LIÇÃO: SECULARISMO: RELIGIOSIDADE SEM
DEUS E MORTE ESPIRITUAL
TEXTO: JOÃO 17.11-19
“[11] Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os
no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. [12]
Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os
conservei, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se
cumprisse a Escritura. [13] Mas agora vou para ti; e isto falo no mundo, para que eles tenham a minha alegria
completa em si mesmos. [14] Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. [15] Não rogo que os
tires do mundo, mas que os guardes
do Maligno. [16] Eles não são do mundo,
assim como eu não sou do mundo. [17]
Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. [18] Assim como tu
me enviaste ao mundo, também eu os
enviarei ao mundo. [19] E por
eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade”.
INTRODUÇÃO:
As pessoas estão buscando viver os
padrões do mundo, isto recebe o nome de secularismo, que é um modo de viver e
pensar sem referencia a Deus ou a religião. Secular vem do latim saeculum que se referia a uma geração ou
uma era, veio a significar “pertencer a esta era mundana”. Mundo nas Escrituras
tem vários significados de acordo com os seus contextos, como alguns que são
aqui expostos: Planeta terra (), Grande quantidade de pessoas (), Judeus e
gentios (João 3.16), grupo de pessoas rebeldes que vivem uma vida sem e contra
Deus (I João 2.15-17). Então, nem sempre quando se usa a palavra mundo está se
referindo ao pecado, precisamos ver o contexto que a Palavra está escrita. Não
podemos confundir separação do mundo (pecado) com separação do mundo (pessoas).
Um navio está dentro do mar e tudo caminha de
modo calmo e tranqüilo, mas se a água do mar entrar no navio, e se não for
retirado a tempo o navio pode vir a afundar. A igreja está no mundo, enfrenta
lutas e caminha bem, mas se o mundo entrar na igreja, passa a ser bem vista
pelo mundo, então tudo desmorona, sendo grande a ruína. O Rev. Francisco
Leonardo foi questionado que se a igreja fosse perseguida ela seria fiel, ele
respondeu que se a igreja fosse fiel, ela seria perseguida. O secularismo
inclina as pessoas para o que é profano e não para o que é sagrado. Existe uma
desvalorização de estruturas tradicionais como família e igreja, valores morais
tem sido substituídos por desejos imorais, tidos pela sociedade mundanizada
como naturais. Isto tem adentrado à igreja, tornando o que é absoluto como
relativo. Veremos nesta lição algumas características do secularismo e uma
resposta bíblica contra essa maneira de viver e pensar.
1.
PARA O SECULARISMO, O QUE IMPORTA É QUE FUNCIONE.
Existe um pensamento muito usado
pelos jesuítas quando matavam pessoas em nome da fé que “os fins justificam os
meios”. Isto tem sido usado por muitas igrejas “evangélicas” que pregam ao
gosto do freguês, contanto que adquiram novos membros e mais finanças. Isto é
chamado pragmatismo que ensina que o valor de algo está no seu resultado, se
funciona mesmo que fira as Escrituras, é verdadeira e vira regra.
A vontade divina fica a segundo
plano, o mercado da fé é quem dita as regras, a palavra de Deus cede lugar a
novos métodos como teatro, dança, comédia, rock, pregações de auto ajuda. A
cada momento surgem as novidades como: Semente da prosperidade, tempo da
colheita, quarta feira da vitória, campanha do ventre do peixe, campanha da
fogueira santa, Dizimo do que você quer ganhar. Estas novidades são
interessantes até surgirem outras mais atrativas.
Tem várias igrejas fazendo MMA, boxe,
batidão gospel, bingo da vitória, tudo isto porque deu certo com este ou
aquele. Silas Malafaia disse: “Uma pessoa investiu na semente da prosperidade e
alcançou um milhão de reais, ou seja, deu certo para ele, dará certo para você
também. O que importa não é a presença de Deus, o que dizem as Escrituras, mas
o que funcione. Disse o reformador Martinho Lutero: “Qualquer mensagem transmitida,
mesmo que faça chover milagres, se não for baseada nas Escrituras, é
condenável”. Davi buscou imitar o modo mundano e pagão dos filisteus ao
transportar a arca para Jerusalém (I Sm 6.7-8), ao invés de seguir o que Deus
havia determinado (Ex 25.12-14), o resultado foi a morte de Uzá (II Sm 6.6-7).
