TEXTO:
LUCAS 5.27-28
“27 Passadas estas
coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e
disse-lhe: Segue-me! 28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu”.
INTRODUÇÃO
A
graça irresistível, vocação eficaz ou graça eficaz diz respeito à regeneração,
ao novo nascimento. É, dentro da ordem
da salvação, o ato que precede a conversão. A regeneração é a causa, a
conversão é o efeito. Também é conhecida por Graça Eficaz, chamado eficaz, graça
salvífica, dentre outros. É o exato momento em que Deus dá vida a quem estava
morto, abre os olhos do que estava cego e coloca um coração de carne no lugar
do coração de pedra. Essa é a Graça irresistível (Graça Eficaz). Precisamos
diferenciar graça irresistível de graça comum. A graça comum é a
responsável por refrear o pecado da humanidade e alcança todos os homens, sem
exceção. A graça irresistível é chamada de graça especial. É a graça que
derruba a resistência do homem e o salva. Então quer dizer que a graça pode ser
resistida? SIM! Não dizemos que ela não pode ser resistida. Na verdade, todos
os seres humanos resistem a graça de Deus naturalmente. É aí onde está a diferença, TODOS rejeitam, e
não alguns. A questão
é: a graça de Deus é tão poderosa que vence essa resistência natural
que existe em nós. Quando Deus escolhe, Ele quebra a resistência do homem e o
faz se dobrar diante Dele. É nisso que acreditamos.
ASSUNTO:
AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA
TEMA:
GRAÇA IRRESISTÍVEL, VOCAÇÃO EFICAZ - O ELEITO NÃO RESISTE À VONTADE DE DEUS PARA
SEMPRE
1.
COMO ESTÁ O HOMEM EM SEU ESTADO NATURAL?
A
Escritura chama o homem sem Cristo de homem carnal ou natural (I Co 2.14) e
chama o homem que foi salvo por Cristo de homem espiritual (I Co 2.15), iremos
tratar aqui sobre sem Cristo, no seu estado natural e adâmico, devido a isto
iremos extrair algumas lições expostas a seguir.
I. Ele está alheio as coisas de Deus.
O
homem natural, isto é, aquele que ainda está fora de Cristo vive de modo alheio
a vida de Deus, conforme nos indica Paulo: (Ef 4.18), sobre este homem alheio a
Deus iremos aprender algumas verdades.
a)
Ele não aceita as coisas do Espírito Santo.
I Co 2.14
Paulo
tratando do homem sem cristo vai nos informar que este homem rejeita as ações
do Espírito Santo, observemos; “Ora, o homem
natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co 2.14). O
apóstolo vai nos dizer que o homem sem Cristo naturalmente vai dizer não ao
evangelho, vejamos: I. Ele resiste ao Espírito Santo (v.14a). II. Ele
não entende o que vem do Espírito Santo (v.14b). III. Ele não tem
discernimento espiritual (v.14c).
b)
Ele não tem forças para ir até Cristo. Jo
6.44, 65,
Jesus
no seu sermão após a multiplicação dos pães afirmou que homem nenhum pode ir
até Ele sem que haja uma ação de Deus no seu interior, esta ação interior de
Deus que leva o pecador a crer no evangelho é chamada pela teologia de Graça
irresistível ou vocação eficaz, vejamos a passagem: “44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou,
não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. 65 E
prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim,
se, pelo Pai, não lhe for concedido” (Jo 6.44,65). Jesus vai nos dizer que:
I. Nenhum homem vai a Cristo ou se prepara para isto por suas próprias
forças (v.44a). II. O homem vem a Cristo somente depois de uma intervenção
de Deus no seu coração (v.44b). III. Somente vem a Cristo aqueles que o
Pai conceder (v.65).
c)
Ele resiste a ação de Deus. At 7.51
Estevão,
primeiro mártir da igreja, fala de modo duro contra aqueles homens falando
sobre a sua situação espiritual rejeitando ao agir do Espírito Santo, segundo a
passagem transmite: “Homens de dura cerviz e
incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo;
assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis” (At 7.51). Sobre
aqueles homens Estevão disse que: I. Aqueles tinham o coração rígido ou
endurecido: Dura Cerviz (Gr. “Sklêrotrachêloi”, Entendimento rígido,
duro) (v.51a). II. Eles rejeitavam a Deus no coração e recusavam a ouvir a
Palavra de Deus (v.51b). III. Eles resistiam a ação do Espírito Santo na
sua vida (v.51c; I Co 2.14).
d)
Ele vive contrário a tudo que é de Deus. Rm
3.10-18
Estes
homens sem Cristo resistem a Cristo e vivem uma vida totalmente distante de
Deus, fazendo tudo que Deus não se agrada, observe: “10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11
não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se
extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um
sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua,
urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a
boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os
seus pés velozes para derramar sangue, 16 nos seus caminhos,
há destruição e miséria; 17 desconheceram o caminho da paz 18
Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm 3.10-18). Sobre este homem
em seu estado natural, o texto diz que: 1. O ser humano é totalmente
depravado em seu ser (v.10, 12). 2. O pecado atingiu o ser humano nas
suas palavras (vv.13-14). 3. O pecado atingiu todas as ações humanas
(vv15-17). 4. O pecado atingiu todas os pensamentos (v.11). 5. O
pecado é uma ofensa direta a Deus (v.18). Assim vivem os que estão sem
Cristo, resistindo a Deus, mergulhados no pecado!
