TEXTO: ROMANOS 11.33-36
“33 Ó
profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! 34 Quem, pois, conheceu
a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? 35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a
ser restituído? 36 Porque
dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente. Amém!”
VERSÍCULO-CHAVE: “36 Porque
dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente. Amém!”
EXÓRDIO
Há um site denominado de “gotquestions.org” que trabalha
com temas teológicos, o referido site trouxe uma definição de teologia, ao
tratar sobre isso disseram que
A palavra “teologia” vem de duas palavras gregas que
significam o “estudo de Deus”. Teologia cristã é apenas uma tentativa de
entender Deus como revelado na Bíblia. Nenhuma teologia vai completamente
explicar a Deus e Seus caminhos porque Deus é infinitamente e eternamente maior
do que somos. Portanto, qualquer tentativa de descrevê-lo por completo vai
falhar (Romanos 11:33-36). No entanto, Deus quer que O conheçamos o máximo
possível, e teologia é a arte e ciência de conhecer e entender o que podemos
sobre Deus de uma forma organizada e compreensível. Muitas pessoas tentam
evitar teologia porque acreditam que teologia traz discórdia. No entanto,
quando compreendida de forma adequada, teologia une as pessoas. Teologia é
organizar os ensinos da Palavra de Deus de uma forma compreensível. Teologia
bíblica e própria é uma coisa boa; ela é os ensinos da Palavra de Deus (2
Timóteo 3:16-17) (Qual o Significado de Teologia. Extraído de: <https://www.gotquestions.org/Portugues/que-teologia.html>Acessoem18/07/2017).
Esta definição sobre teologia é bem interessante,
precisamos conhecer a Deus e todas as vezes que estamos debruçando sobre as
Escrituras, lendo e orando pedindo a Deus compreensão, estamos em suma fazendo
teologia. Todo cristão precisa ser um teólogo, pois todo cristão busca conhecer
a Deus e este conhecimento é constante (Os 6.3), assim sendo não fujamos da
teologia, antes nos envolvamos com ela, conhecendo e prostrando-nos ao Senhor!
NARRAÇÃO
A Bíblia de Estudo de Genebra, traz o esboço da
Carta de Paulo aos Romanos, ele é esmiuçado da seguinte forma: I. Saudações e
Desejo de Paulo (1.1-17). II. Pecaminosidade de Judeus e gentios (1.18-3.20).
III. A salvação para Judeus e Gentios (3.21-8.39). IV. Os papéis dos Judeus e
Gentios na Salvação (9.1-11.36). V. Instruções Praticas (12.1-15.13). VI.
Saudações finais (15.14-16.27). O autor é descrito como sendo Paulo, servo de
Deus e chamado para ser apostolo (Rm 1.1), esta carta, porém, mesmo sendo da
autoria dele, foi escrita por um amanuense chamado Tércio (Rm 16.22) que
estaria a serviço de Paulo.
Esta é a carta mais teológica de Paulo, chamada por
muitos como “A Carta Magna da Fé Cristã”, como ele não visitou a Igreja de
Roma, escreveu de uma maneira esplendida, para que entendessem toda a teologia
desde o inicio até a aparição de Jesus, salvação pela fé somente, a
responsabilidade do homem diante de Deus, No intervalo dos capítulos 9 ao 11
Paulo fala de maneira mais especifica sobre a soberania na eleição e reprovação
de pecadores dentre os judeus na figura de Esaú e Jacó (9.1-13); fala que Deus
não é injusto em escolher uns e reprovar outros, pois Ele é soberano, não
depende de quem quer quer, mas da misericórdia de Deus (9.14-18); após Ele
continua falando sobre o tema da soberania de Deus, quando de uma mesma massa
faz um vaso para honra e outro para desonra, os eleitos são dentre judeus e
gentios, esta salvação somente acontece por causa da preservação de Deus do seu
povo (9.19-29); após ele trata sobre a responsabilidade humana, que Israel o
rejeitou porque rejeitaram Cristo, a Palavra Viva (9.30-33, 10.6-15), rejeitou
a justiça de Deus, porque esta decorre da fé e não da Lei (10.1-5), rejeitaram
