ESBOÇO BASEADO EM MARCOS 10.1 (PRIMEIRA MENSAGEM)

Veredas da Justiça: Sermões que edificam

TEXTO: MARCOS 10.1

“Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judeia, além do Jordão. E outra vez as multidões se reuniram junto a ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu costume”.

INTRODUCAO

          A palavra missão vem do grego “apostolew” e significa comissionar, enviar ou apostolar. Há uma missão para a igreja do Senhor. Jesus treinou a igreja para prosseguir a missão, ele deu um curso de preparação de obreiros (CPO) de três anos e meio, depois disto a igreja continuaria a missão do seu mestre.

          O autor deste evangelho é Marcos, como o escritor foi um amanuense, alguns como Papias, Irineu de Lião e outros dizem que este livro seria uma carta escrita sobre o olhar de Pedro. O mais importante é que Marcos é tido como o autor deste evangelho. Ele era parte de uma família de cristãos (At 12.12; 14.51), dedicado ás missões (At 13.15; 15.38), discípulo de Pedro e amigo de Paulo (Cl 4.10; II Tm 4.11; I Pe 5.13). Ele apresenta Jesus como um servo a serviço do Pai, dos necessitados e pecadores (Mc 14.36; Mt 8.27; Mc 5.42; Mc 10.45). Aqui trazendo a missão de Jesus, ele também traz a forma como Ele a realiza. Ele é o nosso maior exemplo com autoridade de ensinar a fazer a missão, como a igreja é a continuadora da obra de Cristo, queremos trabalhar sobre a missão de Cristo aplicando sobre a missão da Igreja, isto faremos baseados no tema abaixo.

TEMA: COMO A IGREJA FAZ SUA MISSÃO?

1.    A MISSÃO DA IGREJA SE FAZ COM MOVIMENTO. V.10a

“Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judéia, além do Jordão [...]”

          A missão de Cristo é a missão da Igreja. O nome igreja vem do grego eklésiae e significa “chamados para fora”, este chamado tem duas vertentes que são: 1. Chamados para fora do pecado, do mundo, da impureza para uma vida nova com Cristo, deixando as praticas pecaminosas e contrárias à dignidade do Evangelho e voltando-se para Deus; 2. A outra vertente é que Ele também nos chama para fora da igreja, da zona de conforto, do nosso mundinho acomodado para ir até os perdidos e levar-lhes a vida que está em Jesus, ou seja, Ele nos convida ao movimento, não estou falando de movimentos emocionalistas, mas missionário. Jesus deseja que eu e você façamos um movimento santo levando a Palavra de Deus aos que ainda não o conhecem. A seguir veremos algumas razões porque a igreja deve se mover para cumprir sua missão.

1.1   O Senhor Jesus já deu a ordem para o movimento missionário da igreja. Mt 28.19-20

“[19] Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; [20] ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.

          A passagem traz um imperativo, uma ordem que é “fazei discípulos”, além de dá a ordem também determinou como fazer, para denotar esta ação utilizou o gerúndio que é indo, batizando e ensinando. Mas, porque será que utilizou o gerúndio? Porque o gerúndio denota ação continua, constante. O problema da igreja é que ela visa apenas uma parte da missão quando cumpre o ide e o batizar, falha no ensinar. A ordem de Cristo para fazer discípulo é completa e constante. A igreja não pode parar! Não espere o pastor ou líder de evangelismo da igreja enviar você, pois Cristo já te enviou! Então se movimenta igreja e cumpre a ordem de Cristo!

1.2   O Senhor Jesus capacitou a Igreja com o Espírito Santo para que ela leve o testemunho de Cristo a outros. At 1.8

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra".

          O Senhor não apenas deu a ordem para que a igreja se movimente fazendo missões, mas Ele próprio deu a ferramenta para que a igreja realize que foi seu Espírito, dando-lhe poder. Aqui fica claro que o Espírito é dado sem mérito humano algum, como podemos examinar no trecho: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo [...]”, esta passagem não diz que recebemos ao orarmos, chorarmos ou ofertarmos, mas diz apenas que o Consolador desceria sobre eles, pois Deus fez a promessa sem mérito humano e a cumpriria da mesma forma. O que a palavra nos orienta a buscar é ser cheio do Espírito Santo. Uma igreja que não depende do Espírito santo não irá fazer missões, pois o Espírito Santo é quem fala, separa e dá poder aos missionários para ir ao campo (lê At 13.1-4). O Rev. Erlo Stwig foi até uma jovem estava possessa e não conseguiu expulsar, desanimado ao chegar em casa disse ao Senhor que iria largar o ministério porque não tinha mais credibilidade para pregar ali, quando ele orava soluçando o Senhor o levou para Lucas 24.49, e disse ao seu coração que ele não precisava largar o ministério, e sim buscar poder do alto. O Rev. Erlo iniciou uma reunião de oração na sua casa todo dia ao meio-dia, aquela reunião tornou-se um soluçar diário, Deus libertou milhares de almas, inclusive aquela jovem possessa, inúmeros feiticeiros se converteram, tamanho era o poder de Deus naquele lugar, lugares pecaminosos fecharam as portas por falta de clientes e o povo Zulu experimentou um grande avivamento de Deus. Outro grande exemplo foi o avivalista Moody, ele pregava e várias pessoas se convertiam, algumas pessoas perguntaram qual o segredo das suas campanhas evangelísticas, ele disse que todas as vezes que ia pregar pedia ao Espírito santo para “acender uma fogueira no púlpito”. Nós precisamos do Espírito Santo para pregar o evangelho de Cristo!

1.3  O Senhor tem seus eleitos que ainda irão ouvir sobre Cristo e recebê-lo para a salvação.

“[9] E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; [10] porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade”.

          Alguns dizem caluniosamente que as igrejas de linha reformada calvinista pregam a não necessidade de não evangelizar, pois os eleitos serão salvos. Isto não é verdade, as igrejas calvinistas afirmam e está na Bíblia que Deus é soberano na salvação de pecadores, mas também afirma que Deus se serve de homens para realizar a sua vontade e os seus propósitos e Ele determina não apenas os fins, mas também os meios. Ele não apenas escolhe (Rm 8.29-30), mas executa o seu plano salvador por meio da pregação do evangelho (Rm 10.14-17). O pastor batista calvinista John Piper afirma que “há muitas ovelhas fora do aprisco, cabe a nós pregar para que elas venham para o aprisco do Senhor”. Deus é soberano, e nos deu responsabilidade de pregar a sua Palavra. Outro gigante da fé reformada chamado J. I. Packer afirma que “se Deus é soberano eu posso evangelizar, pois Deus tem seus eleitos, eles ouvirão o evangelho e crerão em Cristo”, assim podemos evangelizar na certeza que Deus nos dará frutos. O evangelista S. Lucas tinha esta idéia em mente quando tratou sobre a vida da igreja primitiva, eles perseveravam na doutrina, na comunhão, nas orações, ou seja, sua vida era o próprio evangelho vivo, o próprio Deus era quem acrescentava os salvos à igreja (At 2.47). Se nós evangelizarmos nós teremos resultados, pois Deus em sua soberania por intermédio meio da pregação traz os pecadores à igreja e os salva. Aleluia!!! 

2.    A MISSÃO DA IGREJA SE FAZ REUNINDO AS PESSOAS EM TORNO DE CRISTO. V.10b

“[...] E outra vez as multidões se reuniram junto a ele [...]”

         A missão da igreja não pode ser para reunir pessoas em torno de uma personalidade terrena como pastor, pregador, cantor ou outra pessoa qualquer. A igreja precisa reunir as pessoas as pessoas em torno de Jesus, pois a igreja não existe por si só, mas a razão da existência da igreja não é suas próprias qualidades, mas a obra perfeita de Cristo. A igreja experimentou tantas lutas que se sua força não viesse do Senhor ela teria acabado. Foram muitas heresias perniciosas como marcianismo, arianismo, sabelianismo, montanhismo, bem como perseguições do império romano que queria obrigar eles a dizer que “César é o Senhor”, mas os crentes dali mesmo sabendo que iam morrer diziam em uma só voz” JESUS CRISTO É O SENHOR! ALELUIA!!! A Igreja não pode pregar nem  reunir discípulos em torno de outro nome senão o nome de Jesus, pois só Jesus é a nossa fonte de alegria, nossa paz, nossa salvação e o único que morreu e ressuscitou. O salmista disse que quando os irmãos louvavam ao Senhor, os cantores iam saltando de júbilo e cantando “Todas as minhas fontes estão em ti (Sl 87.7). Aleluia! Então, igreja reúna as pessoas em torno deste Cristo maravilhoso! Abaixo veremos algumas maneiras da igreja fazer isto.

2.1  A Igreja precisa demonstrar no seu culto que o centro da sua adoração é Cristo. Hb 13.15

Portanto, ofereçamos sempre por meio de Jesus, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.