II. Ele vive um estado de miséria
espiritual.
a)
Ele está morto (incapaz) em seus pecados.
Ef 2.1
O
texto nos informa que o homem sem Cristo não está apenas adoecido como afirmam
alguns, mas morto, observemos: “Ele vos deu
vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2.1). Morto tem
vontade? Não, então o homem sem Cristo não tem vontade livre, mas escrava (Jo
8.34). Morto tem iniciativa? Não, então não foi o homem que buscou Deus, o
Senhor que o encontrou (Lc 15.3-7), Morto pode se levantar do caixão? Não,
então o homem sem Cristo está totalmente incapaz de ir até Cristo ou se
preparar para isto, Deus que o conduz (Jo 6.65).
b)
Ele está escravo do mundo, diabo e carne.
Ef 2.2-3a
O
texto vai nos informar que o homem morto espiritualmente é escravo, veja: “2 Nos quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais
também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da
ira, como também os demais” (Ef
2.2-3a). No estado de miséria espiritual o homem em uma escravidão em três
aspectos: I. Ele é escravo do mundo (v.2), sistema de coisas contra
Deus. II. Ele é escravo do diabo (v.2), ele opera nos filhos da desobediência,
quem vive no pecado. III. Ele é escravo da carne (v.3), isto é, da
natureza caída em adão.
c)
Ele está debaixo da ira de Deus. Ef 2.3b;
Jo 3.36
A
Escritura ainda vai informar que estas pessoas são filhas da ira, observe: “[...] éramos, por natureza, filhos da ira, como
também os demais” (v.3b). Ele é filho da ira por que descende de Adão (At
17.26), nasceu com o pecado (Sl 51.5), esta ira permanece sob os não convertidos,
vejamos: “Por isso, quem crê no Filho tem a
vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida,
mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). O texto indica que
existem dois tipos de pessoas: I. Aqueles que creem em Jesus: Recebem
vida eterna, sai de debaixo da ira de Deus (v.36). II. Os que não creem em
Jesus: Vivem debaixo da ira de Deus, não terão vida eterna.
APLICAÇÃO: A doutrina da graça irresistível não se refere aos ímpios,
pois estes sempre rejeitam a Palavra de Deus e ao próprio Deus. O homem no seu
estado natural sempre irá resistir a Graça, desprezará a salvação que Cristo
oferece, aliás, esta é rejeição é constante, sem uma intervenção de Deus, ele
continuará desprezando a Cristo.
2.
A VOCAÇÃO EFICAZ E SEUS PORMENORES.
O
chamado de Deus tem duas vertentes: Chamado Geral, a pregação do evangelho que
alcança todos os ouvidos; Chamado Eficaz, a pregação do evangelho que alcança
os corações de alguns, estes crerão no evangelho. Vamos examinar cada um destes
chamados individualmente a seguir.
I. Existe uma vocação externa e
geral.
Como
citado anteriormente, o chamado externo e geral se refere à pregação do
evangelho, esta responsabilidade é da igreja, divulgar o evangelho, fazer
Cristo conhecido (Rm 15.20), anunciar a todas as nações (Sl 96.3), algumas
lições:
a)
Esta vocação é a pregação do evangelho. Mc
16.15
Jesus
disse que os seus discípulos deveriam pregar a sua Palavra a toda e qualquer
pessoa, vejamos: “E disse-lhes: Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Algumas lições: I.
Anunciar o evangelho é uma ordem de Jesus (v.16). II. O evangelho deve
ser anunciado em todos os lugares (v.16b). III. O evangelho deve ser
anunciado a todas as pessoas (v.16c). A vocação externa é esta pregação que
Cristo nos deixou para fazer.
b)
Esta vocação é um convite aos ouvidos. Mc
4.23
A
vocação externa (pregação) alcança os ouvidos daqueles que nos dirigimos a
eles, segundo afirma a passagem: “Se alguém tem
ouvidos para ouvir, ouça” (Mc 4.23). A Bíblia nos diz exatamente que este
chamado externo (pregação) precisa ser divulgado, pois é a Palavra que servirá
de base para o julgamento (Jo 12.48), pois os homens devem guardar a Palavra,
mas antes precisa ouvir (Tg 1.22), pois não podemos obedecer ao que não
conhecemos.
c)
Esta vocação é denominada nos evangelhos e atos
de “chamado”. Mt 22.14
A
Bíblia fala da pregação em termos de um chamado (Gr. Kletoi”, convite),
vejamos: “Porque muitos são chamados, mas
poucos, escolhidos” (Mt 22.14). A pregação é um convite aos ouvidos, o
homem precisa ouvir a palavra de Deus depois guardar (Ap 1.3), todos os dias os
homens estão sendo convidados pelo evangelho para o arrependimento (Mt 4.17),
mas se esta mensagem chegar apenas aos ouvidos não traz salvação.
d)
Esta vocação pode ser resistida pelos homens.
