TEXTO: GALATAS 1.15-16
“15 Quando, porém, ao que me
separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve 16
revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença,
não consultei carne e sangue”.
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando uma
série de estudos bíblicos sobre as Doutrinas da Graça, estaremos de maneira
introdutória tratando sobre esta temática especial para a Igreja Reformada,
pois estas doutrinas trazem de maneira bíblica e inequívoca a razão da
esperança que há em nós que é vida eterna. Neste primeiro estudo traremos um
conhecimento resumido deste ensino e como a mecânica da salvação se realiza.
faremos isto tendo como base o assunto e tema expostos a seguir.
ASSUNTO: AS MARAVILHOSAS DA GRAÇA
TEMA: CONHECENDO AS MARAVILHOSAS DOUTRINAS DA GRAÇA
1. O CONTEXTO HISTÓRICO DAS DOUTRINAS DA GRAÇA.
a) Os três homens que desencadearam a reforma, cujo desenrolar levou às doutrinas da graça, foram: Lutero (Alemanha); Calvino (França) e Zwinglio (Suiça).
b) Calvino foi o mais proeminente dos reformadores, sendo o mais culto dentre eles, ele escreveu o mais importante tratado da fé cristã reformada que foram as Institutas. Nos seguidores das ideias de Calvino se incluem os presbiterianos, batistas, anglicanos, congregacionais etc. Os calvinistas foram denominados de Reformados na Suíça; Puritanos na Nova Inglaterra (EUA) e Grã-Bretanha; Huguenotes (Federados) na França e Holanda e Presbiterianos na Escócia e posteriormente na América e resto do mundo. Alguns teólogos calvinistas: C.H. Spurgeon, George Whitifield, Charles Hodge, John Piper, John Stot, Paul Washer, Augustus Nicodemus, Hernandes Dias Lopes, Paulo Júnior, Leandro Lima, José Piacenti Júnior, Davi C. Gomes, Paulo Anglada (In memorian) etc.
c) Jacó Armínio um professor reformado holandês, teve por parte de alguns alunos seus, uma controvérsia com o calvinismo e apresentaram um documento chamado remonstrância no ano 1610. Eles apresentaram 5 pontos intitulados os pontos do arminianismo, tais como: Livre arbítrio; Eleição condicional; Expiação ilimitada; Graça resistível e Decair da graça (perda da salvação). Lembrar, a tempo, que Armínio não cria no primeiro nem no último ponto do arminianismo, seus alunos não o prescreveram totalmente.
d) Respondendo a isto, o Sínodo de Dort refutou todos os argumentos deles e apresentou cinco pontos conhecidos como “as Doutrinas da graça que são: Depravação Total; Eleição Incondicional; Expiação limitada; Graça irresistível e Perseverança dos salvos. Isto aconteceu entre 1618 – 1619. O documento extraído desta reunião ficou conhecido como Cânones de Dort, assim os cinco pontos do Calvinismo não foram criadas por Calvino, mas no Sínodo de Dort. Estes ensinos são conhecidos como “As Doutrinas da Graça” e se baseiam na Bíblia.
2. O VALOR DAS DOUTRINAS DA GRAÇA.
a) Elas nos levam a confiar e depender de Deus. Rm 9.16
A Bíblia demonstra a salvação, não como um
resultado da força humana, mas tendo como sua fonte a misericórdia de Deus,
conforme o texto nos indica: “Assim, pois, não
depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia”
(Rm 9.16). Precisamos depender de Deus e confiar no Senhor, pois tudo depende
Dele e não das nossas forças. A força humana nada pode fazer por si mesmo, sem
Cristo está perdido
b) Elas nos ajudam a apegarmo-nos às Escrituras. I Co 4.6
Não devemos ultrapassar o que está prescrito nas
Escrituras, como Paulo nos informa; “[...] não
ultrapasseis o que está escrito [...]” (I Co 4.6). A doutrina reformada da
soberania está exaustivamente exposta nas escrituras, ao longo do estudo
veremos Deus agindo soberanamente em toda a história, realizando um plano que
Ele estabeleceu na eternidade.
