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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA - LIÇÃO 2

TEXTO: EC 7.20

“Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque”.

INTRODUÇÃO

Nossa corrupção pecaminosa é tão profunda e tão forte que nos torna escravos do pecado e moralmente incapazes de vencermos nossa rebelião e cegueira. Esta incapacidade de salvarmos a nós mesmos é total. Somos completamente dependentes da graça de Deus para vencer nossa rebelião, para dar-nos olhos para ver e atrair-nos eficazmente ao Salvador.

ASSUNTO: AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA

TEMA: DEPRAVAÇÃO TOTAL - O HOMEM TOTALMENTE CORROMPIDO PELO PECADO

1. NOSSA REBELIÃO CONTRA DEUS É TOTAL. Rm 3.9-11, 18

O pecado atingiu todas as partes da natureza humana e todas as pessoas da terra, observemos: 9 Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; 10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer, 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos”  (Rm 3.9-11, 18). Quando cita judeus e gregos está se referindo aos da nação de Israel e pessoas de outras nações, os judeus se orgulhavam da sua descendência abraâmica e menosprezavam outras nações, Paulo traz a verdade que todos no estado natural estão debaixo do pecado, vejamos algumas lições.

I. O homem natural não busca a Deus. Rm 3.11b; I Co 2.14; Jo 3.20-21; Is 30.1

a) Porque as coisas de Deus são loucura para ele. I Co 2.14

A Palavra de Deus afirma que o homem no estado natural não sente o desejo de buscar as coisas de Deus, e nem as aceita, vejamos: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co 2.14). este homem com sua natureza humana degenerada nunca vai entender o evangelho, para ele tudo é louco e sem sentido, devido a isto Ele não aceita o evangelho e considera loucura (Gr. “Môria”, tolice), pois o evangelho é loucura para os que se perdem, mas para os salvos poder de Deus (I Co 1.18), por isso Deus não permitiu que o mundo o conhecesse por sua própria sabedoria, mas salvou os crentes por meio desta pregação louca que traz salvação (I Co 1.19-21), mas o homem totalmente depravado em seu ser não entenderá isto, para ele é loucura, mas para nós é poder de Deus!

b) Porque as coisas de Deus são rejeitadas por ele. Jo 3.20

Aquele que vive em pecado se incomoda com a presença da luz do evangelho, pois esta irá fazer pararecer suas obras más e serão reprovadas, conforme o texto nos afirma: “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (Jo 3.20). Jesus afirma aqui que o homem no seu estado pecaminoso aborrece o evangelho (v.20a), este afastamento é porque não deseja que esta luz caia sobre ele (v.20b), faz isso porque na luz não tem como se esconder, suas más obras aparecem e são reprovadas. O homem totalmente depravado rejeita a mensagem do evangelho, pois esta confronta seu pecado, por isso é mais fácil ser religioso, aprender trejeitos “evangeliquês” do que você fazer parte de uma igreja séria que pregue a Bíblia, pois onde se prega a Bíblia você é confrontado a se arrepender dos seus pecados e abandoná-los, onde se prega o falso ensino você recebe profetadas, visagens e revelamentos e permanece no pecado.

c) Porque as coisas de Deus não estão nos planos deles. Is 30.1

A corrupção da natureza humana leva os homens a realizar suas questões e planejamentos deixando Deus de fora, consoante Isaías afirma: “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim e fazem aliança sem a minha aprovação, para acrescentarem pecado sobre pecado!” (Is 30.1). O homem carnal quer que Deus fique de fora dos seus projetos, pois se ele convidar Deus, o Senhor toma as rédeas, dita as regras e ele não quer isso, pois Deus atrapalha os seus planos pecaminosos. Um rapaz que deseja ter um namoro impuro, um comerciante que pretende ter comércio com negócios escusos, ou qualquer outra pessoa que quer viver sem regras e sem dar satisfação a ninguém, não desejarão que Deus regule suas vidas. Cuidado, se você quer viver sem regulamento e comprometimento, estás vivendo impiamente e Deus te pedirá contas.

