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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

SERMÃO BASEADO EM MARCOS 4.30-32

Veredas da Justiça: Sermões que Edificam

TEXTO: MARCOS 4.30-32


[30] E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos? [31] É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; [32] Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra”.

INTRODUÇÃO:
          O grão de mostarda é a menor de todas as hortaliças (v.31), aparentemente não tem nenhum atrativo, não seria disputada se fosse para ser comida por pássaros, tendo ali outras sementes maiores como milho, alpiste, etc., porém ao nascer a planta cresce e se torna enorme. O reino de Deus para o mundo é considerado pequeno, pois Ele escolheu as coisas pequenas do mundo e por meio delas faz grandes coisas. Marcos narra esta passagem falando sobre o reino de Deus que já está presente na pessoa de Jesus que escolhe pessoas para fazer parte do seu reino. Gostaria de aplicar esta parábola a vida das pessoas que integram este reino presente na pessoa de Jesus, farei isto baseado no tema abaixo.

TEMA: COMO AS PESSOAS QUE FAZEM PARTE DO REINO DE DEUS DEVEM SER CONHECIDAS?

1.    DEVEM SER CONHECIDAS PELA SUA HUMILDADE. V.30-31
[30] E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos? [31] É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra

          A palavra humildade vem do grego húmus que significa esterco, ou algo em decomposição. Isto demonstra a necessidade de nós atentarmos para a nossa limitação física e ao mesmo tempo enxergarmos a preciosidade do que Deus fez por nós mediante seu filho Jesus Cristo. Como afirma o apostolo Paulo que o evangelho é um tesouro em vasos de barro para lembrarmos sempre que a excelência do poder vem de Deus e não de nós (II Co 4.7), por isso que nós não aceitamos o decretismo nem determinismo da teologia da prosperidade, pois somente Deus é que decreta algo em nossa vida. ALELUIA!!!! Ser humilde é imitar Jesus e buscar parecer com seu mestre, o que buscaremos falar um pouco a partir deste momento. Esta parábola representa a aparência pequena e humilde que o reino de Deus e as pessoa que pertencem a ele possuem, porém preciosos aos olhos do Pai.

1.1  Os humildes tornam-se mais parecidos com Jesus. Mt 11.29
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas”.

          O nosso maior exemplo de humildade é Jesus, pois mesmo sendo Filho de Deus, abdicou da sua posição de honra para vir aqui. No céu era louvado pelos anjos, coroado de glória, ao vir à terra foi cuspido, humilhado pelos homens e sua coroa foi de espinhos. Jesus foi humilde quando orou, conversou e conviveu com as pessoas. Ele é o nosso maior exemplo de humildade e nós precisamos imitá-lo. Um exemplo da humildade de Jesus foi quando Ele disse: Pai se possível passa de mim esse cálice, porém não se faça a minha e sim a tua vontade (Mt 26.42). Nós estamos imitando Cristo? Temos visto varias pessoas que estão nas igrejas com os corações orgulhosos, cheios de si e olhando para o seu próprio umbigo. Jesus faria isto? Com certeza não, Ele era humilde. Seja humilde também!

1.2  Os humildes visam que a pessoa de Cristo apareça e não eles. Jo 1.26-27; 3.30
“É necessário que ele cresça e que eu diminua”
[26] João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. [27] Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.

          O servo de Deus deve ser humilde para que a glória de Cristo seja reconhecida e seu nome seja exaltado. Algumas pessoas agiram com humildade como João Batista nesta passagem que deixou claro para as pessoas que para ele o mais importante era Cristo ser reconhecido. Outra pessoa que foi humilde e sempre apontou para Cristo foi Maria, ela disse que Deus contemplou na humildade da sua serva (Lc 1.48), reconheceu o governo do Senhor sobre vida e a necessidade da salvação dada por Cristo (Lc 1.46-47), ela ainda disse no casamento de cana da Galiléia que aqueles homens deveriam fazer tudo que Jesus ordenasse (Jo 2.5). O apostolo Paulo se considerava o menor dos apóstolos (I Co 15.9), ainda no texto já lido antes em II Corintios 4.7 ele deixou bem claro que nós não fazemos nada, o poder vem de Deus. Somos fracos e Deus quando nos usa é pela sua misericórdia, vejamos um comentário propicio para este momento na Bíblia de Estudo de Genebra:

[...] Nossa fraca natureza humana, que inclui mas não está limitada a nossos corpos físicos. Essa fraqueza estabelece um grande contraste com a glória do evangelho,. E Paulo relembra-nos que a maneira de Deus atuar é agir através daqueles que são fracos e nada impressionantes aos olhos do mundo [...] um tema característico desta carta era a preocupação de Paulo era sempre dá glória de Deus, e não a si mesmo [...] (BEG, 2010, p.1376).

          Que possamos ser humildes a de fato glorificarmos a Cristo com a nossa vida e buscarmos viver uma vida cristã autentica!

