Veredas da Justiça: Sermões que
Edificam
TEXTO: MATEUS 28.18-20
“[18] Jesus, aproximando-se, falou-lhes,
dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. [19] Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; [20] ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a
consumação do século”.
INTRODUÇÃO:
Deus foi o primeiro a fazer missões,
pois enviou seu filho Jesus para salvar a humanidade. Na história temos marcos
missionários, como no Velho testamento que Deus criou o homem (Gn 1.26, 27), o
homem pecou (Gn 3.6-10) e Ele prometeu resgatar o homem por alguém que iria esmagar
a cabeça da serpente (Gn 3.15). Deus escolheu Israel para que atraísse todas as
nações para o Senhor, podemos ver isto no chamado de Abraão quando dito que ele
seria uma benção para todas as nações (Gn 12.3), mas Israel fracassou na sua
missão e ao invés de atrair as nações para o Senhor, eles foram atraídos pelas
praticas pagãs destas nações (Jr 2.13). No Novo Testamento Jesus veio e deu uma
missão para a sua igreja realizar que é testemunhar Dele para todo o mundo,
começando em Jerusalém, Samaria e até os confins da terra (At 1.8). Jesus
enviou sua igreja para proclamar a sua graça, amor, poder e libertação.
A igreja no
período apostólico vivia isto de modo intenso e o Senhor acrescentava nas suas
fileiras os que haviam de salvar (At 2.47). Houve um período da igreja em que a
Palavra foi abandonada e passou a serem seguidos ensinos estranhos às
Escrituras como: Uso de velas (310 a.D.); surgimento da Igreja Oficial do
império – ICAR (323 a.D.); culto aos santos (375 a.D.); culto a virgem Maria
(450 a.D.); criação do purgatório para que com o dinheiro dado pelo suplicio
das almas fosse construída a basílica de S. Pedro em Roma (506 a.D.); veneração
de imagens (723 a.D.); criação do dia de finados (1000 a.D.); criação do
rosário (1090 a.D.); criação da inquisição (1184 a.D.); acréscimo dos livros
apócrifos à Bíblia (1546 a.D.); assunção de Maria ao céu sem passar pela morte
(1580 a.D.). Este foi um período de trevas, enganação e ignorância. Quando tudo
parecia perdido alguns homens se levantaram para levar o povo de volta a sua
Palavra, dentre estes, dois que se destacaram: Martinho Lutero e João Calvino.
Mais tarde surgiram os movimentos missionários e várias igrejas enviaram
missionários para várias regiões do mundo, inclusive para o Brasil que no ano
1557 recebeu alguns missionários enviados por Calvino. Eles realizaram o
primeiro culto protestante no dia 21 de março de 1557, no Rio de janeiro,
infelizmente estes foram mortos pelo Pe. José de Anchieta, ficando conhecidos
como os “Mártires da Guanabara”. No ano de 1855 um médico presbiteriano escocês
chamado Robert Kalley iniciou um trabalho protestante somente com estrangeiros,
inclusive com os cultos em inglês. Somente no ano 1859 é que se originou a
primeira igreja presbiteriana e evangélica no Brasil Império com o intuito de
evangelizar os brasileiros através do Rev. Asbel Green Simonton, tendo iniciado
o trabalho presbiteriano em solo brasileiro no dia 12 de agosto de 1859. Podemos ver algumas Pessoas deixaram sua
marca na história missionária da Igreja. Que marcas deixaremos para nossa posteridade?
Nesta passagem de Mateus este relata
quando Jesus faz seu discurso de despedida e ao mesmo tempo comissiona seus
discípulos a continuar a sua obra que Ele começou. Ele enviou a igreja para
proclamar o evangelho. Este discurso está presente também em Marcos 16.1-20;
Lucas 24.36-53; João 20.19-23; Atos 1.1-11. Nestes trechos há um desafio a
anunciar o evangelho e confiar no agir de Deus, pois o Deus que envia também é
o mesmo que convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Nestas passagens
citadas podemos ver o motivo para a missão da igreja que seria: “A missão é a
obra de Deus confiada á igreja (At 1.8) que, seguindo o exemplo de Cristo,
proclama por palavras e ações o reino de Deus (Jo 20.21), chamando todas as
pessoas (Mc 16.15), ao arrependimento e a fé em Cristo (Lc 24.46, 47),
ensinando os discípulos dele a se integrarem em igrejas locais (Mt 28.19). Toda
missão tem uma base de sustentação, e quem sustenta a missão da igreja é Cristo.