II. O homem natural não entende as coisas de Deus. Rm 3.11a; II Co 4.4; I Co 2.14; Jo 16.13; Ef 2.1; Ec 9.5-6

a) Porque o diabo cegou o seu entendimento. II Co 4.4

O homem natural não entende as coisas de Deus por que está cego por Satanás, observemos: “Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (II Co 4.4). A cegueira que o inimigo coloca nas pessoas as levam à incredulidade (v.4a), estando cegos eles não conseguem enxergar a luz do verdadeiro evangelho (v.4b). Ou seja, as pessoas que rejeitam o evangelho estão vivendo com seus corações cegos pelo diabo, devido a isto precisamos orar para que as pessoas sejam libertas do inimigo para que o evangelho penetre no seu coração, enquanto não for retirada a cegueira espiritual do seu coração.

b) Porque as coisas de Deus se entendem espiritualmente. I Co 2.14

A Bíblia vai afirmar que o homem não entende as coisas de Deus porque elas se entendem espiritualmente, vejamos: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co 2.14). No reino de Deus as coisas espirituais se conferem com espirituais e não com carnalidade, as doutrinas do evangelho são espirituais, devido a isto armas que o cristão usa são espirituais e não carnais (II Co 10.4), quando um (a) cristã(o) usa armas carnais precisa rever a sua fé, devemos entender que todas as questões de fé não são compreendidas plenamente pela mente humana, mas com relação à salvação o Espírito esclarece não apenas aos doutos, também aos indoutos. O homem não salvo não compreende estas questões, pois somente o Espírito esclarece, como este não tem o espírito Santo não entende (Rm 8.9).

c) Porque para entender as coisas de Deus é preciso ter o Espírito Santo. Jo 16.13

Para que o homem possa entender o evangelho de modo salvador, é preciso uma intervenção do Espírito Santo aplicando as Escrituras ao coração do homem para que creia, vejamos, conforme Jesus disse: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Jesus disse que o Espírito Santo nos conduziria o homem à verdade (Jo 16.13), esta verdade é a Escritura (Jo 17.17), esta verdade liberta totalmente porque ela testifica de Jesus (Jo 8.32,36; Jo 5.39), as controvérsias não devem ter uma decisão final de concílios ou líderes, mas o Espírito Santo é o juiz supremo falando nas Escrituras. Sendo não devem ser aceitas novas doutrinas, seja por meio de supostas revelações do Espírito ou tradições humanas. O Espírito abre as portas da nossa alma para a Palavra operar.

d) Porque está morto espiritualmente e morto não entende nada. Ec 9.5-6

A Bíblia” afirma que os homens sem Cristo estão mortos espiritualmente (Ef 2.1), e os mortos não entendem nada, conforme o texto a seguir afirma: “5 Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. 6 Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Ec 9.5-6). Os mortos físicos não possuem vontade, fé, nem entendimento, semelhantemente os mortos espirituais, devido a isto precisamos orar a Deus antes de pregar para as pessoas, como aconteceu com o vale de ossos secos (Ez 37.1-14), pode acontecer com os mortos espirituais, Deus trazendo-os à vida, eles crerão em Cristo (Ef 2.4-8).

APLICAÇÃO: A rebelião contra Deus é total, pois este não busca as coisas de Deus nem as entende. Precisamos compreender que a rebelião do pecado atingiu todos os seres humanos, nenhuma pessoa busca a Deus de modo voluntário sem que Deus tire esta rebelião do seu coração, e nenhum ser humano vai entender a Palavra sem que Deus venha até Ele retire a venda dos olhos do seu coração e o faça entender.

2. EM SUA REBELIÃO TOTAL, TUDO QUE O HOMEM FAZ É PECADO. Jr 17.9

O coração representa a essência o que há de mais íntimo no ser humano, pois é do coração que procedem todas as coisas, vejamos como o nosso coração se apresenta diante de Deus: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). para entendermos sobre esta total pecaminosidade precisamos estudar algumas questões.

