TEXTO: LUCAS 2.1-7
“1 Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. 2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4 José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
INTRODUÇÃO
Há alguns grupos, até mesmo no meio reformado, que são contra a comemoração do natal, afirmando que esta festa é pagã e que não deveríamos comemorar. Nós sabemos que Cristo não nasceu em Dezembro, porém, isto não torna a comemoração do Natal uma festa pagã, pois para nós o importante não é a data, mas o fato e sabemos que um dia Jesus nasceu e trouxe paz, vida e alegria para o mundo perdido, abrindo as portas da alegria e vida eterna para a humanidade. O evangelho de Lucas foi escrito entre os anos 60 a 63 para evangelizar os gregos, devido a isto, ecoa uma ideia de um homem perfeito, sem pecado ou mancha, este homem é Jesus. O autor relata a ideia de Deus trazer seu Filho ao mundo para restaurar o homem consigo mesmo. Jesus nasceu e este nascimento trouxe algumas questões importantes que veremos a partir do tema abaixo:
TEMA: IMPLICAÇÕES DO NASCIMENTO DE JESUS PARA NÓS
1. O NASCIMENTO DE JESUS INDICA A SOBERANIA DE DEUS. VV.1-4
“1 Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. 2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4 José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi”.
Deus é soberano e o nascimento de Jesus foi um ato desta soberania, na qual o próprio Deus tomou a iniciativa
a) Deus usou o decreto de César Augusto, um rei ímpio para cumprir seu plano. V.1-2
“1 Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. 2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria”.
O decreto do rei Cesar Augusto serviu aos propósitos de Deus, como também a morte de Cristo foi uma atitude de homens ímpios, mas segundo o proposito predeterminado de Deus. A soberania de Deus neste decreto do imperador, se assemelha à história de José do Egito, Cesar queria aumentar seus impostos e domínio sobre o povo de Israel, os irmãos de José queriam vingar-se do irmão mais novo, em ambos os casos Deus mostrou-se soberano e transformou o mal em bem, conservando o povo de Deus e aqui trazendo o Messias. Deus é soberano, nos refolhos da eternidade havia decretado que enviaria o seu Filho nascido de mulher para salvar o seu povo, nem mesmo o ímpio Império Romano com todo o seu poderio iria impedir isso. Deus é soberano, pode transformar tua vida hoje, ninguém pode deter a sua mão quando Ele quer agir.
b) Deus usou os fatos da história para levar José e Maria para o lugar ideal. VV.3-4
“3 Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. 4 José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi”.
Deus marcou o lugar que o Cristo iria nascer, o decreto de Cesar Augusto cumpriu isso. José sendo descendente de Davi deveria ir recensear-se em Belém, o lugar marcado para o Cristo nascer. Quando Deus marca um encontro até os desencontros fazem este encontro acontecer. O Cristo deveria nascer em Belém, podia acontecer qualquer coisa, mas José e Maria chegariam lá. Nada poderia frustrar este plano de Deus, nenhuma circunstancia tiraria este plano que Deus fez.
2. O NASCIMENTO DE JESUS CUMPRE A PROMESSA DE DEUS. VV.4-5
“4 José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, 5 a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida”.
Deus havia feito uma promessa a Davi que não faltaria sucessor no seu trono, em Cristo esta promessa se cumpre, pois Cristo ocupa o trono para sempre, o trono estará sempre ocupado. As promessas de Deus não caem por terra, assim Deus cumpriu a promessa messiânica feita a Davi e enviou o Cristo. Três verdades sobre esta promessa:
a) O Cristo deveria nascer da descendência de Davi. Rm 1.3-4
“3 com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi 4 e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor”.
As Escrituras afirmam que o Cristo seria descendente de Davi, aquele foi um rei temporário, este teria um reinado eterno (Lc 1.33). As Escrituras afirmam que O Cristo seria a raiz de Davi, aquele foi o homem segundo o coração de Deus, este é o Filho em quem o Pai coloca todo o seu prazer (Mt 13.17). As Escrituras afirmam que aquele pecou, este, no entanto, foi tentado em tudo sem pecado (Hb 4.15). As Escrituras afirmam que aquele foi um herói fora e uma tragédia dentro de casa, este é um herói que saiu para conquistar a nossa vitória e na volta os portões eternos se abriram para o recebe-lo vitorioso (Sl 24.7-10). As Escrituras afirmam que aquele era pastor de ovelhas, Este é o nosso supremo pastor (I Pe 5.4).
b) O Cristo deveria nascer na cidade de Davi.
A cidade de Davi é Belém, a menor cidade de Judá, ou seja, Deus não despreza as coisas pequenas (Mq 5.2). A cidade de Davi, é Belém, o lugar onde ele como o menor na casa de Jessé foi escolhido Rei, Cristo não veio em busca dos grandes e arrogantes, mas dos simples e humildes, Ele não aceita aparência humana (Gl 2.6). A cidade de Davi é Belém, para muitos era insignificante, mas para Deus foi um lugar escolhido, sua vida pode ser desprezada por muitos, mas para Deus é um vaso escolhido (I Co 1.27-28).
c) O Cristo deveria ocupar o trono de Davi. Lc 1.31-32
“31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai".
O trono de Davi representava o governo teocrático de Deus sobre seu povo, o trono de Cristo representa o governo divino sobre a sua igreja. O trono de Davi representava a conquista do povo de Deus sobre nações inimigas, o trono de Cristo representa a marcha triunfante do povo de Deus, tirando pessoas da potestade de satanás para Deus. O trono de Davi representava a vitória do povo de Deus, o trono de Cristo representa a vitória de Cristo sobre a carne, mundo e mal, instaurando o reino de Deus na terra.
3. O NASCIMENTO DE JESUS REVELA O TEMPO DE DEUS. V.6
“6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias”.
Aconteceu de completarem-se os dias de gestação de Maria para dar à luz a Jesus. Os dias se cumpriram no tempo de Deus (gr. Kairós, tempo atemporal), no qual o Deus eterno entrou no tempo (Gr. Chronos, tempo limitado) por amor a nós.
a) Deus, no tempo certo, visitou uma virgem e ela engravidou pelo Espírito Santo. Mt 1.18
“18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo”.
Quando chegou a hora certa Deus trouxe o seu filho através de uma instrumentalidade humana, a bendita virgem Maria. O nascimento Dele foi obra do Espírito Santo, mas a gravidez foi real, ou seja, sua humanidade também foi real. A plenitude do tempo chegou e os dias se cumpriram para a chegada do redentor da humanidade. O temporal se uniu ao atemporal, a eternidade pisa no chão do tempo, Deus se fez homem.
b) Deus, no tempo certo, levou esta jovem gravida para dar à luz no lugar escolhido por Ele. V.6
“6 Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias”.
Quando o tempo chegou aconteceu no lugar certo o nascimento do seu Filho como Ele mesmo havia descrito por meio dos profetas. Deus é dono da história, Ele faz a história acontecer, ele levou tudo a bom termo para que o seu Filho nascesse somente quando se completaram os dias. O nascimento de Jesus precisava de toda uma preparação, Deus usou os romanos para preparar tudo e por aquelas boas estradas facilitou não apenas a chegada deles a Belém, mas todo o ministério e expansão da pregação de Cristo. Quando Deus age, faz no tempo certo e nos leva ao lugar certo, como levou José e Maria, somente acontece algo em nossa vida com a permissão de Deus.
4. O NASCIMENTO DE JESUS APONTA PARA A ACEITAÇÃO OU REJEIÇÃO QUE ELE TERÁ. V.7
“7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria”.
O texto aqui diz que Maria deu a luz ao seu primogênito, não unigênito, porque ela teve outros filhos depois de Jesus. O texto aqui relata que ele nasceu numa manjedoura (cocho de aninais). Não nasceu em um palácio. Também diz que não havia lugar para eles na hospedaria. A hospedaria e a manjedoura podem nos ensinar algumas lições:
a) A manjedoura lhe deu lugar. V.7a
“7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura [...]”
A manjedoura tornou-se o lugar mais iluminado quando a luz do mundo é depositada nela. Ali que era um estabulo insignificante, de repente se tornou o céu, pois Deus estava ali. Aquela manjedoura tornou-se o lugar onde O Filho divino de Deus nasceu. Cristo não nasceu num palácio rodeado de príncipes, mas rodeado de camponeses. Ele não nasceu em um berço de ouro, mas de palha, não havia lugar para ele naqueles lugares, mas na manjedoura houve um lugar aberto para Ele.
b) A hospedaria lhe negou pousada. V.7b
“7 e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria”.
A hospedaria estava lotada e não havia lugar para Jesus. Ali tinha muitas pessoas importantes que tinham vindo de longe para se recensear e não havia lugar para Jesus. Naquele lugar, quem sabe o dono disse: “Não insistam, não temos vagas, estamos lotados”. A hospedaria diferente da manjedoura estava cheia demais para ter lugar para Jesus.
c) A manjedoura ou hospedaria, com qual dois o nosso coração se parece?
“21 Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”
O nosso coração precisa tomar uma decisão, nós recebemos a Cristo ou o rejeitamos. Adoramos Ele ou o trocamos pelos prazeres transitórios que o mundo oferece. Queremos ter Ele como Senhor ou buscamos viver longe do seu senhorio. O nosso maior prazer está Nele ou buscamos nos satisfazer em coisas que não satisfazem.
CONCLUSÃO
Deus na sua soberania trouxe seu filho ao mundo usando fatos da história para realizar o seu plano. Deus cumpriu sua promessa de enviar seu Filho ao mundo para salvar o pecador. Deus é Senhor do tempo e na época certa trouxe seu Filho para ralizar a obra da salvação. Haviam dois lugares que podemos fazer uma analogia com o nosso coração: a) A hospedaria, não havia lugar para Jesus; b) A manjedoura, havia lugar para Jesus; c) O seu coração é qual destes dois lugares: Hospedaria ou manjedoura? Neste Natal convide Jesus para viver no teu coração, faça dele a manjedoura que acolhe Jesus. Quer fazer isso agora?
AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva.
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