o convite de arrependimento pela pregação apostólica sobre o Filho de Deus, ao
passo que os gentios o aceitaram (v.16-21)
O capitulo 11 é, na verdade, uma continuação do
anterior, tratando sobre a responsabilidade de Israel pela sua rejeição, Deus
tem um israel remanescente que será salvo pela graça, ou outros judeus da carne
permanecerão no pecado (11.1-10); Paulo trata de Deus falando da ligação de
Israel e Igreja como uma só oliveira, uma só arvore, os ramos naturais (judeus)
foram quebrados para que outros ramos foram enxertados, estes e aqueles possuem
a responsabilidade de viver em humildade e não orgulho (11.11-24); Paulo fala
que o “endurecimento” de Deus para com Israel foi para que entrassem os
gentios, tudo isto é pela misericórdia de Deus que deseja manifestar ela a
todos (todos aqui é judeus e gentios) (11.25-32). Paulo encerra como todo
teólogo sério faz, contemplando que Deus é muito maior do que a teologia,
embora esta seja importante, possa definir, se refere ao que havia exposto
antes, as relações de judeus e gentios na salvação, finalizando que tudo acontece
por que há um Deus supremo que tem uma vontade soberana (Dele), uma ação
soberana (por meio Dele) e uma glória soberana (Para Ele) (11.33-36).
A teologia de Paulo refletia não apenas o seu
conhecimento, mas a sua disposição de dar a Deus toda a glória, para ele toda a
teologia tinha em Deus o seu centro unificador, uma teologia que não centraliza
Deus não pode ser útil para a vida cristã, sobre este tão solene assunto,
iremos extrair algumas lições tendo como base o tema abaixo.
TEMA: UTILIDADE DE UMA TEOLOGIA CENTRALIZADA EM DEUS
1. INDUZ O SERVO DE DEUS À DEVOÇÃO.
“33 Ó
profundidade da riqueza [...]”
O apostolo usa aqui o vocativo que era usada para
invocação ou exclamação de um objeto ou ser em devoção, no caso estudado, Ele
se refere a Deus e a sua soberania. Ele se espanta com tamanha majestade, como
se um “judeu interlocutor” ficasse sem entender como relacionar tudo que foi
dito anteriormente, Paulo simplesmente mostra a grandeza de Deus em tudo isso,
coisa esta que não é possível entender, mas aceitar e se prostrar de maneira
devocional, você não precisa entender tudo sobre como funciona um computador
para usar, da mesma forma, Paulo não precisava entender tudo sobre Deus, para
ter uma devoção a Ele. Sobre a devoção iremos examinar algumas lições bíblicas:
1.1 A devoção a Deus requer exclusividade. Mt 6.24
“24 Ninguém
pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao
outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às
riquezas”.
Paulo obedecia esta palavra do mestre em seus
termos, pois disse que tudo que sabia recebeu mediante revelação de Jesus
Cristo (Gl 1.12), para Ele sua pregação era falar e testemunhar sobre Jesus (Rm
15.20), um pregador deve ser um homem devotado a Jesus, se você quer saber se
um pregador é devotado, examine o valor que Ele dá a Jesus, o reformador
francês João Calvino disse: “Eu deixei por Cristo, e o que eu encontrei em
Cristo? Tudo”, a visão de Calvino, bem como de Paulo era uma visão exclusiva de
Cristo, nós não podemos dividir a gloria Dele como outros. Este ano completa
500 anos de Reforma Protestante, um dos pilares desta reforma foi “Solus
Cristus”, somente Cristo, Ele deve ocupar o primeiro lugar na nossa vida.
Aqueles que possuem uma teologia centrada em Jesus
almejam por Ele ardentemente, quando eu era diácono visitávamos sempre os
idosos, uma irmã bem idosa chamada Gerogina (Geó), a segunda pessoa a se
converter em Monteiro, quando chegávamos na casa dela e batíamos na porta, ela
respondia: “Eu estou esperando a hora de me encontrar com meu Jesus”, ela
almejava tanto, que quando entravávamos na sua casa, ela não deixava a gente
falar quase nada, fazia questão de falar empolgada sobre o seu amado Senhor.