II Tm 4.14-15
A
vocação externa (pregação) como é um convite aos ouvidos pode ser resistida
pelos homens segundo Paulo informa: “14
Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo
as suas obras. 15 Tu, guarda-te
também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras” (Tg 4.14-15). Alexandre, o latoeiro, embora estivesse dentro
da igreja, mas não era convertido, era um ímpio transvestido de cristão, ele
resistiu a pregação, pois a pregação não lhe chegou ao coração, apenas aos
ouvidos.
e)
Esta vocação pode ser ouvida, entendida e ainda
assim rejeitada pelo homem natural. Rm 10.18-21
A
pregação foi dirigida ao povo de Israel, mas os descendentes naturais de Abraão
rejeitaram esta pregação, pois eles não tiveram seu coração transformado,
estavam endurecidos, vejamos: “18
Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez
ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. 19 Pergunto mais:
Porventura, não terá chegado isso ao conhecimento de Israel? Moisés já dizia:
Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente insensata eu vos
provocarei à ira. 20 E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos
que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim. 21 Quanto a Israel,
porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente”. O texto nos informa que: I. Eles ouviram a pregação
(vv.18-19). II. Eles viram o reino ser passado aos gentios que creram no
evangelho e eles ficaram com ciúmes (v.19). III. Eles viram um povo que não
fazia parte da aliança ser alcançado (v.20). IV. Eles não foram
alcançados pela pregação cristã por que foram rebeldes e resistentes (v.21).
O homem, mesmo sendo descendente de Abraão, no seu estado natural, rejeita o
evangelho.
f)
Esta vocação servirá de juízo para os homens no
grande dia. Jo 12.48
A
palavra pregada (vocação externa) irá levar as pessoas que rejeitar à eterna
condenação, pois esta palavra julgará no último dia, segundo o texto diz: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras
tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no
último dia” (Jo 12.48). A Palavra quando resistida pelo ouvinte se torna
tal qual uma espada, ela exerce juízo e condenação.
II. Existe uma vocação interna e
eficaz.
A
vocação interna é eficaz é a pregação que entra no coração do pecador através
de uma intervenção do Espírito Santo que tira a cegueira (Ef 1.18), abrindo o
entendimento (Lc 24.45), levando o salvo a se santificar (II Ts 2.13). A
vocação eficaz ou Graça Irresistível deve ser examinada dentro das Sagradas
Escrituras, vejamos algumas lições:
a)
Esta vocação é eficaz porque é a pregação que
entra no coração. Jr 31.33
O
profeta vai trazer a informação que a vocação eficaz acontece por que o próprio
Deus impregna a sua Palavra no coração, observe: “Porque
esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas
inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). Não
é o homem que recebe a Palavra por si só, Deus é quem coloca esta Palavra no
seu coração.
b)
Esta vocação é eficaz porque o próprio Deus
abre o coração da pessoa para crê na pregação. At 16.14
Outra
verdade que a Bíblia afirma com relação à Vocação Eficaz é que Deus é quem abre
o coração do pecado para crer, segundo atesta a passagem: “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de
púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para
atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14). Não foi Lídia que abriu o
coração para Jesus, foi o próprio Senhor que abriu o coração dela para que
cresse no evangelho pregado por Paulo. Talvez você fica na duvida e cite
Apocalipse 3.20 quando Cristo afirma que está à porta e bate e se alguém ouvir
a sua voz, Ele entrará, mas precisamos entender que o texto não se refere a
não-crentes, mas a crentes de Laodiceia, enquanto que o texto de Atos 16.14 se
refere a uma mulher que não era cristã. O texto deve ser interpretado dentro de
um contexto.
c)
Esta vocação é eficaz porque é o próprio Deus
que retira as trevas da cegueira que o diabo colocou no coração das pessoas.
II Co 4.4-6
A
vocação eficaz acontece no coração levando o homem à conversão porque Deus
retira toda a cegueira espiritual para que todo homem possa crer no evangelho,
consoante o texto indica: “4
Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem
de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a
Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.
6 Porque Deus, que
disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (II Co 4.4-6). O texto indica algumas verdades: 1. O diabo
cega os incrédulos para que a luz do evangelho não resplandeça neles (v.4).
