamos: “Para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1.6). A salvação do pecador é uma obra de Deus do começo ao fim, pois desde a fé até a santidade são oriundos da eleição divina, há uma exaltação da graça de Deus, mas também há uma glória à bondade de Deus dispensada a nós, segundo está escrito: “Para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Ef 2.7). Deus é gracioso e bom, devido a isto, Ele nos elegeu para salvação e comunhão, então, seja dada a Ele toda glória!

b) A eleição divina intenta a santificação do povo de Deus. Ef 1.4

As Escrituras afirmam que a escolha de Deus, antes da fundação do mundo é um incentivo para levar seu povo à santidade, pois sua escolha foi para sermos santos e irrepreensíveis, conforme o texto afirma: “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1.4). As Escrituras afirmam justamente que todos aqueles que pertencem a Cristo devem ser conhecidos por sua vida de distância do pecado, vejamos: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (II Tm 2.19). A maneira de saber que eu sou um eleito é uma vida de santidade, eu sei que sou um eleito se não tenho prazer no pecado, se amo viver próximo de Cristo.

c) A eleição divina intenta a salvação do povo de Deus. II Ts 2.13

As Escrituras afirmam, diferente do que alguns ignorantemente querem levar a entender, que Deus elege sim pessoas para a salvação, pessoas dentre toda a humanidade, conforme o texto afirma: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (II Ts 2.13). A eleição foi para a salvação de um povo que é formado de indivíduos eleitos soberanamente por Deus (I Co 12.20,27). Dizer que Deus não elege ninguém para salvação é ignorância quanto ao conteúdo bíblico.

APLICAÇÃO: A eleição divina serve para glória de Deus, é um incentivo à vida de santidade, bem como garante a salvação do povo de Deus. Deus nos escolheu sim, por causa desta escolha, nós nos santificamos e dizemos não ao pecado, pois sem a ação de Deus nada podemos fazer, geralmente aprendemos uma salvação meritória, que o homem precisa fazer por merecer para ser salvo, mas esta doutrina é falsa. Fique sabido hoje que chegamos à salvação, porque na eternidade. Deus agiu em nosso favor e faz até hoje. Creia! Se não fosse Deus nada seríamos!

5. A MANEIRA QUE FOI REALIZADA: INCONDICIONAL.

A eleição, diferente daqueles que dizem que ela é condicionada a algo que Deus viu no homem, as Escrituras afirmam que ela é incondicional, Deus não elegeu eventos, mas pessoas, Ele não apenas viu, Ele interveio, isto indica que sua eleição é incondicional, sobre esta eleição iremos observar algumas lições.

I. A eleição não está condicionada a algo que Deus viu no homem.

Se as pessoas ensinam que a eleição é condicional, dizendo que Deus viu quem iria ter fé e por causa desta fé os escolheu, nada mais antibíblico, pois vejamos abaixo o que Deus viu no homem.

a) O que Deus viu no homem foi pecado. Sl 14.2-3

A passagem diz que Deus olhou para os homens na terra, vejamos o que Ele viu: 2 Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. 3 Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Sl 14.2-3). Vemos aqui que Deus viu no homem somente aquilo que desagrada a Ele, vamos: I. Ninguém entende nada sobre Deus (v.2), ou seja, o entendimento do homem tornou-se obscurecido com respeito as coisas de Deus (Ef 4.18). II. Ninguém busca a Deus (v.2), isto é, todos trocaram Deus por outras coisas e não serão satisfeitos (Jr 2.13). III. O afastamento de Deus é total (v.3), todos se desviaram Dele, todas as faculdades humanas foram tomadas pelo pecado, este afastamento além de ser total no individuo, também é universal, todas as pessoas são pecadoras (Rm 3.23).

b) O que Deus viu no homem foi rejeição a Ele. Jo 3.19

As Escrituras afirmam que o homem natural rejeita a luz (Jesus) porque quer viver uma vida nas trevas (pecado), vejamos: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19). As Escrituras chegam a dizer que estes desprezam a luz porque querem continuar na velha vida e aproximando-se da luz, suas obras serão reprovadas (v.20), isto é, estes homens deliberadamente rejeitam a luz para viver em trevas, assim sendo, se Deus elegesse com base no que ele viu, não elegeria ninguém, pois o que Ele viu é que os homens o rejeitariam.