Paulo também tinha este desejo imenso de se encontrar com Cristo, o seu amado
mestre (Fp 1.23), se temos devoção precisamos colocar Cristo como exclusivo em
nossa vida! Lembre-se! Mas, a devoção não apenas denota exclusividade, também
conhecimento de Deus, assunto este tratado abaixo.
1.2 A devoção a Deus requer conhecimento de Deus. Os
6.3
“3 Conheçamos
e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele
descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”.
É impossível se devotar a um Deus que não se
conheça a Deus, este conhecimento não pode ser um momento, mas uma pratica
constante, a teologia traz algumas revelações a respeito de Deus que precisamos
conhecer, como por exemplo:
a.
Deus é
transcendente, Ele é maior e distinto da criação. I Rs 8.27
“27 Mas,
de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te
podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei”.
b.
Deus é
imanente, Ele se faz presente na criação. Is 57.15
“15 Porque
assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de
Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido
de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos
contritos”.
c.
Deus é
cognoscível, Ele se faz conhecer ao homem por meio de Jesus.
Mt 11.27
“27 Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém
conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a
quem o Filho o quiser revelar”.
Ele se dá a conhecer de tal forma que é possível ao
homem se relacionar com Ele, a Confissão de Fé de Westminster diz que Deus se
revela de modo geral pela criação, mas que este conhecimento é insuficiente
para a salvação, assim Deus deu a sua Palavra escrita e perfeita para que
venhamos a conhecer a Deus, Vejamos o trecho da obra que trata sobre isto:
Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de
tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens
ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de
Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor
servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua
Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da
verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a
corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido
fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo
cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. Sal.
19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14;
Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5;
II Pedro 1: 19 (CFW. Da Escritura
Sagrada. Cap. I, Seção 1. Extraído de: http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm).
É impossível que você tenha prazer e deleite se não
o conhecer, quando as pessoas perseguiam os apóstolos, eles diziam que não
podiam deixar de falar das coisas que estavam vendo e ouvindo (At 4.20).
Conhecer a Jesus faz toda a diferença, eu fui religioso durante 20 anos da
minha, mas há 22 anos eu conheci a Jesus e me tornei um devoto de Jesus, hoje
vivo uma vida de devoção a Ele. Paulo podia falar em devoção porque Ele tinha
uma devoção, uma paixão incrível por Jesus, quando conheceu a Cristo, ele disse
4 Bem que eu poderia confiar também na carne.
Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: 5 circuncidado ao oitavo dia, da linhagem
de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, 6 quanto ao zelo, perseguidor da igreja;
quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. 7 Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de
Cristo. 8 Sim, deveras
considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo
Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como
refugo, para ganhar a Cristo (Fp 3.4-8)
A diferença na vida devocional de Paulo está no seu
conhecimento sobre Jesus, só pode ser um pregador espiritual, quem tem devoção
a Jesus, somente vai ter vida com Ele quem o conhece. Você já o conhece? Para
ter esta vida devocional, precisamos ter exclusividade por Jesus, conhece-lo e
também viver em uma vida pratica de consagração, falaremos um pouco nestas
próximas linhas.
1.3 A devoção a Deus requer vida prática de
consagração: Jejum, oração, congregação e pregação. Lc 2.36-38
“36 Havia
uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em
dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara 37 e que era viúva de
oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em
jejuns e orações. 38 E,
chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos
os que esperavam a redenção de Jerusalém”.
Como uma pessoa pode de modo pratico demonstrar
devoção a Cristo, neste texto de Lucas algumas praticas de Ana que apontam para
uma pessoa que buscava viver em devoção pelo Senhor, como por exemplo:
a. Ela jejuava constantemente. O jejum ajuda o crente a vencer a carne,
valorizar o Senhor e se aproximar mais Dele e ter devoção. Paulo e todos os
demais apóstolos jejuaram, nós também devemos jejuar, muitos não buscam
realizar esta pratica bíblica e vivem cheios de conhecimento, mas sem poder.
b. Ela Orava diuturnamente. A oração é indispensável para quem deseja ter uma
vida de devoção, se você observar a Bíblia verá que Jesus orou (Mt 14.23), os
discípulos oraram (At 1.24), a igreja primitiva orava (At 4.31), Paulo orou (At
16.25), estes homens, inclusive Jesus, será que nós seremos cheios do Espírito
Santo, pregaremos com poder, ganharemos almas sem orar? Jamais, levante desta
preguiça, deixa de criticar, olhar para a vida dos outros e vai orar! Você só
vai entender a beleza de ter comunhão com Jesus se for uma pessoa de oração.