II. A pregação Cristocêntrica é a maneira correta de retirar a cegueira
espiritual (v.5). III. Deus leva a pregação do evangelho ao coração
tirando a cegueira, iluminando-nos para salvação (v.6). Deus é quem
intervém para que a pregação penetre no coração e traga libertação e salvação.
d)
Esta vocação é eficaz porque não foi somente as
palavras que chegaram às pessoas, mas o poder do Espírito Santo para fazer
estas palavras surtirem efeito salvador. I Ts 1.4-5
O
Senhor vai nos informar através de Paulo que o evangelho penetra no coração do
homem de modo eficaz porque o evangelho não foi proclamado somente com as
palavras, mas com o poder do Espírito Santo, segundo observamos: “4 Reconhecendo, irmãos, amados
de Deus, a vossa eleição,5 porque o nosso evangelho não
chegou até vós tão somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito
Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento
entre vós e por amor de vós” (I Ts 1.4-5). Assim sendo, a pregação penetra
dentro do coração e traz a salvação por causa da ação poderosa do Espírito
Santo, não é causada pelo pregador ou pela pessoa salva, mas pelo próprio Deus.
e)
Esta vocação é eficaz porque foi o próprio Deus
que chamou, nos tornando salvos. Rm 8.30
Paulo
fala sobre este chamado de Deus como um fato consumado sobre aqueles que Deus
predestinou para salvação, segundo a passagem: “E
aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também
justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30).
Aqueles que o Pai predestinou, Ele chamou (vocação eficaz), justificou
(perdoou) e glorificou. Todos os verbos estão no pretérito perfeito, indicando
um fato consumado, no plano de Deus tudo já é fato acontecido, embora os fatos se
realizem na história, eles já estão entrelaçados desde toda a eternidade, mas o
chamado pela pregação é o que se torna visível para nós e para ser recebido tem
que ter uma intervenção do Espírito Santo (Ef 1.18).
f)
Esta vocação é eficaz porque Ela não depende do
homem, mas do agir de Deus. Jr 31.3
A
pregação para alcançar o coração do pecador necessita de uma intervenção
divina, pois o homem caído não teria condições de fazer isso sozinho (Jo
6.44,65), vejamos este texto de Jeremias: “De
longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso,
com benignidade te atraí” (Jr 31.3). O profeta nos ensina que: I. Deus
nos viu longe Dele no pecado (v.31a), Ele olhou e viu que todos estavam
longe Dele (V.31a). II. Deus amou com amor eterno (v.31b), isto é, Deus
nos amou desde os tempos eternos (Ef 1.3-6). III. Deus nos atraiu para si
(v.31c), ou seja, aqui trata da vocação eficaz na qual Deus atrai pecadores
para si (Jo 12.32).
g)
Esta vocação eficaz é a regeneração. Jo
3.3; Jo 1.11-13
Esta
vocação eficaz também é chamada de novo nascimento, este termo é o equivalente
a regeneração (Gr. “Palingenesis”, nova criação, segundo está escrito: “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade
te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”
(Jo 3.3). A ideia é que Deus recria o ser humano para salvação, o primeiro
homem criado caiu em desgraça e Deus através de Cristo, Ele traz uma nova
criação nos fazendo novas criaturas. Ainda sobre a regeneração, podemos
aprender que ela nos tira de uma vivência de criatura para a filiação a Deus,
pois somos adotados por Ele, vejamos: “11
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12 Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber,
aos que creem no seu nome; 13 os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.11-13). Podemos observar algumas lições, tais que: 1.
Cristo foi rejeitado por alguns (v.11). II. Ele é recebido por outros
que se tornam filhos de Deus ao crer e receber a Cristo (v.12). 3.
Aqueles que creem não creram por vontade própria, mas por uma ação de Deus
(v.13). No final vemos que o novo nascimento acontece por que Deus agiu no
coração (vocação eficaz).
APLICAÇÃO: O homem depois que Deus abre seu coração, tira a cegueira
do coração, ilumina a mente, receberá a Cristo como seu Senhor e Salvador, pois
não está mais morto nos pecados nem escravo da carne, mundo a diabo. Ele não
resistirá o chamado de Deus, fará tal como Levi que ao ser chamado por Cristo
deixou tudo para segui-lo: “27
Passadas estas coisas, saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na
coletoria, e disse-lhe: Segue-me! 28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu” (Lc 5.27-28). Levi não conseguiu resistir a Cristo!
3.
COMO SABER SE JÁ FUI ALCANÇADO POR ESTA GRAÇA EFICAZ?
Quando
somos alcançados por esta graça especial e eficaz no nosso coração, nós não
queremos mais viver na prática do pecado, não queremos mais rejeitar a Cristo,
ao ouvimos a sua voz seguimos ele imediatamente (Jo 10.27), abaixo veremos
alguns resultados que ocorre conosco quando Deus alcança nosso coração com a
graça eficaz. Algumas lições importantes serão enfatizadas.
I. Eu me arrependo dos pecados. At 3.19
O
arrependimento é necessário para que os nossos pecados sejam perdoados,
observe: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos
para serem cancelados os vossos pecados” (At 3.19). Ninguém será salvo sem
arrepender-se, pois esta é a porta de entrada no reino de Deus (Mt 3.2).
a)
Junto com este chamado eficaz, Deus traz
arrependimento. At 5.31; At 11.18; Rm 2.4; II Co 7.9-10
O
arrependimento não é uma inciativa do coração humano por suas próprias forças,
mas Deus é quem concedeu arrependimento aos judeus: “Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim
de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31).