c) O que Deus viu no homem foi maldade. Gn 6.3,5

Vemos também que Deus viu no homem maldade gerada no coração, quando você observa alguém que parece polido e correto, até fala mansamente, mas seu coração está cheio de pecado, Deus olhou e viu pecado, rejeição e também maldade no coração do homem, vejamos: 3 Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. 5 Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6.3,5). Todo o coração do homem é mal e contaminado pelo pecado (Jr 17.9), todas as ações do coração são manchadas pelo pecado (Is 64.6). Se a eleição fosse pelo que Deus viu, nós estaríamos perdidos!

d) O que Deus viu no homem foi motivo para condená-lo. Sl 51.1-5

O salmista Davi inspirado por Deus declara sua pecaminosidade, ao mesmo tempo também traz à verdade da justiça de Deus e a iminente condenação que o homem merece pelos seus pecados, observemos: 1 Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. 2 Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. 3 Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4 Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar. 5 Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.1-5). Davi afirma categoricamente que Deus é justo ao condenar pecadores, se é verdade que Deus elegeu com base no que Ele viu, então todos nós estaríamos condenados, pois o que Ele viu foi motivo para nos condenar.

II. A eleição é incondicional por alguns motivos:

Diferente dos seguidores das heresias pelagianas, As Escrituras nos apontam um Deus que elege soberanamente e incondicionalmente o seu povo, assim sendo, a eleição condicional é um falso ensino e deve ser rejeitado porque não se enquadra nos ensinos da Escritura. Mas, porque a eleição é incondicional, vejamos alguns motivos extraídos das Escrituras.

a) Ela foi feita antes de nascermos e praticarmos qualquer obra. Rm 9.11; Gl 1.15-16

A Bíblia Sagrada afirma que antes de nascer Esaú e Jacó já tinham tido o seu destino traçado por Deus, averiguemos: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)” (Rm 9.11). O texto aqui nos revela que a eleição de jacó e a rejeição de Esaú aconteceu da seguinte forma: I. Antes de nascer (v.11a); II. Antes de praticar qualquer obra boa ou má (v.11b); III. Segundo o proposito de Deus (v.11c); IV. Cumprir-se-ia pelo chamado do evangelho (v.11d). Outra passagem bíblica também relata a eleição soberana de Deus na vida de Paulo: 15 Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve 16 revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue” (Gl 1.15-16). Paulo vai informar que: I. Sua separação (eleição) foi antes de nascer (v.15a); II. Sua separação (eleição) o levou a ser chamado (pregação) por Deus (v.15b); III. Sua separação (eleição) fez Deus revelar seu Filho ao seu coração (v.16a); IV. Sua separação (eleição) o levou a ser um pregador do evangelho (v.16b). A eleição foi antes de nascer sem que nenhuma obra tenha sido praticada, isto é, ela é incondicional!

b) Ela foi feita, Deus trazendo os eleitos até Cristo. Jo 6.37, 44

Diferente do falso ensino da eleição condicional, que coloca méritos no homem, a Escritura tira todos os méritos do ser humano, pois os eleitos na eternidade são trazidos ao Filho soberanamente pelo Pai, conforme podemos verificar: 37 Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. 44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.37,44). Estes nos trazem algumas lições: I. Os eleitos virão a Cristo para salvação (v.37); II. Os eleitos virão a Cristo trazidos pelo Pai (v.37;44); III. Os eleitos virão a Cristo e não serão rejeitados (v.37); IV. Ninguém virá a Cristo sem que o Pai o traga (v.44); V. Os eleitos serão ressuscitados para salvação no último dia (v.44). Se é Deus que traz os eleitos até Cristo, a eleição não pode ser condicionada, ela é incondicional!!!