Quer se devotar a Jesus, vai falar com Ele Primeiro!
c. Ela congregava regularmente. Aquela mulher não deixava de ir para o culto, ela
tinha prazer de estar no templo, talvez o que falte para nós hoje seja devoção
ao Senhor, pois quando tivermos devoção a Jesus, futebol, lazer, frio, calor,
não nos impedirão de cultuar em comunhão com outros irmãos. Há um grupo chamado
de desigrejados que negam o valor da instituição igreja, estes estão fora da
Biblia, pois há textos bíblicos que falam em Congregar, templo, igreja (Lc
24.53; Hb 10.25), o que fica nítido é que o falta nestes, em sua esmagadora
maioria, é conversão e novo nascimento. Não há como uma lenha queimar isolada
da fogueira, não há como ter devoção com Cristo se você despreza sua igreja.
d. Ela falava de Jesus ousadamente. Irmãos, quando
conhecemos a Jesus e vivemos em devoção a Ele, nossa boca se abre e as
maravilhas de Deus são proclamadas pelos nossos lábios, pregar a Palavra
somente faz efeito se formos boca de Deus, somente conseguiremos causar impacto
se nossas palavras forem aplicadas em cada coração pelo Espírito Santo, para
isto precisamos abrir a boca e falar de Jesus. Parece que nossas igrejas têm gerado
um monte de homens preguiçosos que estão deixando de tomar sua posição, a
pregação do evangelho é uma tarefa primeiramente masculina, embora a mulher
possa fazer também, mas este chamado foi dado aos homens. Nada contra, mas as
mulheres estão tomando conta de tudo, por causa da inercia masculina. Pregação
requer estudo, preparação, disciplina, se prepare tecnicamente com estudo, e
espiritualmente com consagração, só assim você falará de Jesus e sua mensagem
trará vida a quem o ouve.
2
INDUZ
O SERVO DE DEUS À HUMILHAÇÃO. V.33-35
“33 Ó
profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! 34 Quem, pois, conheceu
a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? 35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a
ser restituído?”
Paulo ao contemplar a soberania de Deus na salvação
e reprovação de judeus e gentios (Rm 9.1-11-32), quando examina que mesmo este
Deus tendo decretado todas as coisas, a rejeição dos réprobos se dá por causa
dos pecados daqueles, embora Seja Deus soberano. Contemplando isto, Paulo chega
à conclusão, do que chama a teologia, da sua “douta ignorância”, humilhando-se
por reconhecer que não tinha todas as respostas para estes assuntos, só pode se
humilhar e reconhecer a grandeza de Deus.
Os termos usados por Paulo aqui, estão em Isaías
capitulo 40, quando Ele pergunta quem guiou o Espírito do Senhor, ou foi seu
conselheiro, quem o instruiu (v.13), mas a resposta óbvia e certa é ninguém,
pois Ele mede na concha da sua mão as aguas dos oceanos, mede o universo que
nos parece infinito a palmos, pesa todos os montes da terra em romana e os
outeiros em balança e precisão (v.12), as nações para Ele são como um pingo de
agua dentro de um balde (v.15), os moradores terra são como gafanhotos para Ele,
estende o céu como uma cortina e os desenrola como uma tenda para neles habitar
(v.22), Ele torna em nada os príncipes e os juízes da terra e com um sopro os
leva (v.23-24), conta todas as estrelas dos céus e as chama pelo nome, por ser
Ele grande em força e forte em poder, quando Ele chama nenhuma das estrelas vem
a faltar (v.25-26). Diante de um Deus grande e poderoso como este, Paulo só
restava uma coisa a fazer senão adorar e se humilhar. Você já se humilhou
diante deste Deus hoje? Reconheça o poder que este Deus tem e se dobre diante
Dele. Nesta mensagem iremos examinar algumas razões para nos humilharmos diante
de Deus:
2.1 Devemos nos humilhar porque Deus é profundo em
riqueza. V.33
“33 Ó
profundidade da riqueza [...]”