I. A pecaminosidade ativa do ser humano. Rm 3.10; Is 64.6; Rm 7.18; Jr 17.10

A Palavra afirma que o homem é um pecador ativo, conforme verificamos: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10). Esta pecaminosidade ativa pode ser vista em alguns aspectos destacados a seguir.

a) As nossas boas obras são cheias de pecado. Is 64.6

A Bíblia afirma que até as nossas justiças são manchadas pelo pecado, segundo o texto afirma: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6). O autor usa o termo trapo de imundícia para se referir a forma como nossas obras seriam vistas diante de Deus, o termo usado se refere aos panos usados pelas mulheres menstruadas á época para dizer como as obras humanas são vistas diante da santidade de Deus.

b) As nossas boas obras têm pecado, pois não há bem nenhum em nós. Rm 7.18

O apóstolo Paulo afirma que na sua carne não tinha nada de valor, por causa do pecado que habita no homem, este é incapaz de fazer o bem perfeito, observe: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo” (Rm 7.18). Não existe nada em nós mesmos, fora de Cristo, que possa agradar a Deus. Sendo assim, até as nossas boas obras não agradariam a Deus se não houvesse uma intervenção de Cristo no nosso coração (Is 26.12).

c) As nossas boas obras são pecaminosas porque as motivações do coração o são. Jr 17.10

A Palavra de Deus afirma também que o pecado é produzido e motivado pelo coração, conforme Jeremias cita: “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações” (Jr 17.10). O coração humano já diz Calvino “é uma fábrica de ídolos”, tudo de pecaminoso que os homens praticam, seja na política, religião, economia ou em qualquer outra área da vida, procede do coração (Mt 15.19).

II. O ser humano caído não prática o bem de modo perfeito. Gn 1.26-27; Sl 51.4; Rm 14.23; Mt 5.45

Charles Haddon Spurgeon disse que “há pecado na nossa oração, santificação, devoção e em tudo mais que fizermos, pois somos pecadores, somos aceitos por Deus por causa da obra perfeita de Cristo e não do que fazemos”, Ou seja, não conseguimos fazer o bem espiritual de modo perfeito, sobre esta verdade precisamos aprender algumas lições.

a) Os atos de bondade praticados pelo ser humano, acontecem por causa da Imago Dei presente nele. Gn 1.26-27

A Escritura afirma que Deus criou o homem e a mulher aa sua imagem e semelhança, segundo Moisés explicou: 26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.26-27). Moisés nos trouxe algumas lições: 1. Imagem e semelhança se referem a mesma coisa. 2. O homem antes do pecado refletia perfeitamente a presença de Deus antes da queda. 3. Depois da queda o homem continua refletindo a presença de Deus, mas de modo imperfeito (Gn 9.6). 3. A imagem de Deus ajuda o homem a não fazer todo mal que ele poderia fazer, mas fazer coisas boas, mesmo que imperfeitamente.

b) Os atos de bondade praticados pelo ser humano não são perfeitos, pois são manchados pelo pecado. Is 64.6

Mesmo que Deus, na sua graça comum, mantenha sua imagem no homem, isto ajuda a refrear o mal, não permitindo que todo o mal seja praticado, e que este pratique algumas obras, mas estas não são perfeitas, segundo vemos na Bíblia:  “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is 64.6). A salvação não é por obras (Ef 2.9), justamente porque a Bíblia afirma que as obras, por mais que tenhamos boas intenções elas são imperfeitas.

c) Os atos de bondade praticados pelo ser humano, sem estar em consonância com a fé em Cristo não são aceitos por Deus. Rm 14.23

A Bíblia afirma que  as nossas obras devem estar ligadas a um fé salvifica em Cristo, pois se não estiverem ao invés de agradar a Deus se constituem pecaminosas, vejamos: “Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm 14.23). As obras sem a fé salvadora são condenáveis, não sendo aceitos por Deus, devemos então pensar nisso e vivermos a fé em Cristo.

d) Os atos de bondade praticados pelo ser humano fazem parte da graça comum de Deus, através da qual, Ele contempla todos. Mt 5.45

A graça comum é a doutrina que ensina o cuidado de Deus por toda criação, inclusive os não regenarados, vejamos: ‘Para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5.45). Na graça comum Deus concede dons naturais aos impios, fornece ferramentas para o sustento das suas criaturas, os homens também fazem atos de bondade devido a esta graça comum.