Nesta passagem eu gostaria de tratar sobre a base missionária da igreja,
baseado no tema abaixo.
TEMA: A BASE MISSIONÁRIA DA IGREJA
1. BASEIA-SE NA AUTORIDADE DE CRISTO SOBRE
TODAS AS COISAS. V. 18
“Toda autoridade me foi dada no céu e
na terra”.
Este texto fala que Jesus tem toda
autoridade, ou seja, Ele tem poder absoluto. O termo usado aqui se refere não
aquela autoridade que Jesus tinha no céu, mas a que Ele conquistou como o Verbo
encarnado, por isso o autor sacro usa o termo “[...] me foi dada [...]”. Ele se
encarnou para nos representar, a este homem o Pai deu a autoridade para iniciar
e consumar a obra salvadora. Ele não tem apenas autoridade sobre algumas
pessoas, mas Ele está no controle de tudo que existe, vejamos algumas vertentes
dessa tão grande autoridade de Cristo.
1.1 Jesus tem autoridade sobre a igreja. Ef
5.23
“Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a
cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo”.
O crente ao se unir à igreja confessa que “Jesus é o Senhor”. Senhor é quem
manda, assim reconhecemos sua autoridade ao ingressar no seu corpo. Já sabemos
que Jesus tem todo poder, já nos dobramos perante Ele. Paulo fala que para ser
salvo precisa confessar com a boca que Jesus é o Senhor e crê no coração que
Deus o ressuscitou dentre os mortos (Rm 10.9-10). A palavra “Senhor” no grego é
Kyrios e significa elevado, alguém que controla, domina e guia. Segundo Martins
(1992), o mundo ainda não chegou a este conhecimento do senhorio de Jesus, mas
quando alguém passa a fazer parte da igreja de Cristo passa a entender essas
coisas e tem a responsabilidade de anunciar isto, vejamos um pouco das palavras
do autor abaixo:
[...] A igreja é diferente [...] já sabe que Jesus
tem todo poder, já dobrou os joelhos perante Ele, confessou com os seus lábios
que Ele é o Filho de Deus, já se submeteu a Ele. Ser liberto do império das trevas quer dizer
tornar-se súdito do Filho de Deus em um novo reino [...] o salvador fala aos
seus discípulos com autoridade[...] essas pessoas deixaram tudo para segui-lo,
assim submetendo-se a Ele [...]” (MARTINS 1992, p.138).
Será que temos reconhecido esta
autoridade de Jesus, pois nem sempre temos buscado viver em submissão a Ele, pois mesmo já tendo
sido alcançado pelo agir do Espírito Santo, muitas vezes queremos viver o
evangelho a nossa maneira, uma forma triste de verificar isto é na obra
missionária, pois a igreja tem a responsabilidade de proclamar Cristo a todos,
mas tem se omitido a ir aos lugares mais necessitados como os sertões
preferindo os grandes centros e as facilidades destes. Que possamos nos
arrepender e anunciar Jesus a todos os recantos da nossa cidade, região, país e
mundo! A autoridade de Jesus não se limita somente a Igreja, mas Ele domina
também o mundo, isto será visto a partir de agora.
1.2 Jesus
tem autoridade sobre o mundo. Ap 1.5
“E da
parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o
Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou
dos nossos pecados”.