c) Elas nos ajudam a rendermos a Deus toda a glória. Ef 1.6-7
Paulo nos orienta que devemos render a Deus toda
a glória pela obra da salvação, segundo o texto nos informa: “6 Para louvor da glória de sua
graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7 no qual
temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da
sua graça” (Ef 1.6-7). O autor informa neste capítulo que o homem estava
morto (incapaz) de se aproximar de Deus (v.1), escravo do mundo, diabo e carne
(vv.2-3), Deus interviu no interior do homem o ressuscitando do estado
cadavérico que ele se encontrava (vv.4-5), assim sendo toda a glória deve ser
dado a Deus pela salvação, pois o homem nada podia fazer, Deus é que o tirou
daquele estado que se encontrava.
d) Elas nos ajudam a termos esperança para o futuro. II Tm 1.12
Paulo vai trazer uma mensagem esperançosa no
final da sua vida, na qual ele aponta que nosso futuro está seguro e garantido,
observemos: “E, por isso, estou sofrendo estas
coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou
certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (II
Tm 1.12). O apóstolo traz a verdade de que podemos ter certeza de um futuro
esperançoso, pois o poder de Deus garante a nossa segurança de salvação. Quando
não temos certeza da nossa salvação, estamos desconfiando de Deus e do seu
poder.
3. A MECÂNICA DA SALVAÇÃO SEGUNDO AS ESCRITURAS SAGRADAS. Jn 2.9
As Escrituras Sagradas
afirmam que a salvação vem do Senhor, conforme podemos observar: “Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei
sacrifício; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação!” (Jn 2.9).
Na última frase aqui do texto diz que a salvação pertence a Deus, sobre esta
verdade iremos trazer algumas lições a seguir.
I. A descrição dos elementos que acompanham a salvação.
Vamos usar de modo
didático o termo elementos referirmo-nos ao que a Bíblia trata sobre a
salvação, para que possamos ter um aprendizado, pois a salvação embora seja um
ato único no sentido da ação de Deus, também se refere como sendo um conjunto
de coisas que levam a ela. vejamos:
a) A Graça (grego cháris, favor imerecido): É a Causa da salvação. Ef 2.8; Gl 1.15
As Escrituras nos dizem que a salvação não é
causada pelas obras, ou por qualquer merecimento, mas pela graça, segundo está
escrito: “Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Esta
salvação foi antecedida por uma escolha divina incondicional antes de
existirmos também como uma ação graciosa de Deus, consoante a Bíblia nos
apresenta: “Quando, porém, ao que me separou
antes de eu nascer e me chamou pela sua graça” (Gl 1.15)
b) A Fé (Gr. “Pysteus”, crença, confiança): É o meio da salvação. Ef 2.8, 9
O meio ou instrumento que Deus usa para tomarmos
posse desta salvação é a fé, conforme examinamos: “8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que
ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). A fé salvadora não é somente saber que Deus
existe (fé intelecutal - Tg 2.19), nem também temporal (milagres e coisas desta
vida - ), mas é uma confiante entrega a Cristo para a salvação, deixando tudo
para trás e seguindo a Jesus (Lc 5.27-28).
c) As obras: Evidenciam aos homens que somos salvos. Ef 2.10; Tg 2.17-18
A Palavra de Deus também nos afirma que o salvo
vive uma vida de boas obras (obediência), segundo o texto a seguir nos
apresenta: “Pois somos feitura dele, criados em
Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2.10). Então, não é verdade que a doutrina da
salvação pela graça nos incentiva a viver uma vida de pecado, pelo contrário,
ela nos habilita para uma vida de santidade. O autor sacro Tiago vai também nos
dizer que a nossa fé diante das pessoas é evidenciada por uma vida de boas
obras (obediência), segundo observamos: “17
Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. 18
Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as
obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.17-18). Tiago não
está falando da salvação por obras, pois usa primeiro a fé, depois da fé é que
vem as obras, ele está falando do resultado da salvação e não da sua causa.