APLICAÇÃO: A Bíblia diz que tudo que o homem faz tem mancha do pecado, pois o pecado está presente no coração, devido a isto, o ser humano não consegue fazer o bem de maneira perfeita. Nossas obras, por mais santas que sejam as intenções, elas não são perfeitas, devido a isto o homem precisa de Cristo para o representar diante de Deus, sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5).

3. A INCAPACIDADE TOTAL DO HOMEM PECADOR. Jo 8.34

I. O homem sem Cristo é incapaz de buscar a Deus. Rm 3.11; Ef 2.1-3; Jr 17.9; II Co 3.15-16

a) Porque é morto em pecado e escravo do diabo, carne e mundo. Ef 2.1-3

O texto afirma que o homem está em suma situação caótica diante de Deus, vejamos: 1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.1-3). Por causa da descrição do homem aqui dada podemos ver que ele está em situação de miséria espiritual, morto e incapaz de se aproximar de Deus, escravo do mundo, da carne e diabo, devido a isto estão debaixo da ira de Deus.

b) Porque segue o seu coração enganoso e corrupto. Jr 17.9

O coração é a essência do ser humano, devido a isto o pecado o atingiu também, tornando-o totalmente tomado de engano e pecado, vejamos: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Quando as pessoas dizem que precisamos seguir o coração, estão equivocadas, pois o coração do homem é totalmente tomado dos pecados da carne, assim sendo, as suas ações são monitoradas pelo coração e são pecaminosas (Mt 15.19).

c) Porque há um véu no seu coração e somente o Senhor pode tirar. II Co 3.14-16

Paulo vai dizer que o homem sem Cristo está com um véu sob o coração que os impede de ir até Cristo, vejamos: 14 Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. 15 Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. 16 Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado” (II Co 3.14-16). Paulo vai afirmar aqui que: 1. Os sentidos foram embotados (Gr. “Eporôthe”, endurecidos), o coração do homem sem cristo está endurecido (v.14). 2. Há um véu colocado sobre a mente das pessoas, que as impede de ver a verdade (v.15). 3. Este véu de incredulidade é retirado através da conversão em Cristo (v.16). Precisamos orar pelas pessoas para que elas sejam libertas da cegueira espiritual.

II. O homem sem Cristo é incapaz de submeter-se a Deus. Rm 8.5,7,8

O homem sem Cristo devido a depravação total do seu ser, o torna incapaz de se submeter ao Senhor, assim sendo, nenhum ser humano no seu estado natural irá se submeter á vontade de Deus, sobre esta questão queremos examinar as seguintes questões:

a) Porque vive na carne e os que vivem na carne não estão sujeitos à Lei de Deus. Rm 8.7

o homem sem Cristo vive na carne e jamais irá sujeitar-se a Lei de Deus, observemos: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm 8.7). O homem não irá submeter-se à Lei de Deus porque a carne gera inimizade contra Deus, impedindo que este se sujeite a Deus e a sua Palavra. O homem pecador não pode voluntariamente se submeter a Deus, pois é escravo do pecado (Jo 8.34), precisa haver uma intervenção divina para que este se volte para Deus (Jo 6.44).

b) Porque vivem na carne e quem vive na carne não pode agradar a Deus. Rm 8.8

Devido ao pecado o homem é incapaz de agradar a Deus, conforme o texto indica: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). O pecado torna os homens desagradáveis diante de Deus, pois o pecado tirou toda a retidão original do ser humano, tornando-o fora do agrado de Deus, sendo assim, Deus enviou seu Filho onde está todo seu agrado (Mt 3.16-17). Somente em Cristo o homem pode agradar a Deus!

c) Porque vivem na carne e quem vive na carne não cogitam das coisas de Deus. Rm 8.5

Os que vivem na carne não terão prazer nas coisas de Deus, mas nas da carne, vejamos: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito” (Rm 8.5). O verbo cogitar significa pensar constantemente em um assunto, assim sendo, quem vive na carne pensa em satisfazer a carne, satisfazer os desejos da carne que são contrários à vontade de Deus.