Jesus também tem o controle sobre o
mundo. Ele guia as nações e tem em suas mãos o controle da história, e a
história não é cíclica como dizem os gregos, mas ele caminha para um futuro
inédito escrito pelas próprias mãos de Deus. Sua vontade jamais é frustrada
pelos acontecimentos (Jó 42.1-2). O rei
Nabucodonosor achou que era grande e insultou ao Senhor, ele perdeu um parafuso
da cabeça e começou a andar feito quadrúpede e comer capim igual a jumento, aí
caindo em si reconheceu o governo eterno de Deus sobre todos os reinos (Dn
4.29-31, 37). Deus governa o nosso passado, presente e futuro. o mundo ainda
não reconhece isto, mas um dia verá Ele
na sua glória e aí será tarde demais. Sua autoridade já nos foi revelada, mas o
mundo ainda não viu isso por ter seus olhos cegados por satanás (II Co 4.3-4).
Jesus nos manda evangelizar o mundo porque Ele tem autoridade sobre toda a
humanidade, assim podemos fazer discípulos de todas as nações. Não adianta o
mundo se levantar e muito menos o mal que Ele nos dá a vitória.
1.3 Jesus tem autoridade sobre o mal. Ap
1.17-18
“[17] Quando o vi, cai a seus pés como
morto. Porém, Ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o
primeiro e o último [18] e aquele
que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e
tenho as chaves da morte e do inferno”.
O mal tenta impedir a obra do Senhor
em nós, mas não consegue, pois ele está sujeito à autoridade de Deus. Ele
tentou Jó, mas teve que pedir licença a Deus, e Deus estabeleceu os limites da sua
tentação a Jó (Jó 1.6-12; 2.1). O inimigo queria destruir Pedro, mas Jesus não
permitiu (Lc 22.31-32). Na obra missionária enfrenta-se muitas lutas,
principalmente quando começam as conversões as lutas se intensificam, isto são
questões espirituais. O império romano com o aval do diabo tentou acabar com a
igreja, prendeu João na ilha de Patmos e exterminou vários cristãos, no
entanto, no exílio João viu lá em patmos uma porta aberta para o céu (Ap 4.1);
em outra ocasião Paulo e Silas levaram uma surra de varas por libertar uma
jovem possessa e na prisão cantavam e oravam quando um anjo abalou a prisão (At
16.25-26), pois com Jesus o mal se torna em bem, a prisão se torna em culto e o
pior dos lugares se torna se torna uma porta aberta para o céu. O mal não pode
deter a igreja, pois esta é vitoriosa! Há uma musica de Luiz de Carvalho que
relata a invencibilidade da igreja de Cristo, diz assim no refrão:
“Ninguém detém, é obra santa
Ninguém detém, é obra santa
Nem satã, nem o mundo todo
Podem apagar este ardor
Ninguém detém, é obra santa
Esta causa é do Senhor!”
Não devemos temer o mal, pois o
Senhor está conosco e maior é o que está em nós do que o que está no mundo (I
Jo 4.4). Não existe força do mal que seja páreo para a autoridade de Jesus Cristo.
Não tem preto velho, nem tranca rua ou qualquer outro ser infernal que possa
com Jesus, ele vai como um rolo compressor derrubando tudo. Sendo assim podemos
ir levar o evangelho até outros que ainda não o conhecem. A porta que Deus abre
ninguém pode fechar (Ap 3.8), então vamos em frente que Cristo nos impulsiona a
marchar com oração, Bíblia, consagração e compaixão. Ele vai adiante de nós
quebrando as portas de ferro que estão a nossa frente (Is 45.2). Ele venceu o
mal e com Ele nós também vencemos! ALELUIA!!! BENDITO É O NOME DE JESUS!!!
1.4 Jesus tem autoridade divina. Jo 1.1
”No Principio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
Jesus é um com o Pai (Jo 10.30),
vivem em íntima união de propósitos. O Pai sempre atende o Filho quando
intercede por nós (Jo 11.41-42). A intercessão perfeita de Cristo por nós
garante a salvação (Hb 7.25) e os resultados do nosso trabalho, por isso que
Paulo diz que podemos fazer a obra do Senhor com firmeza e constância que ela
não é em vão (I Co 15.58). O apóstolo João disse que o Deus glorificado que
Isaías viu no capitulo 6 era o próprio Senhor Jesus (Jo 12.37-41), assim sendo
Ele é Deus e tem autoridade divina, mas conquistou também esta autoridade como
homem perfeito e Nele nós podemos realizar sua obra na certeza de que teremos
resultados. Segundo PACKER (2002) se Ele é soberano nós podemos evangelizar,
pois existem os eleitos e ao ouvir a Palavra crerão. Assim, podemos fazer
missões na certeza que teremos êxito, pois a base da nossa missão não é nossa
capacidade de persuadir, nem é nossa própria força, mas a autoridade de Jesus,
o Senhor da Igreja. ALELUIA!!!