Ele também colocou esta benção nos gentios: “E,
ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo,
também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (At
11.18). Deus coloca o arrependimento no homem não por ver merecimento no homem,
mas por causa da sua bondade: “Ou desprezas a
riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade
de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.4). O arrependimento vem através
de uma tristeza por termos feito algo errado, vejamos: “9
Agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados
para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa
parte, nenhum dano sofrêsseis.10 Porque a tristeza segundo
Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a
tristeza do mundo produz morte” (II Co 7.9-10). Paulo trata de dois tipos de
tristeza aqui: I. A tristeza gerada pelo mundo (remorso) que causa destruição
e não mudança (v.10), tipo Judas que foi se enforcar (Mt 27.1-5). II. A
tristeza segundo Deus gera arrependimento para salvação,(v.10) exemplo de
Pedro (Lc 22.62). O arrependimento provém de Deus, por causa da graça eficaz de
Deus, Ele coloca em nós.
b)
Junto com este chamado eficaz, Deus traz o
arrependimento e com este vem o desejo de deixar o pecado. Jo 8.11; Pv
28.13
O
arrependimento não é um mero balbuciar com um pedido de desculpas, próprio do
evangelicalismo moderno, mas deve vir acompanhado de um abandono do pecado,
Jesus nos ensina isso: “Respondeu ela: Ninguém,
Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques
mais” (Jo 8.11). A mulher que foi pega em flagrante adultério foi livrada
da morte por Jesus, mas Ele dá o ultimato, dizendo que ela deveria largar
daquela vida pecaminosa, pois o arrependimento só é real se houver abandono do
pecado. O sábio também escreveu que o homem encontra a misericórdia de Deus
para o perdão se ele não apenas confessar seus erros, mas deixar de
praticá-los, segundo o texto informa: “O que
encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa
alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Não basta dizer que está arrependido,
precisa largar todo o pecado produzindo frutos dignos de arrependimento (Mt
3.8-10).
c)
Junto com este chamado eficaz, Deus traz o
arrependimento e junto com este uma volta para Deus. Os 14.1-2
Além
do ser humano deixar o pecado, deve também voltar-se para Deus, conforme o
texto demonstra: “1 Volta, ó
Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído. 2 Tende convosco
palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda
iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos
lábios” (Os 14.1-2). Imagine um viciado que
percebeu o mal que fez para si e para outros, ele então procura ajuda e deixa
os vícios, mas não se volta para Deus, o que houve nele não foi um
arrependimento verdadeiro, pois se assim houvera acontecido, ele se voltaria
para Deus e se entregaria a Ele. O texto aponta que o povo de Israel estava
caído no pecado (v.1), Deus então os convida para se arrepender e voltar para
Ele (vv.1-2), eles deveriam deixar de oferecer um culto religioso para oferecer
um culto que vem dos lábios (v.2). Volte-se para Deus, somente assim seu
arrependimento será verdadeiro.
II. Vivendo uma vida de Santidade.
a)
Uma vida de santidade é uma vida de boas obras.
Ef 2.10; Is 26.12
A
Bíblia diz que a salvação é pela graça, por meio da fé, tudo isso é dom de Deus
sem obras (Ef 2.8-9), mas a Palavra de Deus afirma que depois de salvos devemos
viver uma vida de boas obras, conforme a passagem indica: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as
quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). O
texto nos diz algumas verdades sobre nós depois de salvos: 1. Deus nos criou
novamente à imagem do seu Filho (v.10a). 2. Deus nos criou novamente em Cristo
para as boas obras (v.10b). III. As obras boas que praticamos já foram
preparadas por Deus para as praticarmos (v.10c). O profeta Isaías nos afirma
que as nossas boas, não nós que fazemos, mas Deus que faz em nós, confira: “Senhor, concede-nos a paz, porque todas as nossas
obras tu as fazes por nós” (Is 26.12). Até as boas obras que nós praticamos
provém de Deus!
b)
Uma vida de santidade é uma vida digna de quem
foi chamado por Deus. Ef 4.1
Paulo
vai definir a vida de santidade do cristão como alguém que vive dignamente como
cristão: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no
Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef
4.1). Alguém que foi salvo por Cristo deve andar como um verdadeiro cristão,
pois não tem como alguém ser salvo e querer viver na prática do pecado (I Jo
3.9). Se alguém quer viver no pecado, ele não é um salvo.
c)
Uma vida de santidade é saber que:
A. Deus já nos santificou
definitivamente quando nos perdoou os pecados. Hb 10.14; I Co 1.1; II Co 1.1
A
Escritura nos fala de um tipo de santidade recebida de uma vez por todas
através da obra de Cristo, na qual todos os nossos pecados foram perdoados,
vejamos: “Porque, com uma única oferta,
aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.14). A
nossa santidade atual acontece porque Cristo já nos aperfeiçoou quando se
ofereceu por nós na cruz. Os cristãos são chamados de santos na Igreja de
Corinto, conforme o texto aponta: “Á igreja de Deus que está em Corinto, aos
santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em
todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”
(I Co 1.2). Paulo, apóstolo de Cristo Jesus
pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto e
a todos os santos em toda a Acaia” (II Co 1.1). Todo cristão é santo, pois
Cristo com sua obra já o santificou definitivamente de uma vez por todas.