III. O homem sem Cristo é incapaz de fazer o bem espiritual de maneira perfeita. Rm 3.11-15; Is 59.1-2; Ef 2.13-14; Ec 7.29

O homem sem Cristo não conseguirá fazer o bem espiritual de modo perfeito, não conseguirá fazer da forma que a santidade de Deus exige, pois o padrão de Deus é a perfeição (Mt 5.48), nós jamais atingiremos este padrão nesta vida, devido a isto precisamos de Cristo.

a) Porque o pecado atingiu o homem total: Pensamentos, palavras e ações. Rm 3.11-15

As Escrituras afirmam que o pecado atingiu todas as partes da natureza humana, vejamos: 11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus; 12 todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13 A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, 14 a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; 15 são os seus pés velozes para derramar sangue” (Rm 3.11-15). O texto indica algumas lições: I. O pecado atingiu a nossa mente (vv.11-12). II. As palavras foram tomadas pelo pecado (vv.13-14). III. As ações foram também atingidas pelo pecado (v.15). O ser humano é totalmente tomado pelo pecado.

b) Porque o pecado o impede de chegar-se a Cristo. Is 59.1-2; Ef 2.13-14;

O pecado criou uma crosta, uma parede que nos separou de Deus, devido a isto o profeta Isaías falou sobre isso afirmando que: 1 Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. 2 Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.1-2). O texto indica algumas verdades para nós: 1. A separação do homem de Deus não foi causada por Deus (v.1), pois Ele continua disposto com “mão”, “ouvidos” etc. à nossa disposição. 2. A causa da separação foi o pecado e, por consequência, o próprio homem (v.2), pois o pecado praticado pelo homem é que o separou de Deus e os impede de ter a disposição favorável de Deus. A Escritura também vai informar que somente Cristo quebrou esta parede de separação para nos aproximar de Deus, vejamos: 13 Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. 14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade (Ef 2.13-14). Sobre esta obra de cristo aprendemos que: I. O sangue de Cristo nos aproximou de Deus (v.13). II. O sangue de Cristo nos trouxe paz (v.14a). III. O sangue de Cristo acabou com a inimizade do homem com Deus e com o próximo (v.14b).

c) Porque o pecado retirou do homem toda a retidão original. Ec 7.29

O pecado afastou o homem de Deus e retirou a sua perfeição original, vejamos: “Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.29). O texto nos apresenta sobre o pecado nos ensina que: 1. Deus criou o homem perfeito, sem pecado (v.29a), a palavra hebraica “reta” vem do hebraico “Yasã” que significa vertical, reto, perfeito. II. O homem decidiu pecar por sua própria conta (v.29b), o homem não pode se queixar de nada, a não ser do próprio pecado (Lm 3.29).

APLICAÇÃO: Por causa do pecado o homem é totalmente incapaz de buscar a ]Deus, submeter-se a Deus e fazer o bem espiritual de maneira perfeita. A total incapacidade do homem, faz que este necessite da obra de Cristo, pois este não irá até Cristo até que soberanamente o Pai o traga (Jo 6.37,44,65).

4. O HOMEM PECADOR É MERECEDOR DE RECEBER A PUNIÇÃO ETERNA. Jd 1.5-7

A Bíblia nos alerta que o pecado levará o pecador á condenação eterna, vejamos: 5 Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; 6 e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia; 7 como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição” (Jd. vv.5-7). Ele usou o povo que saiu do Egito para descrever a condenação dos que não creram (v.5), fala também dos anjos caídos que já estão condenados eternamente (v.6), usa as cidades de Sodoma e Gomorra como exemplos de um castigo temporário de Deus que aponta para um castigo eterno (v.70, sobre o julgamento de Deus contra o pecado aprenderemos algumas lições.