c) Esta eleição foi feita na Trindade sem a participação humana. I Pe 1.1-2

A eleição foi realizada na Trindade, vejamos: 1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, 2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1.1-2). Sobre esta verdade observamos que: I. O Pai escolheu os eleitos pela sua presciência (v.1-2a), dizer que Deus escolheu segundo a presciência não significa que ele apenas sabia quem iria crer, pois Deus escolheu pessoas e não eventos, ademais a Bíblia também diz que a eleição foi não somente pela presciência, também foi pela determinação de Deus na eternidade (II Tm 1.9). II. O Filho redimiu apenas os eleitos (v.2c), As Escrituras afirmam que a obra de Cristo alcança somente os eleitos (Rm 8.33-34; Ef 5.25; At 20.28). III. O Espírito santifica os eleitos (v.2b), A Bíblia trata do Espírito Santo como sendo o aplicador da salvação no eleito guiando-o à Bíblia (Jo 16.13), convencendo do pecado (Jo 16.8), santificado o eleito (II Ts 2.13-14). A eleição é uma obra da Santíssima Trindade sem a participação humana.

d) Esta eleição foi realizada apenas pelas ovelhas de Jesus (quem crê Nele, os eleitos), Jo 10. 11; 16; 24-26; 27-29.

A Escritura vai afirmar que a obra de Cristo foi apenas pelos eleitos, nesta passagem usando uma linguagem rural, Jesus vai se intitular de pastor e vai denominar os eleitos de ovelhas, vejamos. Podemos verificar algumas lições sobre a eficácia da morte de Cristo pelos seus eleitos, vejamos algumas lições: I. Jesus morreu apenas pelas ovelhas - eleitos: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (v.11). II. Jesus mesmo ajunta as suas ovelhas - eleitos, que ainda não estão no aprisco (v.16): Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor” (v.16). III. Jesus deixou de fora os que não quiseram crer Nele, pois não eram suas ovelhas - eleitos: “24 Rodearam-no, pois, os judeus e o interpelaram: Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente. 25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai testificam a meu respeito. 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas” (vv.24-26). IV. Jesus salva e assegura a preservação da salvação das suas ovelhas - eleitos, não apenas no presente, mas no futuro e eternidade: “27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (vv.27-29). Esta eleição não foi para todas as pessoas, mas pelos eleitos, apenas estes são salvos e seguros por Cristo, ou seja, é incondicional.

III. A eleição e alguns pressupostos sobre ela.

Vamos finalizar esta seção sobre a eleição incondicional trazendo alguns pressupostos bíblicos sobre esta doutrina bíblico-teológica, vejamos:

a) Ela foi feita com base na graça de Deus e não na decisão humana. Ef 1.11; Rm 11.5; Jo 15.16

Sobre os pressupostos tratados aqui veremos que: I. A eleição bíblica leva em conta que não é a vontade do homem que prevalece na eleição, mas a divina: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). II. A eleição não é por obra alguma que Deus viu no homem, mas por pura graça, segundo está explicito: “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça. E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Rm 11.5-6). III. A escolha é vinda de cima para baixo e não de baixo para cima: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda” (Jo 15.16). Estes textos aqui citados nos informam que a eleição foi incondicional e não condicional como dizem alguns.

b) A eleição é irrevogável, ou seja, Deus não desmancha o que faz. Rm 11.29; Jó 42.2

A eleição divina é incondicional, devido Deus não precisa voltar atrás do que Ele faz, pois é perfeito, sendo assim, a eleição é irrevogável, vejamos: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29). Ele não volta atrás da sua eleição porque, por causa do seu poder e da sua infalibilidade, conforme explanamos aqui: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2). A eleição divina sendo irrevogável e infalível, depende somente de Deus, sendo incondicional.

c) A eleição não é pela fé prevista, pois a fé do eleito, Deus não previu, Ele deu esta a ele. Ef 2.8; Tt 1.1