B. Deus nos santifica
progressivamente na vida cristã. Ef 4.13; Fp 3.12-14
A
santidade cristã também é vista como um progresso, enquanto aqui vivermos não
seremos perfeitos (I Jo 1.8,10), devido a isto que nós perseguimos este avo
todos os dias até chegar à perfeição, vejamos: “Até
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef
4.14). Sobre esta busca da santidade aprendemos que: I. Buscamos a santidade
até chegarmos à unidade da fé (v.14a). II. Buscamos a santidade até
chegarmos ao pleno conhecimento de Cristo (v.14b). III. Buscamos a
santidade até que cheguemos ao estado de varão perfeito (v.14c). IV. Buscamos a
santidade até que cheguemos à plenitude de Cristo (v.14d). Tudo isso
somente acontecerá somente quando chegarmos na glória! Ainda podemos aprender
que prosseguimos em santidade deixando tudo para trás e caminhando para que
interessa, vejamos: “12 Não
que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para
conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13
Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço:
esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de
mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.12-14). O processo de santidade tem
alguns aprendizados: 1. Não conseguiremos alcançar a perfeição nesta vida
(v.12a). 2. A santidade é um processo para conquistar a perfeição
(v.v.12b). 3. A santidade somente acontece porque Cristo já nos conquistou
para isso (v.12c). 4. A santidade acontece abandonando tudo que não nos
faz crescer (v.13a). 5. A santidade se dá caminhando sempre em um
progresso (v.13b). 6. A santidade tem um alvo supremo que é alcançar a
perfeição no céu com Cristo (v.14). Santidade é processo, não retrocesso,
quem retrocede não está vivendo como salvo.
C. Deus nos santifica através de
três elementos:
Deus
usa elementos para nos santificar, citamos aqui três que são imprescindíveis
para vivermos uma vida de santidade maiúscula diante de Deus: I. Bíblia: “Santifica-os na verdade; a tua
palavra é a verdade” (Jo 17.17); II. Oração: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça” (I
1.9). III. Igreja: “26
Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela
palavra, 27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef
5.26-27)
D. Deus nos santifica para
desenvolvermos a salvação que Ele nos deu.
Fp 2.12
A
Palavra de Deus nos informa que a santificação é o desenvolvimento da salvação,
conforme o texto relata: “Assim, pois, amados
meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais
agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”
(Fp 2.12). A passagem está afirmando categoricamente que o cristão deve
desenvolver a sua salvação, isto é, aqui trata-se de santidade, um cristão não
foi feito nascido de novo para viver bebê a vida toda, mas para crescer na vida
cristã, isto acontece em santidade de vida.
E. Deus nos santifica segundo o seu
querer e realizar. Fp 2.13
O
texto de Filipenses 2.12 que traz o cristão com a responsabilidade de
desenvolver a sua salvação é acompanhado de outra verdade solene que o cristão somente
consegue realizar este desenvolvimento com uma intervenção de Deus, vejamos: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). A vontade de
santificar-se e ação de buscar ser santo é colocada em nós por Deus, assim
sendo não há santidade sem uma intervenção de Deus. A santidade também é dada
por Deus ao seu povo.
F. Deus nos santifica para a sua
glória. Mt 5.13-16
A
vida de santidade deve servir para que Cristo seja visto e honrado nas nossas
vidas, conforme Jesus nos afirma no Sermão do Monte: “13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser
insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado
fora, ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não
se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 nem se
acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia
a todos os que se encontram na casa. 16 Assim brilhe também a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obrase glorifiquem a
vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.13-16). Cristo ensinou sobre nosso
testemunho usando dois elementos muito utilizados na época, o sal e a luz da
candeia, ele nos ensina que: 1. O nosso testemunho deve ser como o sal,
impedir a podridão do mundo e dar sabor á vida (v.13). 2. Se o cristão
deixa de ser sal o seu testemunho se torna infrutífero (v.13). 3. O
testemunho do cristão deve ser como a luz, não deve se esconder, mas apresentar
Cristo por suas palavras e vida (v.14-15). 4. O testemunho do cristão
não deve visar que homens sejam exaltados, mas que Deus seja glorificado (v.16).
Viva em santidade, pois assim Deus será visto e glorificado em você.
G. Deus nos santificará finalmente
no céu. I Jo 3.1-3
A
santidade do cristão finalmente será completa quando ele adentrar as mansões
celestiais e passar a gozar da presença de Cristo para sempre, segundo João
afirma: “1 Vede que grande
amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de
fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto
não o conheceu a ele mesmo. 2 Amados, agora, somos filhos de
Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele
se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.
3 E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta
esperança, assim como ele é puro” (I Jo 3.1-3). O apóstolo nesta carta nos
diz algumas verdades sobre a nossa santidade como filhos de Deus: 1. Deus já
nos adotou como seus filhos e nos separou da maldade do mundo (v.1). 2. Deus
tem revelações mais gloriosas para seus filhos no céu (v.2). 3. Seremos
totalmente santos e veremos a Cristo como Ele é (v.2). 4. Somente irá
ser totalmente santo no céu o que se santificou na terra (v.3; Hb 12.14).