I. A punição eterna será feita com justiça contra os ímpios. Rm 1.18,32; At 17.31; Mt 18.23-24

Da mesma forma que a Bíblia fala da salvação, também fala da punição eterna de Deus contra o pecado, apontando que Deus não terá o culpado por inocente (Na 1.3), sendo justo irá exercer a sua justiça contra o pecado, vejamos algumas questões sobre este julgamento divino.

a) Deus é justo e se ira contra todo o pecado ativo e conivente. Rm 1.18, 32

O texto descrito irá descrever sobre a manifestação da ira de Deus, vejamos: 18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.18,32). Sobre a ira de Deus, vemos que: I. Deus exercerá sua ira contra todo e qualquer pecado (v.18a). II. Deus condena a perversão do evangelho, inversão de valores (v.18b). III. Deus condena quem troca a verdade de Deus pela injustiça, quem sabe o certo e faz o errado (v.18c). IV. Deus condena quem é conivente com o pecado de outros (v.32).

b) Deus é justo e irá julgar a todos igualmente. At 17.31

O julgamento de Deus será realizado a todo o mundo, vejamos: “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31). O julgamento de Deus escrito neste texto é assim enunciado: 1. Deus julgará todas as pessoas (v.31a). 2. Deus julgará de maneira justa (v.31b). 3. Deus julgará através de Jesus (v.31c). Este julgamento está marcado em um dia que somente Deus sabe o dia, a nenhum ser humano foi dado saber este dia, sendo assim precisamos estar preparados todos os dias.

c) Deus é justo e exige que a dívida seja paga. Sl 49.7-8; Cl 2.14

A Palavra de Deus fala de uma dívida que contraímos ao pecarmos, vejamos: 7 Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate 8 (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre.)” (Sl 49.7-8). Sobre a dívida algumas lições: 1. A dívida era impagável para o ser humano (v.7). 2. Se dependêssemos da nossa condição para pagar a dívida estávamos perdidos para sempre (v.8). A Bíblia fala que Cristo pagou esta dívida de uma vez por todas, vejamos: “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14). Cristo pagou a dívida de quem se entrega a Ele, os demais deverão arcar com a dívida diante de Deus!

II. A punição eterna começa depois da morte. Lc 16.19-23; Hb 9.27; Ec 9.4

Após a morte já começa tanto a salvação eterna como a condenação eterna, os homens ao partirem daqui já vão com os seus destinos selados, seja de salvação ou de condenação, sobre este ensino iremos aprender algumas questões.

a) O homem já recebe a sentença monocrática de Deus depois da morte. Lc 16.19-23

Cristo ao contar esta história sobre a morte do mendigo Lazaro, os dois foram para lugares diferentes, vejamos: 19 Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendidamente. 20 Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas, que jazia à porta daquele; 21 e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. 22 Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. 23 No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio” (Lc 16.19-23). O texto falando destes homens vai nos trazer algumas informações: 1. O rico era avarento e o mendigo passava fome por causa disso (vv.19-21). 2. Ambos passaram pela morte física (v.22). 3. Após a morte ambos tiveram um destino diferente: Um foi ao seio de Abraão (céu), o outro foi ao inferno (condenação) (vv.22-23). Após a morte já começa a felicidade eterna ou condenação eterna.

b) O homem já é julgado por Deus depois da morte. Hb 9.27

Após a morte já inicia o julgamento e salvação ou condenação do ser humano, vejamos: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27). Vejamos algumas lições: I. Não existe reencarnação, pois nesta as pessoas morrem várias vezes, aqui diz que morre somente um vez (v.9a). II. Depois da morte inicia o juízo (Gr. “Krisis”, julgamento). Enquanto está vivo renda sua vida a Cristo, não confie nas falsas doutrinas que afirmam reencarnação ou purgatório, a decisão deve ser tomada em vida, do contrário sofrerá eterna condenação.

c) O homem tem todas as suas esperanças encerradas com a morte. Ec 9.4

A Escritura ainda afirma que existe esperança enquanto há vida, pois a morte acaba todas as oportunidades, examinemos: “Para aquele que está entre os vivos há esperança; porque mais vale um cão vivo do que um leão morto” (Ec 9.4). Devido a isto que a Escritura vai nos explicar que os mortos não sabem e não participam de nada do que se faz aqui (Ec 9.5-6), então oração a pessoas que morreram e não ressuscitaram não resolve anda, também não existem comunicação com mortos, o que há é uma ação demoníaca para enganar as pessoas, nem ainda se deve fazer preces pelos mortos, pois não resolve nada. Leiamos a Bíblia e saíamos destes ensinos heréticos.