1.3  Os humildes herdarão o reino de Deus. Mt 5.3
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

          Segundo Smith (1996), neste texto essa pobreza (humildade) de espírito significa a dependência de Deus para a salvação que só é reconhecida por aqueles que já experimentaram o novo nascimento. A teologia da libertação interpreta este texto de maneira literal dizendo que a pessoa será salva pelo simples fato de ser pobre, o que é uma inverdade, pois Jesus salvou tantos ricos como pobres. Esta pobreza aqui é a expressa pelo publicano que orava: “Sê propicio a mim miserável pecador” (Lc 18.13), por Pedro quando viu o milagre da pesca maravilhosa prostrou-se as pés de Jesus e disse: Senhor, afaste-se de mim, porque sou pecador (Lc 5.8). Isto também pode ser feito por você hoje, basta que você reconheça que necessita de Jesus, que depende totalmente Dele, chame Ele para entrar em tua vida, em teu coração!

2.    DEVEM SER CONHECIDAS PELO SEU CRESCIMENTO ESPIRITUAL ( SANTIDADE). V.32a
“Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos [...]”

          Conforme o dicionário on line a palavra hebraica geralmente traduzida por santo É kadosh, que corresponde à palavra grega hagyos, que na origem significavam simplesmente separado."Deus é Santo e nos manda sermos santos" separados. Desligados da carne. Diferentes do mundo (I Pe 1.13-15) (Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/santidade/). Segundo Martins (1986) além deste sentido de separação, há um outro sentido de transformação da pessoa santificada (MARTINS, 1986, p.9). A seguir passaremos a ver alguns aspectos importantes deste crescimento espiritual (santidade) na vida do crente.

2.1  A busca por crescimento espiritual (santidade) do crente deve durar até chegar à perfeição na glória. Ef 4.13
“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”.

          Já foi dito pelo Bispo Anglicano J. C. Ryle que não há nenhuma contradição entre a doutrina da justificação e da santificação. Ambas as doutrinas andam juntas. A justificação é um convite gracioso ao descanso seguro da salvação, mas a santificação torna esta salvação conhecida diante dos homens. O mesmo apostolo que disse [...] justificados gratuitamente [...] (Rm 3.24) também disse [...] eu esmurro meu corpo [...] (I Co 9.27) eu prossigo [...] (Fp 3.12). Mas até quando é que devemos buscar a santificação? A própria Bíblia responde que é até chegar a ser homem perfeito, a medida da estatura de Cristo (Ef 4.13), ou seja, só na gloria, pois aqui passamos por imperfeições, frustrações, decepções e perdas. Todavia, tudo isso terá um fim quando nos encontrarmos com o Senhor para sempre na glória celestial.

2.2   A busca por crescimento espiritual (santidade) do crente vai evidenciar aos homens que ele de fato serve a Cristo. Lv 20.26; I Pe 1.15
“E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus”. “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver”.

          Para Pedro a santificação é para aqueles que Deus chamou (I Pe 1.15), aqui pode-se observar que não há um desligamento do Velho e Novo Testamento, pelo contrario há uma continuidade, para nós que somos aliancistas, que defendemos esta continuidade, havia um povo de Deus (Igreja) no período Veterotestamentário (Israel) e o povo de Deus continou na época neotestamentária (igreja), a mesma exigência de santidade de Deus para Israel ele também exige da igreja. Precisamos sermos santos em todo nosso procedimento, a motivação da santidade do cristão não deve ser status como algumas igrejas tentam fazer criando uma santidade farisaica, mas devemos sermos santos porque Deus é santo. Como diz a musica de Toinho de Aripibú: Os santos desta igreja somos nós/ santos que falam e Deus escuta sua voz/ Os santos desta igreja somos nós. Sejamos santos, separados da pratica do pecado.

2.3   A busca por crescimento espiritual (santidade) do crente vai aproximá-lo a cada dia da presença de Deus. Hb 10.22
“Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo em água pura”

          A santidade nos aproxima mais de Deus e quanto mais buscamos viver vida santa somos impulsionados a viver com Deus e andar com Ele. O pecado afastou o homem de Deus (Is 59.1-2), tornou o homem nulo em seus pensamentos (Rm 1.21) e fez que dele não saísse nada que agradasse a vontade de Deus (Rm 3.10-18). Jesus morreu na cruz por nós para que nos aproximássemos de Deus novamente por meio do seu sacrifício perfeito, por isso que Ele foi chamado “Emanuel, Deus conosco” (Mt 1.23), veio quebrar a separação entre o homem e Deus e pelo seu sacrifício nos santificou e nos dá oportunidade de nos aproximarmos de Deus. Se você está afastado de Deus, Jesus quer hoje te reaproximar Dele. Quanto mais nos santificamos nos aproximamos de Deus!

3.    DEVEM SER CONHECIDAS PELA FORMA COM ABENÇOAM AS PESSOAS. V.32b
“[...] de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra”.

3.1  Um servo de Deus, que é fiel, abençoa as pessoas pelo simples fato de estar próximo a elas. Gn 39.5
“E, desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; a benção do Senhor estava sobre tudo que tinha, tanto na cidade como no campo”.

          A benção da cidade passa pela casa do justo, dizia o Rev. José Romeu, Deus preserva uma cidade se ali tiver um justo. José foi uma benção na vida de Potifar, tudo que José colocava a mão dava certo, porque Deus era com ele. Ele abençoou a vida de Potifar. Você tem sido uma benção para a vida das pessoas que o cercam?

3.2  Um servo de Deus, que é fiel, abençoa as pessoas orando por elas. Jr 29.7
“Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz”.

          Quantos de nós temos orado pelos governantes que foram eleitos? Muitos estamos torcendo que eles façam um mau governo, para que os que o chatearam quebrem a cara. Porém, esta não é uma decisão sábia. Deus disse que o povo deveria orar pela cidade que os havia tornado escravos, a Babilônia. Imagine aí, um governo que o perseguiu e lhe prejudicou financeiramente, Deus diz que você deve orar por ele, pedir que seu governo seja prospero, faça o bem, progrida. Isso é cristianismo. Ore pelo seu vizinho, pelo seu parente, pelos gestores, médicos, garis, auxiliares de serviço, ore pelos que sofrem, pelos que estão longe de Deus.

3.3  Um servo de deus, que é fiel, abençoa as pessoas servindo-lhes nas suas necessidades. Lc 10.25-37

          Esta narrativa traz algumas lições importantes como não basta ser religioso, é preciso ser cristão e amoroso, como verifica-se na figura do sacerdote e do levita que passaram de largo (V.31-32), vemos também um samaritano que age corretamente com o que estava ferido pelos ladrões. Mas, nesta passagem gostaria de verificar algumas filosofias presentes nela: 1. A filosofia do ladrão – O que é meu é meu e o que é teu pode ser meu se eu puder pegar; 2. A filosofia da religiosidade do sacerdote e do levita – O que é meu é meu e o que é teu é teu; 3. A filosofia do bom samaritano – O que é meu é meu, o que é teu é teu, porém, o que é meu pode ser teu se você precisar e eu puder ajudar. Em qual destas filosofias você se encaixa? Espero que seja na do Bom Samaritano, pois fomos chamados para ministrar o evangelho integral as pessoas e atender suas necessidades. Façamos isso em nome de Jesus! Porém além de está próximo, orar e ajudar as necessidades também precisamos levar o genuíno evangelho para as pessoas, isso será visto a partir deste instante.

3.4  Um servo de Deus, que é fiel, abençoa as pessoas levando o evangelho de Cristo até elas. At 16.9
“De noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos”.

          Nós fizemos uma peça teatral aqui na igreja no ano de 1999 intitulada “O Clamor do Mundo”, era um desafio ao chamado missionário, ir às nações, evangelizar. Da forma como Paulo foi usado por Deus e atendeu esta visão de Deus sobre a Macedônia, quando ouviu a voz dizendo: “Passa à macedônia e ajuda-nos”, este clamor continua hoje presente no qual o mundo clama dizendo Vem até nós e ajuda-nos! Seja sensível ao clamor do mundo, este clamando por ajuda, crianças de ruas, o sertão está dizendo: Passa ao sertão e ajuda-nos. Se o Senhor está te desafiando a fazer missões seja mo Sertão ou na periferia, não fuja, parta. Paulo atendeu à visão imediatamente e partiu para a Macedônia (v.10) e ali Deus tinha os seus eleitos para serem alcançados. O que você tem feito com o chamado de Deus para você?

CONCLUSÃO
          Esta mensagem tratou sobre as pessoas que fazem parte do reino de Deus, como elas devem ser conhecidas. Tratamos que elas devem ser conhecida por sua humildade, crescimento espiritual e por abençoar as pessoas. No ultimo ponto tratamos um pouco sobre a visão de Paulo para ir à Macedonia e ajudá-los a conhecer o evangelho, Paulo foi sem espera, e nós o que temos feito? Estamos indo até as pessoas para falar de Jesus? Se não então hoje é o dia de mudança e começarmos a proclamar o ide de Jesus. Amém!

REFERÊNCIAS

A Bíblia de Estudo de Genebra. 2 ed. Ampl. Campinas-SP: Editora Cultura Cristã, 2010.

CRUZ, Luiz Ricardo Monteiro da. Introdução ao Novo Testamento. 1 ed. Garanhuns-PE: CPO/IBN, 2006.

RYLE, John Charles. Santidade Sem a qual Ninguém Verá o Senhor. 4 ed. Em Português. São José dos  Campos – SP: Fiel, 2002.


SMITH, William S. Introdução ao Novo Testamento I: Mateus a Atos. 5 ed. Patrocínio-MG: CEIBEL, 1990.

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