Seremos santos totalmente no céu com corpos gloriosos e veremos a Cristo como
Ele é (Fp 3.20-21).
III. Promovendo a glória de Deus por
meio da evangelização.
Is 6.1-13
Aquela
pessoa que foi alcançado pela graça eficaz de Deus e recebeu a salvação, ele
deseja anunciar o evangelho aos perdidos, anunciar Cristo para que o homem
creia Nele, nós iremos basear-se na visão do chamamento do profeta Isaías para
tratarmos desta verdade.
a)
A glória de Deus vem antes de todas as coisas.
Is 6.1-4
O
ser humano é totalmente religioso, até os que dizem não crer em nada, os homens
tem a ideia de um ser superior, de alguém elevado, alto que comanda tudo,
quando olhamos para a natureza vimos sua majestade exposta (Sl 19.1), o profeta
Isaías antes de ver sua necessidade de salvação viu a glória de Deus, de forma
singular, sobre isto vemos algumas lições.
1. Ele está assentado no trono do
universo. V.1
O
rei Uzias foi um rei piedoso que conduziu o povo para perto de Deus, agora que
Ele temia que o povo voltasse as práticas pecaminosas, Deus faz ele ver a
glória de Deus, assentado num trono do qual comanda todo o universo, consoante
está escrito: “No ano da morte do rei Uzias, eu
vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes
enchiam o templo” (v.1). O profeta viu que Deus governava não apenas
Israel, mas todo o universo, sua presença era tão grande que somente as abas
das suas vestes cobriam todo o universo, pois a palavra templo e santuário
também é uma referência ao universo (Sl 150.1). Deus é tão grande que sua
presença cobre todo o universo. Este é o seu Deus, Ele é o seu Pai, Ele é
governador do universo. Nada foge ao seu controle.
2. Ele tem a sua gloria santa vista
nos céus. V.2
Este
Deus é adorado na céu, aqui na passagem criaturas angelicais o adoravam
constantemente, conforme o texto indica: “Serafins
estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com
duas cobria os seus pés e com duas voava” (v.2). aqueles serafins tinham
seis asas com duas asas cobriam o rosto (não podiam olhar para Deus devido a
Santidade Dele), com duas cobriam os pés (reverenciavam o Senhor) e com duas
voavam (adoravam o Senhor). Deus é exaltado nos céus, este Deus que Isaías viu
sendo glorificado era Jesus (Jo 12.41).
3. Ele tem a sua glória espalhada
por toda terra. V.3
Os
Serafins na sua adoração eles expressaram palavras de exaltação a Deus,
vejamos: “E clamavam uns para os outros,
dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia
da sua glória” (v.3). Os serafins não se atreviam a olhar para Deus nem
falar a Ele, falavam uns para os outros (v.3a). Eles diziam justamente que a
glória do Senhor estava enchendo toda a terra (v.3b). Este Deus é glorificado
na terra inteira, em todos os cantos do universo há uma canção de louvor ao
Senhor, tudo diz glória (Sl 29.9)
4. Ele tem a sua glória visto no seu
poder. V.4
O
poder de Deus é visto nas falas dos anjos poderosos, vejamos: “As bases do limiar se moveram à voz do que
clamava, e a casa se encheu de fumaça” (v.4). A Escritura Sagrada afirma
que houve um mover na hora que eles clamavam e a casa se encheu fumaça, isto
demonstrava o Shekiná de Deus descendo, seu poder manifesto. Deus é glorificado
em poder, Ele terrível em toda a terra (Sl 76.7).
b)
Depois de ver a glória de Deus vemos nossa
condição.
Depois
do profeta ver a majestade de Deus, viu sua própria situação de pecador, observou
seu próprio pecado, examine que ele não viu o pecado dos outros antes do seu,
primeiro viu o seu para depois pregar aos outros, sobre esta visão de si mesmo
que Isaías teve podemos observar algumas lições preciosas.
1. Vemos a falência humana para
buscar ao Senhor por seus próprios méritos. V.5
O
profeta observou desesperado sua condição de pecador diante de um Deus que é
totalmente santo, vejamos: “Então, disse eu: ai
de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um
povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!”
(v.5). Isaías observou que tanto ele como seu povo eram impuras, afirma que
estava perdido por ter uma grande visão deste Deus Tão poderoso e santo. Ele
reconhece semelhante a Pedro sua pecaminosidade e estado de perdição sem Deus.
Sendo um pecador, o homem não tem nenhum merecimento diante de Deus, ele é
humano e sem uma ação de Deus jamais iria buscar o seu favor (Jo 6.44). Sem
Deus o pecado nada pode fazer (Jo 15.5), estará totalmente perdido!