Paulo ao observar o que foi dito anteriormente
sobre a misericórdia de Deus nos vasos de honra e a reprovação nos vasos de ira
preparados para a perdição, Ele se espanta com a riqueza da soberania deste
Deus e da sua misericórdia com quem não merece, sobre a riqueza grandiosa de
Deus, podemos examinar algumas lições, expostas a seguir.
a. Deus é rico em bondade (Rm 2.4). Por Ele ser rico em
bondade, por esta causa Ele enviou o seu Filho Jesus Cristo para morrer em
nosso lugar (Jo 3.16), a causa de Deus nos amar não está em nós, mas somente
Nele, se Ele nos tratasse segundo os nossos pecados estaríamos perdidos, mas
por causa da sua bondade, Ele nos conduz ao arrependimento e à salvação.
b. Deus é rico em perdoar (Is 55.7). Todos nascemos no
pecado (Sl 51.5), este pecado atingiu a toda a raça humana (Rm 3.23), o pecado
separa de Deus (Is 59.1-2), o pecado leva o homem à morte eterna (Rm 6.23), mas
há uma oportunidade para todos aquele que arrependido se entregue ao salvador,
peça perdão pelos seus pecados, deixe seu caminho perverso e Ele perdoa e
esquece (não passa em rosto) (Hb 10.17), porque a maior riqueza que Deus nos dá
é o perdão de pecados, porque Ele é rico em perdoar, confesse seu pecado e Ele
te perdoa (I Jo 1.9)
c. Deus é rico em doar. Ele deu o seu Filho para dar vida eterna a todo o
que crê (Jo 3.16), nos deu o seu reino (Lc 12.32), nos deu o seu Espírito (Gl
3.5), nos deu a sua paz (Jo 14.27), Ele nos deu a sua herança eterna (I Pe 1.4).
Ele é galardoador de todos os que o buscam (Hb 11.6). Ele tem muito para dar
porque Ele é riquíssimo, só Ele tem o melhor para nos dar.
Paulo fala das riquezas insondáveis do evangelho
(Ef 3.8), de fato este Deus tem uma riqueza imensa, um tesouro de inigualável
valor, que ele dá a conhecer a frágeis vasos de barro iguais a nós, para que
entendamos que o poder vem de Deus. Paulo entendia que este Deus riquíssimo é
um Deus generoso, Ele abre o seu bom depósito e derrama sobre nós as suas
riquezas. Devemos nos humilhar diante deste Deus riquíssimo!
2.2 Devemos nos humilhar porque Deus é inescrutável em
sabedoria. V.33b
“[...] tanto da sabedoria como do conhecimento de
Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus
caminhos!”
A
teologia chama o conhecimento de Deus de onisciência, o sentido de tudo isto é que
Seu conhecimento é universal, alcança todas as coisas, pessoas e,
acontecimentos. Paulo aqui percebe que a diferença entre o seu conhecimento e o
de Deus possui um abismo intransponível. O homem conhece pouco de Deus, mesmo
aqueles que conhecem a Cristo, pois seu entendimento se obscureceu com o
pecado. Ele começa sua carreira terrestre em quase completa ignorância, e após
uma vida de estudos, conhece pouco do que deveria conhecer. Depois de Cristo,
Ele conhece um pouco mais sobre Cristo, mas apenas o que Deus revelou, Deus
revelou apenas o que queria que o homem soubesse (Dt 29.29). Vamos examinar algumas
lições sobre este assunto.
a. Por causa da sua
sabedoria, Deus é onisciente.