Jesus tem toda a autoridade sobre a
igreja, mundo e mal. Ele tem autoridade divina. Devemos nos ajoelhar perante
Ele, louvando-o e trabalhar para Ele. Ele já nos ordenou a alcançar as nações,
conforme será visto no ponto abaixo.
2. BASEIA-SE NA ORDEM DE TRABALHO DADA POR
JESUS A SUA IGREJA. V.19, 20a
“[19] Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo [...] e ensinando-os
a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado [...]”
Jesus deu uma ordem para que sua
igreja trabalhe para o seu reino, para a igreja se movimente e faça o que Jesus
ordenou. A missão principal da Igreja é a adoração (Jo 4.23-24) e depois disso
vem a evangelização (Jo 4.39-42), pois se eu não for adorador farei um trabalho
defeituoso não apenas na evangelização, mas em todas as demais áreas da vida
cristã. Aqui gostaria de tratar sobre o aspecto do trabalho evangelístico e
missionário da igreja que será descrito abaixo.
2.1 O
trabalho da igreja é ordenado por Jesus: Fazer discípulos de todas as nações
“[...] fazei discípulos de todas as nações [...]”
Jesus disse que tem toda autoridade,
aqui nos dá a ordem de ir a todas as nações. Ou seja, o programa de Cristo tem
alcance global, atinge a todos os povos. O pacto de Lausane definiu que a
missão da igreja é “pregar toda a Escritura, em todo tempo, e a toda criatura”,
então tomemos cuidado com os que só querem pregar para ricos ou pobres, brancos
ou negros, o evangelho deve chegar a todos. A ordem principal aqui neste trecho
é fazer discípulos, mas fazer discípulos não é apenas dar um folheto, ou pregar
uma vez e abandonar a pessoa evangelizada, é fazer como Cristo fez com os doze,
dedicar-lhe tempo até chegar à maturidade. É como um adestrador de cavalo que
leva o animal para ir acompanhando a carroça enquanto um já adestrado puxa, com
o tempo ele já manso pode ir fazendo junto com o outro, depois disso faz
sozinho. O nosso campo não é apenas nossa família, cidade, pais; mas o mundo
inteiro. Como disse John Wesley: “O mundo é o nosso campo”, então aqui se
exclui a pescaria em aquário feita por algumas igrejas, fazer discípulos é ir
buscar pessoas que ainda não ouviram falar de Jesus e buscar levá-las a Cristo
como Paulo afirmou que buscava pregar onde Cristo ainda não fora anunciado (Rm
15.20), façamos assim também levando o evangelho de Cristo a todos. Mas, para
chegar às nações precisamos iniciar com os que estão mais próximos. Como diz um
velho chavão missionário que exprime a seguinte ideia: “Se você diz que tem um
chamado missionário para evangelizar na Bolívia, comece evangelizando Dona
Olívia”.
2.2 O trabalho da igreja é detalhado por Jesus:
Como fazê-lo?
Cristo não apenas ordena, mas também
define como deve ser este trabalho. Este trecho no grego indica gerúndio
denotando assim Constancia e continuidade, não desistir, não parar de fazer
missões e evangelismo. A igreja Presbiteriana já foi a maior igreja do Brasil,
mas quando deixou de valorizar a evangelização começou a perder terreno. Graças
a Deus que este aspecto tem sido retomado pela igreja no preparo de leigos para
a obra missionária, um exemplo disso é o envio de inúmeros alunos para o CPO de
Garanhuns-PE e Patrocinio-MG pelas igrejas. Vamos examinar um pouco o
detalhamento de Jesus sobre o trabalho da igreja, ou seja, a forma como a
igreja irá realizar este trabalho.
·
Indo até onde as pessoas estão.
“[...] Ide, portanto [...]”
A igreja ao realizar a missão de
anunciar Jesus não deve esperar as pessoas procurar a igreja, mas deve ir até
elas, como diz o poeta que “o artista vai aonde o povo está”. O grande problema
na obra missionária é que muitos vão com a visão errada de alcançar status; ou
fugir de problemas; busca por aventuras, quando a obra de Deus não é lugar para
aventureiros; apenas para ter uma profissão garantida. Alguns motivos corretos
para fazer missões são promoção da glória de Deus entre os povos; buscar
alcançar os perdidos por gratidão ao Senhor em tê-lo alcançado; preocupação de
por Palavras e ações tornar Cristo conhecido. A realidade é que muitos não
estão indo, a realidade é que há inúmeras pessoas sem Jesus e muitos crentes
estáticos, assistindo a banda passar enquanto as seitas se proliferam. Você
está indo aos perdidos ou espera que outros façam? Lembre-se que para fazer
discípulos é preciso ir à procura dos perdidos, como Deus foi em busca de Adão
no Éden (Gn 3.8-9), o pastor em busca da ovelha perdida (Lc 15.3-7). Aquele que
semeia a palavra de Deus terá resultados, pois Ela não volta vazia (Is 55.11).
Que possamos sair do nosso mundo encantado e ir até os perdidos!
·
Incorporando-os a uma igreja local.
“[...] batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo [...]”
A igreja é uma comunidade que Deus
escolheu e por meio dela o evangelho de Cristo é proclamado. O rito de
iniciação por meio do qual a pessoa é incorporada à igreja é o batismo. Aqui
não trataremos sobre formas de batismo, mas sobre a necessidade de se está
associado a uma igreja local, o autor aos hebreus alerta o povo que não deixe
de congregar, mas admoestar uns aos outros (Hb 10.25).
A igreja foi figurada por alguém como
uma fogueira e na qual os paus se aquecem um ao outro. Não podemos cair na
bobagem de Caio Fábio que vive a dizer que a igreja é coisa de homens. A igreja
é projeto de Deus, é mais que vencedora e tem a missão de preparar discípulos
para servir ao Senhor e fazer outros discípulos de Cristo. Quando Cristo nos
reconciliou com Deus nos concedeu o ministério da reconciliação, a fim de que
outros sejam também alcançados pela graça de Deus (II Co 5.18-21), isto fazemos
por meio da igreja local. Lucas descreve a missão da igreja em termos de
evangelização, libertação, restauração e proclamação (Lc 4.18, 19).
Alguém que foi discipulado não deve
ser jogado a sua própria sorte, mas entregue a uma igreja local e ela o
instruirá e ensinará a também fazer discípulos. O homem foi criado para viver
em sociedade e a igreja é uma comunidade de adoradores que buscam viver para
glória de Deus e proclamar esta glória entre as nações, ou seja, é o ambiente
perfeito para um salvo viver. Os que servem a Deus são definidos como “povo de propriedade
exclusivo de Deus” (I Pe 2.9), povo é aglomerado de pessoas e não um individuo
solitário, então não há base para ser crente em casa. O salvo precisa está na
igreja.
·
Ensinando-os a guardar os ensinos de
Jesus.
“[...] e ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado [...]”.
O discipulador não deve somente
ensinar a ortodoxia cristã, mas também a ortopraxia. Além de ensinar a verdade
das Escrituras deve-se também falar da importância da obediência. Eles precisam
saber sobre o que Jesus ordenou e que está na Bíblia toda. Não devemos negar a
verdade da Palavra de Deus às pessoas, mas é importante o que vem depois do
conhecimento. Tiago falou que os cristãos não devem ser apenas ouvintes, mas
praticantes da Palavra (Tg 1.22),ou seja, o mais importante não é o que se
ouve, e sim o que se faz com o que se ouve. Doutrina e obediência, teologia e
devoção, conhecimento e prática devem andar juntas. Alertamos que a maior
ferramenta de quem discípula é seu exemplo de vida, afinal Spurgeon dizia que o
mundo não conhece teologia nem dogmas, o que vêem é nosso amor demonstrado uns
pelos outros e por eles. Jesus tinha autoridade para pregar e ser seguido
porque seus ensinos condiziam com suas práticas. Sua teologia condiz com sua prática
de vida?
3. BASEIA-SE NA PROMESSA ENCORAJADORA DA
PRESENÇA DE JESUS. V.20b
“[...] E eis que estou convosco todos os dias até consumação
do século”.
Jesus encerra o seu discurso trazendo
uma promessa consoladora para os seus servos que seria sua maravilhosa presença
com eles, não é uma promessa de um político ou de um homem falível, mas de
Jesus o perfeito homem e verdadeiro Deus. Vejamos um pouco sobre o que Jesus
falou detalhado abaixo.
3.1 A presença de Cristo é uma realidade na sua
igreja.
“[...] E eis que estou convosco [...]”
Os missionários precisam muitas vezes
deixar pai, mãe, irmãos e amigos. Muitas vezes deixam sua terra para ir a
lugares longínquos com outras línguas e culturas. Ao lançar Mão no arado o
missionário não deve olhar para trás. Muitas vezes há pessoas que mesmo dentro
da igreja tentam dissuadir o irmão de sair para outras terras, afinal em todo
lugar tem pessoas para evangelizar, mas o que as pessoas muitas vezes não
entendem é que é melhor cumprir a ordem de Jesus. Ele promete que não nos
deixará só, assim sendo quando formos para um novo lugar plantar uma igreja, o
Senhor Jesus nos acompanha.
O Senhor que prometeu sua presença
conosco é o mesmo que sempre cumpriu suas promessas sem falhar. Quando obedecemos o seu chamado missionário
não corremos o risco de ficarmos sem assistência, pois Jesus, o nosso divino
companheiro, amigo fiel e fonte inesgotável de onde recebemos tudo que
precisamos, nos assistirá em todas as coisas. O Apostolo Paulo diz que nada nos
separará do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm 8.37). Ele está e sempre será
conosco! ALELUIA!!!
3.2 A presença de Cristo é permanente na igreja.
“[...] E eis que estou convosco todos os dias [...]”
Algo muito importante nesta passagem
é que Jesus usou o verbo no presente “[...] estou [...]”, ele não disse estarei
nem estive. Ele afirma que está presente em nossa vida e que iria continuar
presente conosco. A partir do dia que fomos alcançados pela graça de Deus em
Cristo Jesus sua presença está em nossa vida. Outra expressão usada foi [...]
todos os dias [...], ou seja, até mesmo nos momentos ruins Ele está com seu
povo. Quando parece que ninguém se converte no campo, quanto mais pregamos as
pessoas parecem que não dão ouvidos, ou quando falta visão para a igreja, Jesus
está presente conosco. Ore pedindo despertamento missionário na igreja. Não
desista da missão que o Senhor te chamou e não demore a atendê-la que inúmeras
pessoas estão esperando uma palavra de salvação. Jesus é contigo! Sua presença
está em sua vida! Não pare! ALELUIA!!!
3.3 A
presença de Cristo garante a vitória final a igreja.
“[...] E eis que estou convosco [...] até a consumação do século”
A palavra consumação exprime o
cumprimento do plano salvador de Deus para o seu povo, a presença de Jesus
estará conosco até a consumação do século, ou seja, até a vitória final de
Cristo e de sua igreja. Neste desfecho glorioso da história o Senhor Jesus será
glorificado por todos, inclusive pelos que o rejeitam agora (Fp 2.10-11). Esta
será também a vitória final de Cristo sobre o mal (Ap 20.10), a conclusão da
obra da redenção dos eleitos. Jesus mandou que fosse pregado o evangelho a
todos os povos e garante sua presença na vida da igreja. Esta gloriosa presença
leva igreja a ter resultados positivos na evangelização, pois quem convence de
pecado é o Espírito Santo (Jo 16.8). O evangelho chegará a todos os povos, é
certo que sim. Afinal, em Apocalipse João viu uma grande multidão de salvos de
todas as tribos, povos, línguas e nações (Ap 5.9; 7.9)
A sua presença na igreja traz
resultado para o seu trabalho de evangelização. Afinal de contas, Ele é quem
abre o coração do pecador (At 16.14-16), concede arrependimento para a vida (At
11.18; II Co ), coloca a fé no coração (Ef 2.8), etc., A presença de Jesus
garante que a vitória da igreja é algo certo e concreto e um dia em um coral
belo cantará louvores com seus membros de todos os povos. Amém!!
CONCLUSÃO:
Esta mensagem ora transmitida, longe de presumir ser um compêndio sobre
missões, é apenas uma introdução a este assunto muito importante que é a missão
da igreja. Se os queridos irmãos
desejarem saber mais sobre este tema muito importante para o povo de Deus,
abaixo você pode ter a oportunidade de conhecer alguns autores que tratam sobre
o assunto em questão. Esta mensagem trouxe um pouco de luz sobre um texto muito
conhecido que trata sobre a grande comissão, foi detalhado sobre a base
missionária da igreja que é: A autoridade de Cristo sobre todas as coisas; a ordem
de trabalho dada por Cristo para sua igreja e; a promessa encorajadora de Jesus
aos seus servos. Temos feito a obra de Cristo? Se temos feito, a fazemos
segundo nos prescreve o Senhor ou segundo nos indica nosso coração?
APLICAÇÃO:
Houve uma história de uma criança
chamada Lindik que vivia com seus pais em uma tribo, e naquela tribo havia uma
tradição de que ninguém podia entrar no templo sagrado. Um dia Lindik brincando
acabou entrando naquele templo sem noção do perigo devido a sua tenra idade,
mas o sacerdote disse que ela deveria ser sacrificada. Os pais dela tentaram
dissuadir o sacerdote do seu pensamento macabro, mas foi em vão, eles viram sua
linda flor Lindik ser lançada de um despenhadeiro.
Muitos anos depois chegaram aquela
região uns missionários ingleses e anunciaram o amor de Jesus e sua disposição
de perdoar o pecador. Aquela aldeia inteira se entregou ao Senhor e aquelas
práticas pagãs foram substituídas pelo perdão divino. Os pais de Lindik chegaram para os missionários
e contaram a história de sua filha, eles perguntaram: Por que vocês demoraram
tanto a chegar? Ainda falaram: Se vocês tivessem chegado antes Lindik estaria
viva, e os missionários com as cabeças baixas choravam a sua negligência e
demora a chegar aos povos não alcançados. O que faremos, esperaremos outras
Lindiks morrerem para chegarmos às pessoas não alcançadas? Obedeceremos ao
chamado de Jesus para irmos até os confins da terra? Para Jesus não há meio
termo, é sim ou não. Qual a sua decisão?
REFERENCIAS:
AMORIM, Marcos Severo de. Missões em Toda Parte. 1 ed. Santa
Bárbara D’Oeste - SP: SOCEP, 2008
GEORGE, Sherron K. A Igreja Evangelística. 4 ed. Patrocínio -
MG: CEIBEL, 2001
GEORGE, Sherron K. A Igreja Missionária. 1 ed. Patrocínio - MG:
CEIBEL, 1990.
LEONARD, John. Além do Brasil: Introdução a Missões. 5 ed.
Patrocínio-MG: CEIBEL, 1992.
MARTINS, José. A
Igreja: Um Estudo Doutrinário. 4 ed.
Patrocínio - MG: CEIBEL, 1995.
PACKER, J. I. A Evangelização e a Soberania de Deus. 1 ed.
São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2002.
NASCIMENTO, Adão Carlos. A Razão da Nossa Fé. 2 ed. São
Paulo - SP: Cultura Cristã, 2011.
Veronilton Paz da Silva
Presbítero da IPB Monteiro-PB
Missionário Presbiteriano no Campo
Missionário do Serrote
Profº de Teologia CEIBEL
Assistente Administrativo na PM
Monteiro
Formação de Evangelista pelo CEIBEL
Formação de Obreiro pelo IBN
Bacharel em Teologia pelo IHT
Graduando em Letras Língua Portuguesa
na UEPB
Nenhum comentário:
Postar um comentário