III. A punição eterna, há uma forma de se livrar. ITs 1.10; Sl 49.7-8; Cl 2.14-15; Rm 6.23

Deus nos alerta sobre a realidade da punição eterna e o perigo que correm aqueles que vivem longe de cristo, mas Deus traz um esperançoso ensino que é possível escapar da punição eterna, sobre este assunto iremos apontar algumas questões importantes.

a) A forma de se livrar desta condenação eterna é por meio de Jesus, porque Ele é o Filho de Deus. I Ts 1.10;

Deus nos alerta que o único escape contra a condenação eterna é por meio de Jesus: “e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (I Ts 1.10). Jesus nos livra da condenação eterna porque é Filho de Deus e o Pai atende tudo que o Filho lhe pede (Jo 11.41-42). Corra para os braços de Jesus agora e escape da danação eterna, do fogo eterno!

b) A forma de se livrar desta condenação eterna é por meio de Jesus, porque Ele pagou a nossa divida impagável. Sl 49.7-8; Cl 2.14-15

Já vimos anteriormente que tenhamos uma dívida impagável para com Deus, segundo a Escritura aponta: 7 Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate 8 (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre.)” (Sl 49.7-8). Mas, há uma boa e alvissareira notícia, Jesus pagou a divida e rasgou a nota, ou seja fez isso de uma vez por todas, confira: 14 Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; 15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2.14-15). Jesus já pagou a dívida, para ser salvo basta entregar-se a Ele!

c) A forma de se livrar desta condenação eterna é por meio de Jesus, porque é uma oferta gratuita ao pecador Nele. Rm 6.23

A Bíblia diz que a recompensa para quem vive no pecado é a morte (eterna), mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna, vejamos: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). O texto vai nos informar que esta salvação gratuita está somente na pessoa de Jesus, sendo assim não terá vida eterna quem não crê em Jesus.

APLICAÇÃO: O pecador merece de Deus apenas a condenação eterna. Deus fará isso contra os ímpios com justiça, esta começa depois da morte e a única forma de se livrar desta perdição eterna é por meio de Jesus. Quem caminha em pecado, descompromisso e desregramento caminha em perigo eterno, mas se buscar e se entregar a Cristo recebe a vida eterna e fica livre da eterna condenação.

APLICAÇÃO FINAL

O pecado atingiu o homem em todas as suas faculdades: Mente, palavras e ações. O pecador não pode ir ao Senhor ou se preparar para isto, pois o pecado o impede. Ninguém pode oferecer nada a Deus de maneira perfeita, até as ações boas estão corrompidas pelo pecado. Somente aqueles que o Pai traz até o Filho, estes dirão não ao pecado. O pecado leva o homem à condenação eterna. Somente por meio de Jesus, o homem pode ter os seus pecados perdoados, se livrar da condenação eterna e receber a vida eterna. Você já tem certeza de vida eterna? Já teve os seus pecados perdoados? Já abandonou o pecado?

REFERÊNCIAS

A Bíblia de Estudo de Genebra. Textos e Notas de Rodapé. 2 ed. Ampl. São Paulo - SP: Cultura Cristã, 2010.

A confissão de Fé de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

BERKHOF, Louis. Manual de Doutrina Cristã. 1 Ed. Campinas - SP: LPC, 1985.

CASIMIRO, Arival e; CALLI, Paulo. Rede de Discípulado I. 1 Ed. 2012. Santa Bábabara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2012.

CASIMIRO, ARIVAL. Rede de Discipulado II. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2015.

MARTINS, José. O Homem e a Salvação. 1 Ed. Patrocínio - MG: CEIBEL, 1975

NASCIMENTO, Adão Carlos. Razão da Nossa Fé. 1 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

_________________________. O que Todo Presbiteriano Inteligente precisa Saber. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste: Z3 Editora, 2007

_________________________. Curso de Catecùmenos. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2008.

O Breve Catecismo de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

O Catecismo Maior de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

Os Cânones de Dort. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.

PIPER, Jhon. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1 ed. São José dos Campos: Fiel, 2014.

AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva

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