A teologia chama o conhecimento de Deus de onisciência, o sentido de tudo isto
é que Seu conhecimento é universal, alcança todas as coisas, pessoas e,
acontecimentos. Paulo aqui percebe que a diferença entre o seu conhecimento e o
de Deus possui um abismo intransponível. O homem conhece pouco de Deus, mesmo
aqueles que conhecem a Cristo, pois seu entendimento se obscureceu com o
pecado. Ele começa sua carreira terrestre em quase completa ignorância, e após
uma vida de estudos, conhece pouco do que deveria conhecer. Depois de Cristo,
Ele conhece um pouco mais sobre Cristo, mas apenas o que Deus revelou, Deus
revelou apenas o que queria que o homem soubesse (Dt 29.29). Vamos examinar
algumas lições sobre este assunto. O seu conhecimento é incalculável (Sl
145.5), inatingível pelo ser humano (Sl 139.6), alcança até coisas básicas como
falar, sentar, levantar (Sl 139.1-5); Ele sabe o numero das estrelas e chama
pelo nome (Sl 147.4), não cai uma ave sem que Ele consinta (Mt 10.29); Ele
conhece o oculto e o escondido e ao homem resta se prostrar em humilde
adoração.
b. Por causa da sua
sabedoria, Deus é insondável em seus juízos. Insondável significa algo que cujo fundo e/ou
limite não se consegue encontrar. Dizer que os seus juízos são insondáveis é reconhecer
que não conseguimos compreende-los, mas as Escrituras dizem que os seus juízos
são justos (Ap 15.3), santos (Sl 145.17), mas a forma que ele os realiza nem
sempre são compreensíveis para as nossas mentes, muitas vezes um erro moral,
mesmo Deus não sendo o autor do mesmo, ele utiliza para a sua gloria, como no
caso dos irmãos de José que odiaram, planejaram e venderam seu irmão como
escravo, lá na escravidão ele foi abençoado por Deus e injustiçado pelos
homens, mas no final ele chega a conclusão que antes dos irmãos o enviarem, foi
Deus que o enviou para preservar as suas famílias, os irmãos de José eram
culpados, mas Deus na sua soberania estava guiando todos os acontecimentos,
culminando na vitória de José e na preservação de todo o povo de Deus,
inclusive dos seus algozes (Gn 50.19-211). Paulo entende que não há como
entender os juízos de Deus, mas aceita-los como justos e bons.
c. Por causa da sua
sabedoria, Deus é inescrutável em seus caminhos. Os caminhos do Senhor, tal como
os seus juizos são traçados de tal forma que mesmo que pareçam desconexos, mas
eles se encontram na perfeição divina, Deus não precisa dizer como vai realizar
a sua obra, Ele nos apresenta a sua revelação para que saibamos do seu caráter
justo e santo, para que entendamos que mesmo quando as coisas não parecem se
encaixar, elas na mente de Deus se encaixam perfeitamente. O Senhor fala para o
povo de Israel que eles não estavam vendo os frutos da videira, figueira, nem
os animais crescendo, mas prometeu que os abençoaria, eles não estavam vendo,
porém deveriam crê que Deus iria fazer Ag 2.20). Paulo via os caminhos do
Senhor e só fazia se espantar e se humilhar em solene contemplação.
2.3 Devemos nos humilhar porque Deus é suficiente em
seu ser. V.34-35
34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou
quem foi o seu conselheiro? 35 Ou
quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
Paulo nesta passagem trata da independência de
Deus, as perguntas que Ele faz aqui foram as mesmas de Isaias no capitulo 40, e
as respostas são nítidas e retoricas, ninguém conheceu o mente do Senhor, senão
Ele próprio na Trindade. Ninguém o aconselhou, pois Ele é perfeito, a própria
Trindade Santa já é suficiente para realizar todo o conselho de Deus, a
salvação foi feita toda na Trindade, Deus pai elegendo, Deus Filho redimindo e
Deus Espírito santificando a aplicando a salvação (I Pe 1.1-2). Ninguém deu a
Ele para ser restituído, pois Ele não precisa de mãos humanas como se de alguma
coisa precisasse, mas Ele é quem dá a todos vida respiração e tudo mais (At
17.25-28), ninguém deu a Ele, pois Ele é quem nos deu tudo!
3
INDUZ
O SERVO DE DEUS À UMA TOTAL RENDIÇÃO.V.36
36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são
todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
O apostolo aqui está culminando com a sua
doxologia, a sua admiração pela grandeza de Deus e pelas suas obras grandiosas,
sua soberania exaustiva, sua rica sabedoria, conhecimento, já o havia feito se
humilhar diante deste Deus e termina com uma total rendição ao Senhor, sobre
este assunto iremos extrair algumas lições, expostas abaixo. Algumas lições são
expostas abaixo:
3.1 Rendemo-nos ao Senhor porque todas as coisas tem
origem Nele. V.36a
“36 Porque
dele [...]”
Deus é a origem do mundo natural , espiritual, é a
origem da criação material, mas também da igreja multirracial, Ele é o autor de
tudo que existe, por causa da sua vontade todas as coisas vieram a existir (Ap
4.11), a criação não veio de explosão cósmica ou de uma evolução, segundo a
biologia códigos genéticos não são originados
espontaneamente, ou seja, eles são implantados em nós pelo Deus Todo
Poderoso. Tudo veio Dele! Ele é o criador das coisas visíveis e invisíveis,
Louvado seja o seu Nome.
3.2 Rendemo-nos ao Senhor porque todas as coisas são
sustentadas por Ele. V.36b
“[...] e por meio dele [...]”
Paulo está tratando aqui sobre a origem de tudo. Se
perguntarmos de onde surgiram todas as coisas, nossa resposta será que veio de
Deus. Mas, as coisas não somente foram criadas, elas continuam existindo “por
meio Dele”, porque este Deus cria, sustenta o universo criado pela palavra do
seu poder (Hb 1.3), nada existe sem que Ele tenha criado, nada há sem que o
Senhor sustente.
3.3 Rendemo-nos ao Senhor porque todas as coisas têm a
sua finalidade de existência Nele. V.36c
“[...] e para ele são todas as coisas [...]”
Deus criou tudo e sustenta tudo, mas isto tem uma
finalidade “para Ele”, as preposições gregas “EK”, “Eis” indicam finalidade, ou
seja, a finalidade de todas as coisas é estar junto a Deus, quando os homens
entenderem isto, estarão satisfeitos em Deus, devido a isto que os puritanos
entendiam que o fim principal para o qual Deus criou o homem, foi para que este
glorificasse a Ele e gozasse da sua presença para sempre. Quando os homens
entenderem que a sua vida tem por finalidade se deleitar em Deus, Ele vai se
alegrar em toda e qualquer circunstância.
3.4 Rendemo-nos ao Senhor porque todas as coisas
redundam em gloria a Ele. V.36c
“[...] A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
Paulo conclui aqui dizendo que como todas as coisas
são criadas, sustentadas e motivadas por Deus, fecha com chave de ouro dizendo:
“A Ele, pois, a gloria eternamente. Amém”. Toda a glória deve ser dada a Deus,
somente vai se declarar desta forma, aqueles que se rendem a Ele de maneira
total. Um homem quando reconhece que somente o Senhor é digno de toda a honra e
toda a glória, ele vai se render a Ele e o servir de todo o seu coração.
CONCLUSÃO
A presente mensagem trouxe algumas lições sobre a
Utilidade de Uma Teologia Centrada em
Deus, as lições foram: Primeira,
induz o servo de Deus à devoção: Tendo exclusividade, Conhecimento de Deus
e vida prática de consagração: Jejum, oração, congregação e pregação. Segunda, induz o servo de Deus à humilhação:
Devemos nos humilhar porque Deus é profundo em riqueza, inescrutável em
sabedoria e, suficiente em seu ser.
Terceira, induz o servo de deus à uma total rendição: Rendemo-nos ao Senhor
porque todas as coisas tem origem Nele, são sustentadas por Ele, têm a sua
finalidade de existência Nele e, redundam em gloria a Ele.
APLICAÇÃO:
Temos tido devoção, nos humilhado e nos rendido
totalmente a Ele? Só podemos dizer que a nossa teologia está centrada em Deus
se vivermos desta forma. Se você já tem andado desta forma, vivendo para Deus,
graças a Deus! Como tem sido a teologia que nos dá prazer, aquela que exalta a
Deus ou que massageia o ego humano? A Igreja evangélica, nós crentes precisamos
voltar a teologia boa, antiga centrada na Bíblia. Que Deus nos abençoe!