d) O Arrependimento: Porta de entrada no reino de Deus. Mt 3.2
A Escritura afirma que o arrependimento é a
porta de entrada no reino dos céus, vejamos: “Arrependei-vos,
porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3.2). Ninguém será salvo sem que
primeiro se arrependa dos seus pecados, o arrependimento tem duas partes: Tristeza
pelo pecado (II Co 7.9-10) e volta para Deus (Zc 1.1-6). Não adianta a pessoa
ser religiosa, cantar bem, pregar bem, ser simpático com as pessoas, se ela não
se arrependeu dos seus pecados não entra no céu.
e) O Coração: lugar onde é operada a salvação depois de semeada a Palavra. Lc 8.15
A parábola do semeador vai nos trazer o coração
como sendo a terra onde a semente (Palavra) é semeada, quando brota e germina,
acontece a salvação, então a salvação é gerada no coração, pois é lá que
acontece todo o agir espiritual que leva a vida eterna, vejamos: “A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido
de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança”
(Lc 8.15). O coração é o depósito da fé onde é gerada a vida eterna, de lá saem
todas as coisas sejam boas ou más.
f) A Boca: Órgão que se usa para confessá-lo diante dos homens. Mt 10.32, 33; Rm 10.9-10
Jesus vai trazer para nós uma informação muito
importante, pois precisamos também confessar Jesus diante dos homens,
verifiquemos: “32 Portanto,
todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante
de meu Pai, que está nos céus; 33 mas aquele que me negar
diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus”
(Mt 10.32-33). Aquele que diz ser cristão, mas não deseja tornar pública sua
fé, ainda falta um verdadeira conversão. Paulo vai informar que esta confissão
é de pertencimento e total submissão a Cristo como Senhor, a crença acontece no
coração, mas deve vir acompanhado de um testemunho verbal da sua fé em Cristo,
consoante observa-se: “9 Se,
com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Porque
com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da
salvação” (Rm 10.9-10). As pessoas não podem ver o que está no meu coração,
mas podem contemplar minha vida externa, assim devo confessar a Cristo
publicamente!
II. A fonte que fornece estes elementos que compôem a salvação.
a) A Graça (grego cháris, favor imerecido): É a Causa da salvação. Vem de Deus e não de nós. Ef 2.8
As Escrituras afirmam que a graça causadora da salvação ou graça salvadora provém de Deus, conforme podemos observar: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8-9). Aliás, a Bíblia afirma de maneira literal e clara que a graça é de Deus, averiguemos: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (I Co 15.10). A graça é o favor imerecido de Deus aos pecadores miseráveis.
b) A Fé (crença, confiança): É o meio da salvação. Vem de Deus e não de nós. Ef 2.8, 9
A Escritura vai afirmar que todo o processo de salvação, incluindo a graça e a fé, vem como dom (presente) de Deus para nós: “8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Alguns afirmam que Deus entrega esta fé a todos, mas a Bíblia diz que esta foi entregue somente aos eleitos, segundo Paulo afirma a Tito: “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1). Não existe então uma fé preveniente dada a todos, mas uma fé salvadora que foi entregue aos eleitos de Deus, os quais Ele escolheu por pura graça antes da fundação do mundo, apenas a estes entregou a fé salvadora.
c) As obras: Evidenciam aos homens que somos salvos. Foram preparadas por Deus para nós praticarmos. Ef 2.10
Podemos também observar que as boas obras que o
cristão deve praticar acontece porque Deus agiu em nós, vejamos: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus
para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”
(Ef 2.10). As boas obras não brotaram do coração humano, mas fez uma nova
criação em nós e já preparou estas obras no nosso coração, pois todas as boas
obras que fazemos, na verdade é Deus fazendo em nós, segundo está explícito no
profeta Isaías: “Senhor, concede-nos a paz,
porque todas as nossas obras tu as fazes por nós” (Is 26.12). Até as boas
obras é Deus que realiza em nós!
d) O Arrependimento: Porta de entrada no reino de Deus. É Deus que concede ao homem o arrepender-se. At 5.31; At 11.18; Rm 2.4
Nós pregamos para que as pessoas se arrependam
dos seus pecados e devemos fazer isto, pois está ordenado na Palavra de Deus,
mas precisamos entender que nenhum ser humano se arrependerá se não houver uma
intervenção divina, vejamos algumas questões sobre isto: 1. Deus é quem
concede o arrependimento aos israelitas: “Deus,
porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a
Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.31). 2. Deus é
quem concede arrependimento aos gentios (não judeus): “E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus,
dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para
vida” (At 11.18). III. Deus concede arrependimento aos judeus a gentios
por causa da sua bondade: “Ou desprezas a
riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade
de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.4). O arrependimento é
também um presente de Deus para os seus eleitos de todas as nações.
e) O Coração: lugar onde é operada a salvação depois de semeada a Palavra. É Deus que abre o coração do pecador para crê no evangelho. At 16.14-15
Paulo estava pregando e uma mulher religiosa,
mas que ainda não havia crido em Cristo para salvação, creu através da Palavra
pregada por Paulo, vejamos: “14
Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura,
temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às
coisas que Paulo dizia. 15 Depois de ser batizada, ela e toda
a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em
minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso” (At 16.14-15). O texto
informa que ela creu porque o Senhor lhe abriu o coração, isto é, não foi ela
que abriu o coração para Jesus, mas Jesus que abriu seu coração e entendimento
para que cresse no evangelho.
f) A Boca: Órgão que se usa para confessá-lo diante dos homens. Fala de algo que já está no coração colocado pelo Espírito Santo. Mt 12.34b; 1 Co 12.3b; Jo 16.8
A salvação deve ser confessada verbalmente, mas
quando a confissão é verdadeira, está tratando de algo que já aconteceu no
coração, afunal de contas, “a boca fala do que
está cheio o coração” (Mt 12.34b). Porém, esta confissão somente pode ser
verdadeira se houve uma intervenção do Espírito Santo, pois “ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo
Espírito Santo” (I Co 12.3b). Tudo isto acontece porque Ele convence o
nosso coração, segundo a Escritura afirma: “Quando
ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8).
III. O uso destes elementos que compõem a salvação.
Depois de sabermos toda
esta mecânica interna, agora precisamos saber sobre a parte externa, que é o
recebimento da salvação pelo pecador, fazendo uso destas ferramentas que Deus
disponibilizou, vejamos:
a) Somente farão uso destes elementos aqueles que enviados pelo Pai se entregam a seu Filho Jesus para a salvação. Jo 6.37, 44
A Escritura vai afirmar que creram em Jesus para
a salvação foram enviados pelo Pai ao Filho e estes não serão expulsos da
presença de Cristo, conforme o texto nos explana: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de
modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). Além de dizer que o Pai enviou,
também informa que o Pai traz de maneira soberana o pecador até seu Filho: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou,
não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.44). Estes se
renderão a Cristo para a salvação eterna!
b) Somente farão uso destes elementos aqueles que creem porque foram destinados para a vida eterna. At 13.48
Somente os que creem recebem a vida eterna, mas
isto acontece porque estes já haviam sido destinados antecipadamente para a
vida eterna, vejamos: “Os gentios, ouvindo
isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que
haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48). O verbo destinar
usado aqui vem da palavra grega “Tetagmenoi” e significa nomear, destinar,
ordenar, estes já estavam destinados para a vida eterna, ou seja, desde toda a
eternidade.
c) Somente farão uso destes elementos aqueles que ao conhecerem Jesus, deixam tudo para segui-lo. Lc 5.27-28
Quando alguém é alcançado pela graça de Deus,
Ele não se prende a nada, larga tudo para segui-lo, como fez o Levi/Mateus: “27 Passadas estas coisas,
saindo, viu um publicano, chamado Levi, assentado na coletoria, e disse-lhe:
Segue-me! 28 Ele se levantou e, deixando tudo, o seguiu”
(Lc 5.27-28). Se alguém se prende a sexo, drogas, bebida, prazer, sucesso, ego,
isto se tornou seu deus e precisa ser largado para que possa servir a Cristo.