2. Vemos que apesar da falência
humana, o Senhor vem em seu socorro para perdoar. V.6-7
Apesar
de ser um pecador, o profeta viu que Deus estava interessado em lhe perdoar,
não somente isto Ele queria lhe purificar, observemos: “6 Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na
mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 com
a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua
iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (vv.6-7). O texto nos
indica algumas lições importantes: a) A iniciativa de perdoar foi Deus antes
do homem buscar perdão (v.6). b) Deus nos purifica dos pecados
(v.7a). c) Deus traz perdão gracioso para o arrependido (v.7b). Dentro
da falência humana, a graça de Deus age e traz pleno perdão.
c) Depois de vermos nossa condição e a disposição perdoadora
do Senhor, enxergamos a obra missionária.
V.8-12
Isaías
depois que viu a glória de Deus, seu próprio pecado, a ação perdoadora do
Senhor, também viu o chamado para evangelizar, assim sendo alguém que Deus
abriu seu coração (At 16.14-15), iluminou os olhos do seu coração para crer no
evangelho (Ef 1.18), vai querer pregar a Palavra para os perdidos. Sobre a obra
missionária examinaremos algumas verdades.
1. Vemos que a missão é um chamado
de Deus.
V.8a
O
profeta disse que ouviu voz do Senhor lhe chamando para a obra missionária,
consoante a passagem: “Depois disto, ouvi a voz
do Senhor [...]” (v.8a). O chamado para evangelizar é um chamado de Deus
para todo crente, pois todo coração com Cristo é um missionário e todo coração
sem Cristo é um campo missionário. Quando o crente não evangeliza achando que
está prejudicando o pastor da igreja, ele está na verdade desagradando a Deus.
A voz que Isaías ouviu convocando-o para fazer missões não foi do homem, foi de
Deus. Obedeça a voz de Deus e pregue o evangelho.
2. Vemos que a responsabilidade é
nossa de dizer sim a Deus.V.8b
Depois
de ouvir a voz de Deus dando um comando para anunciar a mensagem de Deus para
ser divulgada, essa convocação requeria uma resposta de sim ou não, pois para
Deus não meio termo, nem se pode ficar em cima do muro, a resposta de Isaías
foi sim ao chamado do Senhor, conforme o texto nos apresenta: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A
quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim
(v.8b). pare de usar desculpas para não evangelizar, pois Deus já te convocou e
sua resposta é sim ou não. Já de decidiu?
3. Vemos que o conteúdo da mensagem
é Deus que determina. V.9-10
A
mensagem que o profeta foi enviado a pregar não era nada fácil, porque Deus
estava julgando o povo de Israel por causa do seu pecado, assim sendo a
pregação que Deus entregou ao profeta era de um rígido juízo, olhemos o texto: “9 Então, disse ele: Vai e dize
a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. 10
Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os
olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a
entender com o coração, e se converta, e seja salvo” (vv.9-10). Deus enviou
por meio do profeta uma mensagem dura, ele não mudou a mensagem para agradar a
freguesia, pelo contrário, falou toda a mensagem de Deus contra o pecado do
povo.
4. Vemos que os resultados da
mensagem vêm de Deus e não de nós.
V.11-13
A
mensagem do profeta apesar de ser dura e de juízo trouxe resultados salvíficos,
segundo o texto aponta: “11
Então, disse eu: até quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas as
cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem moradores, e a terra seja
de todo assolada, 12 e o Senhor afaste dela os homens, e no
meio da terra seja grande o desamparo. 13 Mas, se ainda ficar
a décima parte dela, tornará a ser destruída. Como terebinto e como carvalho,
dos quais, depois de derribados, ainda fica o toco, assim a santa semente é o
seu toco” (vv.11-13). O texto apresenta a verdade que Deus não depende do ser
humano para intentar seus planos, nesta mensagem Deus alerta sobre o juízo que
viria sobre o povo de Israel, as cidades seriam desoladas e ficariam desertas
sem moradores (v.11), os homens seriam retirados da terra e ela seria
desamparada (v.12), por fim ficaria somente um toco sem valor algum, neste Deus
fará brotar sua santa semente (v.13). O resultado da mensagem é Deus que traz,
devemos pregar a mensagem que Deus nos ordena na sua palavra e Deus fará o
resultado, ainda que fique somente um toco queimado e sem valor, dele Deus faz
brotar a semente santa. Você foi alcançado pela graça de Deus? Pregue o
evangelho!
APLICAÇÃO: Vimos que aqueles que foram alcançados pela graça de Deus
irão se arrepender dos seus pecados porque o próprio Deus coloca este
arrependimento: “E,
ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo,
também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (At 11.18). Viverão em santidade porque o próprio está neles
fazendo as boas obras da santidade: “Senhor,
concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós” (Is 26.12). Aqueles
que foram alcançados pela graça de Deus irão pregar o evangelho, mas o
resultado da pregação vem de Deus, Ele é quem traz os pecadores à igreja: “Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo
o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos” (At 2.47). Você já foi alcançado pela graça de Deus? A vocação eficaz é o chamado de Deus para a salvação,
aquele chamado que você não resiste e quer servir a Jesus, estar perto Dele,
viver para Ele e se alegrar Nele. Você já sente este chamado no seu coração? Já
sente que seu lugar é ao lado de Jesus? Quer proclamar para todas as pessoas
que sua vida pertence a Ele?
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AUTOR: Pastor Veronilton Paz da
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