Seguir ao mundo em detrimento da palavra de Deus nunca dá bom resultado.
2.
O SECULARISMO DIZ NÃO A DEUS E SIM A MAMON.
Outro aspecto muito importante no
qual a igreja tem se secularizado é quanto ao lidar com o dinheiro, com
finanças. Isaias descreveu uma triste situação em Israel e deu uma solene
advertência: “Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não
haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra (Is 5.8). Esse
desejo tem feito parte da vida de muitos cristãos. Eles tem sido contaminados
pelo desejo de possuir, de ter, de comprar. O Senhor Deus fica em segundo plano
na vida de muitos que têm seus olhos voltados constantemente para Mamon.
Jesus fez uma severa advertência
quanto a isso: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque há de aborrecer-se
de um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis
servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). No texto grego, riquezas é uma tradução
de Mamon, o deus das riquezas. Para muitos lideres evangélicos de hoje, as
pessoas a serem evangelizadas deixaram de ser consideradas possíveis novos
servos do Senhor para representar mais entradas para o caixa da igreja. Ao
mesmo tempo que muitos crentes se tornam membros igrejas, mas não se envolvem
financeiramente com ela por meio dos dízimos e ofertas. O dinheiro fica em
primeiro lugar para a igreja que só pensa em aumentar suas rendas e para o
crente avarento.
Imagine, uma cidade segundo alguns
lideres para ter uma igreja precisa ter X habitantes, precisa ter banco,
universidade, como se as cidades pequenas não necessitassem de ouvir o
evangelho. Muitos vêm com desculpa esfarrapada de que isso são estratégias
missionárias. Isso são estratégias de homens avarentos que querem fazer da
piedade fonte de lucros. Vemos várias pessoas que vão aos seminários sem
vocação, sem amor pelas almas, quando saem de lá não sabem nem evangelizar,
pois foi para lá visando ter uma profissão e não um ministério. Porque para
esses muitos, o importante é o dinheiro e não a pregação do evangelho. Muitas
de nossas igrejas querem que os membros sejam fieis nos dízimos e ofertas, mas
não enviam o dizimo ao Supremo Concilio, este será usado na sua grande maioria
para o sustento de missionários que estão plantando igrejas. Quando as igrejas
não enviam os dízimos estão colocando o dinheiro em primeiro lugar. Quando as
sociedades não enviam a percapita para a Federação, estão colocando o dinheiro
em primeiro lugar, ou mesmo quando se deixa de entregar o dizimo ou pagar os
impostos, estão secularizados com os padrões do mundo colocando o dinheiro como
o centro da vida. Como já foi dito por alguém: “O dinheiro é ótimo empregado,
mas um péssimo patrão”.
3.
PARA O SECULARISMO, A MÍDIA É UMA REGRA DE FÉ E
PRÁTICA.
A televisão e as redes sociais da
internet têm se revelado poderosos instrumentos de massificação do mundo
pós-moderno e pós-cristão. As pessoas dizem não ter tempo para ler ou
conversar, mas são bombardeados por imagens anti-intelectuais, desinformações,
anulando a sua capacidade de ler, criticar, substituindo a razão pela emoção e
o significado pela diversão. Os cristãos e os não cristãos, perderam a
capacidade de ler, interpretar e criticar, passando apenas a assimilar o vem da
internet ou televisão, quase sempre coisas superficiais. Grande parte dos
crentes da atualidade têm abandonado a doçura da Palavra de Deus (Sl 19.10),
trocando por fontes vazias, cacimbas sem água como fez o povo de Israel que
seguiu os ídolos e deixou o Senhor a fonte das águas vivas (Jr 2.11-13). A
regra de fé e pratica do povo de Deus é a Palavra de Deus e não as mensagens
seculares e mentirosas do mundo pós-moderno.
A Bíblia é sempre a regra de fé e
vida do cristão. Muitas igrejas têm surgido a cada dia com supostas mensagens
novas, mas de maneira geral voltadas para o “eu”, uma tentativa de levar
mensagens aprazíveis aos corações carnais, o Rev. Hernandes Dias Lopes disse
que: As pregações da modernidade visam mais entreter bodes do que alimentar
ovelhas. As pessoas da própria igreja preferem ouvir um pregador sem CPF e RG
que surge do nada do que um irmão que se conhece e sabe-se sua procedência e
sua vida com Deus. Porque para muitos o pregador da televisão tem mais unção,
mesmo que contrarie as Escrituras.
4.
NÃO AO SECULARISMO E SIM AO CAMINHO ESTREITO.
Seria o objetivo da igreja de hoje
simplesmente abarrotar seus templos de pessoas e conseguir muitos curtir no
Facebook? Parece que o que importa é marketing, divulgação, exposição, mas sem
conteúdo ou mensagem relevante. Há um caminho secular da religião das
multidões, é muito diferente que ensina a Palavra de Deus, dizendo que devemos
entrar pela porta estreita, porque muitos irão entrar pela porta larga que conduz
a perdição e poucos pela porta estreita que conduz a salvação (Mt 7.13-14).
O caminho largo é o caminho das
vantagens, ausência de compromisso, despreocupação com as coisas de Deus. A
igreja até o século III foi duramente perseguida, por isso só fazia parte dela
as ovelhas de Cristo que de fato não tinham medo de morrer por Ele, mas a
partir do século IV começaram e entrar bodes, caranguejeira, percevejo e todo
tipo de pseudocrístãos. O caminho estreito é o caminho da submissão a Deus. É estreito
porque simboliza a dificuldade de andar nele para quem está acostumado aos
atalhos da vida, devido a isto há poucos os que entram por ele.
Não
devemos desanimar se a religião que professamos não é popular, ou se as
multidões não estão interessadas nela, pois Ryle disse que o arrependimento, a
fé em Cristo e a santidade nunca estiveram na moda. Muitos são iludidos pelas
divulgações de curas, milagres, mas há caminhos que parecem bom e seu final é a
morte (Pv 16.25). Alguém conta uma estória de alguem que foi perguntado a ele
para onde queria ir, mostrou-se o inferno com muita festa, farra, brincadeira.
O rapaz disse que queria ir ao inferno, ao chegar lá viu só sofrimento, choro,
lagrimas. Ele reclamou da propaganda enganosa que viu antes, um deles disse:
“Você antes viu nossa publicidade, agora está vendo a realidade. Cuidado com os
caminhos que lhe oferecem!
5.
NÃO À MORTE E SIM À ESPERANÇA QUE NÃO CONFUNDE.
A religiosidade sem Deus resulta em
morte espiritual encontramos isso no mundo e em cristãos secularizados. A
corrupção está presente nos altos e baixos cargos da nação, a violência
aumenta, o egoísmo do ser humano só se preocupa consigo mesmo. As pessoas se
desesperam por não enxergarem uma esperança. Mas, os verdadeiros filhos de Deus
encaram o sofrimento e as tribulações como úteis para desenvolver a salvação.
No meio das lutas se desenvolvem a perseverança, experiência e a esperança. O
crente pode experimentar o amor de Deus de um modo que jamais poderia sem o
sofrimento (Rm5.3-4)
Pelas Escrituras nossa esperança não é
confundida, porque o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo. Embora passemos por sofrimentos, nossa comunhão com Deus não é abalada.
O cristão deve ser como massa de bolo que quanto mais bate mais cresce. As mais
belas musicas e poesias cristãs foram escritas em tribulação. As
lutas são o Deserto de Deus para sua vida, e o deserto foi a escola de Deus
para ensinar seus servos.
CONCLUSÃO:
É muito triste constatar a
realidade de que um grande numero de cristãos têm se secularizado, tem dado
valor enorme as coisas do mundo, em detrimento das coisas de Deus. Jesus em sua
oração sacerdotal pediu ao Pai que não que não fossemos tirados do mundo, mas
que fossemos livres do mal.
“[1] Se, pois, fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde
Cristo está assentado à destra de Deus. [2] Pensai
nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”.
Adaptado da Revista Nossa Fé, Lição 09 Secularismo.
Missº Veronilton Paz da Silva