Levi deixou tudo por Cristo e nós o que faremos.
d) Somente farão uso destes elementos aqueles que ouvirem a Palavra e forem alcançados por Deus. At 18.9-10
Paulo estava pregando na cidade Corinto e teve
uma visão na qual o Senhor lhe disse que pregasse sem se deter, para alcançar
os eleitos naquela cidade, segundo observamos: “9
Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo
contrário, fala e não te cales; 10 porquanto eu estou
contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade”
(At 18.9-10). A responsabilidade de pregar é nossa, para todos, mas Deus vai
alcançar os que lhe pertencem.
e) Somente farão uso destes elementos os salvos, eles serão guardados por Jesus até o fim, por outro lado os que apostatam não eram verdadeiramente salvos. Jo 10.27-29; Jd v.1-3; II Tm 1.12; Fp 1.6; Fp 2.13; I Jo 2.19.
O Senhor Jesus disse que a salvação pertence
apenas as suas ovelhas, vejamos: “27
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. 28
Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha
mão. 29 Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da
mão do Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.27-29). Aqui Ele declara que as
ovelhas de Cristo possuem alguns sinais: I. Ouvem a voz de Cristo - pregação
(v.27a); II. São conhecidas por Jesus - Soberania (v.27b); III.
Seguem a Jesus - Santidade (v.27c). Podemos aprender sobre a salvação que: 1.
Cristo salva no presente (v.28); 2. Ele nos garante salvos no futuro
(v.28b); 3. Seu poder é garante tudo isto (vv.28c-29).
A segurança de salvação é descrita como uma
preservação que Deus concede aos seus por meio de Jesus, observemos: “Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago,
aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo” (Jd v.1).
Calvino, reformador francês disse que guardar aqui seria o mesmo sentido de
conservar como se faz com o sal nos alimentos, ou seja, Deus preserva seu povo.
Podemos esperar confiantemente porque Deus guardará o nosso depósito (salvação)
em segurança, como Paulo fala no final da sua vida: “E, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho,
porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar
o meu depósito até aquele Dia” (II Tm 1.12). A obra que Ele iniciou
terminará com sucesso como o texto a seguir nos indica: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Esta salvação é segura porque tanto a vontade
como a realização que nos leva a desenvolver a salvação - santidade, provém de
Deus, vejamos: “Porque Deus é quem efetua em
vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
Há um engano ensinado pelos inimigos da Escritura Sagrada e da doutrina
correta, pois eles afirmam que a doutrina da segurança eterna de salvação
ensinaria que as pessoas salvas poderiam viver em pecado, mas a própria Bíblia
desmente esta mentira, pois afirma que aqueles que apostatam da fé nunca foram
verdadeiros crentes, examinemos: “Eles saíram
de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos
nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse
manifesto que nenhum deles é dos nossos” (I Jo 2.19). Para Deus a pessoa é
salva ou nunca foi salva, não há meio termo! Decida-se!!!
CONCLUSÃO:
A salvação não é uma
conquista humana, ela é um presente de Deus. Você não é salvo pelas obras, para
ser salvos pelas obras precisaríamos não errar em nada. Alguém consegue viver
assim? Para sermos salvos, mesmo imperfeitos,
precisamos somente receber este presente que Deus nos oferece, a salvação.
Você pode receber hoje esta grandiosa salvação.
REFERÊNCIAS
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__________________________. Rede de Discipulado II. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2015.
MARTINS, José. O Homem e a Salvação. 1 Ed. Patrocínio - MG: CEIBEL, 1975
NASCIMENTO, Adão Carlos. Razão da Nossa Fé. 1 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.
_________________________. O que Todo Presbiteriano Inteligente precisa Saber. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste: Z3 Editora, 2007
_________________________. Curso de Catecùmenos. 1 Ed. Santa Bárbara d’Oeste - SP: Z3 Editora, 2008.
O Breve Catecismo de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.
O Catecismo Maior de Westminster. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.
Os Cânones de Dort. In: Biblia de Estudo Genebra: Auxílios - Confissões de Fé das Igrejas Reformadas. 2 Ed. Ampl. São Paulo, Cultura Cristã, 2010.
PIPER, Jhon. Cinco Pontos: Em direção a uma experiência mais profunda da graça de Deus. 1 ed. São José dos Campos: Fiel, 2014.
AUTOR: Pastor Veronilton Paz da Silva
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