Os que creem na eleição condicional dizem que Deus elegeu apenas porque Ele sabia quem iria crer e por causa desta fé que teriam, Ele os teria elegido, mas as Escrituras afirmam o contrário, pois a fé é um dom de Deus, segundo Paulo afirma: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Porque Deus precisaria prever os que teriam fé, se Ele é quem dá a fé? Quando são vencidos neste primeiro argumento, eles dizem que Deus, de fato é quem dá a fé, mas Ele dá a todos, cabendo ao homem utilizar ou não esta fé. Porém, as Escrituras continuam dizendo que Deus não apenas entregou a fé, mas que Ele a deu apenas aos eleitos, consoante Paulo afirma a Tito, vejamos: “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1). Vencidos nos argumentos, só existe duas opções, aceitam a Bíblia e dizem que Deus deu a fé somente aos eleitos ou continuam sendo antibíblicos e permanecem defendo a falsa eleição condicional.

d) Nós iremos pregar para todos, mas somente alguns irão crê (os eleitos). At 18.9,10; At 13.48

Alguns alegam falsamente que a doutrina da eleição incondicional é um incentivo ao desleixo na pregação do evangelho, mas as Escrituras afirmam o contrário, dizendo que Deus incentivou Paulo para pregar na cidade de Corinto, mas ao mesmo tempo atesta que não seriam todos que creriam, mas aqueles que pertencem ao Senhor, os eleitos, vejamos: 9 Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; 10 porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9-10). Sobre aqueles que irão crer no evangelho, o autor Lucas diz que somente os que haviam sido destinados para vida eterna, os eleitos, creriam, conforme está registrado: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48). A eleição não anula a pregação do evangelho, pois a missão é pregar para todos, mas somente crerão aqueles que pertencem ao Senhor, eleitos antes da fundação do mundo e destinados para a vida eterna.

APLICAÇÃO: A eleição foi incondicional, pois se Deus fosse nos escolher pelo que Ele viu, o que Ele observou no ser humano foi pecado, rejeição a Ele; maldade e motivo para condená-lo. A eleição é incondicional, pois foi antes de nascermos e praticarmos qualquer obra, Deus é que traz os eleitos até Cristo, foi feita na Trindade sem a participação humana. foi realizada apenas pelas ovelhas de Jesus. Ainda sobre a eleição pudemos concluir que Ela foi feita com base na graça de Deus e não na decisão humana, é irrevogável, ou seja, Deus não desmancha o que faz, não pela fé prevista, pois a fé do eleito, Deus não previu, Ele deu esta a ele, Nós iremos pregar para todos, mas somente alguns irão crê (os eleitos). Não há lugar para salvação por merecimento na Bíblia, as Escrituras afirmam que tudo é dom de Deus que nos elegeu antes da fundação do mundo de modo incondicional.

APLICAÇÃO FINAL:

Como saber se eu sou um eleito? Se tenho desejo ardente de seguir Jesus, se vivo em santidade, amo e quero seguir Jesus. Os puritanos disseram que a ovelha de Jesus possui duas marcas na orelha e no pé, pois elas ouvem e seguem Jesus (Jo 10.27-29), ou seja, se você ouve e segue Jesus em santidade você é um eleito, a eleição gera santidade e busca ao Senhor.

LEITURA FINAL PARA REFLEXÃO:

29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

REFERÊNCIAS

A Bíblia de Estudo de Genebra. Textos e Notas de Rodapé. 2 ed. Ampl. São Paulo - SP: Cultura Cristã, 2010.

A confissão de Fé de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. 1 Ed. Campinas - SP: LPC, 1985.

CASIMIRO, Arival e; CALLI, Paulo. Rede de Discípulado I. 1 Ed. 2012. Santa Bábabara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2012.

CASIMIRO, ARIVAL. Rede de Discipulado II. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2015.

MARTINS, José. O Homem e a Salvação. 1 Ed. Patrocínio - MG: CEIBEL, 1975

NASCIMENTO, Adão Carlos. Razão da Nossa Fé. 1 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

_________________________. O que Todo Presbiteriano Inteligente precisa Saber. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste: Z3 Editora, 2007

_________________________. Curso de Catecùmenos. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2008.

O Breve Catecismo de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

O Catecismo Maior de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

Os Cânones de Dort. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

PIPER, Jhon. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1 ed. São José dos Campos: Fiel, 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário