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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

OS SETE BRADOS DO SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO: O PRIMEIRO BRADO - O BRADO DE PERDÃO

TEXTO: LUCAS 23.33-34

INTRODUÇÃO

Arthur W. Pink escreveu um livro intitulado “Os Sete Brados do Salvador na Cruz do Calvário, no qual ele explica cada um destes gritos dados por Jesus na cruz, nós estaremos iniciando uma série de mensagens sobre este assunto, embora não tratemos igual ao que está no livro, mas o assunto e os temas serão mantidos, hoje traremos do primeiro brado de Jesus na cruz sobre perdão examine a seguir.

ASSUNTO: OS SETE BRADOS SALVADOR NA CRUZ DO CALVÁRIO

TEMA1: PRIMEIRO BRADO – O BRADO DE PERDÃO

1. O HOMEM FEZ O QUE PODIA FAZER DE PIOR CONTRA O SEU CRIADOR. Rm 3.23

O homem fez a pior escolha da sua vida, pois foi criado para viver com Deus, quis viver como deus, devido a isto o pecado atingiu a humanidade, conforme o texto indica: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Algumas verdades serão enfatizadas:

a) Deus criou o homem sem pecado e ele escolheu pecar. (Ec 7.29).

Quando Deus criou o homem, fez ele perfeito, livre podendo tomar a decisão de continuar no seu estado original ou não, vejamos: “Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.29). Algumas lições: I. A criação de Deus foi perfeita, inclusive o homem (v.29; Gn 1.31). II. O pecado foi uma iniciativa do homem e não de Deus (v.29b; Lm 3.39). Deus não é o autor do pecado, o causador do pecado na raça humana foi o homem.

b) O pecado separou o homem de Deus. Is 59.2

Quando o homem pecou ele automaticamente morreu espiritualmente (Gn 2.17; Ef 2.1), esta morte espiritual é chamada de separação de Deus, devido a isto, Isaías diz: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). O profeta não diz que alguns pecados separam, mas que os pecados, todos eles, nos afastam de Deus. Fujamos do pecado para Deus!

c) O pecado leva o homem à condenação. Lc 13.5b

A separação de Deus leva o homem a caminhar a passos largos para a condenação, precisando se arrepender dos seus pecados, vejamos: “[...] mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc 13.5). O verbo perecer usado aqui significa ser condenado, é usado em outros textos indicando isso (Jo 3.16). Aqueles que vivem em pecado, se não se arrependerem serão condenados. O maior pecado e rejeitar Cristo e sua Palavra!

2. DEUS ENVIOU SEU FILHO PARA PERDOAR OS NOSSOS PECADOS. Rm 5.8

A Bíblia nos diz que Cristo veio por causa dos nossos pecados, devido a isto, Cristo morreu por pecadores: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Algumas lições sobre o assunto.

a) A profecia diz que Jesus intercederia pelos transgressores. Is 53.12

A profecia já aponta para a oração de Cristo na cruz perdoando os insanos que o matavam: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12). I) Cristo intercedeu pelos que o Pai lhe deu (v.11a). II) Cristo intercedeu por homens que recebeu como despojo (v.12b). III. Cristo intercedeu por homens que transgrediram (v.12c).

b) A vida de Jesus dizia que tinha poder de perdoar pecados. Mt 9.2

Algumas pessoas trouxeram um paralítico até Cristo com a intenção, o Senhor antes de curar seu físico curou sua alma, observemos: “E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados” (Mt 9.2). Jesus vai primeiramente atacar o problema maior, o pecado, trazendo o perdão definitivo para todos os pecados.

c) A morte de Cristo na cruz tomou os nossos pecados. I Pe 2.24

Quando Jesus morreu na cruz ele tomou sobre si os nossos pecados, vejamos: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (I Pe 2.24). Os nossos pecados deveriam ser pagos por alguém perfeito, este é Jesus, Deus colocou o nosso pecado sobre seu Filho Jesus e a sua perfeita justiça imputou a nós (II Co 5.21).

3. O RESULTADO DA AÇÃO PERDOADORA DE DEUS. Is 6.5-7

Isaías teve uma visão gloriosa da glória de Deus (vv.1-4), ao se aproximar de Deus percebe que é pecador, Deus vem ao seu encontro e lhe oferece o perdão: 5 Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! 6 Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Is 6.5-7). Ações que resultam do perdão de Deus:

a) Alcança totalmente os que se rendem a Cristo. Cl 2.13

A Escritura diz que Deus em Cristo perdoa totalmente aqueles que servem a Cristo, observemos: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos” (Cl 2.13). O texto nos indica algumas verdades: I. Antes de Cristo estávamos mortos nos pecados (v.13a). II. Sem Cristo estávamos fora da aliança de Deus (v.13b). III. Deus nos retirou da morte espiritual através de Cristo (v.13c). IV. Deus nos perdoou totalmente (v.13d). Todos os nossos pecados foram alcançados na morte de Cristo.

b) Alcança aqueles que não merecem. Ec 7.20

A Escritura afirma a total pecaminosidade de todos os homens, consoante observamos: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Ec 7.20). O texto afirma que não há ninguém totalmente bom sobre a terra, isto é, ninguém merece o perdão de Deus, quando Ele nos concede o perdão faz por sua graça e não porque merecemos. Sejamos gratos a Deus pelo seu perdão, pois nada fizemos para merecer!

c) Alcança de modo eficiente. Hb 10.17

A passagem afirma que o perdão de Deus é definitivo e eficaz, como relata o texto; “Acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre” (Hb 10.17). Nesta passagem tratando da nova aliança que iniciou com a morte de Cristo (Hb 10.19,20), o autor afirma que Deus não se lembrará dos nossos pecados (não passa em rosto), conclui com a expressão “para sempre”, definindo que o perdão dos pecados se deu de uma vez por todas.

CONCLUSÃO

Jesus neste primeiro brado declara o perdão concedido aos homens que o estavam matando conforme a passagem usada no início: 33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda. 34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes” (Lc 23.33-34). Todos os homens são culpados diante de Deus e semelhantemente Deus nos oferece o perdão e a vida eterna. Você já tem certeza de vida eterna? Se sua resposta é negativa, Jesus está te oferecendo perdão e salvação hoje. Renda-se a Cristo ainda hoje. Você que já é crente, teve seus pecados perdoados, precisa divulgar Jesus, pois é no nome dele que se recebemos remissão de pecados: “E que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.47).

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva

 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

ESBOÇO DE SERMÃO BASEADO EM FILIPENSES 1.27-30

TEXTO: FILIPENSES 1.27-30

INTRODUÇÃO

Paulo escreveu esta carta para se alegrar com os irmãos de Filipos porque eles se uniram a ele desde o início na obra missionária (Fp 4.15-16), não tiveram medo de enviar doações para o apóstolo, mesmo ele estando preso (Fp 4.18), agora estavam tristes porque ele estava preso em Roma. Paulo escreve para dizer que estava alegre mesmo entre algemas (Fp 3.1), exorta-os a viver alegres em Cristo (Fp 4.4), e que vivessem de modo alegre e pleno o evangelho (vv.27-30). Sobre este assunto, nós iremos extrair algumas lições tendo como base o tema exposto.

TEMA: A ALEGRIA DE VIVER PLENAMENTE O EVANGELHO

1. RECEBEMOS MAIS FIRMEZA EM CRISTO. V.27

a) Está firme em Cristo implica em vida de santidade. V.27a

Paulo afirma que os cristãos devem viver dignamente como um salvo, vejamos: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo [...]” (v.27a). Ele não está dizendo que devemos viver segundo regras e tradições de uma denominação religiosa, mas de acordo com o Evangelho, isto é, de acordo com o evangelho revelado nas Escrituras. Viver como alguém que é salvo, obedecendo a Deus, seguindo a Escritura. Fuja de qualquer lugar onde o seu pecado não seja confrontado, ali é uma arapuca de Satanás para tua condenação.

b) Está firme em Cristo implica em testemunho que impacta outros. V.27b

O evangelho pregado por Paulo e pelos apóstolos, impactou a população do império, ele disse que gostaria de ouvir falar sobre o testemunho daqueles cristãos de forma positiva, segundo está escrito: [...] para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes [...]” (v.27b). As pessoas precisam falar sobre sua vida de crente positivamente, seu modo de falar, vestir, andar, agir deve ser um evangelho vivo para que outros queiram imitar você. Ex.: Missionário que viveu em uma casa de uma família e alguém chega e pergunta por ele dizendo: “Aquele que parece Jesus”. Jesus faria o que eu e você fazemos?

c) Está firme em Cristo em Cristo implica em unidade com os irmãos. V.27c

Paulo orienta os irmãos quanto á unidade dizendo eles deveriam não apenas tê-la no interior, mas também planejar que ela aconteça:  “[...] Que estais firmes em um só espírito, como uma só alma [...]” (v.27c).  Algumas lições: I. A unidade dos crentes é espiritual ela é costurada pelo Espírito Santo (v.27), O termo espírito deriva do grego “Pneumatos” seu sentido é espírito, isto é, desunião é carnalidade, não agrada a Deus e não veremos Deus derramar avivamento onde há não há unidade (Sl 133). II. A unidade da igreja deve fazer parte dos nossos pensamentos e planos (v.27), pois a palavra alma usada vem do grego “Psychê” e significa mente, devemos pensar e planejar a união e não desunião da igreja. 

d) Está firme em Cristo implica em defender a sã doutrina. V.27d

Aqueles irmãos precisavam entender que eles receberam de Cristo a missão de todos lutarem juntos pela sã doutrina, combatendo o falso ensino segundo temos na passagem: “[...] lutando juntos pela fé evangélica” (v.27d). O termo lutando juntos (Gr. “Synathlountes”, lutando unidos) indica que esta luta para combater o falso ensino deve ser feita por toda a comunidade cristã, se você não tem coragem de falar para as pessoas a verdade da Escritura, reveja a sua fé urgentemente! Combata o falso ensino e os falsos mestres!

2. RECEBEMOS VITÓRIA SOBRE OS INIMIGOS. V.28

a) A vitória que Deus nos oferece nos dá coragem contra os inimigos. V.28a

Os inimigos do povo de Deus tentar fazer intimidação aconteceu com O gigante Golias contra Davi (I Sm 17.1-54), Senaqueribe da Assíria (II Cr 32.1-22), em todos estes casos suas ameaças não se concretizaram, Deus agiu. Não era diferente na época de Paulo, havia os inimigos externos que eram os religiosos judeus e internos como cristãos judaizantes, em Filipos haviam os falsos mestres que pervertiam o evangelho retirando a cruz, apenas se preocupando com coisas terrenas (Fp 3.18-19), Cristo nos convida para não nos intimidarmos e pregar a verdade: “E que em nada estais intimidados pelos adversários [...]” (v.28a). Não se intimide com aqueles que tentam fazer você deixar de pregar a verdade, fale da Escritura! Fale de Cristo! Se você está intimidado e sem coragem de pregar, faça uma autoanálise da sua fé.

b) A vitória que Deus nos oferece diferencia os que o servem dos que o rejeitam. V.28b

A vitória que Deus nos concede em Cristo faz que se faça uma distinção crucial que revela onde viveremos a eternidade, vejamos: “Pois o que é para eles prova evidente de perdição é, para vós outros, de salvação, e isto da parte de Deus” (V.28b). O texto apresenta duas verdades reais e necessárias: I. Existe a perdição eterna para os que rejeitam Jesus (v.28), ou seja, Deus não é apenas amor, mas também justiça, aquela figura de um diabo furando as pessoas com um tridente é mito, quem vai atormentar as pessoas no inferno é o próprio Deus exercendo sua justiça (Ap 20.10,15). II. Existe a salvação eterna para aqueles que se voltam para Jesus (v.28), os que serão salvos se arrependem dos seus pecados (At 3.19), creem em Jesus (At 16.30-31) e confessam Jesus como Senhor e salvador diante dos homens (At 10.9-10). Salvação ou perdição, o que vais receber?

3. RECEBEMOS PRESENTES CRISTO. VV.29-30

a) Cristo nos dá o presente da fé salvadora para crermos Nele. V.29

A Palavra de Deus nos informa que foi Deus que nos concedeu a fé, vejamos: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele” (v.29). O texto nos apresenta a verdade de que Deus é que dá a capacidade de crer para o homem. Algumas lições: I. A fé é um fruto da graça de Deus (v.29). II. A fé (Gr. “Pisteuein”, confiança) é uma entrega confiante a Cristo para salvação (v.29; Ef 2.8). III. A fé é operosa, isto é, gera boas obras, obediência (I Ts 1.3). Você já recebeu esta fé salvadora? Já tem certeza de vida eterna? Se sua resposta é negativa, clame a Jesus agora e convide-o para morar no seu coração.

b) Cristo nos dá o presente de sofrermos por Ele. VV.29-30

Paulo vai dizer algo que muitas igrejas não gostam de pregar, que o sofrimento que enfrentamos é nos dado por Deus, vejamos: 29 Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, 30 pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu” (vv.29-30). Sobre a vida cristã aprendemos que: I. Passa por sofrimentos nesta vida igual todos os outros seres humanos (v.29). II. Os sofrimentos são frutos da graça de Deus para nos tornar mais fortes (v.29; Tg 1.2-4). III. A vida cristã não é uma colônia de férias, mas um combate, ou melhor um bom combate (v.30; II Tm 4.7). Quando você observar uma igreja dizendo: “VENHA E PARE DE SOFRER”, Saiba que ali se ensina um falso evangelho! Cristão sofre, mas o sofrimento ao invés de destruir torna ele mais forte!

CONCLUSÃO

Examinamos nesta passagem que por recebermos a alegria de Cristo devemos viver de modo pleno a dignidade do evangelho. Quando agimos assim recebemos mais firmeza em Cristo para viver em santidade, impactamos outros com nosso testemunho, nos ajuda a ter unidade com os irmãos, também defendemos o evangelho. Também recebemos vitória contra os inimigos, tendo coragem para não ficar intimidados pelos inimigos e fazendo diferença entre quem serve a Deus e quem não serve. Por fim recebemos presentes de Deus bem como a fé para a salvação e o sofrimento para crescermos no Senhor. Aplicação: Precisamos viver de modo digno do evangelho, abandonando o pecado, testemunhando de Cristo e defendendo o verdadeiro evangelho, mas no v.28 que somente existe duas realidades: Salvação ou perdição. Você já tem certeza de vida eterna? Já tem convicção que se partisse hoje iria morar no céu com Jesus? Se ainda não tem esta certeza, entregue sua vida a Cristo hoje e receberás.

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA - LIÇÃO 5

TEXTO: LUCAS 5.27-28

27 Passadas estas coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! 28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu”.

INTRODUÇÃO

A graça irresistível, vocação eficaz ou graça eficaz diz respeito à regeneração, ao novo nascimento.  É, dentro da ordem da salvação, o ato que precede a conversão. A regeneração é a causa, a conversão é o efeito. Também é conhecida por Graça Eficaz, chamado eficaz, graça salvífica, dentre outros. É o exato momento em que Deus dá vida a quem estava morto, abre os olhos do que estava cego e coloca um coração de carne no lugar do coração de pedra. Essa é a Graça irresistível (Graça Eficaz). Precisamos diferenciar graça irresistível de graça comum. A graça comum é a responsável por refrear o pecado da humanidade e alcança todos os homens, sem exceção. A graça irresistível é chamada de graça especial. É a graça que derruba a resistência do homem e o salva. Então quer dizer que a graça pode ser resistida? SIM! Não dizemos que ela não pode ser resistida. Na verdade, todos os seres humanos resistem a graça de Deus naturalmente.  É aí onde está a diferença, TODOS rejeitam, e não alguns.  A questão é: a graça de Deus é tão poderosa que vence essa resistência natural que existe em nós. Quando Deus escolhe, Ele quebra a resistência do homem e o faz se dobrar diante Dele. É nisso que acreditamos.

ASSUNTO: AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA

TEMA: GRAÇA IRRESISTÍVEL, VOCAÇÃO EFICAZ - O ELEITO NÃO RESISTE À VONTADE DE DEUS PARA SEMPRE

1. COMO ESTÁ O HOMEM EM SEU ESTADO NATURAL?

A Escritura chama o homem sem Cristo de homem carnal ou natural (I Co 2.14) e chama o homem que foi salvo por Cristo de homem espiritual (I Co 2.15), iremos tratar aqui sobre sem Cristo, no seu estado natural e adâmico, devido a isto iremos extrair algumas lições expostas a seguir.

I. Ele está alheio as coisas de Deus.

O homem natural, isto é, aquele que ainda está fora de Cristo vive de modo alheio a vida de Deus, conforme nos indica Paulo: (Ef 4.18), sobre este homem alheio a Deus iremos aprender algumas verdades.

a) Ele não aceita as coisas do Espírito Santo. I Co 2.14

Paulo tratando do homem sem cristo vai nos informar que este homem rejeita as ações do Espírito Santo, observemos; “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co 2.14). O apóstolo vai nos dizer que o homem sem Cristo naturalmente vai dizer não ao evangelho, vejamos: I. Ele resiste ao Espírito Santo (v.14a). II. Ele não entende o que vem do Espírito Santo (v.14b). III. Ele não tem discernimento espiritual (v.14c).

b) Ele não tem forças para ir até Cristo. Jo 6.44, 65,

Jesus no seu sermão após a multiplicação dos pães afirmou que homem nenhum pode ir até Ele sem que haja uma ação de Deus no seu interior, esta ação interior de Deus que leva o pecador a crer no evangelho é chamada pela teologia de Graça irresistível ou vocação eficaz, vejamos a passagem: 44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. 65 E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (Jo 6.44,65). Jesus vai nos dizer que: I. Nenhum homem vai a Cristo ou se prepara para isto por suas próprias forças (v.44a). II. O homem vem a Cristo somente depois de uma intervenção de Deus no seu coração (v.44b). III. Somente vem a Cristo aqueles que o Pai conceder (v.65).

c) Ele resiste a ação de Deus. At 7.51

Estevão, primeiro mártir da igreja, fala de modo duro contra aqueles homens falando sobre a sua situação espiritual rejeitando ao agir do Espírito Santo, segundo a passagem transmite: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis” (At 7.51). Sobre aqueles homens Estevão disse que: I. Aqueles tinham o coração rígido ou endurecido: Dura Cerviz (Gr. “Sklêrotrachêloi”, Entendimento rígido, duro) (v.51a). II. Eles rejeitavam a Deus no coração e recusavam a ouvir a Palavra de Deus (v.51b). III. Eles resistiam a ação do Espírito Santo na sua vida (v.51c; I Co 2.14).

d) Ele vive contrário a tudo que é de Deus. Rm 3.10-18

Estes homens sem Cristo resistem a Cristo e vivem uma vida totalmente distante de Deus, fazendo tudo que Deus não se agrada, observe: 10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos, há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm 3.10-18). Sobre este homem em seu estado natural, o texto diz que: 1. O ser humano é totalmente depravado em seu ser (v.10, 12). 2. O pecado atingiu o ser humano nas suas palavras (vv.13-14). 3. O pecado atingiu todas as ações humanas (vv15-17). 4. O pecado atingiu todas os pensamentos (v.11). 5. O pecado é uma ofensa direta a Deus (v.18). Assim vivem os que estão sem Cristo, resistindo a Deus, mergulhados no pecado!

II. Ele vive um estado de miséria espiritual.

a) Ele está morto (incapaz) em seus pecados. Ef 2.1

O texto nos informa que o homem sem Cristo não está apenas adoecido como afirmam alguns, mas morto, observemos: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2.1). Morto tem vontade? Não, então o homem sem Cristo não tem vontade livre, mas escrava (Jo 8.34). Morto tem iniciativa? Não, então não foi o homem que buscou Deus, o Senhor que o encontrou (Lc 15.3-7), Morto pode se levantar do caixão? Não, então o homem sem Cristo está totalmente incapaz de ir até Cristo ou se preparar para isto, Deus que o conduz (Jo 6.65).

b) Ele está escravo do mundo, diabo e carne. Ef 2.2-3a

O texto vai nos informar que o homem morto espiritualmente é escravo, veja: 2 Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.2-3a). No estado de miséria espiritual o homem em uma escravidão em três aspectos: I. Ele é escravo do mundo (v.2), sistema de coisas contra Deus. II. Ele é escravo do diabo (v.2), ele opera nos filhos da desobediência, quem vive no pecado. III. Ele é escravo da carne (v.3), isto é, da natureza caída em adão.

c) Ele está debaixo da ira de Deus. Ef 2.3b; Jo 3.36

A Escritura ainda vai informar que estas pessoas são filhas da ira, observe: “[...] éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (v.3b). Ele é filho da ira por que descende de Adão (At 17.26), nasceu com o pecado (Sl 51.5), esta ira permanece sob os não convertidos, vejamos: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). O texto indica que existem dois tipos de pessoas: I. Aqueles que creem em Jesus: Recebem vida eterna, sai de debaixo da ira de Deus (v.36). II. Os que não creem em Jesus: Vivem debaixo da ira de Deus, não terão vida eterna.

APLICAÇÃO: A doutrina da graça irresistível não se refere aos ímpios, pois estes sempre rejeitam a Palavra de Deus e ao próprio Deus. O homem no seu estado natural sempre irá resistir a Graça, desprezará a salvação que Cristo oferece, aliás, esta é rejeição é constante, sem uma intervenção de Deus, ele continuará desprezando a Cristo.

2. A VOCAÇÃO EFICAZ E SEUS PORMENORES.

O chamado de Deus tem duas vertentes: Chamado Geral, a pregação do evangelho que alcança todos os ouvidos; Chamado Eficaz, a pregação do evangelho que alcança os corações de alguns, estes crerão no evangelho. Vamos examinar cada um destes chamados individualmente a seguir.

I. Existe uma vocação externa e geral.

Como citado anteriormente, o chamado externo e geral se refere à pregação do evangelho, esta responsabilidade é da igreja, divulgar o evangelho, fazer Cristo conhecido (Rm 15.20), anunciar a todas as nações (Sl 96.3), algumas lições:

a) Esta vocação é a pregação do evangelho. Mc 16.15

Jesus disse que os seus discípulos deveriam pregar a sua Palavra a toda e qualquer pessoa, vejamos: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Algumas lições: I. Anunciar o evangelho é uma ordem de Jesus (v.16). II. O evangelho deve ser anunciado em todos os lugares (v.16b). III. O evangelho deve ser anunciado a todas as pessoas (v.16c). A vocação externa é esta pregação que Cristo nos deixou para fazer.

b) Esta vocação é um convite aos ouvidos. Mc 4.23

A vocação externa (pregação) alcança os ouvidos daqueles que nos dirigimos a eles, segundo afirma a passagem: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mc 4.23). A Bíblia nos diz exatamente que este chamado externo (pregação) precisa ser divulgado, pois é a Palavra que servirá de base para o julgamento (Jo 12.48), pois os homens devem guardar a Palavra, mas antes precisa ouvir (Tg 1.22), pois não podemos obedecer ao que não conhecemos.

c) Esta vocação é denominada nos evangelhos e atos de “chamado”. Mt 22.14

A Bíblia fala da pregação em termos de um chamado (Gr. Kletoi”, convite), vejamos: “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22.14). A pregação é um convite aos ouvidos, o homem precisa ouvir a palavra de Deus depois guardar (Ap 1.3), todos os dias os homens estão sendo convidados pelo evangelho para o arrependimento (Mt 4.17), mas se esta mensagem chegar apenas aos ouvidos não traz salvação.

d) Esta vocação pode ser resistida pelos homens. II Tm 4.14-15

A vocação externa (pregação) como é um convite aos ouvidos pode ser resistida pelos homens segundo Paulo informa: 14 Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. 15 Tu, guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras” (Tg 4.14-15). Alexandre, o latoeiro, embora estivesse dentro da igreja, mas não era convertido, era um ímpio transvestido de cristão, ele resistiu a pregação, pois a pregação não lhe chegou ao coração, apenas aos ouvidos.

e) Esta vocação pode ser ouvida, entendida e ainda assim rejeitada pelo homem natural. Rm 10.18-21

A pregação foi dirigida ao povo de Israel, mas os descendentes naturais de Abraão rejeitaram esta pregação, pois eles não tiveram seu coração transformado, estavam endurecidos, vejamos: 18 Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. 19 Pergunto mais: Porventura, não terá chegado isso ao conhecimento de Israel? Moisés já dizia: Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente insensata eu vos provocarei à ira. 20 E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim. 21 Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente”. O texto nos informa que: I. Eles ouviram a pregação (vv.18-19). II. Eles viram o reino ser passado aos gentios que creram no evangelho e eles ficaram com ciúmes (v.19). III. Eles viram um povo que não fazia parte da aliança ser alcançado (v.20). IV. Eles não foram alcançados pela pregação cristã por que foram rebeldes e resistentes (v.21). O homem, mesmo sendo descendente de Abraão, no seu estado natural, rejeita o evangelho.

f) Esta vocação servirá de juízo para os homens no grande dia. Jo 12.48

A palavra pregada (vocação externa) irá levar as pessoas que rejeitar à eterna condenação, pois esta palavra julgará no último dia, segundo o texto diz: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (Jo 12.48). A Palavra quando resistida pelo ouvinte se torna tal qual uma espada, ela exerce juízo e condenação.

II. Existe uma vocação interna e eficaz.

A vocação interna é eficaz é a pregação que entra no coração do pecador através de uma intervenção do Espírito Santo que tira a cegueira (Ef 1.18), abrindo o entendimento (Lc 24.45), levando o salvo a se santificar (II Ts 2.13). A vocação eficaz ou Graça Irresistível deve ser examinada dentro das Sagradas Escrituras, vejamos algumas lições:

a) Esta vocação é eficaz porque é a pregação que entra no coração. Jr 31.33

O profeta vai trazer a informação que a vocação eficaz acontece por que o próprio Deus impregna a sua Palavra no coração, observe: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). Não é o homem que recebe a Palavra por si só, Deus é quem coloca esta Palavra no seu coração.

b) Esta vocação é eficaz porque o próprio Deus abre o coração da pessoa para crê na pregação. At 16.14

Outra verdade que a Bíblia afirma com relação à Vocação Eficaz é que Deus é quem abre o coração do pecado para crer, segundo atesta a passagem: “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14). Não foi Lídia que abriu o coração para Jesus, foi o próprio Senhor que abriu o coração dela para que cresse no evangelho pregado por Paulo. Talvez você fica na duvida e cite Apocalipse 3.20 quando Cristo afirma que está à porta e bate e se alguém ouvir a sua voz, Ele entrará, mas precisamos entender que o texto não se refere a não-crentes, mas a crentes de Laodiceia, enquanto que o texto de Atos 16.14 se refere a uma mulher que não era cristã. O texto deve ser interpretado dentro de um contexto.

c) Esta vocação é eficaz porque é o próprio Deus que retira as trevas da cegueira que o diabo colocou no coração das pessoas. II Co 4.4-6

A vocação eficaz acontece no coração levando o homem à conversão porque Deus retira toda a cegueira espiritual para que todo homem possa crer no evangelho, consoante o texto indica: 4 Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (II Co 4.4-6). O texto indica algumas verdades: 1. O diabo cega os incrédulos para que a luz do evangelho não resplandeça neles (v.4). II. A pregação Cristocêntrica é a maneira correta de retirar a cegueira espiritual (v.5). III. Deus leva a pregação do evangelho ao coração tirando a cegueira, iluminando-nos para salvação (v.6). Deus é quem intervém para que a pregação penetre no coração e traga libertação e salvação.

d) Esta vocação é eficaz porque não foi somente as palavras que chegaram às pessoas, mas o poder do Espírito Santo para fazer estas palavras surtirem efeito salvador. I Ts 1.4-5

O Senhor vai nos informar através de Paulo que o evangelho penetra no coração do homem de modo eficaz porque o evangelho não foi proclamado somente com as palavras, mas com o poder do Espírito Santo, segundo observamos: 4 Reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição,5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós” (I Ts 1.4-5). Assim sendo, a pregação penetra dentro do coração e traz a salvação por causa da ação poderosa do Espírito Santo, não é causada pelo pregador ou pela pessoa salva, mas pelo próprio Deus.

e) Esta vocação é eficaz porque foi o próprio Deus que chamou, nos tornando salvos. Rm 8.30

Paulo fala sobre este chamado de Deus como um fato consumado sobre aqueles que Deus predestinou para salvação, segundo a passagem: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30). Aqueles que o Pai predestinou, Ele chamou (vocação eficaz), justificou (perdoou) e glorificou. Todos os verbos estão no pretérito perfeito, indicando um fato consumado, no plano de Deus tudo já é fato acontecido, embora os fatos se realizem na história, eles já estão entrelaçados desde toda a eternidade, mas o chamado pela pregação é o que se torna visível para nós e para ser recebido tem que ter uma intervenção do Espírito Santo (Ef 1.18).

f) Esta vocação é eficaz porque Ela não depende do homem, mas do agir de Deus. Jr 31.3

A pregação para alcançar o coração do pecador necessita de uma intervenção divina, pois o homem caído não teria condições de fazer isso sozinho (Jo 6.44,65), vejamos este texto de Jeremias: “De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr 31.3). O profeta nos ensina que: I. Deus nos viu longe Dele no pecado (v.31a), Ele olhou e viu que todos estavam longe Dele (V.31a). II. Deus amou com amor eterno (v.31b), isto é, Deus nos amou desde os tempos eternos (Ef 1.3-6). III. Deus nos atraiu para si (v.31c), ou seja, aqui trata da vocação eficaz na qual Deus atrai pecadores para si (Jo 12.32). 

g) Esta vocação eficaz é a regeneração. Jo 3.3; Jo 1.11-13

Esta vocação eficaz também é chamada de novo nascimento, este termo é o equivalente a regeneração (Gr. “Palingenesis”, nova criação, segundo está escrito: “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). A ideia é que Deus recria o ser humano para salvação, o primeiro homem criado caiu em desgraça e Deus através de Cristo, Ele traz uma nova criação nos fazendo novas criaturas. Ainda sobre a regeneração, podemos aprender que ela nos tira de uma vivência de criatura para a filiação a Deus, pois somos adotados por Ele, vejamos: 11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.11-13). Podemos observar algumas lições, tais que: 1. Cristo foi rejeitado por alguns (v.11). II. Ele é recebido por outros que se tornam filhos de Deus ao crer e receber a Cristo (v.12). 3. Aqueles que creem não creram por vontade própria, mas por uma ação de Deus (v.13). No final vemos que o novo nascimento acontece por que Deus agiu no coração (vocação eficaz).

APLICAÇÃO: O homem depois que Deus abre seu coração, tira a cegueira do coração, ilumina a mente, receberá a Cristo como seu Senhor e Salvador, pois não está mais morto nos pecados nem escravo da carne, mundo a diabo. Ele não resistirá o chamado de Deus, fará tal como Levi que ao ser chamado por Cristo deixou tudo para segui-lo: 27 Passadas estas coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! 28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu” (Lc 5.27-28). Levi não conseguiu resistir a Cristo!

3. COMO SABER SE JÁ FUI ALCANÇADO POR ESTA GRAÇA EFICAZ?

Quando somos alcançados por esta graça especial e eficaz no nosso coração, nós não queremos mais viver na prática do pecado, não queremos mais rejeitar a Cristo, ao ouvimos a sua voz seguimos ele imediatamente (Jo 10.27), abaixo veremos alguns resultados que ocorre conosco quando Deus alcança nosso coração com a graça eficaz. Algumas lições importantes serão enfatizadas.

I. Eu me arrependo dos pecados. At 3.19

O arrependimento é necessário para que os nossos pecados sejam perdoados, observe: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At 3.19). Ninguém será salvo sem arrepender-se, pois esta é a porta de entrada no reino de Deus (Mt 3.2).

a) Junto com este chamado eficaz, Deus traz arrependimento. At 5.31; At 11.18; Rm 2.4; II Co 7.9-10

O arrependimento não é uma inciativa do coração humano por suas próprias forças, mas Deus é quem concedeu arrependimento aos judeus: “Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31). Ele também colocou esta benção nos gentios: “E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (At 11.18). Deus coloca o arrependimento no homem não por ver merecimento no homem, mas por causa da sua bondade: “Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? (Rm 2.4). O arrependimento vem através de uma tristeza por termos feito algo errado, vejamos: 9 Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofrêsseis.10 Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (II Co 7.9-10). Paulo trata de dois tipos de tristeza aqui: I. A tristeza gerada pelo mundo (remorso) que causa destruição e não mudança (v.10), tipo Judas que foi se enforcar (Mt 27.1-5). II. A tristeza segundo Deus gera arrependimento para salvação,(v.10) exemplo de Pedro (Lc 22.62). O arrependimento provém de Deus, por causa da graça eficaz de Deus, Ele coloca em nós.

b) Junto com este chamado eficaz, Deus traz o arrependimento e com este vem o desejo de deixar o pecado. Jo 8.11; Pv 28.13

O arrependimento não é um mero balbuciar com um pedido de desculpas, próprio do evangelicalismo moderno, mas deve vir acompanhado de um abandono do pecado, Jesus nos ensina isso: “Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8.11). A mulher que foi pega em flagrante adultério foi livrada da morte por Jesus, mas Ele dá o ultimato, dizendo que ela deveria largar daquela vida pecaminosa, pois o arrependimento só é real se houver abandono do pecado. O sábio também escreveu que o homem encontra a misericórdia de Deus para o perdão se ele não apenas confessar seus erros, mas deixar de praticá-los, segundo o texto informa: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Não basta dizer que está arrependido, precisa largar todo o pecado produzindo frutos dignos de arrependimento (Mt 3.8-10).

c) Junto com este chamado eficaz, Deus traz o arrependimento e junto com este uma volta para Deus.  Os 14.1-2

Além do ser humano deixar o pecado, deve também voltar-se para Deus, conforme o texto demonstra: 1 Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído. 2 Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios” (Os 14.1-2). Imagine um viciado que percebeu o mal que fez para si e para outros, ele então procura ajuda e deixa os vícios, mas não se volta para Deus, o que houve nele não foi um arrependimento verdadeiro, pois se assim houvera acontecido, ele se voltaria para Deus e se entregaria a Ele. O texto aponta que o povo de Israel estava caído no pecado (v.1), Deus então os convida para se arrepender e voltar para Ele (vv.1-2), eles deveriam deixar de oferecer um culto religioso para oferecer um culto que vem dos lábios (v.2). Volte-se para Deus, somente assim seu arrependimento será verdadeiro.

II. Vivendo uma vida de Santidade.

a) Uma vida de santidade é uma vida de boas obras. Ef 2.10; Is 26.12

A Bíblia diz que a salvação é pela graça, por meio da fé, tudo isso é dom de Deus sem obras (Ef 2.8-9), mas a Palavra de Deus afirma que depois de salvos devemos viver uma vida de boas obras, conforme a passagem indica: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). O texto nos diz algumas verdades sobre nós depois de salvos: 1. Deus nos criou novamente à imagem do seu Filho (v.10a). 2. Deus nos criou novamente em Cristo para as boas obras (v.10b). III. As obras boas que praticamos já foram preparadas por Deus para as praticarmos (v.10c). O profeta Isaías nos afirma que as nossas boas, não nós que fazemos, mas Deus que faz em nós, confira: “Senhor, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós” (Is 26.12). Até as boas obras que nós praticamos provém de Deus!

b) Uma vida de santidade é uma vida digna de quem foi chamado por Deus. Ef 4.1

Paulo vai definir a vida de santidade do cristão como alguém que vive dignamente como cristão: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef 4.1). Alguém que foi salvo por Cristo deve andar como um verdadeiro cristão, pois não tem como alguém ser salvo e querer viver na prática do pecado (I Jo 3.9). Se alguém quer viver no pecado, ele não é um salvo.

c) Uma vida de santidade é saber que:

A. Deus já nos santificou definitivamente quando nos perdoou os pecados. Hb 10.14; I Co 1.1; II Co 1.1

A Escritura nos fala de um tipo de santidade recebida de uma vez por todas através da obra de Cristo, na qual todos os nossos pecados foram perdoados, vejamos: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.14). A nossa santidade atual acontece porque Cristo já nos aperfeiçoou quando se ofereceu por nós na cruz. Os cristãos são chamados de santos na Igreja de Corinto, conforme o texto aponta:  “Á igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (I Co 1.2). Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia” (II Co 1.1). Todo cristão é santo, pois Cristo com sua obra já o santificou definitivamente de uma vez por todas.

B. Deus nos santifica progressivamente na vida cristã.  Ef 4.13; Fp 3.12-14

A santidade cristã também é vista como um progresso, enquanto aqui vivermos não seremos perfeitos (I Jo 1.8,10), devido a isto que nós perseguimos este avo todos os dias até chegar à perfeição, vejamos: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.14). Sobre esta busca da santidade aprendemos que: I. Buscamos a santidade até chegarmos à unidade da fé (v.14a). II. Buscamos a santidade até chegarmos ao pleno conhecimento de Cristo (v.14b). III. Buscamos a santidade até que cheguemos ao estado de varão perfeito (v.14c). IV. Buscamos a santidade até que cheguemos à plenitude de Cristo (v.14d). Tudo isso somente acontecerá somente quando chegarmos na glória! Ainda podemos aprender que prosseguimos em santidade deixando tudo para trás e caminhando para que interessa, vejamos: 12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.12-14). O processo de santidade tem alguns aprendizados: 1. Não conseguiremos alcançar a perfeição nesta vida (v.12a). 2. A santidade é um processo para conquistar a perfeição (v.v.12b). 3. A santidade somente acontece porque Cristo já nos conquistou para isso (v.12c). 4. A santidade acontece abandonando tudo que não nos faz crescer (v.13a). 5. A santidade se dá caminhando sempre em um progresso (v.13b). 6. A santidade tem um alvo supremo que é alcançar a perfeição no céu com Cristo (v.14). Santidade é processo, não retrocesso, quem retrocede não está vivendo como salvo.

C. Deus nos santifica através de três elementos:

Deus usa elementos para nos santificar, citamos aqui três que são imprescindíveis para vivermos uma vida de santidade maiúscula diante de Deus: I. Bíblia: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17); II. Oração: Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I 1.9). III. Igreja: 26 Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.26-27)

D. Deus nos santifica para desenvolvermos a salvação que Ele nos deu. Fp 2.12

A Palavra de Deus nos informa que a santificação é o desenvolvimento da salvação, conforme o texto relata: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12). A passagem está afirmando categoricamente que o cristão deve desenvolver a sua salvação, isto é, aqui trata-se de santidade, um cristão não foi feito nascido de novo para viver bebê a vida toda, mas para crescer na vida cristã, isto acontece em santidade de vida.

E. Deus nos santifica segundo o seu querer e realizar. Fp 2.13

O texto de Filipenses 2.12 que traz o cristão com a responsabilidade de desenvolver a sua salvação é acompanhado de outra verdade solene que o cristão somente consegue realizar este desenvolvimento com uma intervenção de Deus, vejamos: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). A vontade de santificar-se e ação de buscar ser santo é colocada em nós por Deus, assim sendo não há santidade sem uma intervenção de Deus. A santidade também é dada por Deus ao seu povo.

F. Deus nos santifica para a sua glória. Mt 5.13-16

A vida de santidade deve servir para que Cristo seja visto e honrado nas nossas vidas, conforme Jesus nos afirma no Sermão do Monte: 13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obrase glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.13-16). Cristo ensinou sobre nosso testemunho usando dois elementos muito utilizados na época, o sal e a luz da candeia, ele nos ensina que: 1. O nosso testemunho deve ser como o sal, impedir a podridão do mundo e dar sabor á vida (v.13). 2. Se o cristão deixa de ser sal o seu testemunho se torna infrutífero (v.13). 3. O testemunho do cristão deve ser como a luz, não deve se esconder, mas apresentar Cristo por suas palavras e vida (v.14-15). 4. O testemunho do cristão não deve visar que homens sejam exaltados, mas que Deus seja glorificado (v.16). Viva em santidade, pois assim Deus será visto e glorificado em você.

G. Deus nos santificará finalmente no céu. I Jo 3.1-3

A santidade do cristão finalmente será completa quando ele adentrar as mansões celestiais e passar a gozar da presença de Cristo para sempre, segundo João afirma: 1 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. 2 Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. 3 E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (I Jo 3.1-3). O apóstolo nesta carta nos diz algumas verdades sobre a nossa santidade como filhos de Deus: 1. Deus já nos adotou como seus filhos e nos separou da maldade do mundo (v.1). 2. Deus tem revelações mais gloriosas para seus filhos no céu (v.2). 3. Seremos totalmente santos e veremos a Cristo como Ele é (v.2). 4. Somente irá ser totalmente santo no céu o que se santificou na terra (v.3; Hb 12.14). Seremos santos totalmente no céu com corpos gloriosos e veremos a Cristo como Ele é (Fp 3.20-21).

III. Promovendo a glória de Deus por meio da evangelização. Is 6.1-13

Aquela pessoa que foi alcançado pela graça eficaz de Deus e recebeu a salvação, ele deseja anunciar o evangelho aos perdidos, anunciar Cristo para que o homem creia Nele, nós iremos basear-se na visão do chamamento do profeta Isaías para tratarmos desta verdade.

a) A glória de Deus vem antes de todas as coisas. Is 6.1-4

O ser humano é totalmente religioso, até os que dizem não crer em nada, os homens tem a ideia de um ser superior, de alguém elevado, alto que comanda tudo, quando olhamos para a natureza vimos sua majestade exposta (Sl 19.1), o profeta Isaías antes de ver sua necessidade de salvação viu a glória de Deus, de forma singular, sobre isto vemos algumas lições.

1. Ele está assentado no trono do universo. V.1

O rei Uzias foi um rei piedoso que conduziu o povo para perto de Deus, agora que Ele temia que o povo voltasse as práticas pecaminosas, Deus faz ele ver a glória de Deus, assentado num trono do qual comanda todo o universo, consoante está escrito: “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (v.1). O profeta viu que Deus governava não apenas Israel, mas todo o universo, sua presença era tão grande que somente as abas das suas vestes cobriam todo o universo, pois a palavra templo e santuário também é uma referência ao universo (Sl 150.1). Deus é tão grande que sua presença cobre todo o universo. Este é o seu Deus, Ele é o seu Pai, Ele é governador do universo. Nada foge ao seu controle.

2. Ele tem a sua gloria santa vista nos céus. V.2

Este Deus é adorado na céu, aqui na passagem criaturas angelicais o adoravam constantemente, conforme o texto indica: “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava” (v.2). aqueles serafins tinham seis asas com duas asas cobriam o rosto (não podiam olhar para Deus devido a Santidade Dele), com duas cobriam os pés (reverenciavam o Senhor) e com duas voavam (adoravam o Senhor). Deus é exaltado nos céus, este Deus que Isaías viu sendo glorificado era Jesus (Jo 12.41).

3. Ele tem a sua glória espalhada por toda terra. V.3

Os Serafins na sua adoração eles expressaram palavras de exaltação a Deus, vejamos: “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (v.3). Os serafins não se atreviam a olhar para Deus nem falar a Ele, falavam uns para os outros (v.3a). Eles diziam justamente que a glória do Senhor estava enchendo toda a terra (v.3b). Este Deus é glorificado na terra inteira, em todos os cantos do universo há uma canção de louvor ao Senhor, tudo diz glória (Sl 29.9)

4. Ele tem a sua glória visto no seu poder. V.4

O poder de Deus é visto nas falas dos anjos poderosos, vejamos: “As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça” (v.4). A Escritura Sagrada afirma que houve um mover na hora que eles clamavam e a casa se encheu fumaça, isto demonstrava o Shekiná de Deus descendo, seu poder manifesto. Deus é glorificado em poder, Ele terrível em toda a terra (Sl 76.7).

b) Depois de ver a glória de Deus vemos nossa condição.

Depois do profeta ver a majestade de Deus, viu sua própria situação de pecador, observou seu próprio pecado, examine que ele não viu o pecado dos outros antes do seu, primeiro viu o seu para depois pregar aos outros, sobre esta visão de si mesmo que Isaías teve podemos observar algumas lições preciosas.

1. Vemos a falência humana para buscar ao Senhor por seus próprios méritos. V.5

O profeta observou desesperado sua condição de pecador diante de um Deus que é totalmente santo, vejamos: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (v.5). Isaías observou que tanto ele como seu povo eram impuras, afirma que estava perdido por ter uma grande visão deste Deus Tão poderoso e santo. Ele reconhece semelhante a Pedro sua pecaminosidade e estado de perdição sem Deus. Sendo um pecador, o homem não tem nenhum merecimento diante de Deus, ele é humano e sem uma ação de Deus jamais iria buscar o seu favor (Jo 6.44). Sem Deus o pecado nada pode fazer (Jo 15.5), estará totalmente perdido!

2. Vemos que apesar da falência humana, o Senhor vem em seu socorro para perdoar.  V.6-7

Apesar de ser um pecador, o profeta viu que Deus estava interessado em lhe perdoar, não somente isto Ele queria lhe purificar, observemos: 6 Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (vv.6-7). O texto nos indica algumas lições importantes: a) A iniciativa de perdoar foi Deus antes do homem buscar perdão (v.6). b) Deus nos purifica dos pecados (v.7a). c) Deus traz perdão gracioso para o arrependido (v.7b). Dentro da falência humana, a graça de Deus age e traz pleno perdão.

c) Depois de vermos nossa condição e a disposição perdoadora do Senhor, enxergamos a obra missionária. V.8-12

Isaías depois que viu a glória de Deus, seu próprio pecado, a ação perdoadora do Senhor, também viu o chamado para evangelizar, assim sendo alguém que Deus abriu seu coração (At 16.14-15), iluminou os olhos do seu coração para crer no evangelho (Ef 1.18), vai querer pregar a Palavra para os perdidos. Sobre a obra missionária examinaremos algumas verdades.

1. Vemos que a missão é um chamado de Deus.  V.8a

O profeta disse que ouviu voz do Senhor lhe chamando para a obra missionária, consoante a passagem: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor [...]” (v.8a). O chamado para evangelizar é um chamado de Deus para todo crente, pois todo coração com Cristo é um missionário e todo coração sem Cristo é um campo missionário. Quando o crente não evangeliza achando que está prejudicando o pastor da igreja, ele está na verdade desagradando a Deus. A voz que Isaías ouviu convocando-o para fazer missões não foi do homem, foi de Deus. Obedeça a voz de Deus e pregue o evangelho.

2. Vemos que a responsabilidade é nossa de dizer sim a Deus.V.8b

Depois de ouvir a voz de Deus dando um comando para anunciar a mensagem de Deus para ser divulgada, essa convocação requeria uma resposta de sim ou não, pois para Deus não meio termo, nem se pode ficar em cima do muro, a resposta de Isaías foi sim ao chamado do Senhor, conforme o texto nos apresenta: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim (v.8b). pare de usar desculpas para não evangelizar, pois Deus já te convocou e sua resposta é sim ou não. Já de decidiu?

3. Vemos que o conteúdo da mensagem é Deus que determina. V.9-10

A mensagem que o profeta foi enviado a pregar não era nada fácil, porque Deus estava julgando o povo de Israel por causa do seu pecado, assim sendo a pregação que Deus entregou ao profeta era de um rígido juízo, olhemos o texto: 9 Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. 10 Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo” (vv.9-10). Deus enviou por meio do profeta uma mensagem dura, ele não mudou a mensagem para agradar a freguesia, pelo contrário, falou toda a mensagem de Deus contra o pecado do povo.

4. Vemos que os resultados da mensagem vêm de Deus e não de nós. V.11-13

A mensagem do profeta apesar de ser dura e de juízo trouxe resultados salvíficos, segundo o texto aponta: 11 Então, disse eu: até quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem moradores, e a terra seja de todo assolada, 12 e o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo. 13 Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser destruída. Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derribados, ainda fica o toco, assim a santa semente é o seu toco” (vv.11-13). O texto apresenta a verdade que Deus não depende do ser humano para intentar seus planos, nesta mensagem Deus alerta sobre o juízo que viria sobre o povo de Israel, as cidades seriam desoladas e ficariam desertas sem moradores (v.11), os homens seriam retirados da terra e ela seria desamparada (v.12), por fim ficaria somente um toco sem valor algum, neste Deus fará brotar sua santa semente (v.13). O resultado da mensagem é Deus que traz, devemos pregar a mensagem que Deus nos ordena na sua palavra e Deus fará o resultado, ainda que fique somente um toco queimado e sem valor, dele Deus faz brotar a semente santa. Você foi alcançado pela graça de Deus? Pregue o evangelho!

APLICAÇÃO: Vimos que aqueles que foram alcançados pela graça de Deus irão se arrepender dos seus pecados porque o próprio Deus coloca este arrependimento: E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (At 11.18). Viverão em santidade porque o próprio está neles fazendo as boas obras da santidade: Senhor, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós” (Is 26.12). Aqueles que foram alcançados pela graça de Deus irão pregar o evangelho, mas o resultado da pregação vem de Deus, Ele é quem traz os pecadores à igreja: “Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47). Você já foi alcançado pela graça de Deus? A vocação eficaz é o chamado de Deus para a salvação, aquele chamado que você não resiste e quer servir a Jesus, estar perto Dele, viver para Ele e se alegrar Nele. Você já sente este chamado no seu coração? Já sente que seu lugar é ao lado de Jesus? Quer proclamar para todas as pessoas que sua vida pertence a Ele?

REFERÊNCIAS

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CASIMIRO, Arival e; CALLI, Paulo. Rede de Discípulado I. 1 Ed. 2012. Santa Bábabara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2012.

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NASCIMENTO, Adão Carlos. Razão da Nossa Fé. 1 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

_________________________. O que Todo Presbiteriano Inteligente Precisa Saber. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste: Z3 Editora, 2007

_________________________. Curso de Catecùmenos. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2008.

O Breve Catecismo de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios -Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

O Catecismo Maior de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

Os Cânones de Dort. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

PIPER, John. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1 ed. São José dos Campos: Fiel, 2014.

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva.