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sábado, 28 de dezembro de 2013


LIÇÃO: SECULARISMO: RELIGIOSIDADE SEM DEUS E MORTE ESPIRITUAL

TEXTO: JOÃO 17.11-19
“[11] Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. [12] Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os conservei, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. [13] Mas agora vou para ti; e isto falo no mundo, para que eles tenham a minha alegria completa em si mesmos. [14] Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. [15] Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. [16] Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. [17] Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. [18] Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviarei ao mundo. [19] E por eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade”.

INTRODUÇÃO:
         As pessoas estão buscando viver os padrões do mundo, isto recebe o nome de secularismo, que é um modo de viver e pensar sem referencia a Deus ou a religião. Secular vem do latim saeculum que se referia a uma geração ou uma era, veio a significar “pertencer a esta era mundana”. Mundo nas Escrituras tem vários significados de acordo com os seus contextos, como alguns que são aqui expostos: Planeta terra (), Grande quantidade de pessoas (), Judeus e gentios (João 3.16), grupo de pessoas rebeldes que vivem uma vida sem e contra Deus (I João 2.15-17). Então, nem sempre quando se usa a palavra mundo está se referindo ao pecado, precisamos ver o contexto que a Palavra está escrita. Não podemos confundir separação do mundo (pecado) com separação do mundo (pessoas).
          Um navio está dentro do mar e tudo caminha de modo calmo e tranqüilo, mas se a água do mar entrar no navio, e se não for retirado a tempo o navio pode vir a afundar. A igreja está no mundo, enfrenta lutas e caminha bem, mas se o mundo entrar na igreja, passa a ser bem vista pelo mundo, então tudo desmorona, sendo grande a ruína. O Rev. Francisco Leonardo foi questionado que se a igreja fosse perseguida ela seria fiel, ele respondeu que se a igreja fosse fiel, ela seria perseguida. O secularismo inclina as pessoas para o que é profano e não para o que é sagrado. Existe uma desvalorização de estruturas tradicionais como família e igreja, valores morais tem sido substituídos por desejos imorais, tidos pela sociedade mundanizada como naturais. Isto tem adentrado à igreja, tornando o que é absoluto como relativo. Veremos nesta lição algumas características do secularismo e uma resposta bíblica contra essa maneira de viver e pensar.

1.      PARA O SECULARISMO, O QUE IMPORTA É QUE FUNCIONE.
          Existe um pensamento muito usado pelos jesuítas quando matavam pessoas em nome da fé que “os fins justificam os meios”. Isto tem sido usado por muitas igrejas “evangélicas” que pregam ao gosto do freguês, contanto que adquiram novos membros e mais finanças. Isto é chamado pragmatismo que ensina que o valor de algo está no seu resultado, se funciona mesmo que fira as Escrituras, é verdadeira e vira regra.
          A vontade divina fica a segundo plano, o mercado da fé é quem dita as regras, a palavra de Deus cede lugar a novos métodos como teatro, dança, comédia, rock, pregações de auto ajuda. A cada momento surgem as novidades como: Semente da prosperidade, tempo da colheita, quarta feira da vitória, campanha do ventre do peixe, campanha da fogueira santa, Dizimo do que você quer ganhar. Estas novidades são interessantes até surgirem outras mais atrativas.
          Tem várias igrejas fazendo MMA, boxe, batidão gospel, bingo da vitória, tudo isto porque deu certo com este ou aquele. Silas Malafaia disse: “Uma pessoa investiu na semente da prosperidade e alcançou um milhão de reais, ou seja, deu certo para ele, dará certo para você também. O que importa não é a presença de Deus, o que dizem as Escrituras, mas o que funcione. Disse o reformador Martinho Lutero: “Qualquer mensagem transmitida, mesmo que faça chover milagres, se não for baseada nas Escrituras, é condenável”. Davi buscou imitar o modo mundano e pagão dos filisteus ao transportar a arca para Jerusalém (I Sm 6.7-8), ao invés de seguir o que Deus havia determinado (Ex 25.12-14), o resultado foi a morte de Uzá (II Sm 6.6-7). Seguir ao mundo em detrimento da palavra de Deus nunca dá bom resultado.

2.      O SECULARISMO DIZ NÃO A DEUS E SIM A MAMON.
          Outro aspecto muito importante no qual a igreja tem se secularizado é quanto ao lidar com o dinheiro, com finanças. Isaias descreveu uma triste situação em Israel e deu uma solene advertência: “Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra (Is 5.8). Esse desejo tem feito parte da vida de muitos cristãos. Eles tem sido contaminados pelo desejo de possuir, de ter, de comprar. O Senhor Deus fica em segundo plano na vida de muitos que têm seus olhos voltados constantemente para Mamon.
          Jesus fez uma severa advertência quanto a isso: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque há de aborrecer-se de um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). No texto grego, riquezas é uma tradução de Mamon, o deus das riquezas. Para muitos lideres evangélicos de hoje, as pessoas a serem evangelizadas deixaram de ser consideradas possíveis novos servos do Senhor para representar mais entradas para o caixa da igreja. Ao mesmo tempo que muitos crentes se tornam membros igrejas, mas não se envolvem financeiramente com ela por meio dos dízimos e ofertas. O dinheiro fica em primeiro lugar para a igreja que só pensa em aumentar suas rendas e para o crente avarento.
          Imagine, uma cidade segundo alguns lideres para ter uma igreja precisa ter X habitantes, precisa ter banco, universidade, como se as cidades pequenas não necessitassem de ouvir o evangelho. Muitos vêm com desculpa esfarrapada de que isso são estratégias missionárias. Isso são estratégias de homens avarentos que querem fazer da piedade fonte de lucros. Vemos várias pessoas que vão aos seminários sem vocação, sem amor pelas almas, quando saem de lá não sabem nem evangelizar, pois foi para lá visando ter uma profissão e não um ministério. Porque para esses muitos, o importante é o dinheiro e não a pregação do evangelho. Muitas de nossas igrejas querem que os membros sejam fieis nos dízimos e ofertas, mas não enviam o dizimo ao Supremo Concilio, este será usado na sua grande maioria para o sustento de missionários que estão plantando igrejas. Quando as igrejas não enviam os dízimos estão colocando o dinheiro em primeiro lugar. Quando as sociedades não enviam a percapita para a Federação, estão colocando o dinheiro em primeiro lugar, ou mesmo quando se deixa de entregar o dizimo ou pagar os impostos, estão secularizados com os padrões do mundo colocando o dinheiro como o centro da vida. Como já foi dito por alguém: “O dinheiro é ótimo empregado, mas um péssimo patrão”.

3.      PARA O SECULARISMO, A MÍDIA É UMA REGRA DE FÉ E PRÁTICA.
          A televisão e as redes sociais da internet têm se revelado poderosos instrumentos de massificação do mundo pós-moderno e pós-cristão. As pessoas dizem não ter tempo para ler ou conversar, mas são bombardeados por imagens anti-intelectuais, desinformações, anulando a sua capacidade de ler, criticar, substituindo a razão pela emoção e o significado pela diversão. Os cristãos e os não cristãos, perderam a capacidade de ler, interpretar e criticar, passando apenas a assimilar o vem da internet ou televisão, quase sempre coisas superficiais. Grande parte dos crentes da atualidade têm abandonado a doçura da Palavra de Deus (Sl 19.10), trocando por fontes vazias, cacimbas sem água como fez o povo de Israel que seguiu os ídolos e deixou o Senhor a fonte das águas vivas (Jr 2.11-13). A regra de fé e pratica do povo de Deus é a Palavra de Deus e não as mensagens seculares e mentirosas do mundo pós-moderno.
          A Bíblia é sempre a regra de fé e vida do cristão. Muitas igrejas têm surgido a cada dia com supostas mensagens novas, mas de maneira geral voltadas para o “eu”, uma tentativa de levar mensagens aprazíveis aos corações carnais, o Rev. Hernandes Dias Lopes disse que: As pregações da modernidade visam mais entreter bodes do que alimentar ovelhas. As pessoas da própria igreja preferem ouvir um pregador sem CPF e RG que surge do nada do que um irmão que se conhece e sabe-se sua procedência e sua vida com Deus. Porque para muitos o pregador da televisão tem mais unção, mesmo que contrarie as Escrituras.

4.      NÃO AO SECULARISMO E SIM AO CAMINHO ESTREITO.
          Seria o objetivo da igreja de hoje simplesmente abarrotar seus templos de pessoas e conseguir muitos curtir no Facebook? Parece que o que importa é marketing, divulgação, exposição, mas sem conteúdo ou mensagem relevante. Há um caminho secular da religião das multidões, é muito diferente que ensina a Palavra de Deus, dizendo que devemos entrar pela porta estreita, porque muitos irão entrar pela porta larga que conduz a perdição e poucos pela porta estreita que conduz a salvação (Mt 7.13-14).
          O caminho largo é o caminho das vantagens, ausência de compromisso, despreocupação com as coisas de Deus. A igreja até o século III foi duramente perseguida, por isso só fazia parte dela as ovelhas de Cristo que de fato não tinham medo de morrer por Ele, mas a partir do século IV começaram e entrar bodes, caranguejeira, percevejo e todo tipo de pseudocrístãos. O caminho estreito é o caminho da submissão a Deus. É estreito porque simboliza a dificuldade de andar nele para quem está acostumado aos atalhos da vida, devido a isto há poucos os que entram por ele.
Não devemos desanimar se a religião que professamos não é popular, ou se as multidões não estão interessadas nela, pois Ryle disse que o arrependimento, a fé em Cristo e a santidade nunca estiveram na moda. Muitos são iludidos pelas divulgações de curas, milagres, mas há caminhos que parecem bom e seu final é a morte (Pv 16.25). Alguém conta uma estória de alguem que foi perguntado a ele para onde queria ir, mostrou-se o inferno com muita festa, farra, brincadeira. O rapaz disse que queria ir ao inferno, ao chegar lá viu só sofrimento, choro, lagrimas. Ele reclamou da propaganda enganosa que viu antes, um deles disse: “Você antes viu nossa publicidade, agora está vendo a realidade. Cuidado com os caminhos que lhe oferecem!

5.      NÃO À MORTE E SIM À ESPERANÇA QUE NÃO CONFUNDE.
          A religiosidade sem Deus resulta em morte espiritual encontramos isso no mundo e em cristãos secularizados. A corrupção está presente nos altos e baixos cargos da nação, a violência aumenta, o egoísmo do ser humano só se preocupa consigo mesmo. As pessoas se desesperam por não enxergarem uma esperança. Mas, os verdadeiros filhos de Deus encaram o sofrimento e as tribulações como úteis para desenvolver a salvação. No meio das lutas se desenvolvem a perseverança, experiência e a esperança. O crente pode experimentar o amor de Deus de um modo que jamais poderia sem o sofrimento (Rm5.3-4)
          Pelas Escrituras nossa esperança não é confundida, porque o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo. Embora passemos por sofrimentos, nossa comunhão com Deus não é abalada. O cristão deve ser como massa de bolo que quanto mais bate mais cresce. As mais belas musicas e poesias cristãs foram escritas em tribulação. As lutas são o Deserto de Deus para sua vida, e o deserto foi a escola de Deus para ensinar seus servos.

CONCLUSÃO:
É muito triste constatar a realidade de que um grande numero de cristãos têm se secularizado, tem dado valor enorme as coisas do mundo, em detrimento das coisas de Deus. Jesus em sua oração sacerdotal pediu ao Pai que não que não fossemos tirados do mundo, mas que fossemos livres do mal.
“[1] Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. [2] Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”.

Adaptado da Revista Nossa Fé, Lição 09 Secularismo.
Missº Veronilton Paz da Silva

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