          A CFW afirma que nosso culto a Deus deve ser realizado segundo sua palavra e somente deveria ser oferecido à Deus, sendo este culto instituído pelo próprio Deus e nunca por artimanhas de outros e deve ser composta de leitura bíblica, pregação, cânticos, oração e sacramentos, abaixo será exposta uma parte do trecho especifico da referida obra para corroborar com o que está sendo dito:

“[...] mas o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e é tão limitado pela sua vontade revelada, que Ele não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Escrituras [...]. O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo – e só a Ele [...]. A oração, com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus exigida de todos os homens [...]. A leitura das Escrituras, com santo temor, a sã pregação da Palavra e a consciente, em obediência fé e reverencia, o cântico dos salmos, com gratidão no coração bem como a devida administração e a digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo – são parte do culto oferecido a Deus [...]” (CFW, XXI.I-V).

          O culto que agrada a Deus é o que Ele mesmo instituiu, este culto não pode ser centralizado o homem, nem a religião, ou mesmo uma instituição, o culto precisa ter Cristo no centro, temos visto muitas inovações no culto, no qual  os mercadejadores estão buscando no mercado da fé  as novidades secas de Deus para pessoas vazias, enquanto Cristo é esquecido. As musicas cantadas em muitos círculos evangélicos é uma exaltação ao homem, como sabor de mel, determina, conquista. Este mesmo problema aconteceu na Idade média, mais precisamente no ano 375 a.D. quando a igreja criou o culto aos santos, não parou por aí no ano 431 no Concílio de Éfeso foi instituído o culto à virgem Maria, mais adiante, no ano 783 a.D. criou a adoração de imagens e relíquias dos santos, para que ninguém pudesse questionar as aberrações doutrinarias criadas por ela, a ICAR proibiu a leitura da Bíblia em 1229 a.D., o cristianismo estava vivendo uma escuridão espiritual quando Deus levanta um homem chamado Martinho Lutero para afirmar que Somente as Escrituras são a regra de fé é pratica do cristão; Somente a fé em Cristo é suficiente para salvação; Somente a graça é a causa da nossa salvação; Somente Cristo é suficiente Senhor, salvador e Intercessor e; Gloria e louvor devem ser dados a Deus somente. A nossa adoração precisa ser cristocentrica! Só Ele deve ser cultuado, Ele é o maior motivo da igreja se reunir. Precisamos convidar outros para também se reunir em torno de Cristo!

2.2  A igreja precisa demonstrar no seu culto a sua total dependência de Cristo. Jo 15.5

“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.

          A nossa vida depende totalmente de Deus, quando nós cultuamos a Ele estamos dizendo dessa nossa dependência Dele. O teólogo Santo Agostinho disse que “Deus exige de nós para que façamos aquilo que Ele mesmo já colocou a capacidade de fazer”. O apostolo Paulo disse que Nele nos movemos, existimos e vivemos (At 17.28). As Confissões de Fé históricas e Reformadas falam que o homem não tem capacidade em si mesmo para realizar o que Deus deseja. A Bíblia diz que quem realiza tanto o querer como o realizar é Deus, segundo a sua vontade (Fp 2.13), e que a nossa suficiência vem de Deus e não de nós mesmos (II Co 3.5). Quando cultuamos a Deus é porque reconhecemos que toda a nossa vida depende Dele, toda a nossa felicidade vem dele e só Nele somos plenos, ou seja, nós dependemos totalmente Dele.

2.3  A igreja precisa demonstrar no seu culto a sua gratidão por todos os benefícios recebidos de Cristo. Sl 103.1-5

“[1] Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. [2] Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. [3] Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; [4] quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; [5] quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.

          Amados, se nós olharmos para a nossa vida verificaremos que toda a nossa vida está permeada das bênçãos do Senhor. Ele tem nos dado mais do que precisamos. Pena que muitas vezes nós não damos um stop no corre para refletir sobre a bondade de Deus. Quando eu paro e fico pensando na vida começa a sair lágrimas dos meus olhos pois eu lembro que eu era um jovem oprimido pelo inimigo e Jesus me libertou, imagine a sua vida como era e como é agora. Como diz Sergio Lopes: “Tente lembrar se alguma vez Jesus te abandonou; tente lembrar, quantas vezes Ele já te levantou”. É verdade irmãos, não temos motivos para reclamar. Devemos cultuar a Deus não apenas em busca de bênçãos, mas por causa de tudo que Ele já fez por nós. O pastor Claudio Duarte contou uma estória que nos traz uma lição muito especial para nossa vida, veja como disse o pastor:

“Um homem estava quebrando pedra no sol, ele olhou e disse “isto é vida, bom é ser sol que sai por aí aquecendo tudo”, o Senhor o fez ser sol e ele levou calor, mas um dia ele tentou sair e uma nuvem passou todo o dia sem deixá-lo sair, ele olhou e disse: “Homem, esse negócio de ser sol não é tão bom assim não, bom é ser nuvem”, e o Senhor o fez ser nuvem e ele brincou fechando o sol deixando o mundo meio escuro. Mas, um dia queria ficar quieto e o vento ficava o sacolejando de lá para cá, e ele novamente disse: “Senhor este negócio de ser nuvem não é lá essas coisas não, bom é ser vento. O Senhor o fez ser vento e ele soprou derrubou arvores, jogou roupas longe, mas foi tentar soprar em uma pedreira e a pedreira nem se mexia, aí ele novamente fala: “Senhor este negócio de ser vento não tá sendo legal, eu queria era ser pedreira. O Senhor o transformou em pedreira e ele segurou o vento e brincava com crianças que iam lá se escondiam nele, mas um dia estava quieto e começou a sentir dor de cabeça, quando olhou era um homem quebrando a pedreira, ele disse: Rapaz, este negocio de ser pedreira né bom não sô, bom mesmo é ser aquele cara que tá quebrando pedra. O Senhor falou: “Aquele cara é você”, ele olhou para o senhor e disse: “É mesmo rapaz, eu era feliz e não sabia”. (DUARTE, Cláudio. O homem que quebrava pedra – Era feliz e não sabia. Extraído de: <http://pastorclaudioduarte.com/o-homem-que-quebrava-pedras-era-feliz-e-nao-sabia/>)

          O nosso culto é uma maneira de nós demonstrarmos nossa gratidão a Deus, quando cultuamos a Deus e pensamos que o culto deve ser para nos agradar estamos sendo ingratos para com Ele, mas quando realizamos um culto para o seu agrado estamos demonstrando a nossa gratidão para com o Senhor. “Bendize, minha alma ao Senhor [...]”, ”[...] tudo o que há em mim [...], [...] e não te esqueças [...]”, estas expressões demonstram que devemos ser gratos a Ele com tudo que temos e somos e jamais esqueçamos a sua misericórdia demonstrada a nós. Lembre-se que Cultuar é um ato de gratidão a Deus. A igreja precisa cumprir a sua missão e faz isto com movimento, reunindo pessoas em torno de Cristo e também ensinando as Escrituras, isto será visto a partir deste instante.

3.    A MISSÃO DA IGREJA SE FAZ ENSINANDO A PALAVRA DE DEUS. V.10c

“[...] e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu costume”.

           A reforma protestante foi uma volta às Escrituras, que a igreja havia se afastado desde a Idade Média, Lutero que apregoou um retorno para a Palavra de Deus, sendo um grande reformador da Igreja, disse algo sobre as Escrituras bem interessante que passamos a expor a seguir:

“Deus não me fala por anjos, sonhos, visões nem por novas revelações, mas ele tem me falado pelo dom das Sagradas Escrituras, e destas Escrituras eu me tornei escravo; e digo mais, pensai vós que Martinho Lutero fez alguma coisa, pois eu vos digo que Martinho Lutero nada fez, Deus fez tudo pela sua Palavra (LUTERO, Martinho, 1517).

          A reforma foi um retorno ao método de Jesus, o mestre ensinava mais que pregava, das vezes que Ele pregou foi para denunciar a falsa religião, mas o seu ministério tanto público como particular foi marcado pelo ensino das Escrituras. Marcos diz que Ele ensinava segundo o seu costume, aquilo para Ele já era um costume, ninguém precisava chamar Jesus para ensinar, pois Ele já fazia isto naturalmente. Mas como a Igreja de Cristo pode transmitir seu ensino para as pessoas? Isto será visto a partir das próximas linhas.

3.1  A Igreja ensina a Palavra por meio da sua prédica anunciando as grandezas de Deus.

Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos as suas maravilhas. Salmos 96:3

Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas. Salmos 105:2

          O anuncio do evangelho é uma dádiva que Deus deu aos homens, esta obra é tão sublime que anjos anelaram fazer, mas Deus deu este privilegio a nós (I Pe 1.12), sendo assim não podemos negligenciar a pregação e o ensino desta mensagem santa. Quantos homens que deram a sua vida pela pregação desta Palavra. A palavra ensino vem de uma palavra grega chamada Didakê que significa didática ou doutrina. A pregação verbal faz parte da missão da Igreja e esta missão não é somente dos líderes, mas de toda a Igreja, todos devem ensinar as Escrituras, se ensinar a Palavra era um costume do nosso mestre, precisa ser também nosso, pois temos que imitá-lo (Mt 10.25). Mas, esta pregação não é somente com as palavras, mas também com a vida, veremos isto a partir deste intervalo de tempo.

3.2  A Igreja ensina a palavra por meio da sua vida apresentando Cristo pelo seu testemunho.

“[2] Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. [3] Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. [15] Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. [16] Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo?” (II Co 2.2-3; 15-16).

          O ensino de Jesus não era somente com palavras, mas também com a vida, por isso Ele tinha autoridade (), pois não agia como os fariseus e escribas que diziam uma coisa e faziam outra (Mt 23.3). O Rev. Donald Kaller disse que se a igreja não reflete Cristo nas suas ações, o mundo duvidará da sua mensagem e do evangelho, de fato aquele que prega precisa viver, já foi dito por alguém que a nossa vida é o quinto evangelho. Paulo diz que somos carta aberta para ser lida por todos os homens, uns lerão para sua condenação e outros para a sua salvação.

          Um missionário trabalhava no Japão e andando de ônibus ele começou a evangelizar um executivo que ia na cadeira vizinha a sua, ele deu uma Bíblia de presente e aquele senhor disse que quando terminasse de ler outro livro, leria a Bíblia, o missionário depois de várias semanas perguntou a ele se já estava lendo a Bíblia, ele disse que sim e perguntou o que precisava fazer para ser crente, o obreiro orou por ele ali e perguntou se ele havia terminado de ler o outro livro, ele disse que sim, o irmão perguntou se o livro era bom, ele respondeu que sim, curioso o irmão disse qual é o livro tão bom que você leu, o homem respondeu que era a vida dele. Nossa vida deve apresentar Cristo às pessoas. O Rev. Augustus Nicodemus Lopes disse que nossa vida é justificada diante de Deus pela fé, mas diante dos homens pelas obras que fazemos, pois o homem não ver o que está no nosso coração, ele ver só o que está fora e devemos fazer boas obras para o que os homens glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt 5.16), façamos isto para a gloria de Deus. Ensine a Palavra e viva a Palavra para a glória de Deus! ALELUIA!!! Além de ensinar a Palavra e vivê-la com sua vida, devemos também falar visando a salvação dos que o ouvem, assunto este tratado  a seguir.

3.3  A igreja ensina a Palavra de Deus com a finalidade de salvar os que ouvem a mensagem. Jo 20.30-31

“[30] Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. [31] Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.

          O evangelho precisa ser ensinado para que pecadores se aproximem de Deus e sejam reconciliados com Ele, pois Deus ao nos salvar nos deu o ministério da reconciliação e nos tornou embaixadores de Cristo na terra (II Co 5.17-21). Querido, você precisa falar do grande perigo para aqueles que continuam no pecado, mas oferecer a vida que está em Jesus para todo o que Nele crê. O objetivo do evangelista não pode ser expor seus conhecimentos teológicos e acadêmicos, mas apresentar a pessoa de Jesus e a vida eterna que está Nele. Muitos pregadores parecem que têm Deus como um Deus carrasco que não vê a hora de lançar os pecadores no inferno, mas como disse Lutero, quem vê Deus como um Deus carrasco e carrancudo não o vê com clareza, mas o vê por trás de um véu. Deus é amável, sim Ele é totalmente justo e vai condenar os que não crêem, mas o seu amor é infinito e Ele oferece vida eterna aos que se entregam a Ele. Porém, a missão de pregar esta salvação é nossa. A nossa parte é pregar, ensinar a palavra, pois quem convence o pecador da vida de pecado é o Espírito Santo (Jo 16.8). Façamos nossa parte e preguemos o evangelho visando que os pecadores recebam a vida eterna por meio de Jesus!

CONCLUSÃO

          Esta mensagem trouxe uma analogia nesta passagem de Marcos, sobre a missão da igreja, examinou-se que A missão da igreja é feita com movimento, reunindo pessoas em torno de Cristo e ensinando a Palavra de Deus. Temos realizado a missão que o Senhor nos confiou? Que possamos realizar a missão para a qual o Senhor nos designou, em Nome de Jesus. Amém!

REFERENCIAS

A Bíblia de Estudo Genebra. 2 ed. Ampliada. Campinas-SP: Cultura Cristã, 2010.

DONALD, W. Kaller. A Igreja Evangelística. 1 ed. Patrocínio – MG: CEIBEL, 1989

LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento: Tiago. 1 ed. Campinas – SP: Editora Cultura Cristã, 2006.

LUTERO, Martinho apud. MARTINS, José. O Homem e a Salvação. Patrocínio-MG: CEIBEL., 1989.

PACKER. J.I. A Soberania de Deus e a Evangelização. Campinas-SP: Cultura Cristã, 2006.